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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Brasil: perto do equilibrio? Duvidas de Gilberto Simoes Pires

CRÍTICAS FUNDAMENTADAS
Gilberto Simões Pires
Ponto Crítico, XIV - 416/15 - 01/ 07/ 2016

Antes de tudo, ainda que venha a desagradar e/ou contrariar muitos leitores, que se mostram mais confiantes com o governo Temer, por questão de formação e princípio tenho o dever de deixar bem claro aquilo que muito está me preocupando.

Até o presente momento, no que diz respeito ao Custo Brasil, o governo Temer atendeu demandas que, uma vez aprovadas, a ordem é pagar. Ou seja, não cabe mais qualquer arrependimento. É o caso, por exemplo, dos aumentos concedidos ao Judiciário e MPF, Bolsa Família, carência da dívida dos Estados, valor entregue ao RJ para garantir as Olimpíadas, que já somam R$ 125 bilhões.

Há quem diga e repita, nas várias mensagens que recebo, que as bondades que o governo Temer vem concedendo nada mais são do que o preço que os brasileiros precisam pagar para que os obstáculos que, desde sempre, impedem o crescimento e o desenvolvimento econômico do país, sejam removidos.

Ora, o meu ceticismo quanto ao êxito das propostas de Reformas e Privatizações que vem sendo anunciadas é procedente. Afinal, ao longo da minha existência não foram poucas as promessas deste tipo que jamais se concretizaram.

Como o preço (altíssimo) já foi pago (não tem mais volta) e não há a mínima garantia de que a contrapartida seja atendida, não há como ser otimista.

Só para esclarecer: o que me agrada, aplaudo. O que me prejudica, critico. Com fundamentos. Mais: também quero que o Brasil vá em frente. Aliás, só pelo fato do Brasil ter se livrado do PT, de Lula e de Dilma já é muita coisa. Só por aí já é possível ser mais confiante. Entretanto, o que não me satisfaz nem um pouco é aceitar pagar um preço alto sem garantia de coisa alguma. É isto que me deixa preocupado.

Volto a dizer que PRIVATIZAÇÕES não se tornaram necessárias depois da descoberta dos incontáveis atos de CORRUPÇÃO NAS ESTATAIS. Tirar empresas das mãos e pés do Estado é questão de eficiência e respeito com o dinheiro dos pagadores de impostos.

Alguns, neste momento, estão se dizendo favoráveis às PRIVATIZAÇÕES, por CONVENIÊNCIA; outros por CONVICÇÃO. Pouco importa. O fato é que PRIVATIZAR é ótimo para a saúde do país.

A partir desta edição, com a colaboração do pensador Vinicius Boeira, os leitores poderão se familiarizar ainda mais com o importante PARLAMENTARISMO. Para tanto dou início à série - VOCÊ SABIA... Eis o primeiro:

VOCÊ SABIA... Que, atualmente, a única via possível para que tenhamos o sistema parlamentarista no Brasil é com a aprovação da PEC 20A (Proposta de Emenda Constitucional no 20A, de 1995)?
E que essa PEC já tramitou, sendo aprovada em todas as comissões e está pronta para ir à plenário?

terça-feira, 17 de maio de 2016

Diplomacia do Foro de Sao Paulo - Gilberto Simoes Pires (Ponto Critico)

DIPLOMACIA DO FORO DE SÃO PAULO
Gilberto Simões Pires
Ponto Crítico, XIV - 384/15 - 17/ 05/ 2016

CARTILHA
Seguindo à risca o que manda a cartilha do Foro de São Paulo, os governos -bolivarianos-, que integram a organização comunista latinoamericana estão repudiando o Impeachment da terrorista-mentirosa Dilma Rousseff e, por consequência, não reconhecem o novo governo brasileiro, com Temer a frente.

COMUNISMO LATINO
Quem emitiu a mensagem "sobre o golpe do estado parlamentário e judicial no Brasil", que conta com apoio irrestrito da Venezuela, El Salvador, Nicarágua, Bolívia, Equador, etc., foi o governo de Cuba, país-modelo do plano elaborado pelo Foro de São Paulo que apoia e implementa a instalação do COMUNISMO LATINO.

MANOBRAS
A mensagem, que denuncia as "manobras da oligarquia" e a "contraofensiva reacionária" e informa que "Dilma, Lula, o PT e o povo do Brasil contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba" foi enviada à vários dirigentes de organismos internacionais, como Organização Internacional do Trabalho, Organização Mundial do Comércio, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Secretaria da ONU, Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Organização Mundial da Saúde, União Internacional de Telecomunicações, UNAids, Programa da ONU para o Desenvolvimento e para o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Secretaria da Convenção sobre Mudanças Climáticas, Organização da Conferência Islâmica, membros do alto escalão do governo suíço e dezenas de outros diplomatas.

