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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Chose de loques: deputados gauchos sao chauvinistas

Deveríamos deletar a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul?
Esse pessoal do PCdoB, que já foi vendido a estrangeiros -- no caso, ao PC da China, depois, quando a China virou capitalista, aos albaneses, e depois nem sei o que sobrou --, agora pretende se exibir na condição de chauvinistas culturais, pretendendo censurar nossas manifestações criativas e de importação cultural
Eles estão querendo controlar a maneira que falamos, como nos expressamos.
Fascistas...
Paulo Roberto de Almeida

Assembleia do RS determina tradução de termos estrangeiros
Igor Natusch
ZH, 20/04/2011

Foi aprovada nesta terça-feira (19) pela Assembleia Legislativa do RS, projeto de lei que pretende disciplinar de forma radical o uso de estrangeirismos em nosso país. Segundo o texto, de autoria do deputado Raul Carrion (PCdoB), torna-se obrigatória “a tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, em todo documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação através da palavra escrita no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente”. A votação foi apertada: 26 parlamentares gaúchos foram favoráveis, enquanto 24 se posicionaram contrários à lei.

Duas emendas foram aprovadas para o PL 156/2009. Uma delas, de autoria do próprio Raul Carrion, dispensa a necessidade de tradução em nomes próprios. A outra, do deputado Carlos Gomes (PRB), determina que os órgãos públicos e todos os meios de comunicação ligados ao Executivo e ao Legislativo priorizem o uso da língua portuguesa em todos os materiais que produzirem.

“Por que temos que usar ‘sale’ para falar de uma liquidação? Por que temos que ‘printar’ se podemos imprimir?”, questionou Raul Carrion durante a defesa de seu projeto. “Parece que falar em português é feio, vergonhoso, que bonito é falar estrangeiro. É uma imposição por macaquice”, atacou. O deputado comunista ressaltou, porém, que não há proibição no uso de palavras estrangeiras, e sim uma exigência no sentido de que sejam traduzidas.

Frederico Antunes: “Estamos discutindo uma questão de importância menor" -
Posição bem distinta da defendida por Frederico Antunes (PP). Para o progressista, a maior parte das expressões atingidas pela proposta de Carrion já estão incluídas até mesmo nos dicionários. “Estamos discutindo uma questão de importância menor. Faríamos melhor se nem tentássemos legislar a respeito dela”, criticou Antunes.

“Estamos pedindo que sejam traduzidos termos que usamos diariamente, que somos capazes de ler e compreender imediatamente o significado”. Jorge Pozzobom (PP) reforçou essa posição, dizendo que, em tempos de globalização, uma proposta dessas não faz sentido e que por isso o seu partido votaria contra o projeto.
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Lei que proíbe estrangeirismos não "deve pegar", alertam professores

Deputados aprovaram ontem legislação que obriga tradução de palavras em outros idiomas

A lei que obriga a tradução de termos estrangeiros para o português, aprovada nessa terça-feira pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, está causando polêmica. A maior crítica ao projeto é quanto à viabilidade da medida. Os professores de português consultados pelo Correio do Povo, nesta quarta-feira, alertam que a legislação não deve funcionar na prática.

“A lei não vai resultar em nada”, na opinião do professor Paulo Ledur.

Ele explica que a língua se faz pelo uso e por um processo cultural demorado. “A legislação não vai funcionar pela falta de fiscalização." O advogado e consultor de português do Correio do Povo Landro Oviedo concorda. “Essa lei é totalmente desnecessária e inviável, porque a comunicação se faz espontaneamente. As pessoas assumem ou descartam as expressões que não fazem sentido, naturalmente”, explicou. “Será muito difícil aplicar qualquer tipo de pena. A lei é inviável.” Oviedo acrescentou que uma determinação como essa não tem razão de existir, já que o português é uma confluência de outras línguas, como o espanhol, o francês e o inglês.

Oviedo disse que, caso seja empregada a tradução dos termos, a linguagem ficará truncada. “Vai acontecer o que chamamos de metalinguismo. Que é quando se usa palavras para explicar palavras. A linguagem em si terá um adicional, com o significado entre parênteses.”

O consultor disse ainda que não há risco da língua portuguesa se perder pelo uso de estrangeirismos. “Não é que não tenha problemas o uso de algumas expressões, mas isso é uma questão de bom senso.”
Além disso, na opinião de Oviedo, a medida poderia, até mesmo, interferir na música e na literatura. “Os nossos músicos e nossos poetas não poderiam utilizar espanhol, por exemplo, e nem mencionar ritmos como a milonga.”

O caminho para valorizar o uso da língua é inverso, conforme Ledur. “O que o poder público precisa fazer é incentivar o uso correto do idioma. Não há lei que transforme isso”, explicou. “Nem o Império Romando conseguiu impedir que o latim se transformasse.”

Contudo, o professor considera que há abusos do uso do inglês, por exemplo. “Isso porque o povo brasileiro é simpatizante. Falta um espírito de patriotismo”, afirmou. “A língua é talvez é o nosso maior patrimônio. O ensino adequado é que pode despertar o gosto por ela.”

Ledur contou que está torcendo para que o governador Tarso Genro não sancione essa lei. A assessoria de imprensa do Palácio Piratini informou que ainda não tem uma posição sobre a decisão do governador, mas adiantou que Tarso não descartou a possibilidade de vetar o projeto por dificuldades na aplicação. Ele tem um prazo de 30 dias para assinar o documento e deve ouvir especialistas.

O governador criticou a ridicularização à proposta do deputado Raul Carrion (PCdoB), e lembrou que a França e o território de Quebec tomaram medidas semelhantes de proteção ao idioma.

3 comentários:

Mário Machado disse...

Resumindo para proteger contra as nefastas influências estrangeiras, vamos copiar leis estrangeiras... Deve fazer sentido para alguém.

Julian Farret disse...

Interessante é que o Carrion cita França e Quebec como se fossem bons exemplos e como se a "cópia" não fosse um paradoxo. Quase como citar a China como exemplo de modelo econômico.

Anônimo disse...

Eu nem penso mais em português, e esse é mais um dos motivos.