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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 6 de março de 2019

Nova repercussao da exoneracao, depois do Carnaval: Poder 360

Pois é, já que estava prevista desde muito tempo antes, como alegado pelo Itamaraty, essa substituição de chefias, podiam pelo menos ter esperado a Quarta-feira de Cinzas para fazê-lo, não é?
Precisava ser numa Segunda-Feira de Carnaval, logo pela manhã, com requintes de crueldade?
Atrapalhou a folia de muita gente, especialmente os jornalistas, que tiveram de trabalhar nessa coisa chata, em lugar de cair na folia, não é mesmo?
Em todo caso, jornalistas que, sim, brincaram o Carnaval, retomam agora as matérias sobre o caso, trazendo novas evidências sobre a minha exoneração.
Vou comentar, numa postagem seguinte, alguma das palavras do guru pretensamente "filosófico" do atual governo, aquele a quem eu chamo de "sofista da Virgínia", uma pessoa especialmente inepta em matéria de relações internacionais, mas que ainda assim pretende arvorar-se a especialista nisso também. Seria apenas patético se não fosse simplesmente ridículo.
Aqui o Poder 360, um dos melhores blogs de política nacional, junto com o Antagonista, sediado na capital federal. 
Uma reclamação contra seus editores: acho terrivelmente estúpido substituir, a cada vez, as palavras "um" e "uma" pelo número 1. Estão com falta de espaço nos servidores? Isso não faz nenhum sentido; fiz a substituição, pois a leitura se torna horrível com os dígitos em lugar das palavras corretas.
Ainda uma correção: eu não estava na "presidência" do IPRI, e sim era seu Diretor.
Paulo Roberto de Almeida
6 de março de 2019

Demissão de Paulo Roberto de Almeida expõe conflito no Itamaraty

Embaixador comentou caso nas redes
Fez críticas ao escritor Olavo de Carvalho
Governo diz que decisão estava tomada
Afastado, ele passará os dias na biblioteca
Paulo Roberto de Almeida foi afastado na presidência do IpriReprodução/Facebook
Poder 360
05.mar.2019 (terça-feira) - 21h01
atualizado: 06.mar.2019 (quarta-feira) - 1h42

A demissão do embaixador Paulo Roberto de Almeida da presidência do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), anunciada nesta 2ª feira (4.mar 2019) pelo Ministério das Relações Exteriores, expôs uma situação de conflito no Itamaraty. O caso ganhou tração nas redes sociais na 3ª feira (5.mar), após os comentários do próprio embaixador.
Em texto publicado no seu blog pessoal, Almeida sugere que seu afastamento foi motivado por uma postagem anterior no site, em que havia replicado textos críticos à condução da política externa pelo atual chanceler Ernesto Araújo, assinados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ex-ministro Rubens Ricupero.
Almeida reproduziu também uma reportagem da Folha de S.Paulo com a resposta de Araújo a Ricupero e FHC, a qual chamou de “mais um episódio de um ‘não-debate’ sobre a diplomacia brasileira e sua política externa”.

Em entrevista ao Estado de S.Paulo, Almeida conta ter recebido um telefonema do chefe de gabinete do ministro Ernesto Araújo, Pedro Wollny, em que as publicações foram mencionadas. “Ele ligou reclamando das postagens”, afirmou.
O embaixador também atribui a sua demissão a críticas fez ao escritor Olavo de Carvalho, tido como “guru” do governo Bolsonaro, influente nas nomeações de Ernesto Araújo e do ministro Ricardo Vélez Rodriguez (Educação). Para Paulo, Olavo é “uma personalidade bizarra do momento político brasileiro, totalmente inepta em matéria de relações internacionais, mas ao que parece grande eleitor nas circunstâncias atuais”.