CORRUPÇÃO
Ora, é possível que muitos destes dirigentes, por afinidade e fidelidade ideológica, se coloquem em defesa do COMUNISMO LATINO. Entretanto, na medida em que forem sendo informados do quanto o Brasil foi roubado e saqueado por atos de corrupção promovidos pelo PT, com Lula e Dilma a frente, aí o apoio vai minguar naturalmente. Afinal, quem aplaude governos corruptos é porque aplaude a corrupção e/ou age da mesma forma.

POSTURA DO MINISTRO JOSÉ SERRA
O que mais gostei foi a postura do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, que não perdeu tempo e emitiu, no dia seguinte ao Impeachment, notas à imprensa repudiando as críticas da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua. Nota 10, ministro.

ROMPIMENTO COM O FORO DE SÃO PAULO
Mais: fiquei com a sensação de que a postura do ministro Serra é uma declaração de rompimento definitivo do Brasil com o Foro de São Paulo. Com isto é de se esperar que o Brasil se abra para novos e importantes acordos comerciais. Tomara.

NÚMERO ENORME DE PROBLEMAS
Se todos os ministérios tomarem decisões, rápidas, firmes e objetivas como estas, as chances do país dar certo em tempo menor do que o previsto começa a ganhar corpo. É certo que a quantidade de problemas criados ao longo desses últimos 13 anos impõe muito trabalho e grande dificuldade para contornar a situação. Entretanto, ações efetivas têm o poder de aumentar a esperança.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A Grande Destruicao em Numeros (novembro-dezembro 2015) - Gilberto Simoes Pires

Transcrevendo da coluna Ponto Crítico (XIV - 306/15 - 29/ 01/ 2016), do jornalista Gilberto Simões Pires:

NÚMEROS E DECISÕES TENEBROSAS
NÚMEROS DE NOVEMBRO E DEZEMBRO

Ainda que a maioria dos números que retratam o comportamento da nossa cada dia mais pobre economia digam respeito aos meses de novembro e dezembro de 2015, pelo andar da carruagem já se tem uma ideia dos números referentes ao mês de janeiro, que será apurado mais a frente.
ANDANDO PARA TRÁS
Vejam, por exemplo, que a trágica TAXA DE DESEMPREGO fechou 2015 nos níveis de 2008, ou seja, andamos 7 anos para trás. Como o desemprego continua aumentando, quando for divulgada a taxa referente ao primeiro trimestre de 2016 veremos que chegaremos aos números de 2004, ou 12 anos para o passado.
DÉFICIT PRIMÁRIO
Além disso, o DÉFICIT PÚBLICO (PRIMÁRIO) fechou 2015 com o pior resultado em 14 anos: R$ 111,2 bilhões, o equivalente a 1,88% do PIB. Em 2014, o resultado negativo havia sido de R$ 32,5 bilhões, ou 57% do PIB. Que tal?
Como acontece a cada ano que passa, o grande vilão, que continua intocável, pedindo REFORMA, é a Previdência Social (apenas INSS, ou brasileiros de 2ª Classe), que fechou o ano com DÉFICIT DE R$ 85,8 BILHÕES. Se somado com a Previdência dos Servidores da União (brasileiros de 1ª Classe), o DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO VAI A MAIS DE R$ 200 BILHÕES.
DÉFICIT NOMINAL
Se for levado em consideração os JUROS, OU DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL, que atingiu a marca de R$ 501,8 bilhões no ano, aí o resultado é ainda mais catastrófico: R$ 613 bilhões, ou 10,34% do PIB. No ano anterior, a conta nominal havia somado R$ 343,9 bilhões ou 6,05% do PIB. Que tal?
PIB E INFLAÇÃO
Vejam que os DÉFICITS acima se resolvem, basicamente, através de uma precisa e certeira REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Pois, ao invés de atacar este crônico problema, o governo volta a insistir com a estúpida CPMF, cuja receita estimada não faz cócegas nas monstruosas despesas provocadas pela PREVIDÊNCIA.
CONSELHÃO
Diante de tanto descalabro, incompetência e farta CORRUPÇÃO NO SETOR PÚBLICO, ontem, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa se apresentou aos 92 Conselheiros que integram o CNDES -Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social- para dizer, ao INVÉS DE CONSULTAR, quais medidas o governo defende para tentar reanimar a debilitada economia do nosso pobre país.
De novo: como o Conselhão não foi montado para ser CONSULTADO, mas apenas para ser informado das medidas que o governo pretende tomar, os 92 conselheiros ouviram (muitos até aplaudiram) o ministro Barbosa dizer que o governo vai aumentar gastos e impostos.
O curioso, para não dizer lamentável, é que os conselheiros sequer contestaram a pretensão do governo, de ampliar a oferta de crédito, em R$ 83 bilhões. Mal sabem que a oferta de crédito no momento em que a inadimplência cresce perigosamente, nada mais é do que uma clara repetição dos erros que contribuíram para levar a este progressivo caos econômico do Brasil.
CAPACIDADE INSTALADA
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuou 1,1 ponto percentual em janeiro, atingindo 73,9%, o menor nível da série histórica iniciada em 2001.
THE ECONOMIST 1-
A revista britânica The Economist traz na edição desta semana uma material pra lá de interessante sobre o nosso pobre Brasil.
Com o título "Festejando no precipício", a publicação diz que o feriado de carnaval não vai proporcionar nenhuma pausa na crise do País, que sofre com o aprofundamento da situação política e econômica e ainda tem de lidar com o surto de zika vírus.
Apesar de reconhecer que a estabilidade dos juros na semana passada era justificada, a revista também critica a estratégia de comunicação do Banco Central, que sinalizou manutenção dos juros a poucas horas da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom).
THE ECONOMIST 2
A reportagem nota que outros problemas econômicos continuam crescendo no Brasil e apenas no ano passado 1,5 milhão de trabalhadores foram demitidos das empresas.
Neste ano, a revista diz que outro 1 milhão de empregados podem perder o trabalho.
Enquanto ainda tem de lidar com a ameaça de impeachment, a presidente Dilma Rousseff e o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tentam avançar com as reformas.
Alas do PT, porém, já demonstraram ser contrárias à intenção de aumento da idade mínima para aposentadoria, diz a Economist.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015: balanco previo - Gilberto Simoes Pires

