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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Futebol, Brasil, FIFA, corrupcao, ineficiencia, incompetencia: andam juntos? - Carlos Brickmann

Brigando com os fatos. Carlos Brickmann, para o Observatório da Imprensa
(*) Especial, Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), 
Circo da Notícia, 23 de julho/2013

O esporte nacional não é mais o futebol. O esporte nacional é bater na FIFA, organizadora da Copa do Mundo. Não importa o que a FIFA diga, está errado - mesmo quando o que a FIFA diz está de acordo com as opiniões de quem a critica. Trata-se a FIFA, nos meios de comunicação, como se fosse uma entidade todo-poderosa, acima dos países e governos, a quem humilha por pura maldade, embora a FIFA seja apenas, para o bem e para o mal (e frequentemente para o mal, já que há inúmeros casos de corrupção a ela relacionados, que sempre procurou contornar em vez de esclarecer), uma empresa privada, não pertencente a Governo nenhum, criada e operada com o objetivo exclusivo de desenvolver seus negócios e dar lucros.
Alguns fatos básicos têm sido esquecidos pelo jornalismo deste país - inclusive que, sob o comando da FIFA, o futebol cresceu constantemente no mundo inteiro. Como lembrava o ex-presidente João Havelange, há mais países filiados à FIFA do que à ONU. As tentativas de minar a organização internacional (como a formação de times não-afiliados, em especial o Millonarios, da Colômbia, que reuniu em certa época alguns dos maiores nomes do futebol mundial) sempre falharam. Estarão todos errados, não haverá ninguém que se salve?

1 - A FIFA não pediu ao Brasil para organizar a Copa. Vários países, entre eles o Brasil, pediram à FIFA que os escolhesse para realizar o torneio. Entre vários candidatos, o Brasil venceu - não apenas a CBF, Confederação Brasileira de Futebol, mas o Estado brasileiro, já que o presidente da República participou das articulações para que o país fosse escolhido e assinou, oficialmente, uma carta em que se comprometia a realizar ou garantir uma série de providências. Entre elas, por exemplo, providenciar a permissão de venda de cerveja nos estádios, o que era vedado pela lei brasileira. O Brasil poderia ter rejeitado a exigência e a FIFA ou aceitaria a decisão ou realizaria a Copa em outro país. Simples assim.

2 - A FIFA não determinou que o Brasil construísse estádios em cidades onde o futebol não é lá muito popular. Brasília, Manaus, Campo Grande provavelmente terão problemas para utilizar os estádios depois da Copa. Quem escolheu essas cidades? O Governo brasileiro e a CBF. Se Belém fosse escolhida, em vez de Manaus, para a FIFA não faria diferença. E no Pará o futebol é esporte popular. Em Goiânia há um belo estádio que poderia ser modernizado a custo muito inferior ao da construção de um novo. Em Brasília é bem mais difícil utilizá-lo - a tal ponto que querem importar jogos cariocas para dar-lhe sentido.

3 - A FIFA não determinou, também, que a Copa se realizasse em doze cidades-sede. Doze é muito; encareceu as obras (o que talvez tenha deixado muita gente satisfeita), encarecerá o turismo, tornará mais cansativo e mais caro o giro das seleções. Por que doze, e não seis? Porque o Brasil assim o quis.

4 - O Brasil precisa de escolas, hospitais, transporte, e não de novos estádios. Voltamos à questão inicial: a opção foi oficial, brasileira. Para realizar a Copa, seria preciso deixar os estádios confortáveis, modernos, prontos para transmissão internacional de TV, equipados para uso de Internet. A FIFA também não obrigou o Governo a colocar dinheiro em equipamento esportivo. O Governo é que fez as opções: estádios padrão FIFA, muitos deles com dinheiro público. É ruim? Se for, a escolha foi nossa, do nosso Governo democraticamente escolhido.

5 - A realização da Copa não deixa nenhum legado útil à população do país. Aceitemos, para argumentar, que isto seja rigorosamente verdadeiro (e não é). Mas Barcelona aproveitou a oportunidade dos Jogos Olímpicos para
modernizar-se, tornar-se mais bonita, mais agradável, mais acolhedora. A oportunidade é a mesma; se o Brasil a perdeu, não pode botar a culpa em gente de fora.

