O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Ucrânia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ucrânia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de março de 2024

O drama da Ucrânia e a arma econômica das sanções - Paulo Roberto de Almeida (Portal da revista Interesse Nacional)

Segunda parte de um grande artigo sobre as sanções econômicas, com referência à guerra da Ucrânia e à posição do Brasil nesse conflito. 

O drama da Ucrânia parte 2 – A arma econômica como arma de guerra

Paulo Roberto de Almeida

Portal da revista Interesse Nacional (5/03/2024); segunda parte do artigo: 

A primeira parte foi publicada na semana passada (27/02/2024), neste link: 

Na próxima semana será publicada a terceira e última parte.


A arma econômica como arma de guerra: as sanções nas frentes de combate

A Alemanha esteve no centro de sangrentos conflitos no coração da Europa, desde a guerra franco-prussiana de 1870 até a “segunda Guerra de Trinta Anos”, entre 1914 e 1945, que retirou a Europa do centro do mundo – que ela comandou praticamente desde a era dos descobrimentos, e mais exatamente desde a primeira revolução industrial – e que criou uma nova geopolítica mundial, uma bipolaridade entre os Estados Unidos e a Rússia, antecipada no século XIX por ninguém menos do que Tocqueville (Almeida, 2009). A Rússia, bem antes dos EUA, já intervinha nos assuntos asiáticos, nas franjas do Império Otomano ao sul, nos Balcãs e também no coração da Europa, do Elba até o Danúbio e nas partes geladas do Norte. A potência americana só aparece, de fato, bem depois da guerra civil, com a industrialização maciça ao norte e a rápida mecanização da agricultura nas planícies centrais. Seu début nos assuntos mundiais se dá na guerra hispano-americana de 1898 – quando Puerto Rico, Cuba e Filipinas passam ao seu controle –, quando uma nova praça financeira, Nova York, passa a oferecer capitais que anteriormente partiam majoritariamente da City londrina, e, mais concretamente, em 1917, quando os boys chegaram aos campos de batalha da França, e foram determinantes, com os ingleses e os próprios franceses, obviamente, na derrota do Império alemão, que se estiolou na frente ocidental, sem nunca ter perdido na frente do leste. 

Na verdade, o Reich pode ter sido levado ao armistício, em novembro de 1918, não tanto pela sorte dos soldados nas trincheiras da França, mas bem mais pelo peso das sanções econômicas que foram decisivas no seu enfraquecimento, dada a falta de combustíveis e insumos em geral, e sobretudo pela fome do povo alemão, isolado do resto do mundo pelo cerco das canhoneiras inglesas. O presidente Woodrow Wilson, que fez campanha em 1916 para sua reeleição, prometendo aos americanos que manteria os Estados Unidos fora da guerra europeia, teve de entrar no conflito devido ao afundamento de barcos comerciais e de passageiros americanos pela campanha submarina do Império Alemão, e a partir daí passou a propor formas de se estabelecer um armistício ou a cessação de hostilidades. Uma das “armas” de que dispunha para essa finalidade era a “arma econômica” das sanções, por ele descritas, no documento que apoiou seu projeto de paz mediante uma organização dedicada à sua defesa, no contexto das negociações de paz de Paris, em 1919. Um historiador descreveu a mobilização dessa arma da seguinte forma: 

That instrument was sanctions, described in 1919 by U.S. president Woodrow Wilson as ‘something more tremendous than war’: the threat was ‘an absolute isolation… that brings a nation to its senses just as suffocation removes from a individual all inclinations to fight… Apply this economic, peaceful, silent, deadly remedy and there will be no need for force. It is a terrible remedy. It does not cost a life outside the nation boycotted, but it brings a pressure upon that nation which, in my judgment, no modern nation could resist’. (Mulder, 2022; “Introduction: Something More Tremendous Than War”; Kindle edition)[1]

 

De fato, como informa Mulder, o bloqueio dos Impérios centrais e do Império Otomano na Grande Guerra, pelas forças navais da Grã-Bretanha e da França, levou centenas de milhares de pessoas à morte por fome e enfermidades. Como explica ainda o mesmo historiador, “As sanções mudaram a fronteira entre a guerra e a paz, produziram novos meios de mapear e manipular o tecido da economia mundial, mudaram a concepção do liberalismo sobre a coerção e alteraram o itinerário do Direito Internacional” (idem). Na verdade, o uso de sanções econômicas e mesmo o bloqueio naval completo não era novo na história dos conflitos internacionais. Um dos primeiros exemplos históricos de sanções econômicas está relatado na história da guerra do Peloponeso, por Tucídides: ele se refere ao banimento de mercadores da cidade-porto de Megara de comerciar com Atenas, em 432 AC, o que foi um dos vários exemplos de iniciativas infelizes da cidade-Estado democrática que lhe acarretou reveses diplomáticos que contribuíram para a vitória final de Esparta naquela longa guerra.