O QUE DIZ O GOVERNO BOLSONARO

O governo tem outra versão para o afastamento de Almeida. Em nota, o Itamaraty afirmou que a mudança “já estava decidida e foi comunicada ao atual titular”. O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, detalhou em sua conta no Twitter que a decisão teria sido antecipada “por uma série de ofensas pessoais”.
Também por meio de sua conta na rede social Twitter, Olavo de Carvalho afirmou que não influiu na exoneração do diplomata. “Não fui eu quem cortou a cabeça do Paulo Roberto de Almeida. Não posso cortar o que não existe”, disse na 2ª feira (4.mar), às 16h03.
Em outro post seguintes, o escritor disse que Almeida não o teria o perdoado por expor em um debate a “ignorância e incompetência” do embaixador “em matéria de globalismo”.

O Paulo Roberto de Almeida jamais me perdoou por ter demonstrado, num debate, a sua total ignorância e incompetência em matéria de globalismo. Como vingancinha, apelou aos xingamentos da moda e à proteção do FHC. Só faltou rezar: São George Soros, socorrei-nos.
Almeida diz que não fez sentido, ainda que a exoneração já estivesse prevista, a demissão ter sido em uma 2ª feira de Carnaval. “Não podiam esperar a 4ª feira de Cinzas?”, questionou nas redes sociais. Diz ainda estar “esperando a demonstração”das ofensas alegadas por Filipe Martins.

O DIA SEGUINTE

Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira. Ao deixar o cargo no Ipri, retorna ao Ministério das Relações Exteriores de Ernesto Araújo. A intenção declarada do embaixador é “fazer da Biblioteca do Itamaraty o [seu] escritório de trabalho”.
Almeida também é ligado ao Instituto Millenium, um think tank que estuda e defende ideias ligadas ao liberalismo econômico. O ministro Paulo Guedes (Economia) é um dos fundadores.

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Volto em postagem seguinte apenas para comentar o tweet acima do sofista da Virgínia. PRA

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Relatório de atividades no IPRI (2016-2018) e programa para 2019

No início de 2018, sempre visando à transparência de minhas atividades como diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) da Fundação Alexandre de Gusmão, publiquei meu relatório do ano anterior, assim divulgado: 


3258. “Relatório de Atividades no ano de 2017 do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), Funag/MRE”, Brasília, 30 março 2018, 11 p. Relação completa das atividades desenvolvidas no âmbito do IPRI durante o ano de 2017; divulgado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2018/03/relatorio-das-atividades-no-ipri-em.html). 

Ao final do ano passado, já antecipando que estávamos não apenas no final de um governo, mas também no final de um regime, e no começo de outro, e possivelmente minha saída da direção do IPRI, fiz um relatório completo de minhas atividades à frente do IPRI, desde que assumi sua direção em agosto de 2016. Aqui segue: 


3383. “Relatório de Atividades como Diretor do IPRI de 2016 a 2018”, Brasília, 24 dezembro 2018, 27 p. Organizado segundo o modelo próprio, usando dados do modelo adotado no IPRI, eliminando alguns eventos, incluindo outros. Total de eventos: 2016=38; 2017=74; 2018=102; total=214. Disponibilizado na plataforma Research Gate (DOI: 10.13140/RG.2.2.11298.89288; link: https://www.researchgate.net/publication/329905640_Relatorio_de_Atividades_Gestao_do_diretor_do_IPRI_Paulo_Roberto_de_Almeida) e em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/e66d6c1639/relatorio-do-ipri-diretor-paulo-roberto-de-almeida-2016-2018); anunciado no blog Diplomatizzando (25/12/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/12/ipri-meu-relatorio-de-atividades-2016.html).

Agora, em 2019, eu me proponho fazer, com meus auxiliares – Conselheiro Marco Túlio Cabral, coordenador de estudos e pesquisas, o ministro Antonio de Moraes Mesplé, e o gestor público e historiador Rogério de Souza Farias, ademais de outros colaboradores – o programa seguinte, se para tanto me ajudarem o engenho pessoal e a arte desses colaboradores, como diria Camões.