RETROSPECTIVA 2015
Gilberto Simões Pires
Ponto Crítico, XIV - 277/15 - 11/ 12/ 2015
BALANÇO PRÉVIO
Ainda que a presidente Dilma-Petista vá se esforçar ao máximo, nestas próximas três semanas que nos separam de 2016, para piorar os números ruins que dão conta do desempenho econômico e social do nosso pobre país em 2015, já é possível fazer BALANÇO PRÉVIO dos resultados obtidos ao longo deste primeiro ano de seu segundo mandato.

RANKING INTERNACIONAL:
Observando o desempenho que o Brasil obteve, na comparação com vários países do mundo em atividades como EDUCAÇÃO, SAÚDE, VIOLÊNCIA, ECONOMIA, por exemplo, vê-se, claramente que o nosso país avançou muito. Só que tal avanço, para infelicidade dos pensantes, foi em direção às últimas colocações.

Para que tenham uma ideia do quanto o Brasil é, realmente, um PAÍS DE PONTA -DE BAIXO-, vejam seu  desempenho/trajetória  em alguns poucos rankings internacionais:

COMPETITIVIDADE:
No cenário COMPETITIVO INTERNACIONAL, segundo informa o World Competitiveness Yearbook, o Índice de Competitividade Mundial, o Brasil, que em 2014 caiu três posições, ocupando o 54º lugar entre 60 países analisados, ficando à frente apenas da Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela -a última colocada-, a situação, em 2015, piorou ainda mais.

EDUCAÇÃO:
No ranking mundial de EDUCAÇÃO, segundo informa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 76 países avaliados, o Brasil ocupa a 60ª posição. Ou seja, um completo desastre. Em primeiro lugar está Cingapura, seguido de Hong Kong e Coreia do Sul. Na última posição está Gana. Como se vê estamos cada ano mais próximos das últimas posições.

 SAÚDE:
Em levantamento que mede a EFICIÊNCIA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE de 48 países, o Brasil ficou em ÚLTIMO LUGAR. A Bloomberg, portal americano especializado em economia, atribuiu uma nota para cada país. Para o cálculo, foram usados critérios de expectativa de vida, média do custo do serviço de saúde e quanto esse custo representa comparado ao PIB per capita de cada país.

IDH E VIOLÊNCIA:
No ranking mundial de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o Brasil ocupa a 85ª posição. Na comparação com o ano anterior, o nosso pobre país perdeu 6 posições, com viés de piora a olhos vistos, a considerar o agravamento da crise econômica, política, moral e social que tomou conta do Brasil.

VIOLÊNCIA - No ranking mundial de violência contra professores, o Brasil lidera com folga. Só em São Paulo, quase metade dos professores da rede estadual de ensino já sofreram algum tipo de agressão e continuam a mercê dessa situação.

CORRUPÇÃO:
Por fim, aproveitando que na última quarta-feira (9/12), foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Corrupção, os dados do relatório da Transparência Internacional informam que o Brasil, que ocupa a 69ª posição entre 175 países analisados, é o país que mostra maior crescimento nesta modalidade. Deve encerrar 2015 de forma brilhante, ficando entre os mais corruptos do mundo.