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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Eu troco a sua nota de dolar por 50 centavos: que tal?

É o que está dizendo a Grécia aos seus queridos credores, europeus e outros: você me dá o seu dólar -- claro, tem de ter dinheiro novo nessa jogada, do contrário qual a graça? -- e eu lhe dou duas moedinhas de 25 centávos de dólares, que tal?
Eu acho que a Grécia poderia ir inclusive um pouco mais longe e fazer como a Argentina, que deu apenas 30 centavos de dólares para cada dólar detido por seus credores.
Me parece uma troca mais justa e apropriada ao momento.
Never mind que depois a Argentina ficou por dez anos fora dos mercados financeiros, só tendo o consolo de ver seu amigo Hugo Chávez comprar cinco ou dez bilhões de dólares de seus novos títulos da dívida (mas tendo de pagar 14% de juros por isso).
Não é problema. O essencial é dar uma de macho e aplicar um calote merecido nesses credores ingênuos que pensaram que iriam lucrar muito com os nossos global bonds e que agora vão ter de acordar para a realidade.
Nada como um calote depois do outro...
Paulo Roberto de Almeida


Grécia admite calote e sugere desconto de 50% na dívida

De acordo com o jornal local, ministro de Finanças apresentou aos parlamentares do Partido Socialista três cenários possíveis para a Grécia

23 de setembro de 2011 | 5h 03
Gustavo Nicoletta e Hélio Barboza, da Agência Estado
ATENAS - O ministro de Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse a parlamentares do seu partido que o país enfrenta o risco de um default desordenado, segundo a edição desta sexta-feira de um jornal grego. A publicação acrescenta que o ministro sugeriu um possível desconto de 50% na dívida do país. De acordo com o jornal Ta Nea, Venizelos apresentou aos parlamentares do Partido Socialista três cenários possíveis para a Grécia.
No primeiro cenário, a Europa seguiria adiante com os compromissos assumidos em uma reunião de cúpula de 21 de julho, estendendo um novo pacote de ajuda aos gregos, no valor de € 109 bilhões, mas incluindo o oferecimento aos credores do país de um programa voluntário de troca da dívida.
No segundo cenário, a Grécia não conseguiria chegar a um acordo com seus credores internacionais nos próximos dias, o que levaria o governo grego a ficar sem dinheiro no meio de outubro e o obrigaria a um default desordenado.
Sem citar fontes, o Ta Nea relata que Venizelos também indicou uma terceira opção para o país, que incluiria uma reestruturação ordenada da dívida grega, mas com os credores enfrentando uma perda de 50%. Tal cenário seria acordado com os credores e permitiria a permanência da Grécia na zona do euro, diz o jornal. O Ta Nea acrescenta que esse cenário parece estar ganhando terreno no restante da Europa.
BCE em alerta
O calote da Grécia não pode ser descartado enquanto o país mediterrâneo lutar para escorar suas finanças, disse Klaas Knot, novo representante da Holanda no conselho da presidência do Banco Central Europeu (BCE), em uma entrevista ao jornal Financieele Dagblad. Knot, que também é presidente do Banco Central Holandês, disse que o default "é um dos cenários".
"Eu não estou dizendo que a Grécia vai entrar em default", afirmou. "Eu já havia sido convencido há muito tempo que um default não era necessário, mas as notícias que chegam de Atenas não são encorajadoras", declarou. "Todos os esforços são destinados a impedir isso, mas eu agora tenho menos certeza do que tinha há alguns meses para descartar um default", disse Knot, em sua primeira entrevista desde que tomou posse no Banco Central Holandês, em julho.
Knot é uma das primeiras autoridades do BCE a admitir publicamente um possível calote da Grécia. O banco sempre insistiu que o default seria evitado a todo custo porque poderia desestabilizar a zona do euro. Mas os mercados estão cada vez mais se antecipando a este cenário, enquanto a Grécia luta para reunir condições que lhe assegurem ajuda financeira. Sem essa ajuda, o país ficará sem dinheiro em meados de outubro.
Na entrevista, Knot questionou "se os gregos percebem a seriedade da situação" e disse que "há dúvidas quanto à qualidade do governo grego e se os políticos têm um controle firme do país".
Nas próximas semanas, inspetores internacionais do BCE, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia - a chamada "troica" - vão revisar os esforços do país para amparar suas finanças. "Será tenso", declarou Knor ao jornal. "(A troica) terá de chegar à conclusão positiva de que a Grécia está fazendo o que prometeu."
Um eventual calote da Grécia poderia deflagrar o contágio para outros países da zona do euro, como Itália e Espanha. Repetindo o que havia afirmado seu predecessor Nout Wellink, Knot disse que tal cenário pode ser impedido pela ampliação substancial do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. 
Reunião
A agenda de eventos dos EUA desta sexta-feira traz como destaque o início da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. Paralelamente a esse evento, também acontecerá o encontro dos ministros de Finanças e representantes de bancos centrais do G-20. O grupo deve conceder uma entrevista coletiva por volta das 21h30 (de Brasília). As informações são do site do FMI.
As informações são da Dow Jones.

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