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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

1313) Um argentino sobre a lideranca brasileira

BRASIL E A LIDERANÇA NA AMÉRICA DO SUL!
Jorge Castro
El Clarin, 22.08.2009

1. As empresas brasileiras representam o terceiro grupo em Wall Street, depois do Canadá e da China. A principal fonte de crescimento da economia brasileira nos últimos cinco anos é a mesma da recuperação atual: a produção e exportação de commodities (soja, minério de ferro, petróleo), voltado para o mercado sino-asiático. As exportações de produtos manufaturados representaram 61% do total em 1993, e agora são 38% - 40%.

2. A linha estratégica central é a transnacionalização do sistema de produção, através de um duplo e sincronizado movimento de implantação de companhias brasileiras no exterior e atração de investimentos multinacionais. Este é o componente estrutural para a conversão do Brasil em personagem mundial. Brasil mudou sua política externa. Passou da reclamação (“Não a ALCA”) para liderança (“Sim à liberdade de comércio. Não ao protecionismo").

3. Isto significa que, na América do Sul, o Brasil não compete pela liderança regional: tem a intenção de ser o mediador entre a região e o sistema de poder mundial (EUA...). E mesmo quando experimenta uma severa derrota político-diplomática (Bolívia e Paraguai), prefere encerrar o conflito e absorver as perdas, na medida em que a questão, o país e a região perdem importância relativa para ele.

(Transcrito do Ex-blog do Cesar Maia, 26.08.2009)

2 comentários:

Glaucia disse...

Não deixa de ser curioso que apenas dentro do Brasil a imprensa seja incapaz de discutir as opções do país como questões estratégicas - atribuindo toda ação de política externa a caprichos emotivos ou opções ideológicas do governante de turno.

Faria bem pra nossa maioridade conseguir admitir que política externa não é um mero prolongamento da disputa petecana. Enquanto isso, dá-lhe Odebrecht, OAS e Vale na América do Sul e na África...

Paulo Roberto de Almeida disse...

Imprensa ou veículos especializados, o debate intelectual é extremamente pobre no Brasil.
Mas a "análise" desse argentino não é muito melhor: eles não conseguem ver o Brasil sem uma boa dose de teoria conspiratória. Se não é Washington, é Wall Street, se não são os nossos militares -- bastante incompetentes, diga-se de passagem -- são os nossos empresários, uma corporação de órfãos loucos por uma teta estatal, uma boa tarifa protetora, gordos subsídios dos bancos estatais e várias políticas setoriais, para fazer o que sempre se fez no Brasil: redistribuir os recursos para quem já é rico.
Todo empresário teoricamente liberal é, na prática, um dirigista, protecionista, estatizante (pode até ser enrustido, mas é...).