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quinta-feira, 15 de maio de 2014

A Franca e seu secular namoro com a Russia: vendendo a corda...?

Europe goes its own way

By Jennifer Rubin 

The Washington Post, May 15, 2014


France’s attempt to sell warships to Russia is both a “sell the rope to hang themselves” moment and a comment on U.S. stature these days.
In a closed-door meeting in February 2010, Defense Secretary Robert M. Gates urged his French counterpart not to proceed with the sale of two amphibious assault ships to Russia because it “would send the wrong message to Russia and to our allies in Central and East Europe.”
The French official, Hervé Morin, acknowledged that each of the ships — so-called Mistral-class vessels built for the French Navy to carry troops, landing craft, and helicopters — was “indeed a warship for power projection,” according to a confidential diplomatic cable on the meeting, which was made public by WikiLeaks. But Mr. Morin “asked rhetorically how we can tell Russia we desire partnership but then not trust them,” the cable added
With Russia’s annexation of Crimea and some 40,000 Russian troops deployed near Ukraine, Western officials are no longer putting their trust in Russia’s intentions. But despite American objections, the sale is still on track, and the first ship is scheduled for delivery late this year.
On one level it is remarkable that even before President Obama’s calamities in Syria and Russia’s invasion of Ukraine (but after its invasion and occupation of part of Georgia), our European allies were contemptuous of our wishes. And it is even more remarkable that after Russia’s invasion and endless discussion on sanctions, the French still seem committed to going forward.
Germany is no better, of course. Out of deference to German business interests, Chancellor Angela Merkel has resisted serious sanctions on sectors of Russia’s economy. Reports suggest France and Germany are finally prepared to do more, but  given their track record, don’t get your hopes up.
This is yet one more bit of evidence that when the United States fails to lead there is no substitute to counter international aggression. Danielle Pletka of the American Enterprise Institute, calling the French sale “a slap in Washington’s face,” observed via e-mail, “The Obama administration has always labored under the illusion that when it retreats from the world, the Frances and the Germanys would step up.  And the answer is that they will – they’ll step up to sell anything to anyone at any time, even as they mouth condemnations of Washington’s failure to lead.” When the United States appears unsteady, unwilling to draw definitive lines, then our allies go their own way, looking out for what they perceive as in their immediate self-interests.
European powers aren’t going to act against Russia on their own own, and maybe not even in concert with us. Why stick their necks out when support from the United States, if Russia retaliates, is uncertain at best? France is selling warships to Russia. Sunni Arab states threaten to go nuclear if they see Iran become a threshold national state. It is every man for himself and, ironically, multilateral and bilateral alliances crumble without strong direction from the United States.
Obama who chastised the Bush administration for insufficient consultation with allies, is now at odds with European allies, looked on as untrustworthy by Asian friends and deemed unreliable by Middle East allies for taking military action if need be against Iran. Once U.S. credibility is shot, things go downhill. Fast.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O Brasil a caminho de se tornar uma nova Franca? - Institut Montaigne

Não pelo lado da inovação tecnológica, ou pelo bem-estar satisfatório do seu povo, obviamente, mas certamente pelo lado das despesas públicas, que batem recordes naquele país.
Será que os franceses, realmente, acham normal viver num país em que o Estado tem a capacidade de dispor por mais da metade da riqueza social criada por eles, empresários e trabalhadores?
Será que eles acham normal que isso ocorra, e que esta seja a forma mais eficiente de organizar a sua vida diária?
Talvez, mas o que vejo é a continua decadência da França, seu desemprego estabilizado para cima, atualmente em mais de 11% da PEA, aliás uma PEA que trabalha, à razão de mais de 25% no Estado e para o Estado.
Não creio que esse seja o melhor futuro para a França.
Estará o Brasil seguindo o mesmo caminho?
Paulo Roberto de Almeida


1 151 milliards d’euros de dépenses publiques : quels résultats ?
Institut Montaigne, 6/02/2014


Une évaluation objective et rigoureuse des plus grandes politiques publiques et de l’efficacité des dépenses qui leur sont consacrées


En France, la part des dépenses publiques représente plus de 56 % du PIB, soit 1 151 milliards d’euros en 2012, contre environ 45 % en moyenne dans les pays de l’OCDE.
Dans le prolongement de ses travaux sur les dépenses publiques et de son serious game "financespubliques.fr", l’Institut Montaigne a réalisé un dossier sur l’efficacité des principales dépenses publiques.


