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sábado, 18 de janeiro de 2014

O Afeganistao tem solucao? Provavelmente nao! Nem sem rima. Um Estado mais que falido...

Certos Estados, reconhecidos como tais pela ONU, não reunem, na verdade, condições mínimas para figurar nessa categoria, e isso não tem nada a ver com o colonialismo, com a dominação ocidental, as invasões imperialistas, e outras bobagens do gênero.
Isso tem a ver com a incapacidade de suas elites de governarem o país de uma forma minimamente racional, o que provocou uma situação de anomia absoluta que impede qualquer forma de governança de se estabelecer como Estado normal. Eles estão além da falência, já passaram para a situação de caos permanente.
O Haiti arriscou cair nessa situação e só escapou de cair no precipício por causa da intrevenção estrangeira. Agora, ele vai cair no colo da assistência pública internacional e vai viver nessas situação pelos próximos 50 anos, até dispor de elites capazes de assumir suas responsabilidades.
Somália e Afeganistão, República Centro-Africana, Sudão do Sul e alguns outros já estão numa, ou se dirigem rapidamente para, uma situação terminal.
Não vejo nenhuma solução fácil ou minimamente aceitável, sem enormes custos humanos, no futuro previsível. Não existem elites nacionais capazes de endireitar a situação. Daí o sacrifício do Ocidente, que em outros tempos se chamava o fardo do homem branco.
Isso apenas nos confirma que certos indivíduos, determinadas sociedades e pelo menos uma religião em particular não pertencem ainda ao século 20, mas a um universo muito primitivo, eu até diria troglodita. Assim é o mundo, infelizmente, um lugar que está mais para Hobbes do que para Locke ou Kant. Um dia virá, mas para certos povos, isso ainda vai exigir pelo menos três ou quatro gerações. Isso se o Ocidente não desistir, claro.
Mas o preço a pagar é esse aí, como figura na matéria abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 

Atentado em Cabul deixa 16 mortos, a maioria estrangeiros

Representante do FMI e três membros da ONU estão entre as vítimas do ataque

Forças de segurança afegãs deixam o local de um ataque suicida em um restaurante de Cabul, no Afeganistão. O restaurante libanês é popular entre os estrangeiros e afegãos ricos
Forças de segurança afegãs deixam o local de um ataque suicida em um restaurante de Cabul, no Afeganistão. O restaurante libanês é popular entre os estrangeiros e afegãos ricos (Massoud Hossaini/AP)
Um atentado suicida reivindicado pelo grupo terrorista Talibã deixou ao menos dezesseis mortos em um restaurante de Cabul, no Afeganistão. Entre as vítimas estão três funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) e um representante do Fundo Monetário Internacional (FMI). O atentado foi perpetrado na hora do jantar, em um popular restaurante libanês no distrito de Wazir Akbar Khan, que abriga muitas embaixadas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon condenou o ataque e lamentou a morte dos membros das Nações Unidas. "Estes ataques voltados contra civis são completamente inaceitáveis", afirmou. Em um comunicado, a diretora do FMI, Christine Lagarde, informou que o libanês Wabel Abdallah, de 60 anos, que chefiava o escritório da organização em Cabul desde 2008, é uma das vítimas. "É uma notícia trágica e nós estamos devastados", disse ela.

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A explosão no local abriu caminho para dois atiradores entrarem no restaurante e começarem a disparar contra as pessoas que estavam no estabelecimento. Os tiros puderam ser ouvidos durante vários minutos (entre 10 e 20 minutos, segundo relatos) e a principal rua que leva à área foi isolada. O porta-voz do Ministério do Interior, Sediq Sediqi afirmou que dois atiradores foram mortos pelas forças de segurança.
Estratégia terrorista - Segundo o jornal The New York Times, fontes afegãs e ocidentais disseram que pelo menos treze mortos eram estrangeiros. O jornal pontua que o atentado representa uma mudança na estratégia regular do Talibã, que geralmente prefere atacar alvos cercados de segurança, como prédios do governo e símbolos da presença ocidental no país, como a embaixada americana.
Retirada – O atentado ocorre no momento em que a maior parte das forças estrangeiras se preparam para deixar o Afeganistão este ano, depois de mais de uma década marcada por ataques frequentes. Washington negocia com o presidente Hamid Karzai um acordo que permitiria a permanência de algumas tropas americanas no país.
As preocupações com segurança aumentaram no Afeganistão com a proximidade da eleição presidencial marcada para abril, quando a população vai eleger o sucessor de Karzai. Se nenhum acordo for alcançado entre os EUA e o governo local, as forças afegãs terão de enfrentar os terroristas por conta própria.
(Com agência Reuters)

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