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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

1424) Avioes militares: transferencia de tecnologia

Três países prometem transferir tecnologia de caças para o Brasil
Agência Câmara dos Deputados, 14/10/2009

Em audiência pública ocorrida hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia, os representantes das três empresas finalistas na licitação para a compra de 36 caças para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB) se comprometeram a transferir para o Brasil toda a tecnologia dos aviões comprados. As empresas são a norte-americana Boieng, a francesa Dassault e a sueca Saab.

A decisão norte-americana de transferir tecnologia é inédita. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial os EUA não transferiam tecnologia de nenhum equipamento militar em operação para outro país; no máximo, ofereciam parceria para manutenção e uso. O Congresso americano já aprovou a transferência de tecnologia do caça F-18 Super Hornet para o Brasil. A Boeing ofereceu o conteúdo do F-18, tecnologia de manutenção, laboratórios de túneis de vento supersônicos e materiais compostos, como cerâmicas e fibra de carbono. A empresa prometeu montar os aviões no Brasil.

A Boeing também se comprometeu a construir um laboratório no Brasil para desenvolver tecnologia de construção de aviões invisíveis a radares.

O vice-presidente da Boeing destacou que o F-18 Superhornet é o único entre os três que foi usado em guerras e tem robustez comprovada em combates de longa duração.

Dassault
O diretor da Dassault International do Brasil Ltda, Jean-Marc Merialdo, informou que a França não necessitará de autorização de nenhum outro país para vender os caças Rafale ao Brasil, pois domina toda a tecnologia para criação e evolução desses aviões. Merialdo disse ainda que o governo francês já autorizou a Dassault a vender o Rafale e os sistemas de manutenção do avião com transferência de 100% da tecnologia.

O avião Rafale foi criado nos anos 80 para substituir sete aparelhos diferentes, entre eles o Mirage 2000 e o Super Etendard.

Saab
O diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér, disse que todas as aeronaves Gripen que forem compradas pelo governo brasileiro serão produzidas inteiramente no País. O Gripen é a mais nova das três aeronaves.

A Saab oferece também parceria com empresas brasileiras para o desenvolvimento das aeronovaes suecas. Pela proposta de Janér, 80% da estrutura física de cada aeronave serão construídos no Brasil, inclusive das que serão vendidas na Suécia. Além disso, toda a parte eletrônica dessas aeronaves será produzida no Brasil.

Os softwares serão produzidos em conjunto pela Saab e pela Embraer, o que significa que a empresa brasileira poderá, depois, produzir esses softwares sem a presença da Saab. A empresa sueca também se comprometeu a instalar no País um laboratório de tecnologia supersônica e outro para desenvolver tecnologia eletrônica.

Novos debates
Os parlamentares que integram a comissão querem agora realizar audiências com representantes do Executivo e com pilotos da FAB, mas as datas ainda não foram definidas.

Notícias relacionadas:
Brasil poderá comprar aviões militares dos EUA
12/06/2009 16h44

Parlamentares da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional estiveram nos Estados Unidos para conhecer os termos da negociação da compra, pelo Brasil, de aviões militares do modelo F-18 Super Hornet, fabricados pela Boeing. Outros dois grupos estiveram na França e na Suécia para verificar as condições de compra de outras aeronaves naqueles países.

O presidente da comissão, deputado Severiano Alves (PDT-BA), defende que qualquer compra de aeronaves seja acompanhada de transferência de tecnologia. Alves informou que a Embraer é uma das cinco maiores empresas de construção de aviões e, detendo a tecnologia estrangeira, poderá facilmente produzir modelos similares no Brasil.

Troca de tecnologias
Existem modelos mais avançados fabricados pela Boeing, mas os Estados Unidos só concordaram em transferir para o Brasil a tecnologia do F-18, um modelo mais antigo, que começou a ser produzido em 1997.

A ideia é uma parceria com os EUA para troca de tecnologias diversas. Segundo o deputado, os Estados Unidos têm interesse em aprender com o Brasil sobre a exploração de petróleo em águas profundas e sobre a produção de etanol.

Alves disse ainda que a comissão vai fiscalizar as ações do governo brasileiro na implementação do projeto FX-2, idealizado para reequipar e renovar a Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB). Iniciado em 1998, o projeto previa a compra de 12 supersônicos com a transferência de tecnologia do fabricante para a FAB.

2 comentários:

Fernando Moreira dos Santos disse...

Há que se olhar a questão de transferência de tecnologia com muitos cuidados.

Quando a questão é assaz técnica,como é o caso da compra de aviões,a retórica perde bastante força.Não sei se pode haver confiança explícita nestas declarações.

Por outro lado,é positiva a disposição dos concorrentes embora tenhamos que nos assegurar sobre a efetividade da dita transfêrencia de tecnologia.

Brasil disse...

Exatamente, não entendo o também fornecimento de conhecimentos técnicos sobre os aviões(tecnologia), seria para que o Brasil fosse capaz de fazer a manutenção dessas aeronaves?


Muito mais? Um dos textos explícita o interesse da embraer em produzir aviões de tecnologia semelhante.