Onze grands secteurs sont passés au crible :
- Education
- Enseignement supérieur
- Emploi
- Formation professionnelle
- Santé
- Retraites
- Politique familiale
- Logement
- Culture
- Défense
- Sécurité publique

Chacune de ces politiques publiques fait l’objet d’une fiche détaillée
dont l’objectif est triple :

1. recenser la totalité des moyens engagés par l’ensemble des acteurs : État, établissements publics, collectivités territoriales et organismes de sécurité sociale ;
2. établir des comparaisons internationales, dans la mesure du possible, avec nos principaux partenaires européens tant sur les moyens engagés que sur les résultats obtenus ;
3. apprécier les résultats obtenus à l’aune de quelques grands indicateurs, lorsqu’ils existent.


Pour aller plus loin



Retrouvez  le dossier consacré par L’Express à notre travail :

Institut Montaigne / 38, rue Jean Mermoz / 75008 Paris
Tél. +33 (0)1 58 18 39 29 / Fax : +33 (0)1 58 18 39 28

domingo, 17 de março de 2013

Economia das relacoes internacionais em falta na Unesp: alunos reclamam

Se fosse uma simples questão de adquirir conhecimentos eu poderia recomendar meus livros, que cobrem tanto a economia das relações internacionais, como as relações econômicas internacionais e a diplomacia econômica do Brasil. O problema para os alunos do curso de RI da Unesp-Franca é que eles precisam da matéria dada por um professor, que nem sempre virá no momento mais adequado para permitir sua formação.
Aí está o protesto.
Paulo Roberto de Almeida 

Alunos da Unesp reclamam de falta de professor e temem não se formar

Estudantes de Relações Internacionais de Franca fizeram uma petição.
Coordenação do curso diz que fará concurso e nega prejuízo a alunos.

Rodolfo Tiengo Do G1 Ribeirão e Franca, 14/03/2013 15h26
Alunos da Unesp em Franca reclamam de falta de professor em curso de Relações Internacionais (Foto: Eliana Assumpção/Divulgação Unesp)Alunos da Unesp reclamam de falta de professor (Foto: Eliana Assumpção/Divulgação Unesp)
Alunos da Unesp de Franca (SP) dizem ter medo de não se formar neste ano em razão da ausência de um professor para lecionar duas disciplinas. Cem estudantes do quarto ano de Relações Internacionais alegam que a universidade se negou a contratar um docente para os módulos de economia política internacional e relações comerciais internacionais. Eles fizeram uma petição e entregaram à direção da universidade. A coordenação do curso informou que a abertura de um concurso público já foi confirmada e que os estudantes não terão problemas para se graduar. A reitoria da Unesp, em São Paulo (SP), alegou que o problema está sendo resolvido.
De acordo com os estudantes, a contratação do professor é requerida pelo campus de Franca desde que entrou em vigor, por meio da resolução nº 20, o novo projeto pedagógico do curso – que prevê a inclusão das disciplinas como obrigatórias - e que têm carga total de 120 horas. Como a solicitação não foi atendida, os alunos ingressantes na universidade em 2010 – para os quais a nova resolução já era válida - não tiveram as aulas de economia política programadas para serem dadas no terceiro ano e correm o risco de não ter as de relações comerciais, que segundo a grade curricular estão previstas para o segundo semestre deste ano.
“É frustrante. Muitos tentarão arrumar emprego e não conseguirão. Quero tentar o mestrado, mas não poderei prestar”, disse Kaique Rodrigues Dantas de Carvalho, de 21 anos, estudante do quarto ano de Relações Internacionais da Unesp, um dos autores da petição que foi elaborada no final de fevereiro e disponibilizada pela internet para recolhimento de assinaturas.
A falta do professor afetará também os estudantes do terceiro ano, disse Carvalho. “O tempo de contratação de um professor demora de um ano a um ano e meio. Se esse concurso não for aberto agora, as pessoas do terceiro ano terão o mesmo problema.”
De acordo com estudante, o documento foi entregue à direção da Unesp em Franca e à reitoria, em São Paulo, como última tentativa de resolver a questão e de ter direito às aulas . Caso isso não aconteça, os universitários pretendem entrar na Justiça.
Unesp
Em nota, a reitoria da Unesp em São Paulo comunicou que o assunto tem sido encaminhado com a Unesp de Franca desde 2012 e a expectativa é de que o problema seja solucionado neste semestre. A universidade nega que a falta do professor resulte na não conclusão do curso pelos alunos. “Não há nenhuma possibilidade de que os alunos do curso de Relações Internacionais sejam prejudicados, inclusive em relação a não concluírem a sua graduação”, informou.
O coordenador do curso de Relações Internacionais em Franca, professor Marcelo Passini Mariano, disse que recebeu ainda na quarta-feira (13) a confirmação de que a universidade abrirá concurso público para um professor efetivo e um substituto para lecionar as disciplinas e que estas serão facilmente encaixadas na grade de aulas dos alunos do quarto ano ainda em 2013. “Já está tudo correto, tem concurso aprovado. (...) O projeto pedagógico tem flexibilidade, são disciplinas que poderiam ser dadas tanto no quarto quanto no terceiro ano”, disse.
Contatada pelo G1, a assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, à qual a Unesp é ligada, disse que a universidade tem autonomia para esclarecer dúvidas sobre sua grade curricular. A reportagem também procurou a direção da Unesp em Franca, que não retornou nossa solicitação até a publicação desta reportagem.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Intervencionismo economico: um mal frances (e brasileiro)

