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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os mitos em torno do golpe militar de 1964 - um texto de Paulo Roberto de Almeida

Como:
(a) estamos há meio século do golpe militar que derrubou o governo João Goulart em 1964, e inaugurou um regime que deveria durar poucos anos de restauração, mas acabou durando 21 anos, e
(b) como os supostos derrotados naquela oportunidade estão hoje no poder, e ocupados em "vender" -- em alguns casos impor -- sua versão da história, e
(c) como, finalmente, eu sou alguém que preza antes de mais nada a verdade, também pretendo participar das "comemorações" dos 50 anos do golpe, mas à minha maneira.
Ou seja, fui um opositor, desde o início, do regime militar, participei de manifestações estudantis e me preparava para lutar contra o regime -- sim, à maneira de muitos daqueles que hoje fazem de conta que lutavam pela democracia, quando na verdade pretendiam um belo regime à la cubana, ou talvez maoista no Brasil -- mas resolvi sair do Brasil, ao constatar a insanidade dos projetos dos opositores do regime. Ainda assim, permaneci na oposição ao regime militar durante todo o seu período, o que significa que também fui aderente das teorias que pretendiam, e pretendem ainda, que antigamente tínhamos um belo regime democrático comprometido com reformas, perversamente interrompido por militares de direita, mancomunados com os anticomunistas da burguesia e aliados aos imperialistas, e portanto totalmente submissos aos ditamos do império.
Tudo isso é uma grande bobagem, e para não deixar em branco estas minhas palavras, pretendo escrever alguns artigos sobre esse período, com minha proverbial honestidade intelectual.
Para começar, reproduzo aqui um artigo da série "Falácias Acadêmicas", que trata do período.

Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964, Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referência nos manuais didáticos e paradidáticos. Espaço Acadêmico (n. 95, abril 2009); Espaço da Sophia (n. 26, maio 2009). 1990

Neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1990FalaciaAcad7Maniq1964.pdf

O esquema do trabalho é o seguinte:

1. Ossificação ideológica e revisionismo histórico: interpretações abertas
2. O maniqueísmo em torno do golpe de 1964: triunfo de uma escola
3. Mitos do governo Goulart: reformas de base e autonomia frente ao império
4. Desmontando os mitos: instabilidade política e incapacidade de reformar
5. Desmontando os mitos: uma análise das ‘reformas progressistas’
6. Balanço econômico do governo Goulart: uma visão pouco complacente

Seguirei escrevendo sobre o período.
Paulo Roberto de Almeida

2 comentários:

Carlos Adriano disse...

Muito bom Dr.Paulo! E há ainda quem defenda esse “Um dia na
vida de Brasilino” do PCdoB, e (acredite ou não) quem os defende são (infelizmente) professores universitários e pesquisadores. Queria saber do senhor se houve ou não ameaça comunista que justificasse a tomada dos militares no poder? Historiadores estão argumentando que isso é uma mera desculpa, e justificam isso com base no livro “La política em Chile desde 1810 a la caída de Allende”. Em que Augusto Pinochet utilizou a retórica de necessidade de golpe para salvar o Chile da "desagregação total" que acusavam o governo Allende de promover por meio de seu projeto socialista.Será que esse tema poderia ser objeto dos seus próximos posts?(caso queira).Outros argumentam que o PCB não entrou na luta armada, nem participou da Guerrilha. E classificam essa idéia de golpe comunista como esfarrapada.
Além de tudo, alegam a falta de uma estratégia revolucionária de curto prazo que justificasse o "medo comunista" usado como desculpa para o golpe de 64. Utilizam como contraprova os seguinte sites:
http://pcb.org.br/portal/docs/historia.pdf

http://pcb.org.br/portal/docs/historia.pdf

ZE_Ninguém disse...

--Professor, abaixo um link para acompanhar o desempenho dos cubanos no Mais Médicos, vale conferir!

http://www.perito.med.br/