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terça-feira, 31 de março de 2009

1051) Turismo academico (9): 500 milhas de Indianapolis

Não, corrijo de imediato: não participei, nem pretendo participar das 500 milhas de Indianapolis, que por sinal estão comemorando o 100. aniversário este ano; vejam o site oficial neste link. Mas, acabo de conferir: 1909 é de fato o centenário da corrida, mas a primeira ocorreu apenas em 1911... (embromadores esses automobilistas locais...)

500 milhas, da Virginia a Indianapolis...
Estou apenas conferindo minhas milhagens (que não me dão direito a milhagens extras, pois isso eu já venho fazendo): fiz exatamente 574 milhas nesta terça-feira, 31 de março de 2009, desde a Virginia (Alexandria, onde estava no Marriott), passando por Washington (DC), estados de Maryland, West Virginia, Pennsylvannia, novamente West Virginia, Ohio e finalmente Indiana, onde estou muito próximo a Indianapolis.
Isso dá exatamente 923,5 kms, numa média aproximada de 90 kms/h, sem visita nenhuma desta vez, apenas estradas (aliás, muito boas: não vi um buraco sequer...).

As estradas são boas, as paradas apenas razoáveis: aquela coisa de MacDonalds, BurgerKing e as variantes de fast-food, além dos mesmos hotéis de sempre.
Pelo menos a rede de Comfort Inn e Comfort Suites tem internet rápida gratuita, o que já é um progresso, depois da exploração comercial de Miami e Washington.
Paisagens bucólicas, com aquela sucessão de barns de rednecks, ou seja, os celeiros dos agricultores (subsidiados, of course), algumas vaquinhas e sobretudo campos colhidos, mas limpinhos, como se tivessem sido pintados para alguma foto de cartão postal. Algumas cidades pelo caminho, mas pouca coisa de realmente interessante, a não ser alguns prédios magnificos pela sua arquitetura moderna, pontes e viadutos bonitos e seguros, controle razoável de velocidade pelos state troopers.
Tempo magnífico, na maior parte do percurso, com sol e pouco vento. Apenas um pouco de chuva já na passagem de Ohio para Indiana. Boa música em todo o percurso, alternando duas estações de jazz.
Todas estradas inter-estaduais, construídas a partir do National Security Act do presidente Eisenhower, são de concreto, sem pedágio, e com abundante sinalização. Entre os mapas e o GPS do carro, o trajeto correu como se fosse planejado milimetricamente, sem qualquer problema.

Não observei sinais de crise, mas tampouco registrei os excessos de consumo de outros tempos: paramos várias vezes em centros comerciais (outlets, em grande parte, mas shoppings, também) para algumas compras, e os estacionamentos estão relativamente vazios, sem aquelas enormes vans carregando toneladas de bugigangas, como ocorria alguns anos atrás, ou talvez até o ano passado...
Pelas matérias da CNN, registro que a confiança do consumidor americano está voltando, e pelo menos a metade acredita que a crise está passando. O desemprego chegou a dois dígitos em alguns estados da costa leste e do Pacífico (os de maior comércio exterior), mas aparentemente o país parece recobrar algum sinal de vitalidade. Tenho lido matérias pelos jornais que demonstram a grande flexibilidade do sistema produtivo e o espírito de inovação de seu povo (vários sugeriram emissão de bônus nacionais, como durante as duas guerras mundiais, em lugar de depender de dinheiro chinês [que, aliás, é americano]).

O presidente Obama partiu hoje para a Inglaterra, mas suspeito que a maior cobertura será dada a sua esposa Michelle. A CNN já entrevistou seu "biógrafo", e me pergunto quando surgirá o biógrafo do cachorro presidencial...
A imprensa americana adora futilidades, aliás como qualquer imprensa, mas nisso acho que ela tem razão: a esposa do presidente parece mais interessante do que essa reunião do G20, que não deve decidir grande coisa.

Amanhã devo me apresentar na Universidade do Illinois, onde vou passar o mês de abril, fazendo pesquisa, leituras, e dando algumas palestras para alunos de pós-graduação.

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