Laurence Parisot juge "scandaleuse" la menace de nationaliser Florange
Le Monde.fr avec AFP et Reuters |
Vue des hauts-fourneaux d'ArcelorMittal à Florange, le 20 novembre 2012.

La présidente du Medef, Laurence Parisot, s'est insurgée contre la menace du gouvernement français de nationaliser le site sidérurgique d'ArcelorMittal à Florange, concentrant ses attaques sur le ministre du redressement productif, Arnaud Montebourg.

Cette menace, agitée d'abord par M. Montebourg puis soutenue au sein du gouvernement comme par des personnalités de l'opposition, "est tout simplement et purement scandaleuse", a estimé la chef de file du patronat sur RTL.
Arnaud Montebourg a annoncé avoir trouvé un repreneur pour la totalité du site mosellan et a dit que le gouvernement était "prêt" à aller jusqu'à sa nationalisation provisoire si les négociations n'aboutissaient pas d'ici à vendredi, veille de la date-butoir fixée par ArcelorMittal pour la fin des négociations.
"S'il s'agit par de tels propos, tout simplement d'exercer une pression, de faire du chantage, dans le cadre d'une négociation, c'est inadmissible", a ajouté Mme Parisot, alors que le gouvernement a jusqu'à samedi pour trouver une solution de reprise du site et se mettre d'accord avec ArcelorMittal, sans quoi ce dernier compte fermer définitivement les hauts-fourneaux.
Sur le fond, "toute notre société est construite sur un principe essentiel, celui du droit de propriété (...) Ebranler ce principe, comme ça, à la va vite, c'est très grave, et en plus, ne l'oublions pas, c'est très coûteux", a jugé Mme Parisot. Ce n'est pas à l'Etat "de commencer à dire à chaque entreprise de France : 'Voilà votre stratégie'", a-t-elle martelé.
"FAIRE LES AJUSTEMENTS NÉCESSAIRES"
"Seul l'entrepreneur peut savoir ce qui est rentable ou pas", d'autant que dans le cas de Florange, la menace de nationaliser le site est brandie "avant même qu'on ne connaisse les propositions de reclassement de Mittal [et qu'il] n'ait engagé un processus de plan social", a-t-elle regretté. Pour Mme Parisot, "Il faut laisser les entreprises dans le cadre du dialogue social interne à l'entreprise faire les ajustements nécessaires".
Mme Parisot a concentré ses critiques contre le ministre du redressement productif, Arnaud Montebourg, avec lequel elle dit avoir eu "une conversation assez claire" sur le sujet. "Il faut raison garder" et "je ne doute pas que le président de la République soit beaucoup plus raisonnable que le ministre [Arnaud] Montebourg", a-t-elle dit.
Mardi, M. Hollande avait pourtant lui aussi déclaré que la nationalisation faisait "partie du sujet de la discussion", avant une rencontre avec Lakshmi Mittal, le PDG du groupe.
Déjà au début d'octobre, Mme Parisot, avait jugé "consternante" la volonté du gouvernement d'imposer par la loi aux industriels de céder une usine viable vouée à la fermeture, une mesure promise par François Hollande lors de sa campagne électorale.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Milionarios franceses ressucitam a guilhotina: continua afiada...