6 - O presidente da FIFA, Joseph Blatter (que este colunista, a propósito, considera uma figura pouquíssimo recomendável), disse que talvez a entidade tenha cometido um erro ao escolher o Brasil para realizar a Copa. Pode ter razão ou não; mas não é exatamente a mesma coisa que dizem os críticos da disputa da Copa no Brasil? Blatter disse, em outras palavras, que poderia ter escolhido lugar mais tranquilo. Poderia; e parece estar arrependido da escolha. Não há em suas palavras, entretanto, nenhuma ameaça imperialista de violar a soberania brasileira e mudar a Copa de país, embora isso possa acontecer (e pelo menos dois outros países americanos, Estados Unidos e México, têm condições de realizá-la com pouquíssimo tempo de preparação). Se isso ocorresse, realizaria o sonho de quem acha que a Copa é um desperdício de tempo e dinheiro. E não seria a primeira vez: a Colômbia, em 1986, desistiu da Copa devido a problemas de segurança, e o México a realizou com tranquilidade.

Quanto ao mais, caro leitor, tanto Blatter como seu adjunto Jerôme Volcker não são pessoas cuja visita possa considerar-se agradável. Só que o problema não é este: os dois, arrogantes, autoritários, prepotentes, antipáticos, foram convidados pelo Governo brasileiro. Não vieram à força; foram chamados. É duro admitir, mas estão aqui porque queremos, conforme decisão de nossos governantes.

domingo, 30 de junho de 2013

Brasil campeao! E onde estao os dirigentes? Com medo do povo? Que vergonha...

Fifa vê gesto desrespeitoso de Dilma Rousseff por não ir à final

Tradicionalmente, presidente do país sede do torneio está na decisão e entrega a taça ao campeão

29 de junho de 2013 | 20h 17
JAMIL CHADE - Enviado especial - Agência Estado
RIO - A Fifa tomou como um gesto de desrespeito a decisão da presidente Dilma Rousseffde não ir à final deste domingo no Maracanã entre Brasil e Espanha. Tradicionalmente, presidente do país sede do torneio está na decisão e entrega a taça ao campeão. Neste sábado, parte da cúpula da Fifa que conversou com a reportagem não escondia surpresa diante da decisão da chefe-de-estado de não viajar ao Rio de Janeiro. Apesar da ausência de Dilma, a ala VIP do estádio do Maracanã estará lotada de políticos. 
Dilma foi vaiada na abertura e quer evitar desgaste - Dida Sampaio/Estadão
Dida Sampaio/Estadão
Dilma foi vaiada na abertura e quer evitar desgaste
Dilma foi vaiada no jogo de abertura, em Brasília, e decidiu que, diante dos protestos nas ruas e de sua queda de popularidade, não seria o momento de aparecer num estádio, mesmo que seja no evento-teste para a Copa do Mundo e uma espécie de cartão de visita do País.
Apesar das declarações de membros do Comitê Executivo da Fifa, a assessoria de imprensa insistiu em adotar posição diplomática e garante que seus cartolas não representam a posição oficial da entidade.
"A Fifa respeita totalmente a decisão da presidente Dilma Rousseff em relação à participação na final 
 no Maracanã, seja ela qual for", disse a assessoria. 
Entretanto, nos bastidores, parte dos funcionários da Fifa tentavam entender a decisão de Dilma de não estar no estádio. "Isso é bom ou ruim para ela?", questionou um deles. Para outros mais próximos da presidência, a atitude é um "gesto de desrespeito".
A relação entre governo e Fifa já não era das melhores. Mas um dos legados do torneio será um esfriamento ainda maior dos contatos. O governo ficou irritado com os comentários da Fifa sobre as manifestações e com as cobranças por mais segurança.
Se Dilma não estará no estádio, o Maracanã não sentirá falta de políticos. Além de governadores e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, deputados, vereadores e senadores estão sendo aguardados na tribuna de honra.
Nas arquibancadas, a torcida já indicou nos meios sociais que irá usar a final para protestar. Nas ruas que dão acesso ao Maracanã, milhares de pessoas prometem protestar. O estádio estará blindado por mais de 6 mil policiais.
Para fontes na Fifa, a situação chega a ser irônica. Afinal, o governo brasileiro quer usar justamente os megaeventos esportivos para se promover no exterior e as autoridades não têm economizado recursos para o marketing baseado no torneio.
Até mesmo a Agência de Promoção das Exportações, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, se transformou em associada da Fifa, pagando uma cota de patrocínio de R$ 20 milhões. Já o BNDES e diversos outros órgãos foram fundamentais em bancar estádios e infraestrutura para o evento.
Para outro experiente cartola, o que surpreende é o contraste em relação à participação de outros chefes-de-estado em torneios similares. Em 2009, o capitão da seleção brasileira na época, Lúcio, recebeu o troféu de campeão das mãos de Jacob Zuma, presidente sul-africano. Zuma ainda participou de todos os jogos em Johannesburgo, num esforço de mostrar o compromisso do governo com o torneio. Em 2005, na Alemanha, a cúpula do governo de Berlim também se fez presente.
Fontes próximas ao presidente Joseph Blatter insistem que o cartola suíça "entendeu" a decisão política de Dilma. Mas considerou que sua atitude mostra que o governo não está sempre disposto a bancar o evento e que cálculos políticos pesam mais que o torneio em si. "O que parece é que, quando as coisas vão bem, o Brasil quer usar a Copa para se promover. Mas quando não funciona ou há uma crise, todos querem se dissociar do futebol", comentou um membro do Comitê Executivo da entidade, que pediu anonimato. 

