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terça-feira, 28 de agosto de 2007

771) Mais dicas para a preparacao aos exames de entrada na carreira diplomatica

O diplomata Mauricio Costa, que mantém o excelente blog Diálogo Diplomático (mas que insiste em permanecer incógnito), nos transmite mais algumas recomendações para um exame bem sucedido na área de história do Brasil.

Segunda-feira, 27 de Agosto de 2007
DICAS DE HISTÓRIA DO BRASIL PARA O TPS

Atendendo a pedidos, esta semana iniciarei uma série de comentários sobre as provas, matéria por matéria e fase por fase. Não tenho a menor pretensão de ser exaustivo nas minhas análises e indicações, muito menos acredito que sejam as únicas corretas. Não estou, de maneira nenhuma, publicando receitas prontas para a aprovação no concurso. O que pretendo é contribuir para que os interessados possam evitar erros recorrentes na condução do processo de preparação sem que precisem aprender com eles depois de perderem um ou dois anos de dedicação.

Começaremos hoje pela prova de história do Brasil no TPS.

O programa de HB é extenso, bem como a bibliografia indicada. É importante atentar para o fato de que boa parte da bibliografia de HB, principalmente os tópicos referentes à politica externa brasileira, coincidem com a bibliografia de política internacional. Não há como ler tudo, mas é possível otimizar o rendimento com estudo com algumas leituras imprescindíveis. Vamos a elas.

Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, História da Política Exterior do Brasil: imprescindível. Deve ser lido quantas vezes forem necessárias e decorado nos fatos e nas interpretações. Não adianta nada contestar gabarito do CESPE discordando de Amado Cervo. Leia, decore, assimile, consolide. Não tem erro.

Bóris Fausto, História do Brasil: também é imprescindível. Ao contrário do História Concisa, este manual é o mais completo, didático e bem direcionado para o conhecimento necessário de HB. Apesar de fazer uma boa cobertura de todos os períodos de HB, o "domingão da faustão" é excelente para o período republicano, nem tanto para o império e a colônia. Deve ser lido quantas vezes forem necessárias, decorado e assimilado em todos os aspectos. Os tópicos de HB não referentes à PEB são baseados em Bóris Fausto, não vai adiantar teimar com a banca depois...

As duas primeiras obras citadas, se bem lidas e assimiladas, podem garantir um TPS seguro em HB. Entretanto, meus caros, como eu não sou o tipo que conta com a sorte, vou indicar umas leiturinhas complementares que podem ajudar consolidar um ou outro aspecto do programa que não tenha ficado claro na leitura das duas bíblias de HB no TPS. Vamos a elas:

Colônia
Charles Boxer, a Idade de Ouro do Brasil: incomparável, aprofunda aspectos fundamentais do período.

Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contenporâneo: nenhuma outra obra apresenta uma visão tão abragente dos temas que envolvem a colônia, embora não se restrinja a tal período.
Na dúvida, é melhor ler três vezes!

Império
Maria Yeda Linhares, História Geral do Brasil: incomparável na abrangência, detalhamento e didática na análise do período. Aborda diversos aspectos que passam batidos em Bóris Fausto.

História da Política Externa Brasileira
Paulo Vizentini, Relações Internacionais do Brasil-46/64 e A Política Exterior dos Governos Militares: sem dúvidas, esses livros contribuem significativamente para sanar muitas dúvidas sobre o período do pós-guerra. Para o TPS, são mais que suficientes.

Agora vamos as tópicos que não podem ser negligenciados no "decoreba" para um bom TPS:
-Revoltas Coloniais e economia da colônia;
-Período Joanino, processo de independência;
-Sistema de tratados do Primeiro Reinado;
-Revoltas na Regência;
-Política de Limites (em todos os períodos);
-Era Vargas (decorar tudo, ou tudo o que conseguir);
-Regimes militares.

A prova de HB do CESPE é bastante factual, o ideal é decorar as cronologias. Mesmo questões interpretativas podem exigir o conhecimento factual e/ou cronológico. A prova de 2007, para ficarmos num exemplo mais próximo, teve muitas questões do tipo. Se o candidato não soubesse que o tratado de 1851 foi com o Peru, não com a Bolívia, perderia uma questão... E muita (gente) que perdeu uma questão no TPS dançou...

OBS: há obras que não citei porque não considero imprescindíveis para o TPS e serão debatidas quando chegarmos na discussão sobre a terceira fase. ;-)

Por último, um alerta: não pense que somente porque um ou outro tópico não apareceu nas duas últimas provas ele não aparecerá na próxima. É melhor estar preparado para qualquer questão. Com a disputa pela vaga no TPS cada vez mais acirrada, é sempre melhor nivelar por cima.
Postado por M-A-C às 03:20 0 comentários
Domingo, 19 de Agosto de 2007

O QUE ESPERAR DO CACD 2008?
Não há discordâncias, creio eu, relativas ao fato de que a preparação torna-se mais fácil quando se pode prever o padrão de prova do CACD. A pergunta que não quer calar é: o padrão do CACD é previsível? Apressadamente, qualquer um de nós afirmaria que sim. Uma análise mais detalhada, entretanto, demonstra que as coisas não são tão simples quanto parecem à primeira vista.

Se eu fosse a Mãe Dinah, ou então algum outro tipo de vidente(alguns me acusam de ser uma espécie de Lair Ribeiro), diria que o CACD do ano que vem será elaborado pelo CESPE, que o formato da prova do TPS incluirá itens e múltipla escolha, que o modelo de 3 fases será preservado e que o concurso tende a começar a fevereiro. Minhas chances de acertar seriam grandes, mas não auxiliaram em nada no principal objetivo deste texto: ajudar a orientar quem está se preparando para a o CACD 2008.

Se analisarmos os concursos realizados pelo atual governo, a partir de 2003, veremos que nenhuma edição do CACD foi igual à edição anterior. Houve todo o tipo de mudança: TPS com notas mínimas por matéria, TPS com todas as matérias do concurso, TPS com questões discursivas, CACD com prova oral, CACD sem prova oral, TPS com geografia, TPS com PI e sem geografia. Se analisarmos no último nível de detalhe, perceberemos que a formatação do TPS variou no conteúdo programático que foi privilegiado, bem como no peso de cada matéria na prova. Se eu ainda fosse candidato, minha conclusão seria: algo vai mudar em 2008.

Pautar a preparação pelo o concurso anterior é uma estratégia que eu qualifico como temerária, no mínimo. Apenas como exemplo, quem passou 2006 se preparando para um TPS com geografia teve de recuperar muito tempo perdido quando geografia foi substituída por PI. Quantos candidatos que foram aprovados no TPS de 2006 ficaram de fora em função da mudança em 2007? Não sei. Se foram muitos ou poucos não faz diferença, o relevante é que a preparação de alguém foi prejudicada pela mudança.

A única estratégia segura é estar preparado para qualquer tipo de prova, que inclua qualquer item dos conteúdos programáticos do concurso. Dedicar-se a estudar somente as matérias do TPS antes de conhecer o conteúdo do edital pode ser um "tiro no pé" e resultar no desperdício de muitos meses, alguns milhares de reais e muita energia gastos e aplicados na preparação.

A tendência, de acordo com as estatísticas, é que o concurso mude em algum ponto(pode ser num ponto fundamental ou não), portanto é melhor não confundir as expectativas, que devem ser baseadas nos fatos, com as esperanças, baseadas nos desejos.

Estudem muito e estudem tudo, nenhuma estratégia é mais segura, pelo menos até sair o edital do CACD 2008.
Postado por M-A-C às 18:56 4 comentários

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