Brincadeira, claro, mas não duvido que, se fosse possível, os milionários deste país onde estou agora poriam a velha lâmina para funcionar outra vez, com alguma utilidade, digamos assim.
Se fosse para guilhotinar idiotas, ela não pararia de funcionar tão cedo, mas em se tratando especificamente dos inimigos dos ricos, aí ela já não daria conta: são muitos os partidários da egalité, por aqui, bem mais, em todo caso, que os defensores da liberté...
Paulo Roberto de Almeida

28/02/2012 - 15h50

Candidato à Presidência da França quer imposto de 75% para ricos

DA BBC BRASIL
O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, disse que os franceses com os maiores ganhos anuais deveriam pagar um imposto de 75% do valor de sua renda.
"Acima de 1 milhão de euros (quase R$ 2,3 milhões, por ano), a taxa de imposto deve ser de 75%, pois não é possível ter este nível de renda", disse Hollande.
Falando no horário nobre da televisão francesa, o candidato prometeu que, se eleito, vai revogar as isenções de impostos que foram determinadas pelo atual presidente, Nicolas Sarkozy.
Hollande é considerado o favorito nas eleições do dia 22 de abril, mas, as últimas pesquisas de opinião sugerem que a diferença entre ele e Sarkozy na preferência dos eleitores está diminuindo.
Acredita-se que Hollande e Sarkozy devem se enfrentar novamente no segundo turno, marcado para o dia 6 de maio.
POLÊMICA
O aumento de impostos para os ricos se transformou em um dos assuntos mais polêmicos da campanha presidencial francesa. Segundo a agência de notícias Reuters, especialistas da Suíça afirmam que impostos mais altos para os franceses mais ricos podem causar um êxodo para o país.
Muitas das celebridades mais ricas da França já moram em outros países.
O jornal francês Le Figaro informou que o anúncio de Hollande, feito no canal de televisão TF1, parece ter pego de surpresa até os próprios companheiros do Partido Socialista.
Em uma entrevista concedida minutos depois a outro canal francês, o France 2, Jérôme Cahuzac, responsável pelo setor tributário da campanha de Hollande, foi questionado a respeito da taxa de 75% proposta pelo candidato.
"Você está perguntando sobre uma declaração que, de minha parte, eu não ouvi", disse.
Hollande voltou a falar sobre a proposta de imposto nesta terça-feira, afirmando que o índice de 75% para as pessoas que ganham mais de 1 milhão de euros por ano é um "ato patriótico".
"É um sinal enviado, uma mensagem de coesão social, um esforço que precisa ser feito. É patriótico concordar em pagar um imposto suplementar para que o país volte a ficar de pé", explicou Hollande.
Ministros do governo da França, que são do partido de Sarkozy, condenaram a proposta de Hollande.
François Hollande "inventa um novo imposto toda semana sem sequer propor uma pequena economia", disse a ministra do Orçamento, Valerie Pecresse.
Para o ministro do Exterior, Alain Juppé, o plano do candidato é um "confisco fiscal".
Quando chegou à Presidência, em 2007, Sarkozy introduziu o chamado "escudo de imposto", que limitava o imposto a 50% da renda.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Não se improvisam diplomatas, nem se improvisa a diplomacia...

Não, não estou falando do Brasil, ainda que poderia, pois aqui também um bando de amadores, a começar pelo mais alto escalão pretendeu essa condição, não muito tempo atrás, com enormes dissabores para a diplomacia profissional.
Se trata da França, país de velha diplomacia...

Point de vue
"On ne s’improvise pas diplomate"
Le Monde, 23.02.2011

Un groupe de diplomates français de générations différentes, certains actifs, d'autres à la retraite, et d'obédiences politiques variées, a décidé de livrer son analyse critique de la politique extérieure de la France sous Nicolas Sarkozy. En choisissant l'anonymat, ils ont imité le groupe Surcouf émanant des milieux militaires, dénonçant lui aussi certains choix du chef de l'Etat. Le pseudonyme collectif qu'ils ont choisi est "Marly" – du nom du café où ils se sont réunis la première fois. Ceci est leur premier texte public.

La manœuvre ne trompe plus personne : quand les événements sont contrariants pour les mises en scène présidentielles, les corps d'Etat sont alors désignés comme responsables.

Or, en matière diplomatique, que de contrariétés pour les autorités politiques ! A l'encontre des annonces claironnées depuis trois ans, l'Europe est impuissante, l'Afrique nous échappe, la Méditerranée nous boude, la Chine nous a domptés et Washington nous ignore ! Dans le même temps, nos avions Rafale et notre industrie nucléaire, loin des triomphes annoncés, restent sur l'étagère. Plus grave, la voix de la France a disparu dans le monde. Notre suivisme à l'égard des Etats-Unis déroute beaucoup de nos partenaires.