sábado, 29 de junho de 2013

E neste domingo, a vaia caprichada vai para...

Ué, onde estão todos?
Sumiram?
Se esconderam?
Não vão cumprir a obrigação política elementar que ocorre nessas ocasiões, que é a autoridade máxima presente entregar a taça da vitória para a equipe vencedora?
Vamos ter de vaiar só os cartolas da Fifa e os corruptos da CBF?
Ohhh, vai ficar sobrando vaia...
OK, a gente guarda para a próxima ocasião...
Paulo Roberto de Almeida 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sugestoes para o proximo jogo: fantasia, vidro reflexivo, embrulho, o que mais?

Sobretudo silêncio, a maior discrição possível, se der, passar invisível...
Aordem agora é esconder as autoridades, os políticos em geral, um dirigente em particular.
Sempre me pareceu melhor um bom sofá, chinelos, telão, e para quem gosta, pipoca e refrigerante...
Só áulicos para aplaudir.
Fica uma maravilha...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma não se intimida com vaias e promete estar na final
Presidente ouviu protesto da torcida durante abertura
EDUARDO BRESCIANI
Agência Estado, 16 de junho de 2013 | 18h 44

Dilma não vê motivação política em vaias durante abertura da Copa das Confederações

BRASÍLIA - A vaia recebida no Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha), no último sábado, na abertura da Copa das Confederações, não afastará a presidente Dilma Rousseff da final da Copa das Confederações, no Maracanã, no dia 30 de junho. A assessoria do Palácio do Planalto confirmou ontem que ela estará no Rio para acompanhar a decisão.
Aliados e integrantes do governo avaliam que Dilma não deveria aceitar eventual convite para discurso ou até mesmo pedir para não aparecer no telão do Maracanã para evitar novas vaias na final da Copa das Confederações.
A manifestação do público no sábado, antes do jogo entre Brasil e Japão, foi avaliada por petistas e assessores como um ato desvinculado de motivações políticas. "É um jeito moleque do torcedor brasileiro. Qualquer político que fosse ao estádio e anunciassem o nome seria recebido da mesma forma", resumiu o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).
A previsão já era de a presidente comparecer a apenas dois jogos da Copa das Confederações, a abertura e a final. Ela não deverá estar presente nesta semana nas partidas do Brasil em Fortaleza, na quarta-feira, e em Salvador, no sábado, nem nas semifinais. Dilma fará, inclusive, uma viagem ao Japão na próxima semana e chegará de volta ao País já no dia da decisão da competição no Maracanã.
A vaia em Brasília deverá apenas fazer com que o governo brasileiro aumente a preocupação com o protocolo. Aliados da presidente defendem que seja evitado nova situação que a exponha a manifestações negativas. "Estádio não é ambiente para discurso, é um público arredio a político e acostumado a vaiar porque já faz isso com os times", observou o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que também é dirigente da Federação Paulista de Futebol (FPF).

