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domingo, 19 de janeiro de 2014

Eugenio Gudin: um liberal classico, homenageado pela ACRJ

ACRJ cria Prêmio de Jornalismo e exposição sobre a vida e obra de Eugênio Gudin

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) vai homenagear, durante todo o ano de 2014, um dos maiores expoentes do pensamento neoliberal do país, o economista e ex-ministro da Fazenda Eugênio Gudin. Segundo o presidente da entidade, Antenor Barros Leal, a medida visa recolocar os ideais do patrono dos economistas na memória dos brasileiros. Da série de homenagens que ocorrerão, dois eventos já estão confirmados. Os lançamentos, no segundo semestre, do Prêmio Visconde de Mauá de Jornalismo Eugênio Gudin, que concederá viagens internacionais aos dois primeiros colocados, e de uma exposição sobre sua vida e obra. Ainda de acordo com Barros Leal, o economista e ex-presidente do Banco Central durante o governo FHC, Gustavo Franco, será o responsável por uma comissão julgadora que vai escolher os dois vencedores do prêmio e que organizará a mostra. No último dia 27 de novembro, Barros Leal e Gustavo Franco se reuniram na Casa de Mauá para discutirem sobre o assunto.
Gudin sempre afirmou que a inflação era o mais cruel dos impostos e que ocasionava uma tragédia distributiva
“Não podemos deixar que a grande obra de Eugênio Gudin, um dos primeiros homens a discutiu a realidade econômica brasileira, caia em esquecimento. Em 2014 nós examinaremos profundamente sua obra e faremos seminários para divulgá-la. Até porque ele tem uma ligação conosco muita boa. Foi sócio honorário da Casa por quinze anos, desde abril de 1971”, lembrou Barros Leal.
Nascido em 12 de julho de 1886 no Rio de Janeiro, Eugênio Gudin formou-se em Engenharia Civil e, ao longo de 100 anos de vida, trabalhou por muito tempo em empresas estrangeiras. No cenário econômico nacional, teve atuação, em 1944, como delegado brasileiro na Conferência Monetária Internacional, realizada em Bretton Woods (EUA), que decidiu pela criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD); governador brasileiro junto ao FMI e BIRD de 1951 a 1956 e Ministro da Fazenda no governo Café Filho, entre 1954 e 1955. Discutiu de forma qualificada os principais problemas econômicos brasileiros e procurou adaptar a teoria desenvolvimentista dos países de primeiro mundo à realidade dos subdesenvolvidos.
Segundo o economista e presidente do Conselho de Governança do Instituto Millenium, Gustavo Franco, Gudin esteve à frente do seu tempo ao combater durante toda a vida a ideia de que a inflação era funcional, necessária ou mesmo inevitável para o desenvolvimento econômico. O ex-presidente do Banco Central afirmou ainda que os ideais de educação em conexão com a nossa competitividade, sustentabilidade das contas públicas, responsabilidade fiscal e moeda sadia tiveram origem ilustre nesse grande homem.
“Gudin sempre afirmou que a inflação era o mais cruel dos impostos e que ocasionava uma tragédia distributiva. Acreditava ser essencial que homens treinados e educados enfrentassem o desafio da concorrência com vistas a procurar a inovação e a competitividade. Era esse o coração do processo de desenvolvimento autossustentado que deveria ser baseado em incentivos corretos e na iniciativa privada, e não em proteção tarifária e outros artificialismos”, avaliou.
O ex-presidente do Banco Central afirmou que refazer a trajetória intelectual de Eugênio Gudin, um dos mais destacados pioneiros do ensino e pesquisa em economia no Brasil, é uma tarefa empolgante. Ele comemorou ainda o bom relacionamento entre a Associação Comercial do Rio de Janeiro e o Instituto Millenium.
“Como presidente do Conselho do Instituto Millenium, instituição comprometida com os valores próprios da economia de mercado, a liberdade e a democracia, não poderia estar mais entusiasmado com essa homenagem e com as possibilidades de colaboração com a ACRJ que se abrem para o Millenium. Oxalá possamos iniciar um ciclo de reflexões sobre o futuro do país à luz das ideias ainda muito atuais do professor Eugenio Gudin”, concluiu.
Fonte: Associação Comercial do Rio de Janeiro


Um comentário:

Anônimo disse...

Fui muito influenciado pelo pensamento do Eugênio Gudin. Passei a conhece-lo por artigos publicados na revista da Associação Comercial de São Paulo. Economistas altamente gabaritados como ele e o Roberto Campos fazem muita falta. Somos obrigados a nos contentar com economistas como o Mantega e a Dilma. Que Deus nos ajude.