Na era moderna e contemporânea, entre outras oportunidades, sanções econômicas foram aplicadas, por exemplo, nas guerras napoleônicas. Depois da paz de Amiens, em 1802, uma pequena trégua nas lutas entre Napoleão e as monarquias europeias, a luta retomou em diversas frentes, inclusive na esfera naval: para derrotar a Grã-Bretanha, Napoleão tinha de vencer as forças coligadas anglo-espanholas, o que resultou na grande vitória do Almirante Nelson, em Trafalgar, nas costas espanholas do Mediterrâneo, em 1805. Mas, Napoleão conseguiu infligir pesadas derrotas contra a Áustria e a Prússia no continente, em 1806. Com essas vitórias, Napoleão decretou o bloqueio continental contra a Grã-Bretanha, invadindo, em 1807, os dois reinos ibéricos que ainda não tinham se submetido às suas pretensões, Espanha e Portugal. A Espanha deu início a uma guerra de guerrilhas contra o ocupante, mas a corte dos Braganças preferiu desertar o país e fugiu para o Brasil, sob a proteção britânica. O poderio naval britânico, no entanto, inverteu o sentido do bloqueio, e foi a França que se viu privada dos mares devido à vigilância da Royal Navy.

As sanções previstas na convenção da Liga da Nações, nos artigos 16 e 17, em caso de ameaça de guerra ou de guerra efetiva, compreendiam a cessação de todas as relações comerciais ou financeiras, assim como a proibição de todo e qualquer intercâmbio entre os nacionais dos Estados membros e os nacionais da parte agressora, assim como com nacionais de quaisquer outras partes, mesmo não membros da Liga. Elas pareciam efetivamente fortes o suficiente para impedir ou limitar o recurso à guerra entre os Estados membros, assim como com outros Estados não membros. A despeito da convenção da Liga, Estados membros e não membros recorreram à guerra nos anos 1930, começando pela invasão da Manchúria pelo Império do Japão em 1931, pelo ataque à Abissínia (Etiópia) pela Itália fascista em 1936), pela intervenção armada na Guerra Civil Espanhola em 1936-39 pela Alemanha hitlerista e pela mesma Itália fascista, a despeito da neutralidade da maior parte dos demais Estados, assim como por toda a violência armada e ameaças de uso da força pela Alemanha hitlerista na anexação da Áustria e de parte do território da Tchecoslováquia, em 1938-39 (esta última seguida da anexação do resto do território em 1930-40), assim como, a invasão e esquartejamento da Polônia pela Alemanha nazista e pela União Soviética em 1939, sem esquecer a guerra da URSS contra a Finlândia em 1940 e a anexação dos Estados livres da Estônia, Lituânia e Letônia igualmente em 1940. A Liga ainda recomendou e ameaçou sanções contra os Estados agressores, mas elas foram totalmente inoperantes ou não implementadas pela maior parte dos Estados membros.

Sanções econômicas, no mundo contemporâneo da ONU, previstas nos artigos 41 e 42 da Carta, foram amplamente utilizadas contra certos Estados membros, muitas vezes de maneira unilateral – e, portanto, em princípio de forma ilegal –, como por exemplo dos EUA contra Cuba, contra o Irã e outros países menores, mas também de forma legal, ou pelo menos sancionadas por alguma resolução do CSNU, como contra a África do Sul dos tempos do Apartheid, ou contra o Iraque de Saddam Hussein, antes e depois de sua invasão do Kuwait. Mas, o que diz a Carta das Nações Unidos sobre as sanções? Os dispositivos principais estão contidos nesses dois artigos, mas sua aplicação depende, obviamente da aprovação do seu Conselho de Segurança, algo que é extremamente difícil de ser obtido quando os interesses nacionais de um dos membros permanentes do CSNU estão em jogo. A razão é muito simples, uma vez que as sanções econômicas são ofensivas por sua própria natureza, impondo restrições aos intercâmbios com a parte agressora, uma espécie de exercício de força, ainda que feita à distância. Eis o teor dos dois artigos da Carta tratando diretamente da questão:

Artigo 41

O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas as suas decisões e poderá instar os membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou de qualquer espécie, e o rompimento de relações diplomáticas.