A intenção dos aliados é solicitar à Fifa que a presença da presidente seja tratada de forma discreta. Além de evitar o microfone, anúncios da presença e imagens dela no telão não deveriam ser mostradas, na visão de pessoas próximas a Dilma. O líder do PT na Câmara, porém, acredita não ser necessária tanto preocupação. "Não devemos perder o sono, foi algo contra a política em geral, não contra ela", avaliou José Guimarães.

domingo, 16 de junho de 2013

Estadio de futebol representa o enterro de politicos: decididamente eles devem se abster de aparecer...

Vaias para a presidente (ou presidenta, à escolha...)

Em um estádio lotado, por dentro, de torcedores de classe média, com recursos suficientes para pagar até R$ 300,00 em um ingresso, e cercado pelo lado de fora por manifestantes que integram os movimentos sociais e protestavam contra o dinheiro gasto em obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a presidente Dilma Rousseff declarou aberta a Copa das Confederações deste ano. Nas arquibancadas, recebeu uma sonora vaias da torcida no recém-reformado Estádio Nacional Mané Garrincha, antes do jogo entre Brasil e Japão.
As vaias começaram quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi anunciado pelo locutor do estádio e ganharam força com o anúncio da presença da presidente. Durante as vaias, Blatter chegou a pedir respeito aos cerca de 70 mil torcedores presentes ao estádio.
– Amigos do futebol brasileiro, onde está o respeito e o fair play, por favor? – disse o presidente da Fifa.
O pedido do dirigente só fez as vaias aumentarem e Dilma declarou a abertura oficial do torneio sob o protesto da torcida em Brasília.
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(segundo se divulgou, entidades públicas, isto é, governamentais, compraram milhares de ingressos, previsivelmente para colocar funcionários amestrados...)
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Polícia impede acesso de manifestantes ao Estádio Mané Garrincha

15/6/2013 13:26
Por Redação - de Brasília

Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparados contra a multidão que, ao final, oferece uma flor aos policiais da tropa de choque
Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparados contra a multidão que, ao final, oferece uma flor aos policiais da tropa de choque
A tropa de choque do Distrito Federal tentava bloquear o acesso de manifestantes que protestavam contra a Copa das Confederações ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Neste sábado, o Brasil abriu oficialmente o torneio, uma espécie de preparação para a Copa do Mundo, contra o selecionado japonês.
Enquanto os principais meios populares de comunicação, em rádios e canais públicos de TV, cobriam os preparativos para o jogo de abertura, o correspondente da agência britânica de notíciasBBC, em Brasília, João Fellet, seguiu para o local onde uma operação policial liberava a entrada dos torcedores que seguiam para o Estádio, onde duas entradas chegaram a ser fechadas pelos manifestantes, que protestam contra o dinheiro gasto na construção da infraestrutura destinada à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas, em 2016.
– Por enquanto, não houve confronto, mas a situação permanece tensa. Sem saber o que fazer, muitos torcedores permanecem aglomerados do lado de fora – disse Fellet, no início da tarde.
Imagens de TV mostravam que a Polícia Militar usou bombas de gás, tiros de balas de borracha e spray de pimenta para dispersar o protesto. Desde o início da manhã, grupos de manifestantes, concentravam-se no entorno do estádio.
Segundo o tenente-coronel e assessor de comunicação da Polícia Militar, Zilfrank Antero, a situação estava sob controle e o torcedor poderia se dirigir “tranquilo ao estádio”. Os torcedores têm sido orientados a entrar por outros portões que não estavam impedidos. Ao todo, foram vendidos 64.721 ingressos para a partida. No total, 3,2 mil policiais fazem a segurança no local, incluindo a Tropa de Choque e a Polícia Montada.
O protesto começou pela manhã na Rodoviária de Brasília. Depois, os manifestantes romperam barreiras colocadas pela polícia para controle de acesso ao estádio. Ao ultrapassarem o último obstáculo, a polícia usou bombas de gás como estratégia para “acalmar os ânimos” na ocasião, de acordo com o tenente-coronel. A Polícia Militar já tinha conhecimento da ocorrência da manifestação, segundo o assessor, por meio do monitoramento das redes sociais. Segundo ele, o ato não tem uma liderança única.
Nos últimos dias, inúmeros protestos foram realizados em cidades brasileiras. Na maioria deles, os manifestantes reivindicaram a revogação do aumento da tarifa do transporte público. Em São Paulo, houve quebra-quebra e confronto entre manifestantes e a polícia.