Pendant la guerre froide, nous étions dans le camp occidental, mais nous pesions sur la position des deux camps par une attitude originale. Aujourd'hui, ralliés aux Etats-Unis comme l'a manifesté notre retour dans l'OTAN, nous n'intéressons plus grand monde car nous avons perdu notre visibilité et notre capacité de manœuvre diplomatique. Cette perte d'influence n'est pas imputable aux diplomates mais aux options choisies par les politiques.

Il est clair que le président n'apprécie guère les administrations de l'Etat qu'il accable d'un mépris ostensible et qu'il cherche à rendre responsables des déboires de sa politique. C'est ainsi que les diplomates sont désignés comme responsables des déconvenues de notre politique extérieure. Ils récusent le procès qui leur est fait. La politique suivie à l'égard de la Tunisie ou de l'Egypte a été définie à la présidence de la République sans tenir compte des analyses de nos ambassades. C'est elle qui a choisi MM. Ben Ali et Moubarak comme "piliers sud" de la Méditerranée.

Un WikiLeaks à la française permettrait de vérifier que les diplomates français ont rédigé, comme leurs collègues américains, des textes aussi critiques que sans concessions. Or, à l'écoute des diplomates, bien des erreurs auraient pu être évitées, imputables à l'amateurisme, à l'impulsivité et aux préoccupations médiatiques à court terme.

Impulsivité ? L'Union pour la Méditerranée, lancée sans préparation malgré les mises en garde du Quai d'Orsay qui souhaitait modifier l'objectif et la méthode, est sinistrée.

Amateurisme ? En confiant au ministère de l'écologie la préparation de la conférence de Copenhague sur le changement climatique, nous avons abouti à l'impuissance de la France et de l'Europe et à un échec cuisant.

Préoccupations médiatiques ? La tension actuelle avec le Mexique résulte de l'exposition publique d'un dossier qui, par sa nature, devait être traité dans la discrétion.

Manque de cohérence ? Notre politique au Moyen-Orient est devenue illisible, s'enferre dans des impasses et renforce les cartes de la Syrie. Dans le même temps, nos priorités évidentes sont délaissées. Il en est ainsi de l'Afrique francophone, négligée politiquement et désormais sevrée de toute aide bilatérale.

Notre politique étrangère est placée sous le signe de l'improvisation et d'impulsions successives, qui s'expliquent souvent par des considérations de politique intérieure. Qu'on ne s'étonne pas de nos échecs. Nous sommes à l'heure où des préfets se piquent de diplomatie, où les "plumes" conçoivent de grands desseins, où les réseaux représentant des intérêts privés et les visiteurs du soir sont omniprésents et écoutés.

Il n'est que temps de réagir. Nous devons retrouver une politique étrangère fondée sur la cohérence, l'efficacité et la discrétion.

Les diplomates français n'ont qu'un souhait : être au service d'une politique réfléchie et stable. Au-delà des grandes enceintes du G8 et du G20 où se brouillent les messages, il y a lieu de préciser nos objectifs sur des questions essentielles telles que le contenu et les frontières de l'Europe de demain, la politique à l'égard d'un monde arabe en révolte, nos objectifs en Afghanistan, notre politique africaine, notre type de partenariat avec la Russie.

Les diplomates appellent de leurs vœux une telle réflexion de fond à laquelle ils sauront apporter en toute loyauté leur expertise. Ils souhaitent aussi que notre diplomatie puisse à nouveau s'appuyer sur certaines valeurs (solidarité, démocratie, respect des cultures) bien souvent délaissées au profit d'un coup par coup sans vision.

Enfin, pour reprendre l'avertissement d'Alain Juppé et d'Hubert Védrine publié le 7 juillet 2010 dans Le Monde "l'instrument [diplomatique] est sur le point d'être cassé". Il est clair que sa sauvegarde est essentielle à l'efficacité de notre politique étrangère.

Le groupe "Marly", un collectif qui réunit des diplomates français critiques
Article paru dans l'édition du 23.02.11

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ganhos de produtividade: quando os socialistas vao aceitar isso?