 

Artigo 42

No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no Artigo 41 seriam inadequadas ou demonstrarem que são inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessário para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas. (Legislação de Direito Internacional, 2008, p. 1097)

 

Em outros termos, de forma similar, mas não semelhante, à Liga das Nações, a Carta da ONU prevê medidas muito constrangedoras do ponto de vista econômico, incluindo a interrupção das relações diplomáticas, a cessação dos intercâmbios econômicos e até o bloqueio do país agressor, por diversos meios, por forças das Nações Unidas, mas tudo isso depende de uma decisão do CSNU, o que é virtualmente impossível caso o direito de veto atribuído a cada um dos seus cinco membros permanentes seja exercido. Mas, registre-se também, que o artigo 24 da Carta afirma que os membros da ONU “conferem ao Conselho de Segurança a principal (main) responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais” (idem, p. 1094), ou seja, essa responsabilidade não pode ser exclusiva do CSNU, pois que, como dito no inciso 5 do artigo 2º.: 

Todos os membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qualquer Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo. (idem, p. 1091)

 

A questão do cumprimento dos princípios e objetivos da Carta da ONU apresenta um paradoxo impossível de ser solucionado, sem uma reforma da própria Carta, o que também se afigura uma quadratura do círculo, como implícito ao seu artigo 6º:

O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios contidos na presente Carta [o que inclui, objetivamente, todas as ações perpetradas pela Rússia em sua guerra de agressão à Ucrânia], poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral [mas, e este é um enorme, gigantesco, mas, apenas] mediante recomendação do Conselho de Segurança. (p. 1091)

 

A menção, feita acima, a “forças das Nações Unidas”, refere-se à existência, prevista no artigo 47, de uma Comissão de Estado Maior, 

destinada a orientar e assistir o Conselho de Segurança, em todas as questões relativas às exigências militares do mesmo Conselho, para a manutenção da paz e da segurança internacionais, utilização e comando das forças colocadas à sua disposição... [e que]

...será responsável... pela direção estratégica de todas as forças armadas postas à disposição do dito Conselho. (op. cit., p. 1098)

 

Esse mesmo inciso (3) do artigo 47, termina pateticamente por afirmar que “As questões relativas ao comando dessas forças serão resolvidas ulteriormente.” Dispensável dizer que elas nunca foram resolvidas, pois que cada força de intervenção da ONU (de imposição ou de manutenção da paz) apresentou um histórico peculiar quanto ao comando: supõe-se, por exemplo, que as forças americanas presentes na Coreia, em 1950-53, ou na Arábia Saudita e no Kuwait, em 1991, tenham respondido mais aos generais do Pentágono, e ao próprio presidente americano, do que a qualquer Comissão militar do CSNU. 

Antes de qualquer ação de imposição da paz em algum conflito levado a debate na ONU, é presumível que os membros das Nações Unidos, assim como seu Conselho de Segurança, tenham aplicado as sanções previstas nos artigos já referidos. Um debate talvez especioso – sobretudo no caso do Brasil – instalou-se a respeito de serem essas sanções legítimas ou ilegítimas, no caso sancionadas multilateralmente (e só o são pelo CSNU, que dita a Lei, mas nem sempre o Direito), ou aplicadas unilateralmente, o que, alegadamente, as tornariam não passíveis de cumprimento pelos países membros. Cabe, todavia, ressaltar que as sanções unilaterais impostas por alguns membros da ONU contra a Rússia, desde o início de sua guerra de agressão contra a Ucrânia, ainda que não autorizadas expressamente pelo CSNU, situam-se, inteiramente, dentro do espírito e da letra dos artigos da Liga das Nações e dos da Carta da ONU que tratam da possibilidade de sua aplicação contra violadores de suas respectivas convenções constitutivas. Diversas sanções foram aplicadas, por exemplo, contra a África do Sul do Apartheid por vários membros da ONU, unilateralmente, portanto, antes que várias delas se convertessem em multilaterais, quando a pressão da opinião pública internacional – vale dizer, dos países ocidentais – obrigou o Conselho a finalmente tomar uma posição, convertendo-as em obrigatórias para todos (ainda que muitos elidissem o espírito e a letra das determinações do CSNU). 



