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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

1732) CSNU: a conta do bilhete de ingresso - um pouco mais caro que um show da Madona

ESTÁ SAINDO CARA A DISPUTA DO BRASIL PARA VAGA NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU! ATUALIZANDO!
Ex-Blog Cesar Maia - 21/01/09

1. Brasil perdoa 95% da dívida de Moçambique. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, assinaram na terça-feira (31) em Brasília um acordo em que o Brasil perdoa 95% da dívida do país africano - no valor de US$ 315 milhões.

2. Brasil perdoa mais da metade de dívida da Nigéria. O Brasil vai receber apenas US$ 67,3 milhões da dívida de US$ 150,4 milhões que a Nigéria contraiu com o país, há mais de 20 anos, em financiamentos e seguros de exportações. Os outros R$ 83,1 milhões serão cancelados, conforme acordo assinado

3. Brasil perdoa dívida de US$ 52 mi da Bolívia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira o perdão de uma dívida de US$ 52 milhões que a Bolívia tinha com Brasil.

4. Brasil perdoa dívida de 4 milhões de dólares a Cabo Verde.

5. Brasil perdoa dívida da Nicarágua. O presidente nicaraguense agradeceu a decisão do Brasil de perdoar 95% da dívida nicaraguense com esse país, estimada em 141 milhões de dólares.

6. Brasil vai perdoar a dívida de Cuba. Brasil e Cuba devem assinar acordo para amortizar a dívida do governo cubano com o governo brasileiro, que já chega aos 40 milhões Euros.

7. Brasil perdoa a dívida do Gabão. O presidente em exercício do Conselho Federal da OAB criticou a decisão do presidente Lula de perdoar a dívida do Gabão com o Brasil, calculada em US$ 36 milhões.

4 comentários:

Rafael disse...

A tese do César Maia é a de que o Brasil está cortejando Nicarágua, Gabão e Moçambique para entrar no CS? Hmmm...

Você concorda, PRA?

Paulo Roberto de Almeida disse...

Rafael,
A coisa toda, a propria concepcao da operacao, é tão ridicula que eu me dispenso de comentar...
Veja o meu post 1735:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/01/1735-csnu-perdao-de-dividas-e.html

Voce vai entender o que eu penso, mas apenas no plano contabil, ou econômico-financeiro, posto que não posso me pronunciar publicamente sobre os demais aspectos.
Paulo Roberto de Almeida

Rafael disse...

Agradeço o link, professor, mas permita-me ser mais claro na minha colocação: você não acha um pouco ridícula a acusação de César Maia de que o Brasil está perdoando a dívida desses países miseráveis em troca de apoio a seu pleito no CS? Que influência poderia ter o Gabão nessa decisão? A despeito das críticas jurídicas e ideológicas que se possa fazer ao perdão das dívidas desses países, a acusação de César Maia é, no meu juízo, rasa e sem fundamento.

Uma coisa é criticar o governo brasileiro pelo reconhecimento da China (um país efetivamente influente no CS) como uma economia de mercado em troca do apoio chinês às pretensões brasileiras; outra coisa é tentar vincular os perdões de dívidas de países pouco desenvolvidos com as negociações do CS.

Retomo, então, minha pergunta original: o senhor acredita que o Brasil realmente está perdoando essas dívidas com vistas somente ao CS? Será que não há outros fatores (principalmente ideológicos) que explicariam melhor o comportamento do governo brasileiro?

Abraço

Paulo Roberto de Almeida disse...

Se o governo está perdoando ou não (ou melhor, perdoando, sim) a dívida desses países (alguns deles com muito petróleo, como você sabe) por uma questão de voto favorável na Assembléia Geral, quando de alguma resolução reformando a Carta e ampliando o Conselho, isso eu não sei exatamente, mas algum motivo deve haver, pois ninguém, em sã consciêncuia, sai por aí distribuindo dinheiro de graça, dinheiro, aliás, que não lhe pertence, pois se trata de recursos do Tesouro, ou seja de toda a sociedade brasileira.
Isso você pode perguntar ao presidente, ou ao seu senador, a quem caberia aprovar esses gestos generosos.
Sim, não sei se você sabe, o presidente não pode simplesmente fazer isso, seria ilegal. O Senado é constitucionalmente responsável por toda e qualquer operação financeira externa. Suponho, assim, que o Executivo, esteja comunicando essas generosas doações ao Senado...

Quanto a China, não se engane: ela é mais capitalista do que o Brasil, bem mais, a despeito de um Estado autocrático.
Claro, reconhecê-la, ou não como economia de mercado é um gesto puramente político.
A Rússia já obteve esse reconhecimento do G7 desde 2001, e ainda tem um capitalismo mafioso, estatizado, não está na OMC (ou no Gatt) e não me parece mais capitalsita do que a China.

Quanto a ideologia, você mesmo pode julgar, mas eu acredito que o CSNU é uma obsessão de certas pessoas...
Paulo R Almeida (22.01.2010)