Um artigo importante do correspondente do Le Monde na Alemanha, que toca na questão mais relevante para o desenvolvimento dos povos e a prosperidade das sociedades: ganhos de produtividade.
Socialistas em geral se interessam pelo nível dos salários, pela distribuição dos ganhos e pela repartição das riquezas, de forma geral, esquecendo-se que tudo isso precisa ser ganho, produzido, criado em primeiro lugar.
Os alemães, que tinham o maior custo salarial unitário da Europa, com benefícios sociais extensíssimos -- colônia de férias com muitas amenidades para todos os trabalhadores e, curiosamente, eram os que menos trabalhavam na Europa, com dezenas de feriados -- aprenderam uma lição, com a unificação e com as diversas crises que eles viveram depois dela: não dá para viver distribuindo sem produzir.
Voltaram aos velhos hábitos de trabalho duro e de ganhos de produtividade.
Os franceses, e os brasileiros, deveriam aprender com isso.
Paulo Roberto de Almeida

Compétitivité allemande, la myopie française
Frédéric Lemaître
Le Monde, 12.02.11

Le contraste est saisissant. Fin 2008, Nicolas Sarkozy ne pouvait cacher sa satisfaction : "La France agit, l'Allemagne réfléchit", ironisait-il, opposant la rapidité de la réaction française à la prudence allemande face à la crise financière. Février 2011 : Nicolas Sarkozy et Angela Merkel présentent le "pacte de compétitivité" que, selon eux, l'Europe devrait adopter, mais nul ne s'y trompe : si l'idée initiale est effectivement française, le contenu dudit pacte est allemand.

Dans le fameux couple, l'Allemagne a pris le leadership. Il est vrai qu'en matière de compétitivité, les chiffres parlent d'eux-mêmes. En 2010, la France affiche son huitième déficit commercial d'affilée : 51,4 milliards d'euros, alors que l'Allemagne présente un excédent de 154,3 milliards, le dix-septième d'affilée.

Pour expliquer cette divergence, gauche et droite avancent la même explication : le coût du travail, qui serait désormais moins élevé de l'autre côté du Rhin. L'institut COE-Rexecode a remis, fin janvier, à Eric Besson, ministre de l'industrie, un énième rapport sur l'écart de compétitivité entre les deux pays. On y lit qu'"il ne fait aucun doute que le coût de l'heure de travail a augmenté plus rapidement en France qu'en Allemagne depuis dix ans, et qu'il s'établit, aujourd'hui, au moins au niveau du coût allemand et plus probablement au-dessus. En outre, les coûts salariaux unitaires (...) qui tiennent compte de l'évolution relative de la productivité, ont progressé d'un peu moins de 3 %, entre début 2000 et fin 2007 en France, alors qu'ils reculaient de 11 % en Allemagne. L'écart qui s'est creusé est ainsi de 14 % et suffit à expliquer très largement la divergence de compétitivité."

En réponse, la fondation Terra Nova, proche du Parti socialiste, expliquait, le 7 février, qu'"on commente le dynamisme économique de l'Allemagne : c'est pourtant son atonie qui est frappante. L'explication est simple : le boom des exportations n'a pas relancé la croissance, car il a été gagé sur la contraction de la demande interne. La logique politique implicite est insoutenable : appauvrir les salariés allemands pour qu'ils soient compétitifs sur le marché mondial. Cet appauvrissement est réel : le revenu par habitant allemand était supérieur de 15 % à la France en 2000 ; il est aujourd'hui inférieur de 10 %."

Que l'Allemagne, après une décennie passée à gérer les conséquences de sa réunification, fasse tout, depuis dix ans, pour redevenir compétitive, en ayant notamment recours à une réelle modération salariale, est évident. Les lois Hartz, adoptées par le gouvernement SPD-Verts au début des années 2000, ont visé à remettre les chômeurs au travail et à accroître la flexibilité. Les demandeurs d'emploi doivent prendre le poste qu'on leur propose, même s'il ne correspond pas à leur qualification et n'est qu'à temps partiel.

Sur une population active de 60 millions de personnes, on compte 5 millions de salariés à temps partiel, plus 5 millions de personnes disposant d'un "mini-job" (400 euros pour vingt heures par semaine) et près de 1 million d'intérimaires. Or ces derniers gagnent environ deux fois moins que les salariés qu'ils sont supposés remplacer. Un intérimaire sur huit a d'ailleurs droit aux prestations sociales réservées aux personnes pauvres. Résultat : 15,5 % des Allemands vivaient en 2008 (derniers chiffres connus) sous le seuil de pauvreté, un chiffre légèrement inférieur à la moyenne européenne, mais en nette augmentation par rapport aux années précédentes.