[1] Tradução livre: Esse instrumento eram as sanções, descritas em 1919 pelo presidente americano Woodrow Wilson como ‘uma coisa mais tremenda do que a guerra’: a ameaça era de um ‘absoluto isolamento… que leva a nação aos seus sentidos, assim como a sufocação remove de um indivíduo qualquer disposição a lutar… Aplique esse remédio econômico, pacífico, silencioso, mortal, e não haverá mais necessidade do uso da força. É um remédio terrível. Não custa nenhuma vida fora da nação boicotada, mas ele cria uma pressão sobre aquela nação, a que, em meu entendimento, nenhuma nação moderna pode resistir’.


* Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, licenciado em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). Atua como professor de economia política no Programa de Pós-Graduação em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional.

Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional. 

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O impasse na Ucrânia: poucas armas, poucos avanços nas frentes de batalha: O Ocidente perdeu a vontade? - Ishaan Tharoor, Sammy Westfall (WP)

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

A Rússia é uma violadora serial da lei internacional, e distorce e mente deliberadamente sobre fatos e procedimentos - Anton Gerashchenko

Sobre o avião derrubado em Belgorod com "prisioneiros de guerra" à bordo.

Anton Gerashchenko
Il-76 crash in Belgorod region: violation of the laws and rules of war. Assessment of the situation. Russia officially stated that "Ukrainian prisoners of war who were allegedly on board, allegedly died". ▪️ As of today, we know two facts: 1. The plane was shot down; 2. A prisoner exchange was planned but did not take place. ▪️ The plane went down on Russian territory - outside of Ukraine's control. ▪️ International experts must determine whether the facts are true. Ukraine insists on an international investigation - President Zelenskyy. ▪️ The Security Service of Ukraine has opened a criminal investigation of the crash of the Il-76 (SSU confirmed this in a comment to Radio Liberty). There are currently three hypothetical versions of what the plane could have been carrying: 1️⃣ there were no Ukrainian prisoners of war on board; 2️⃣ there were prisoners of war on board; 3️⃣ in addition to prisoners of war, there was military cargo on board. All three options mean a blatant violation of the Geneva Conventions. The first one assumes that the aggressor organized a provocation and was preparing for it. This is a gross violation of the Third Geneva Convention by the Russian Federation and a war crime committed by Russians: repressions, i.e. killing prisoners of war in another place and in another way and taking prisoners of war as hostages. The second option is also a violation of the Third Geneva Convention by the Russian Federation - a violation of the laws and customs of war. The Convention requires that the ICRC and the Protecting Power, i.e. an official intermediary, be involved in the exchange of prisoners of war and monitoring of their condition. The Russian Federation sabotages the appointment of the Protecting Power and does not allow the ICRC to participate in the negotiation and exchange processes. According to Article 23 of the Geneva Convention, "no prisoner of war may at any time be sent to or detained in areas where he may be exposed to the fire of the combat zone, nor may his presence be used to render certain points or areas immune from military operations". The third option includes such war crimes of the Russian Federation as taking hostages in the form of a "human shield" on an airplane to "cover" the transportation of cargo (could be missiles for the shelling of Kharkiv. Earlier, there were several reports of S-300 missiles being delivered by Il-76 aircraft in Belgorod region). Any hypothetical scenario, even the saddest one, described above, does not imply international responsibility of Ukraine and the Ukrainian military. By commenting on the situation with the plane, Russian propaganda is trying to gain international support. If it succeeds, it could mean that the tactic of suddenly killing Ukrainian prisoners of war could be used again. We remember how Russia and its propaganda acted when commenting on the massacre of Ukrainian prisoners of war in Olenivka and the explosion of the Kakhovka HPP. This is the same handwriting of a terrorist country. "Russia consents to an international investigation into the crash of the Il-76 with Ukrainian prisoners of war near Belgorod on condition that it is seen as an investigation into the "criminal actions of the Kyiv regime" - presidential spokesman Dmitry Peskov said this morning. In fact, this means rejecting an international expertise. And that speaks volumes.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Putin: o Hitler do século XXI - Dietmar Pichler (X)

 Alguma dúvida quanto ao status de Putin como o novo Hitler do século XXI?


