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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Protecao do mercado interno"!?; depois nao adianta reclamar do protecionismo dos outros...

Se é verdade que a presidente vai fazer a "defesa da proteção ao mercado interno contra a guerra cambial" (sic), depois não adianta cobrar abertura dos demais países, ou reclamar que eles são protecionistas.
Quando é que os políticos -- ainda mais se eles são, supostamente, economistas -- vão aprender que protecionismo comercial só deixa a todos mais pobres e não é solução para nada?


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Dilma vai à ONU e agenda externa sai do segundo plano

Por Sergio Leo e Fernando Exman | De Brasília
Alan Marques/Folhapress/Alan Marques/FolhapressDilma Rousseff: contra políticas recessivas e em defesa da proteção ao mercado interno contra a guerra cambial
A política externa, posta em segundo plano entre as preocupações de Dilma Rousseff nos últimos meses, ganha papel de destaque a partir da próxima semana, quando a presidente viaja para abrir a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com agenda considerada "simbólica" no Palácio do Planalto.
Dilma, que já planejava ir à Bulgária e à Bélgica, incluiu a Turquia no roteiro, para uma agenda bilateral e comercial que deve ganhar forte componente político, com o agravamento da crise diplomática entre aquele país e Israel.
As turbulências no Oriente Médio devem exigir pronunciamentos de Dilma, já que se discutirá na ONU a reivindicação palestina de constituição de um Estado - tema tabu para Israel, indesejável para os EUA e simpático a alguns governos europeus. Primeira mulher a inaugurar a Assembleia Geral, Dilma ainda não decidiu o formato final de seu discurso. Segundo auxiliares, ele certamente destacará comentários sobre as causas e as responsabilidades pela crise global, com propostas para combatê-la.
Dilma deve manter, na ONU, o mesmo discurso contra políticas recessivas e de proteção do mercado doméstico contra a guerra cambial e importações com preços desleais. Deverá defender a inclusão social como forma de reduzir os impactos da crise sobre a economia. Na política externa brasileira, a presidente reafirmará o discurso de que a segurança, a paz e a estabilidade decorrem do desenvolvimento econômico e social.
Na avaliação do governo, o Brasil, por seu histórico, pode contribuir nos debates sobre o assunto. Ainda não se decidiu, no Planalto, se Dilma falará sobre os conflitos nos países árabes ou sobre a criação do Estado Palestino, que ganhou manifestação de apoio do Brasil no governo Lula.
No fim de semana, ao encontrar autoridades da Turquia, em uma viagem que prepara a ida de Dilma ao país, provavelmente no dia 8 de outubro, o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, antecipou o tom escolhido pelo Planalto para lidar com as crises na região. Patriota condenou o "excesso de poder militar" no mundo e defendeu saídas diplomáticas negociadas para as crises com os países na região. "A guerra no Iraque e no Afeganistão mostrou os limites do poder militar. País algum solitariamente pode estabelecer a direção do mundo", disse.
A visita de Patriota também antecipou o clima de tensão que Dilma deverá encontrar na Turquia. O país expulsou o embaixador e diplomatas israelenses após Israel ter se recusado a pedir perdão pelos ataques, com mortes, a embarcações de bandeira turca que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A crise diplomática levou a boatos de que Israel se preparava para dar apoio aos rebeldes curdos, na fronteira turca com o Iraque. Os rumores foram desmentidos pelo governo israelense, de onde saíram, porém, declarações hostis à Turquia.
As tensões na região devem fazer parte da conversa que Dilma terá com o presidente dos EUA, Barack Obama, durante a viagem a Nova York. Ela terá encontros também com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o mexicano, Felipe Calderón, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o secretário-geral da ONU, Ban-Ki-Moon.
Dilma terá encontros à margem da Assembleia Geral da ONU, nos quais pretende sinalizar preocupações e prioridades de seu governo. Ela participará, por exemplo, de uma reunião sobre o combate a doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer. Dilma enfrentou um linfoma em 2009.
Ex-integrante da guerrilha contra a ditadura militar, Dilma também irá a um seminário sobre a participação das mulheres na política. E participará de eventos sobre mudanças climáticas, transparência na administração pública e segurança nuclear, além de um encontro do World Leaders Forum, na Universidade de Columbia.
Entre os outros tópicos que devem entrar no discurso na Assembleia Geral, estão o desenvolvimento sustentável e a reforma do modelo de governança global, de modo que os países emergentes tenham maior voz no processo decisório do sistema internacional. Um dos objetivos do Brasil é obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Dilma, em outubro, participará ainda da reunião de cúpula Mercosul-União Europeia, em Bruxelas, como demonstração do interesse em reforçar os laços com os países europeus. Com a Turquia, os ministros preparam uma agenda também de forte conteúdo econômico, que inclui cooperação em vigilância sanitária, energias renováveis e defesa (o Brasil quer vender aviões Supertucano para as Forças Aéreas turcas).
A agenda externa de Dilma inclui, também, viagem a Durban, na África do Sul, para o encontro de chefes de Estado do Ibas, o grupo de Índia, Brasil e África do Sul. As revoltas na Líbia e Síria serão tema obrigatório do encontro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nem as bicicletas escaparam:
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/governo-aumenta-imposto-de-importacao-de-bicicletas-e-ja-estuda-elevar-ipi

Fábio