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sábado, 22 de setembro de 2012

Ainda a questao da ENORME classe media brasileira

Depois de ter postado uma pequena coluna de Carlos Brickmann, que também se surpreendia, como eu, que o governo considere que qualquer pessoa que ganhe mais de 291 reais por mês já pertence à classe média, um Anônimo, provavelmente da SAE, escreve anonimamente -- como sempre acontece com quem tem vergonha de sustentar um debate pessoalmente, ou tem vergonha de trabalhar para esse governo que está aí -- para me mandar este pequeno trecho do que deve ser o perfeito manual da ascensão à classe média por obra e graça do governo.
Não tem problema, eu tiro da nota de rodapé e promovo a post por inteiro, e ainda faço um comentário inicial.
O porta-voz da nova e genial trouvaille governamental, ao anunciar, orgulhosamente, que a classe média agora era maioria no país, dizia que o governo continuaria trabalhando, desta vez em favor da classe média, e não apenas dos pobres e miseráveis.
Dizia esse economista, tecnicamente muito qualificado, mas atingido de governice incontida, que o governo iria desenvolver "políticas para a classe média".
Eu teria muita coisa a dizer sobre esse acesso de intervencionismo declarado e aberto, mas só vou ficar neste comentário: Por que não deixam a classe média tranquila, cuidando dos seus assuntos? Por que é que vão ainda descobrir como fazer outras bondades, desta vez políticas setoriais para a classe média? Por que é que vão arrancar mais algum dinheiro da classe média para beneficiar a classe média? Não seria melhor deixá-la quieta, no seu canto, consumindo por sua própria conta, sem que o governo se apoquente a lhe "provocar" mais felicidade?
Era isso...
Paulo Roberto de Almeida 

Anônimo disse...

"Crescimento da classe média não é igual à redução na pobreza
Muitas vezes se associa o crescimento da classe média à redução na pobreza. Embora exista uma relação próxima entre esses dois eventos, eles não são necessariamente um o reflexo do outro. Existem essencialmente duas razões para isso. Em primeiro lugar, existe uma classe intermediária entre os pobres e a classe média. Trata-se do grupo que denominamos vulneráveis. São aqueles que vivem em famílias com renda acima da linha oficial de pobreza (R$162 per capita4), porém abaixo do limite inferior para ingressar na classe média (R$291 per capita). Dessa forma, reduções na pobreza que se limitem a expandir o grupo de vulneráveis não terão impacto algum sobre o tamanho da classe média. Em segundo lugar, deve-se lembrar que o tamanho da classe média também é influenciado pela desejável ascensão de parte de seus membros à classe alta.
Assim, deve-se reconhecer que a evolução do tamanho da classe média é o resultado líquido da diferença entre o número de pessoas que ascenderam da classe baixa (pobres e vulneráveis) para a média e o número de pessoas que ascenderam da classe média para a alta."

*in:"VOZES DA CLASSE MÉDIA"; Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Documento disponível no link: http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Vozes-Classe-Media_20SETFinal.pdf

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