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quarta-feira, 19 de março de 2014

De volta a 1964, e mais alem: comentarios sobre fatos historicos - a guerrilha no Brasil

Na sequência deste meu post:

segunda-feira, 17 de março de 2014

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recebi diversos comentários, alguns curtos, outros longos, mas todos focados no objetivo de comprovar o caráter absolutamente nefasto da guerrilha comunista que tivemos no Brasil em meados dos 1960.
Eu iria escrever "em reação ao golpe militar", mas me dei conta que a expressão não se aplicava e de fato seria totalmente equivocada, não só em relação ao Brasil, mas para outros países latino-americanos também.
Cuba não foi suspensa da OEA apenas por ser comunista, ou marxista-leninista, como pretendia Fidel desde 1961.
Fidel apoiou movimentos guerrilheiros na Venezuela e na América Central desde essa fase, e o governo venezuelano de então, recém saído de uma ditadura militar, levou o caso da intervenção armada cubana nos seus assuntos internos imediatamente após sua proclamação marxista-leninista de abril de 1961.
De fato, mesmo que não houvesse golpe militar no Brasil, em 1964, os comunistas cubanos já estavam preparando guerrilheiros e movimentos armados para atuar no Brasil, talvez ainda no governo Goulart, possivelmente no governo seguinte (a reunião da OLAS, em Havana, se deu em 1965, que é quando Guevara ainda estava no Congo, mas já se preparava para voltar à América Latina).
Enfim, depois desta pequena introdução, dois dos comentários recebidos.
Paulo Roberto de Almeida 


Luiz Eduardo Rocha Paiva compartilhou a postagem de seu blog no Google+
 Luiz Eduardo Rocha Paiva
Diga-me um caso histórico de guerra contra-revolucionária que não tenha sido violenta. Agora, me aponte uma que tenha sido menos traumática do que a brasileira.
 Ambos os lados defendiam seus ideais. No governo e na oposição legal, havia a visão de futuro de um país democrata e na luta armada a de um país comunista, como reconhecido por ex-militantes sinceros.
Toda guerrilha começa fraca e se tiver apoio popular ou controlar a população consegue se fortalecer e firmar. Se o Governo não agisse com oportunidade, hoje poderíamos ter uma FARC como a Colômbia ou as consequências que vi na conflito em El Salvador – mais de 70 mil mortos, 400 mil desabrigados, um milhão de refugiados nos EUA – tudo isso num país de sete milhões de habitantes e do tamanho de Sergipe.
A sociedade apoiou o Estado contra a luta armada e, por isso, sua neutralização levou apenas nove anos. A anistia não foi para pacificar a sociedade, mas sim grupos antagônicos radicais delimitados, à esquerda e à direita, que poderiam dificultar a redemocratização.
 A esquerda revolucionária no Brasil não teve o reconhecimento de nenhuma democracia e de nenhum organismo internacional de que representasse parte do povo brasileiro e lutasse por democracia. 
É hipocrisia a condenação dos governos militares por quem professava e ainda professa a ideologia de ditaduras totalitárias responsáveis pelos maiores crimes contra a humanidade como foram a União Soviética e a China maoísta. Se conquistassem o poder, cometeriam atrocidades, no mínimo, iguais às de Cuba de Fidel, ícone de nossos governantes.
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Prezado Embaixador Paulo Roberto Almeida,
[corrijo: não sou embaixador, apenas ministro de segunda classe]

Esta mensagem que recebi, embora longa, poderá ser avaliada para utilizar parte ou toda ela, no sentido de informar aqueles que, não tendo vivenciado aquela época, desconhecem esses fatos narrados pelo ilustre historiador, ou mesmo para relembrar aos que a vivenciaram e estejam necessitando de serem  relembrados (particularmente os que tem procurado reescrever a história – no caderno Ilustríssima do último domingo o Sr. José Serra contou os fatos daquela época da maneira que a viu e somente se preocupou em descrever o que interessava a ele, declarando, inclusive (sic) “Esse é um mito que ficou.   Insisto: nada mais fantasioso do que supor que o Brasil pudesse virar uma Cuba ou que a esquerda, em 1963-64, estivesse se armando.”
Parabéns pelo seu trabalho imparcial, em busca da verdade.
Atenciosamente,
Gilberto Serra – Gen Bda Ref

A verdade dos fatos
25 de julho de 2012
Por Carlos I. S. Azambuja - Historiador.

Você sabia?
- Que no governo João Goulart algumas organizações de esquerda condenavam a luta pela reforma agrária, porque seu triunfo daria origem a um campesinato conservador e anti-socialista? Isso está escrito na página 40 do livro "Combate nas Trevas", de Jacob Gorender, que foi dirigente do PCB e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, em 1967.
- Que no governo João Goulart já existiam campos de treinamento de guerrilha no Brasil?
- Que em 4 de dezembro de 1962, o jornal "O Estado de São Paulo" noticiou a prisão de diversos membros das famosas Ligas Camponesas, fundadas por Francisco Julião, num campo de treinamento de guerrilhas, em Dianópolis, Goiás?
- Que afora o PCB, por seu apego ao ortodoxo "caminho pacífico" para a tomada do poder, foram os trotskistas o único segmento da esquerda brasileira que não pegou em armas nos anos 60 e 70?
- Que o primeiro grupo de 10 membros do Partido Comunista do Brasil – então partidário da chamada linha chinesa de "guerra popular prolongada" para a tomada do poder - viajou para a China ainda no governo João Goulart, em 29 de março de 1964, a fim de receber treinamento na Academia Militar de Pequim? E que até 1966 mais duas turmas foram a Pequim com o mesmo objetivo? (livro "Combate nas Trevas", de Jacob Gorender).
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