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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Brasil e Brics: desafinidades eletivas?

Brasil não está aproveitando potencial do Brics para se projetar, afirma Rubens Barbosa

Ex-embaixador e presidente do Coscex da Fiesp, coordenou debates em seminário da Fiesp sobre influência brasileira no mundo
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
Há uma defasagem entre o que se espera do Brasil e o que o país está dando em contribuição, avaliou nesta terça-feira (10/12) o ex-embaixador e presidente do Conselho Superior do Comércio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa. Ele acredita que o país está perdendo oportunidade por não aproveitar o potencial para política externa do Brics – grupo de países emergentes formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.
Seminário Soft-Power. Rubens Barbosa. Foto: Everton Amaro
Rubens Barbosa: 'O setor privado pode participar desse esforço de projeção do Brasil no exterior'. Foto: Everton Amaro
“O Brasil é o país que mais tem a ganhar no Brics. Nós temos aspectos positivos, e aproveitar o grupo seria uma coisa muito importante como braço executivo da politica externa”, afirmou Barbosa, durante o seminário A Influência do Brasil no Sistema Internacional: Soft-Power, realizado em conjunto pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e a Fiesp, com o objetivo de avaliar a atuação do Brasil no cenário internacional.
“Há uma defasagem entre o que se espera do Brasil e o que país está dando em contribuição. Essa presença maior do Brasil exige uma visão de médio e longo prazo que, na minha percepção, nós não temos. E esse é um dos pontos importantes”, ressaltou o ex-embaixador.
Medidas
Barbosa recomendou algumas medidas que o Brasil pode tomar para fortalecer o seu soft-power, ou seja, sua capacidade de influenciar e persuadir por meio de seu poder de inspiração e atração, sem uso de força ou coação.
“A primeira questão que se coloca é a ampliação da coordenação entre o Itamaraty com o Ministério da Agricultura, com os ministérios da Fazenda, Ciências e Tecnologia, Educação, Cultura, para que ações setoriais sejam vistas como parte de uma politica coerente e consequente do governo brasileiro”, sugeriu.
Entre outras recomendações, Barbosa, que já foi embaixador do Brasil em Washington e Londres, alertou para a necessidade de criar um instituto brasileiro nas principais capitais do mundo para repercutir a marca do país.
Instituto Brasil
“Está chegando o momento de criar o Instituto Brasil, o qual faria um trabalho nos moldes do Instituto Cervantes, da Espanha, Confúcio, da China”, afirmou ele. “Baseados em algumas principais cidades, eles seriam caixa de repercussão da cultura brasileira. Nós temos arquitetura, artes, tem muita coisa que esses institutos poderiam desempenhar”, acrescentou.
Segundo Barbosa, o Brasil só vai conseguir melhorar sua presença na cena externa se houver o fortalecimento da Agência Brasileira de Cooperação, com recursos para colocar em prática decisões políticas, e do Departamento Cultura do Itamaraty.
O ex-embaixador defende ainda a criação de um departamento de diplomacia pública “para coordenação da política de divulgação do Brasil no exterior”, e uma abertura na atuação do setor privado na promoção do soft-power brasileiro.
“O setor privado pode participar desse esforço de projeção do Brasil no exterior. Há exemplos em países da África em que houve a participação do Senai. Poderíamos, junto com o governo, ampliar essa participação. É um fator importante porque representa também treinamento, assistência técnica para a indústria desses países”, concluiu.

 

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