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sábado, 22 de maio de 2010

Deveres do Professor - Escola Sem Partido

Apoio inteiramente, integralmente, se me permitem a redundância, a campanha da ONG Escola Sem Partido. Sei como "funcionam" as escolas brasileiras, sei o que "pensam" os professores -- sorry, mas as aspas são inevitáveis, sem qualque ironia -- e sei o que seria preciso ser feito (e que, infelizmente, não será).
Por isso transcrevo aqui este post do Escola Sem Partido.

Deveres do Professor
Escola Sem Partido - Educação sem Doutrinação

22.05.2010

Ao lado da liberdade de ensinar, está a liberdade de aprender, ambas asseguradas pelo art. 206 da Constituição Federal.

A doutrinação político-ideológica em sala de aula constitui claro abuso da liberdade de ensinar; abuso que implica o cerceamento da correspondente liberdade de aprender, já que, numa de suas vertentes, essa liberdade compreende o direito do estudante de não ser doutrinado.

Ora, só um estudante consciente dos seus direitos poderá defendê-los contra a ação abusiva de professores militantes. Por isso, o EscolasemPartido.org elaborou a relação (obviamente não exaustiva) de Deveres do Professor que se vê abaixo.

Peça à sua escola ou à escola de seu filho que mande imprimir e afixar cartazes contendo essa relação de deveres em locais onde possam ser vistos por alunos e professores. Se a escola se recusar, você saberá do lado de quem ela está.

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DEVERES DO PROFESSOR

1. O professor não abusará da inexperiência, da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente político-ideológica, nem adotará livros didáticos que tenham esse objetivo.

2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, religiosas, ou da falta delas.

3. O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.

4. Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito.

5. O professor não criará em sala de aula uma atmosfera de intimidação, ostensiva ou sutil, capaz de desencorajar a manifestação de pontos de vista discordantes dos seus, nem permitirá que tal atmosfera seja criada pela ação de alunos sectários ou de outros professores.

Um comentário:

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Em princípio, sou favorável a tal escola. Por sorte, não fui submetido a um ambiente educacional de extrema militância, nem sofri com professores demasiado prosélitos. Imagino, no entanto, a que tipo de escola se propõe combater a que pões em questão. Entretanto, esses clamores que acompanham tais manifestos parecem muitas vezes indicar a possível existência de um ambiente neutro, em que o aluno encontraria a "essência" da educação. Ignoram alguns que a doutrinação não se manifesta ostensivamente sempre; o simples direcionamento de leituras, descartando-se a pluralidade de pontos de vista que requer a educação da mais alta qualidade, já é uma espécie de proselitismo. O que corresponde ao ítem (4) sobre o estudo das principais versões, teorias, de determinada matéria. O problema está que em muitas instituições há cartazes com dizeres semelhantes, mas eles não são "vividos" pelas pessoas que lhe fazem parte: alunos, pais, mestres, etc. Há que se pensar nisso...

P.S: Perdão pelas palavras um tanto "avoadas", mas parei de estudar agora 05h55 e o sono já me abate...

Abraços.