Cela ne signifie pas que le pays s'appauvrit mais que les inégalités augmentent. Car, globalement, le pays va bien. L'hebdomadaire The Economist (du 5 février) parle même de "miracle allemand". Si l'on prend l'évolution du produit national brut (PNB) par habitant, note le journal, l'Allemagne est le pays du G7 où la croissance a été la plus forte ces dix dernières années : + 0,9 % par an en moyenne, davantage qu'aux Etats-Unis (+ 0,7 %) et en France (+ 0,6 %). Les chiffres du Fonds monétaire international (FMI) ne corroborent pas l'analyse de Terra Nova. En 2000, le PIB par habitant était un peu plus élevé en Allemagne qu'en France (25 130 euros contre 24 430 euros) et cet écart a tendance à croître. En 2010, le PIB par habitant était de 27 470 euros en Allemagne, contre 25 792 euros en France.

Il y a peu de chances que l'écart se réduise en 2011 : le moral des chefs d'entreprise allemands n'a jamais été aussi haut, et les instituts de prévision misent sur une croissance comprise entre 2,5 % et 3 % cette année - plus qu'en France. Les salariés devraient en profiter. Pour la première fois depuis 1994, le pouvoir d'achat réel a augmenté de 1,1 % en 2010, selon l'institut WSI, proche des syndicats. Pour 2011, les négociations salariales avancent rapidement. Volkswagen a conclu, le 8 février, avec le syndicat IG Metall, un accord prévoyant une hausse de 3,2 % des salaires, en 2011, plus une prime comprise entre 500 et 890 euros.

Pour remercier les salariés qui ont accepté, en 2009, de passer à temps partiel pendant la crise, plusieurs entreprises, comme Siemens ou Bosch, ont avancé de plusieurs mois les augmentations de 2011. Daimler va distribuer 125 millions d'euros de primes à ses salariés dans le monde, soit près de 1 000 euros par personne.

Croire que c'est surtout grâce à la modération salariale que l'Allemagne est plus compétitive que la France sur les marchés mondiaux relève, au mieux, de la myopie. Un technicien travaillant dans l'automobile n'a rien à envier à son collègue français. En revanche, les caissières des supermarchés sont encore plus exploitées en Allemagne, et les emplois de services à la personne y sont payés une misère.

Une anecdote résume la différence entre les deux pays. Commentant le déficit du commerce extérieur français, le secrétaire d'Etat Pierre Lellouche a indiqué qu'"il reflète essentiellement l'évolution de la facture énergétique". Nous voilà rassurés. En revanche, Mme Merkel a jeté un froid en indiquant que le monde n'attendait pas l'Allemagne pour innover, et qu'il ne saurait être question de se reposer sur ses lauriers.

Article paru dans l'édition du 13.02.11

terça-feira, 20 de julho de 2010

Elevacao na escala tecnologica: maior valor agregado, maiores receitas

Essa experiência da indústria calçadista de Franca (SP) é exatamente o que já ocorreu em outros países, submetidos à concorrência chinesa, nessa ou em outras áreas: Itália, Espanha, Austrália, Estados Unidos.
Ou seja, o mundo se comporta como o bom senso comanda, e a teoria econômica prevê...

Franca vende menos calçados e ganha mais
Da Redação
Folha de S. Paulo, 20.07.2010

A indústria calçadista de Franca enviou um volume menor de produtos para o mercado externo no primeiro semestre deste ano. Em compensação, viu o valor obtido com essas vendas subir.
De acordo com levantamento mensal do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), a cidade exportou 1,48 milhão de pares de sapatos nos seis primeiros meses deste ano, ante 1,52 milhão no mesmo intervalo de 2009.
O valor dessas negociações, em 2010, rendeu U$ 42,21 milhões aos fabricantes francanos, enquanto, no ano passado, o total foi de US$ 38,15 milhões.
Até junho, as vendas no mercado internacional de Franca foram puxadas por mercados tradicionais.
Somente os Estados Unidos compraram 28% mais, em valor, neste ano. As vendas para esse país representaram 42,88% das exportações do setor francano.
O Reino Unido elevou ainda mais suas compras da indústria de Franca: passou de US$ 1,48 milhão para US$ 2,82 milhões (alta de 91%).
De acordo com o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão, a indústria conseguiu agregar mais valor a seus sapatos neste ano. Por isso, conseguiu ganhar mais, mesmo vendendo menos.
Para ele, no entanto, as compras em alta de mercados como Estados Unidos, Reino Unido e Espanha ainda não significam uma recuperação da crise econômica que abalou o poder aquisitivo desses países no ano passado e afetou as vendas internacionais de Franca.
O diretor comercial da Sândalo, Téti Brigagão, tem opinião divergente, pelo menos quando o assunto é a retomada do consumo em mercados importantes para o calçado brasileiro.
Com exceção do público norte-americano, que ainda não voltou a comprar de sua empresa como antes da crise, Téti Brigagão disse que os outros importadores têm acelerado as encomendas.
O incremento, disse ele, veio acompanhado da evolução do valor dos sapatos, resultado de uma mudança do gosto do consumidor externo, que está mais exigente com detalhes como modelagem, costuras e acessórios.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

1680) De volta a um grande negocio (estrategico, il semble): Rafale...