Programa de Trabalho do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
Ano de 2019 – por categoria de eventos

Paulo Roberto de Almeida
Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag
 (versão: 31/01/2019)

            Em 2018, o IPRI excedeu todo o seu programa de trabalho fixado para o ano, deixando de realizar alguns poucos eventos, seja devido a restrições orçamentárias, introduzidas no meio do percurso, seja pela substituição de alguns dos eventos programados por novos, alternativos ou adicionais, que foram propostos ao longo do ano. Ademais das atividades correntes, regulares, mais de 100 eventos com participação de audiência foram realizados, ou seja, praticamente mais de um por semana, alguns fora de Brasília, em cooperação com entidades congêneres.
            Para 2019, se prevê um programa de trabalho mais moderado, e função das mudanças aguardadas nas grandes orientações do Ministério e da indefinição quanto aos recursos disponíveis. O corpo de funcionários do IPRI demonstrou notável desempenho em todas as atividades, cabendo ainda registrar o apoio da Funag, em termos logísticos e financeiros em cada uma dessas atividades, uma vez que o IPRI não dispões de recursos próprios ou autonomia.
            As sugestões abaixo representam uma lista maximalista, que poderá ser alterada em função das possibilidades concretas, bem como da agenda de trabalho da Funag e/ou do MRE.

(A) Percursos Diplomáticos
         Trata-se de iniciativa conjunta do IPRI e do Instituto Rio Branco, com cujo diretor serão ainda definidas a ordem e a inclusão ou exclusão de alguns dos nomes abaixo:
1) Luiz Felipe de Seixas Corrêa 2) Marcílio Marques Moreira; 3) José Botafogo Gonçalves; 4) Gilberto Saboia; 5) João Clemente Baena Soares; 6) Ruy Nogueira; 7) André Amado; 8) Álvaro Costa Franco; 9) José Antonio Macedo Soares; 10) Sérgio Paulo Rouanet; 11) Synesio Sampaio Goes; 12) Paulo Tarso Flecha de Lima; 13) Sérgio Amaral; 14) Vera Barrouin Crivano Machado; 15) Fernando Reis;

(B) Diálogos Internacionais
            Lista completa a ser determinada oportunamente, mas alguns nomes podem ser adiantados:
1) José Truda Palazzo Jr., Secretário da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente: Acordos internacionais e biodiversidade brasileira; 2) Claudio Shikida, professor na UFPelotas: As constituições e o desempenho econômico; 3) Armínio Fraga, economista: O Brasil na economia global; 4) Marcos Troyjo, Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais: Negociações comerciais; 5) Gustavo Franco, economista: Cenários monetários no mundo, o dólar, o euro, o yuan e as reservas internacionais; 6) Mansueto Almeida: O Tesouro do Brasil e o endividamento externo do Brasil; 7) Rubem Ferreira Novaes, presidente do Banco do Brasil: O BB e sua atuação externa; 8) Marcos Cintra, secretário da Receita Federal: Reforma do sistema tributário brasileiro e a integração regional; 9) Mario Vilalva, diretor da Apex: Promoção comercial; 10) Carlos von Doellinger, presidente do Ipea: Estudos de economia internacional; 11)  Pedro Luiz Rodrigues: Secretário de Assuntos Internacionais do GDF; 12) Antonio Augusto Cançado Trindade: Direitos Humanos em Perspectiva Internacional;13) Roberto Ellery, A Crise Fiscal Brasileira em Perspectiva Internacional; 14) José Alfredo Graça Lima: Reforma da OMC; 15) Carlos Malamud (Elcano, Madri): Integração na América Latina (1/04);

 (C) Seminários
         Propostas sumárias de possíveis seminários, a serem definidos em detalhe, com participantes e entidades colaboradoras em versão ulterior deste documento:

1) América do Sul: integração física; novas iniciativas de caráter econômico-comercial;
2) Segurança e Defesa: em cooperação com Institut Egmont e Université de Louvain-La-Neuve;
3) Relações Brasil-Argentina e posição no mundo: em cooperação com o CARI (Buenos Aires);
4) Relações Brasil-França e posição no mundo: em cooperação com IRIS ou Sciences Po;
5) Relações Brasil-China e posição no mundo: em cooperação com Chongyang Institute;
6) Cooperação Brasil-China-América Latina: em cooperação com CICIR e outras entidades;
7) Segurança estratégica internacional: em cooperação com IISS, do Reino Unido;
8) Seminário sobre Atlântico Sul: (a definir; cooperação com Min. da Defesa)
9) Historiografia brasileira das relações internacionais: CHDD-IPRI (revisão dos papers)

 (D) Mesas Redondas
         Destinadas a debater questões de interesse da diplomacia e da política externa brasileira:
1) A diplomacia brasileira vista pelo jornalismo especializado (brasileiros e estrangeiros)
2) San Tiago Dantas: pensamento e ação e seu legado para a diplomacia contemporânea
3) Fernão de Magalhães: 500 anos da primeira circunavegação; cooperação Portugal-Espanha;
4) Negociações de Paz de Paris; Liga das Nações; participação do Brasil;

(E) Publicações
         Ademais das publicações regulares (Cadernos de Política Exterior), algumas sugestões:
1) Escola Superior de Guerra: participação de diplomatas (seleção, compilação; introdução)
2) Informações ao Presidente da República (começando por Índices completos; seleção; edição)
3) Obras do Barão do Rio Branco, edição compacta (organizador: Manoel Gomes Pereira)
4) Participação na nova coleção do Bicentenário da Funag (títulos a serem definidos)
5) Assessoria na edição de textos (com pesquisa e bibliografia) de interesse da SERE
6) Continuidade dos “Clássicos do IPRI”: novos títulos em processamento (Editora da UnB?)
7) Colaboração com entidades congêneres, brasileiras e estrangeiras, em projetos editoriais
8) Homenagem a José Guilherme Merquior: ensaios, Paulo Roberto de Almeida (org.)
9) Nova edição, ampliada da obra O Itamaraty na Cultura Brasileira, Alberto da Costa e Silva
10) Processualística dos atos internacionais no Brasil, José Vicente da Silva Lessa
11) Historiografia brasileira de relações internacionais; coords: Gelson Fonseca; Paulo R. Almeida
12) Ensaios e artigos sobre relações internacionais e política externa, Ronaldo Mota Sardenberg
13) Prata da Casa: os livros dos diplomatas, Paulo Roberto de Almeida
14) Alexandre de Gusmão: Biografia, Synesio Sampaio Goes
15) Essays on Brazilian Diplomatic History, Stanley Hilton
16) Arquitetura  Diplomática: os palácios do Itamaraty, Heitor Granafei
17) Coleção Memória institucional do Ministério das Relações Exteriores (MRE), IPRI/DCD

(F) Plataforma Digital
         Atividades e produtos a serem desenvolvidos em formato digital, com a definição de séries documentais a serem disponibilizadas, ou plataformas abertas a atualização contínua:

1) Relatórios digitalizados dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores, em cooperação com o CHDD e a Biblioteca Azeredo da Silveira;
2) Painel de postos e remoções do corpo diplomático brasileiro, desde o século XIX
3) Estatísticas: atualização digital semestral;
4) Cadastro de entidades vinculadas a RI, nacionais e estrangeiras
5) Banco de Teses e Dissertações: atualização, ampliação
6) Repertório de Política Exterior
7) outros produtos a serem definidos

(G) IPRI Itinerante
         Trata-se de iniciativa a ser empreendida em cooperação com os cursos de graduação e de pós-graduação em RI, e centro de estudos afins, situados em Brasília e em seu entorno geográfico imediato, que pretende oferecer a colaboração do IPRI-Funag, e de diplomatas da SERE, sob a forma de participação em eventos a serem empreendidos por essas entidades, após coordenação e entendimento com seus coordenadores e responsáveis. A intenção é a de estreitar os laços entre o IPRI-Funag e o próprio Itamaraty, de um lado, e os programas de estudos em RI e temas afins com essas entidades próximas à capital federal.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 31/01/2019