From: Dietmar Pichler


If you are a teacher or journalist:

1) there was never a "civil war" or "ethnic conflict" in Ukraine

2) there was never any kind of "Russian language ban"

3) The founders of the "separatist republics" were Russian nationalists from Moscow not coal miners from Donbas


Putin's war against Ukraine is not about NATO, it is because he does not allow his neighbors to have a free, democratic and European🇪🇺 future and he wants to restore the "Russian Empire".

Ukraine was non-aligned in 2014, when Russia annexed Crimea and attacked in Donbas. This is why the idea of joining NATO became popular.

It is not a big country, attacking a similar, smaller country, it is a dictatorship attacking a free, democratic and European country.

The treaty signed between Russia and Ukraine after the dissolution of the USSR in which Ukraine ceded its atomic bombs to Russia obtaining a written guarantee that Russia undertook to renounce any modification of the borders between the two nations.

5 things about Russia's war against Ukraine that are seemingly almost forgotten 🧵

1)Russia downed MH17 passenger jet, claiming 298 lives

2)Russia is fully responsible for the war in Donbas that started in 2014

3)Russia annexed Crimea with 'little green men' (soldiers without insignia) and exerted pressure on the local population/politicians (Girkin admits that they had to use force on local politicians)

4) A few days before the war, the idea of an upcoming full-scale invasion was denied as a ridiculous fabrication by the West.

5) With the announcement of the so-called 'Special Military Operation,' Putin stated that 'there will be no occupation' of Ukraine.

"Putin attacked Ukraine after insisting for months there was no plan to do so. Now he says there's no plan to take over."

Considering not only Putin's lies and actions but also the unmatched propaganda against Ukraine and the West, it's absurd to think 'Putin is willing to negotiate' for a 'solution for both sides' unless for people which have swallowed the propaganda.

I forgot number 6: The ridiculous pretext for the full-scale invasion in Donbas. Amateur-style fabricated content and false-flag footage to 'create' a reason to invade. The evacuations and ridiculous videos made by the Kremlin's propaganda army.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

A Ucrânia desapareceu da agenda de política externa do Itamaraty e do governo Lula? Nota sobre o terremoto no Japão

 Seria interessante, a exemplo desta Nota do MRE a propósito do terremoto no Japão, ter uma Nota, uma notinha que fosse, do Itamaraty, se solidarizando com o povo ucraniano pelos constantes bombardeios criminosos contra a população civil da Ucrânia, com objetivos deliberadamente de destruição e morticínio. Em lugar disso, o que temos tido até agora é uma completa ausência de qualquer manifestação sobre o drama ucraniano. A Ucrânia simplesmente DESAPARECEU da agenda de política externa do Itamaraty e do governo Lula.

Paulo Roberto de Almeida

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria Especial de Comunicação Social
Nota nº 1
1º de janeiro de 2024

Terremoto no Japão

O governo brasileiro expressa solidariedade ao governo e ao povo do Japão pelas vítimas, pessoas afetadas e danos causados pelo forte terremoto que atingiu o país nesta segunda-feira, 1º de janeiro. Não há, até o momento, notícia de brasileiros mortos ou feridos.

O Itamaraty, por meio de sua embaixada em Tóquio e de seus consulados-gerais no Japão, está em contato com a comunidade brasileira no país e com autoridades locais.

Os plantões consulares do Consulado-Geral em Nagoia (080-8255-2410) e em Tóquio (090-6949-5328) estão em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência. O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.

[Nota publicada em: https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/terremoto-no-japao-1

domingo, 29 de outubro de 2023

Conselho Europeu: as coisas se complicam para a Ucrânia (CNBC)

 

EU summit turns its eyes away from Ukraine despite a commitment to stay the course with Zelenskyy

Ukraine's President Volodymyr Zelenskiy arrives at European Political Community Summit in Granada, Spain October 5, 2023. REUTERS/Juan Medina
Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy arrives at the European Political Community Summit in Granada, Spain, on Oct. 5, 2023.
Juan Medina | Reuters

It was a good thing Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy had his videoconference address to the European Union summit pre-slotted for the opening session.

