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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

830) Vestibular da UFRGS: debilidade mental galopante?

Vejam a questão 24 da prova de história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, versao 2008 (mas poderia ser qualquer ano a partir da Alca):

"24. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.

A América Latina ocupa posição periférica na economia mundial. Os países da região ora adotam políticas que reforçam esta sua posição, ora defendem propostas alternativas em relação às economias centrais.
Uma das políticas das economias centrais para manter a posição periférica dos demais países é a ...........; e um projeto internacional destinado a inibir as iniciativas de autonomia e integração dos países latino-americanos é .......

Aí a questão oferece as seguintes alternativas:

(A) neoliberal - o Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA)
(B) liberal - a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL)
(C) populista - o Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL)
(D) socialista - a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC)
(E) nacionalista - a Organização dos Estados Americanos (OEA)
"


O candidato, é claro, deve assinalar a alternativa "A" se quiser "acertar".
Dispenso-me de comentar a debilidade implícita e explícita desta questão. Acho que a universidade brasileira não está caminhando para a decadência. Ela já está decadente há muito tempo, apenas não percebemos isto...

5 comentários:

Eduardo Santos disse...

A resposta do gabarito oficial era mesmo a letra A? Sempre pensei que vestibulares deveriam ser politicamente imparciais.

Calebe disse...

O pior não é o vestibular e sim o que se ensina dentro das universidades...

Se o aluno tem uma visão política e a defende é tachado de incoerente com a disciplina.

Claro que depende muito do professor, mas no geral se o aluno tiver uma sustentação de seus ideais, recebe uma lavagem cerebral que o impossibilita de ter o verdadeiro raciocínio crítico que as universidades tanto pregam..

Como o Sr. Paulo nos disse, "debilidade mental galopante"...sim...com viseiras bem ajustadas e freios bem eficazes...

Eduardo Santos disse...

Ou então esta questão considera os EUA como nação pereiférica, ou foi um estadounidense que escreveu a segunda parte.
Fico preocupado, pois sinceramente não sei o que eu responderia nesta questão e ficaria com meu resultado comprometido.

Anônimo disse...

Paulo, vou escrever aqui algo que seria mais oportuo que estivesse no seu outro blog, o "Vivendo com Livros".

Porém, percebi que o teu último post naquele site data do dia 17 de novembro, razão pela qual acabei optando por escrever neste aqui.

Minha pergunta é: O Sr. já leu o livro do seu colega de profissão, Alexandre Vidal Porto, "Matias na Cidade"?

Se não, recomendo a leitura!

Fica a dica.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Renata,
Trabalhei com o Alexandre em Washington, mas li o seu romance em Brasilia, e estes são os meus comentários muito rápidos sobre o romance:
Alexandre Vidal Porto:
Matias na cidade - romance
(Rio de Janeiro: Record, 2005, 160 p.)

Que diplomatas sejam homens (ou mulheres) de letras, prosadores, poetas e romancistas, isto já se sabia há muito. Que eles também sejam capazes de assinar novelas picantes, um pouco menos. Esta história não é especialmente pornográfica, longe disso. Trata-se de um relato de vida, muito comum, como deve haver milhares iguais, numa cidade como São Paulo, mas é uma história bem contada, com uma prosa fluída, leve, que literalmente seqüestra nossa atenção. Matias é um homem casado, mas não satisfeito com as simples “cenas de um casamento”. Prefere outras emoções, com mulheres vulgares, geralmente. É, literalmente, um obcecado por sexo. A novela é apenas um recorte dessa vida, com retrospectos e introspecções, apenas dele. Os demais personagens se expressam apenas por palavras e gestos, descritos com economia de termos, em linguagem direta. Dá para ler o romance de uma vez só, sem parar. Mais do que atenção, ele convida à reflexão...