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sexta-feira, 2 de março de 2012

"Brasil declara guerra cambial" - Contra si mesmo???

Curiosas essas matérias de imprensa, e curiosos esses jornalistas, que acham que o Brasil vai começar, e ganhar, uma "guerra cambial", ou seja lá o que isso queira significar...
Quem fala em "guerra cambial" -- um termo absolutamente inapropriado e totalmente equivocado -- é o próprio governo, que distraído, parte em guerra contra ele mesmo...
Pois é, o governo provoca a valorização do real, ao manter juros estratosféricos (que mesmo a 10% são o triplo, ou o quádruplo da média mundial), e depois diz que vai lutar contra a "guerra cambial", como se esta nos fosse imposta por americanos -- que despejam, isso é certo, dólares no mundo -- e por chineses -- que espertamente colam sua moeda à divisa americana para não perder partes de mercado.
Mas vocês já se deram conta da imensa bobagem proclamada por Mantega e outros neófitos da "guerra cambial"?
Os EUA estão ficando mais pobres, ao desvalorizar sua moeda, e eles o fazem por absoluta necessidade, já que de outro modo o ajuste seria ainda mais brutal. Os chineses apenas defendem seu modelo exportador, fazendo ajustes cambiais dirigidos, algo que o Brasil praticou durante 40 anos seguidos (e o mundo não nos acusou de fazer "guerra cambial", ainda que manipulássemos o câmbio).
O governo é absolutamente risível, ou patético, ao falar de guerra cambial.
Deveria cuidar das suas contas, o que ele não faz...
Paulo Roberto de Almeida

Jornais estrangeiros veem nova ‘guerra cambial’

Blog Estadão, 2 de março de 2012 | 7h00
Sílvio Guedes Crespo
Os dois principais jornais de economia e finanças do mundo, o americano “Wall Street Journal” e o britânico “Financial Times”, publicaram reportagens nesta sexta-feira, 2, a respeito das medidas tomadas pelo governo brasileiro para tentar conter e valorização do real.
O primeiro diz no título da reportagem que o “Brasil intensifica a batalha para frear a alta do real”, enquanto o segundo afirma que
o País “declara uma nova guerra cambial”.
Ambos reforçaram a informação, já comentada em sites na quinta-feira, de que a mudança no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) tem pouco efeito no mercado, mas vale como um sinal de que o governo está disposto a usar suas munições para conter a apreciação do real.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que a taxa de 6% de IOF sobre empréstimos no exterior, que incidia apenas as operações com vencimento de até dois anos, passaria a valer também para aquelas com prazo de até três anos.
Paralelamente, o Banco Central vem atuando no mercado de câmbio, por meio da compra de dólares à vista e no mercado futuro.
O governo argumenta que a política de afrouxamento monetário dos países ricos (o que inclui emissão de moeda) faz aumentar a quantidade de recursos nas mãos dos investidores, que, por sua vez, levam parte desse capital para países emergentes, como o Brasil, de forma especulativa.
“O ministro da Fazenda do Brasil e a presidente estão defendendo a moeda deles”, afirma o “Journal”.
No “FT”, o texto da versão impressa limita-se a descrever e explicar as medidas do governo brasileiro. Mas um artigo no blogBeyondBrics, do mesmo jornal, traz uma opinião sobre o caso. Recomenda que os investidores não ignorem “retórica belicista” de Mantega porque “desta vez a presidente se envolveu com a questão”.
Além disso, “Mantega sabe que tem grande parte do mundo emergente do seu lado”. O Peru e a Coreia do Sul também adotaram medidas de controle de capital.
China
Em outra reportagem, o “Journal” diz que a China está diversificando seus ativos, de modo a reduzir a participação do dólar em suas reservas, “uma tendência que pode significar menor fluxo de capital oriundo de Pequim e um possível aumento dos custos de empréstimos na economia americana”.

Um comentário:

Lucas Andrade disse...

http://pebrasil.files.wordpress.com/2012/03/as_relacoes_brasil_eua_1-15.pdf