Immediately afterward, EU leaders switched off and went to the order of the day — the Israel-Hamas war. They didn’t come back to the issue of Russia’s war in Ukraine again before Friday’s closing day of the summit.

After dominating summit after summit since Moscow launched a full-scale invasion of Ukraine on Feb. 24, 2022, Zelenskyy will now find it challenging to get all the attention and the political, economic and military aid that Ukraine wants.

Read more on Russia’s war with Ukraine:

That may extend beyond Europe, too, since the new U.S. House Speaker Mike Johnson has shown little interest in providing additional money from Congress to support Ukraine. He has said now is the moment “we must stand with our important ally in the Middle East, and that’s Israel.”

Not only have the geopolitics in general shifted, some of the EU politics in particular are no longer as kind to Zelenskyy.

“Ukraine is one of the most corrupt countries in the world,” new Slovak Prime Minister Robert Fico said when he assessed the summit on his Facebook page on Friday. After the summit, he added: “We are ready to help, but not militarily, because I do not believe in a military solution of this conflict in Ukraine.” Zelenskyy wants a military victory ahead of peace.

Slovakia is a nation of just 5.5 million people, dwarfed by nations like Germany and France in a bloc of almost 450 million. But Fico’s threats of denying military aid must be seen as more than just bluster. That’s because the EU gives veto rights to members on most money issues affecting Ukraine.

EU summit turns its eyes away from Ukraine despite a commitment to stay the course with Zelenskyy

Ukraine's President Volodymyr Zelenskiy arrives at European Political Community Summit in Granada, Spain October 5, 2023. REUTERS/Juan Medina
Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy arrives at the European Political Community Summit in Granada, Spain, on Oct. 5, 2023.
Juan Medina | Reuters

It was a good thing Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy had his videoconference address to the European Union summit pre-slotted for the opening session.

Immediately afterward, EU leaders switched off and went to the order of the day — the Israel-Hamas war. They didn’t come back to the issue of Russia’s war in Ukraine again before Friday’s closing day of the summit.

After dominating summit after summit since Moscow launched a full-scale invasion of Ukraine on Feb. 24, 2022, Zelenskyy will now find it challenging to get all the attention and the political, economic and military aid that Ukraine wants.

Read more on Russia’s war with Ukraine:

That may extend beyond Europe, too, since the new U.S. House Speaker Mike Johnson has shown little interest in providing additional money from Congress to support Ukraine. He has said now is the moment “we must stand with our important ally in the Middle East, and that’s Israel.”

Not only have the geopolitics in general shifted, some of the EU politics in particular are no longer as kind to Zelenskyy.

“Ukraine is one of the most corrupt countries in the world,” new Slovak Prime Minister Robert Fico said when he assessed the summit on his Facebook page on Friday. After the summit, he added: “We are ready to help, but not militarily, because I do not believe in a military solution of this conflict in Ukraine.” Zelenskyy wants a military victory ahead of peace.

Slovakia is a nation of just 5.5 million people, dwarfed by nations like Germany and France in a bloc of almost 450 million. But Fico’s threats of denying military aid must be seen as more than just bluster. That’s because the EU gives veto rights to members on most money issues affecting Ukraine.

Fico’s counterpart from neighboring Hungary, Viktor Orbán, has been leveraging the threat of vetos for years. And he also poured cold water on Zelenskyy on Friday.

Orbán said in his weekly interview on state radio that the EU’s strategy for assisting Ukraine in its war has “failed,” and signaled that he may not be willing to approve an EU proposal that would provide more financial assistance to Kyiv.

“The Ukrainians are not going to win on the battlefield, the Russians are not going to lose on the battlefield, and there’s no way that the Russian president will be defeated in Moscow in the chaos of a lost war,” Orbán said.

Moscow is certainly pushing more funds into the war effort. Russian Finance Minister Anton Siluanov told lawmakers in Moscow that nearly a third of government spending next year will go into defense for a total about 109 billion euros ($115 billion), noting that the amount is significantly higher compared to previous years.

After reclaiming some ground during a counteroffensive that began in June, Ukraine forces failed to break through Russia’s multi-echeloned defenses to achieve their goal of cutting a land link to the Crimean Peninsula they crave. Offensive operations are now expected to slow down as the winter sets in. All this despite billions in support from Europe and the United States.

