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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Brasil recua (6): mas a corrupcao avanca - o Mensalao existiu?


Em quem você pretende acreditar: num advogado mentiroso ou num presidente mentiroso?
Um dos protagonistas principais acusou o chefe da quadrilha de comprar partidos inteiros; o chefe do chefe reconheceu, e disse que se sentia traído. Hoje, diz que tudo foi invenção da imprensa.
Em quem você quer acreditar?
Nos mentirosos de ontem, nos mentirosos de hoje, ou nos mentirosos de sempre?
Sempre existem mentirosos, isso é certo.
Duas matérias: escolha na qual quer acreditar: no jornal do chefe da quadrilha, ou num colunista consagrado?
Paulo Roberto de Almeida 


Mensalão foi mentira de Roberto Jefferson para derrubar José Dirceu, admite advogado

Correio do Brasil, 12/8/2012 13:16,  Por Redação - de São Paulo
Jefferson
Roberto Jefferson teria inventado a história para se vingar de Dirceu
O julgamento da Ação Penal 470, apelidado de ‘mensalão’ pela mídia conservadora, sofrerá nesta segunda-feira a sua maior reviravolta. Advogado do deputado cassado RobertoJefferson, autor da denúncia de compra de votos por parte de um esquema audacioso, montado para que o Partido dos Trabalhadores (PT) permanecesse indefinidamente no poder, segundo a tese do ‘mensalão’, Luiz Francisco Corrêa Barbosa dirá à Superma Corte que tudo não passou de uma mentira, de uma invencionice de seu cliente. Os recursos entregues pelo PT ao PTB, no total de R$ 4 milhões, eram, na verdade, o cumprimento de um acordo para financiamento de campanhas municipais em 2004.
Corrêa Barbosa adiantou a sua linha de defesa do cliente em uma entrevista publicada neste domingo em um portal da internet. O advogado confessa que a tal mesada, supostamente paga a parlamentares, foi “objeto de coação”. Jefferson, que se dizia pressionado pelo partido, criou a palavra como figura retórica para se vingar de seus algozes. O segundo conceito é o caixa 2, como já admitido por réus, como Delúbio Soares. Com essa confissão pública, Jefferson derruba a tese central da peça de acusação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estruturada em mais de cinco horas de leitura, no início do julgamento, sobre as mentiras do ex-parlamentar petebista.
Barbosa criticou, ainda, as falhas na denúncia de Gurgel. Segundo ele, a defesa do operador do ‘mensalão’, Marcos Valério, feita pelo advogado Marcelo Leonardo conseguiu desconstruir a tese do procurador-geral.
– A casa caiu! – exclamou, em entrevista ao portal iG.
Jefferson
Corrêa Barbosa, advogado de jefferson, seguirá a mesma linha da defesa de Delúbio Soares, de que o esquema não passava de caixa 2
Segundo o advogado, “ele (Leonardo) indicou provas em juízo, ao crivo do contraditório, que não são aquelas que indicou o procurador-geral (da fase pré-processual e em tese sem validade, conforme a defesa dos réus no processo). Essa ação penal vai terminar com um festival de absolvições porque não tem provas contra quase ninguém”. Barbosa também ratificou que Roberto Jefferson de fato recebeu R$ 4 milhões do PT. Na época, o PTB negociou com o PT a concessão de R$ 20 milhões. Segundo a defesa do petebista, esse dinheiro serviu para o custeio das campanhas municipais de 2004. A defesa de Jefferson nega que o depósito de R$ 4 milhões foi utilizado para a compra de apoio político do partido visando a aprovação da reforma da previdência.
– Não há um elemento de prova no processo a não ser a palavra dele (Roberto Jefferson) de que ele recebeu esses R$ 4 milhões – revela.
Na entrevista em vídeo concedida ao iG, Barbosa confirma que também vai defender, em favor de Jefferson, a mesma tese apresentada pela defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, entre outros, segundo a qual o pagamento de congressistas denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) não passou de um mero esquema de Caixa 2 (pagamento de despesas de campanha não declaradas à Justiça Eleitoral).
Na semana passada, o presidente do PTB já fez essa revelação ao dizer “José Dirceu me derrubou, mas livrei o Brasil dele”. Essa “vingança” mobiliza o debate político no Brasil há sete anos e boa parte da acusação de compra de votos está ancorada no testemunho de um personagem que, agora, desdiz tudo o que havia dito.
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MEMÓRIAS DO MENSALÃO

Crime é crime, e ponto. Mentira é mentira

(Comentário aqui publicado em 5.9.2005)
De Lula, hoje, em São Paulo:
- Se aguém achou que poderia fazer conflito político, criar conflito político, exagerar mais ou menos, achando que ia afetar a economia e o país sair do trilho, caiu do cavalo.
Pirou. Ou não: quer de forma indireta acusar adversários de atiçarem a crise política para derrubar a economia.
Tudo o que adversários de Lula fizeram até agora foi evitar que a crise, criada pelo governo e o PT, contaminasse a economia. Estão sendo condescendentes com o ministro da Fazenda, por exemplo, enrolado em histórias suspeitas. E com o próprio Lula.
Representantes de fundos de pensão foram ouvidos em sessão reservada da CPI dos Correios - justamente para evitar que a economia corresse o risco de ser afetada pelo que dissessem.
Deus e o mundo fizeram de conta de que Lula nada tinha a ver com a crise - até o dia em que ele pôs a crise no próprio colo. Assim procedeu quando disse o que disse na sua famosa entrevista em Paris.
Ali, Lula tentou induzir os brasileiros a pensarem que a dinheirama da dupla Delúbio-Valério era caixa 2 de campanha, e tão somente isso. Como se a admissão de um crime praticado por todos os partidos fosse capaz de atenuar o crime.
O fato de a mistificação e a mentira serem instrumentos correntes entre os políticos (mas não só entre eles) está longe de amenizar o fato de que Lula mistifica e mente.


Um comentário:

Eduardo Rodrigues, Rio disse...

Bandidagem sem limites.

-- Projeto quer anistiar mensaleiros na Câmara --
http://congressoemfoco.uol.com.br/projeto-quer-anistiar-mensaleiros-na-camara.html