Agora que o Carnaval passou, é hora de esclarecer um grande negócio muito mal explicado
Coluna do Augusto Nunes
16 de fevereiro de 2010

Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido.

Nos quatro primeiros parágrafos do discurso de posse, Nelson Jobim tratou de justificar a fama de gaúcho sabido com a evocação de episódios protagonizados por Dom Pedro II, Zacharias de Goes e Vasconcellos, Benjamin Constant e outras placas de ruas, praças ou avenidas. No quinto, o novo ministro da Defesa encerrou a aula de História com uma frase de Benjamin Disraeli, duas vezes primeiro-ministro do império britânico no fim do século 19. “Never complain, never explain, never apologise”, falou bonito o novo ministro da Defesa.

Caridoso com os muitos monoglotas presentes, traduziu a citação: “Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe”. Fez então uma pausa, armou a carranca no rosto de glutão sem remorso e rugiu: “Aja ou saia, faça ou vá embora!”. Como quem age faz alguma coisa, como quem sai vai embora, uma das duas frases já estaria de bom tamanho. Jobim deve ter embarcado na redundância para mostrar que não estava para brincadeiras. Estava lá para liquidar o apagão aéreo que acabara de festejar o primeiro aniversário. Os culpados que se cuidassem.

A ameaça causaria forte impressão mesmo se gaguejada por um vereador de grotão. Produzida pela figura com mais de 100 quilos esparramados por quase 2 metros, a trovoada no coração do poder ultrapassou os limites do Palácio do Planalto. Andorinhas voaram de costas, urubus ficaram brancos de medo, aviões de carreira enveredaram por loopings involuntários, helicópteros flutuaram na estratosfera. Não demoraram a descobrir que o ultimato não passaria do falatório.

Jobim não agiu, mas não saiu. Não fez, mas não foi embora. Fez que conta que esqueceu o grande momento do discurso de posse. Até que o apagão morreu de morte natural e o ministro resolveu começar a agir. Acabou demonstrando que a lição de Disraeli nem sempre dá certo. Por ter feito tudo errado, o que fez causou mais estragos que o que deixou de fazer. A última do Jobim foi convencer o presidente Lula de que a compra dos 36 caças franceses Rafale é um grande negócio para o Brasil.

Antes do Aerolula, a milhagem aérea do Primeiro Passageiro era inferior à de uma abelha. Jobim só aprendeu, em viagens internacionais, que não cabe na poltrona. Pois os dois se acharam qualificados para decidir qual fábrica seria contemplada com uma fabulosa bolada extraída dos bolsos dos pagadores de impostos. Acabaram por desmoralizar os chefes da Aeronáutica e os técnicos incumbidos de produzir o relatório que classificou os três concorrentes.

O documento recomendou a escolha dos caças suecos Gripen, que custariam US$ 4,5 bilhões. A segunda opção foi o americano F-18, fabricado pela Boeing (US$ 5,7 bilhões). Para desconforto dos especialistas, e para alegria dos acionistas da Dassault, Lula e Jobim preferiram o lanterninha Rafale. Os brasileiros vão desembolsar US$ 6,2 bilhões (ou R$ 11,4 bilhões) para que os pilotos da FAB voem nos caças que não desejaram. A justificativa para o injustificável foi uma misteriosa “parceria estratégica” com a França.

Agora que o Carnaval passou, os responsáveis pela escolha precisam deixar de conversa fiada e buscarem explicações mais convincentes para a transação bilionária. O país que presta está exausto de eufemismos espertos. A novilíngua da Era Lula já transformou ladroagem em “recursos não-contabilizados” e fez dinheiro sujo virar “caixa 2″. Os dois truques tentaram camuflar negociações suspeitíssimas entre os partidos que hoje compõem a base parlamentar do Planalto. Para quem enxerga, é uma base alugada. Para o governo, é uma parceria estratégica.