With Ukraine funding in jeopardy in the U.S. Congress, Zelenskyy is hoping Europe’s financial lifeline stays open.

By the end of the year, EU leaders have to approve a four-year 50-billion-euro (nearly $53 billion) package for Ukraine to provide budget support, promote investment and help with reconstruction — and here the veto powers of member states come into play. There is also a four-year 20-billion-euro ($21 billion) military and security package in the pipeline.

Orbán said that he was unwilling to move forward on financing to Ukraine that aimed to help it win the war militarily, a strategy he said was no longer tenable.

“I was forced to clearly and directly say that the strategy that those in Brussels adopted and brought us into has failed,” he said. “Whatever we do, before we spend the money, there has to be a clear strategy,” he said Friday.

That stance has irked a large majority of EU nations that see Ukraine as a bulwark for the kind of democracy they want to see across the globe.

This week, Germany handed over a third IRIS-T SLM air defense system to Ukraine after two of the sophisticated systems were supplied over the past year.

“Even if the security policy situation worldwide is further escalating and we are looking with great concern at the moment at Israel and the Middle East, we will not stop supporting Ukraine,” Defense Minister Boris Pistorius said. “This war will not be forgotten.”

Others were asking what strategy Fico and Orban would propose other than full backing for Ukraine.

“If we don’t help Ukraine, then what is the alternative, really,” Estonian Prime Minister Kaja Kallas said. “I mean, Russia wins! And so what happens next? Why do you think that you’re safe then?”

Irish Prime Minister Leo Varadkar said. “If we don’t stop Putin in Ukraine, he won’t stop there. So it is a threat to all of us.” 

Fico’s counterpart from neighboring Hungary, Viktor Orbán, has been leveraging the threat of vetos for years. And he also poured cold water on Zelenskyy on Friday.

Orbán said in his weekly interview on state radio that the EU’s strategy for assisting Ukraine in its war has “failed,” and signaled that he may not be willing to approve an EU proposal that would provide more financial assistance to Kyiv.

“The Ukrainians are not going to win on the battlefield, the Russians are not going to lose on the battlefield, and there’s no way that the Russian president will be defeated in Moscow in the chaos of a lost war,” Orbán said.

Moscow is certainly pushing more funds into the war effort. Russian Finance Minister Anton Siluanov told lawmakers in Moscow that nearly a third of government spending next year will go into defense for a total about 109 billion euros ($115 billion), noting that the amount is significantly higher compared to previous years.

After reclaiming some ground during a counteroffensive that began in June, Ukraine forces failed to break through Russia’s multi-echeloned defenses to achieve their goal of cutting a land link to the Crimean Peninsula they crave. Offensive operations are now expected to slow down as the winter sets in. All this despite billions in support from Europe and the United States.

With Ukraine funding in jeopardy in the U.S. Congress, Zelenskyy is hoping Europe’s financial lifeline stays open.

By the end of the year, EU leaders have to approve a four-year 50-billion-euro (nearly $53 billion) package for Ukraine to provide budget support, promote investment and help with reconstruction — and here the veto powers of member states come into play. There is also a four-year 20-billion-euro ($21 billion) military and security package in the pipeline.

Orbán said that he was unwilling to move forward on financing to Ukraine that aimed to help it win the war militarily, a strategy he said was no longer tenable.

“I was forced to clearly and directly say that the strategy that those in Brussels adopted and brought us into has failed,” he said. “Whatever we do, before we spend the money, there has to be a clear strategy,” he said Friday.

That stance has irked a large majority of EU nations that see Ukraine as a bulwark for the kind of democracy they want to see across the globe.

This week, Germany handed over a third IRIS-T SLM air defense system to Ukraine after two of the sophisticated systems were supplied over the past year.

“Even if the security policy situation worldwide is further escalating and we are looking with great concern at the moment at Israel and the Middle East, we will not stop supporting Ukraine,” Defense Minister Boris Pistorius said. “This war will not be forgotten.”

Others were asking what strategy Fico and Orban would propose other than full backing for Ukraine.

“If we don’t help Ukraine, then what is the alternative, really,” Estonian Prime Minister Kaja Kallas said. “I mean, Russia wins! And so what happens next? Why do you think that you’re safe then?”

Irish Prime Minister Leo Varadkar said. “If we don’t stop Putin in Ukraine, he won’t stop there. So it is a threat to all of us.”