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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Criminosos no poder: qualquer semelhanca... - Cesar Maia

Da coluna diaria do ex-blog do ex-prefeito Cesar Maia:

PCC, DE SP, AGORA NO RIO TAMBÉM! E O GOVERNO DO RJ? O QUE FAZ? 

         
(Folha de SP, 30) 1. O PCC (Primeiro Comando da Capital) chegou ao Rio. A facção criminosa paulista, que já montou bases em 13 Estados e até no exterior, se aproximou das três facções cariocas e passou a cuidar de negócios do crime no Estado. A colaboração entre quadrilhas dos dois Estados ocorre eventualmente há anos, mas agora os criminosos de São Paulo são presença constante em reuniões do CV (Comando Vermelho), da ADA (Amigos dos Amigos) e do TC (Terceiro Comando) no Rio.
          
2. Nelas, definem o envio de armas, dinheiro e drogas.  A influência cresceu tanto que os paulistas conseguiram convencer os cariocas a vender crack, droga que sempre evitaram nas favelas do Rio. Em dificuldades financeiras desde os ataques de 2006, quando passou a ser estrangulado pela polícia, o PCC diversificou sua atuação. No Rio, a ação mais efetiva vem sendo feita junto ao CV. A facção carioca teve dívidas de R$ 7 milhões perdoadas e alguns já batizam essa união de CV-Primeiro Comando.
           
3. Levantamento do Ministério Público paulista no sistema carcerário do Rio mostra que 38 internos cariocas já foram "batizados" pelo PCC --ou seja, passaram a integrar a facção. Há ainda 15 presos de São Paulo, ligados à quadrilha, cumprindo pena no Rio.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Cacete nao e' santo, mas costuma fazer milagres...

Autoridade é algo que se deve exercer, já que existe para isso mesmo. 
No Brasil, desde 2003, a autoridade deixou de ser exercida contra aqueles que desrespeitam a lei, destroem o patrimônio público, invadem propriedades privadas, danificam produção, enfim, agem criminosamente.
Volto a repetir: cacete não é santo, mas faz milagres.
Um bom cacete nos baderneiros e cadeia em seus líderes deveria diminuir o problema.
Paulo Roberto de Almeida 


Orlando Tambosi

Editorial do Estadão foi ao ponto, analisando as violentas ações dos bandoleiros do MST e assemelhados. Seus líderes já deveriam ter sido processados judicialmente há muito tempo (por onde andará o "comandante" João Pedro Stédile, o Pol Pot brasileiro?). Misturando Che, Fidel e Mao, esses movimentos tentam o impossível: fazer com que o Brasil regrida ao tempo da enxada. O Brasil de 2013 não é o Brasil de 1940.

Enfraquecido politicamente, pois não conta mais com a conivência e a tolerância ilimitadas do governo do PT, com um discurso ideológico cada vez mais vazio, mas mantendo algum grau de organização e, sobretudo, conservando seu aparentemente inesgotável vigor para praticar crimes, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) conseguiu realizar seu maior protesto contra o governo Dilma. Nos últimos dias, seus militantes, apoiados por organizações com características e objetivos assemelhados aos seus, invadiram fazendas, destruíram viveiros, sabotaram plantações, impediram o fluxo do tráfego em rodovias, depredaram patrimônio privado, invadiram prédios públicos, fizeram discursos, divulgaram documentos. Suas ações atingiram 22 Estados.

Tudo isso seria apenas mais uma repetição daquilo que o brasileiro responsável, cumpridor das obrigações e preocupado com seu futuro e do País cansou de ver no ambiente rural nos últimos anos se, desta vez, as manifestações desses grupos que agem cada vez mais à margem da lei não fossem particularmente patéticas. Além de agirem de maneira ilegal, sem que, na maior parte dos casos, sua ação fosse, como deveria ter sido, contida com energia pelas autoridades policiais - umas empurraram a competência para outras -, os organizadores fizeram discursos e distribuíram documentos que mostram seu afastamento cada vez maior da realidade.
Seu protesto, como ocorre há 15 anos, foi para lembrar o Dia Internacional da Mulher, e desta vez o alvo foi o agronegócio. Um dos principais atos do protesto foi a ocupação da Fazenda Aliança, no Tocantins, de propriedade da família da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) - mulher e representante do agronegócio.
Cerca de 500 militantes ocuparam a propriedade, destruíram viveiros de mudas de eucalipto e mantiveram confinados trabalhadores e seguranças do local, que conseguiram evitar o conflito. "Eu, que sempre dormi sozinha na fazenda com meus filhos pequenos, sem nunca andar armada, agora não vou deixar meus filhos e meus funcionários correndo risco de vida", reagiu a senadora. "Imagine se resolvessem colocar fogo nas dezenas de máquinas que tenho lá."
Por cegueira ideológica, o MST e as demais organizações que o apoiam e os militantes desses movimentos não conseguiram até hoje entender a extraordinária transformação por que passou a atividade agrícola no País nos últimos anos. Ela alcançou níveis de eficiência e de competitividade que a colocam entre as mais desenvolvidas do mundo, o que permitiu ao País sobreviver sem grandes consequências aos efeitos das crises que conturbaram a economia mundial. Isso não afasta do meio rural os pequenos e médios produtores nem implica - como supõem o MST e seus militantes - o predomínio da monocultura. Há oportunidades para todos e espaço para as diversas culturas.
As desastrosas ações do MST no laboratório da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul, em 2006, quando 2 mil mulheres destruíram anos de trabalho de pesquisa, revelaram uma das faces mais danosas para o País da violência dessas manifestações. Mas, por estreiteza política, o MST continua a recorrer à violência para, por meio dela, tentar defender suas bandeiras político-ideológicas, o que não consegue mais fazer com seu discurso. A cada ação desse tipo certamente corresponderá maior isolamento desses movimentos.
Parece que, felizmente, vai se transformando em mero registro histórico o gesto do ex-presidente Lula de colocar na cabeça o chapéu do MST, simbolizando seu apoio irrestrito à organização. A redução do número de assentamentos promovidos pelo Incra é consequência da mudança da política agrária no governo Dilma. Por entender que as distribuições de nada adiantam para o assentado e para o País se as terras não se transformarem em fonte de renda, o governo quer que os assentamentos sejam produtivos. Para isso vem dando apoio técnico e material aos assentados - e distribuindo cada vez menos terras.
A mudança pode ser fatal para o MST, cuja sobrevida depende justamente de aglutinar militantes com a promessa de distribuição de terra.

domingo, 28 de outubro de 2012

Os neobolcheviques e o Mensalao - Ricardo Velez-Rodriguez


Um dos mais lúcidos artigos que já li sobre o assalto criminoso ao Estado de Direito por um bando de celerados, abrigado num partido de vocação totalitária, supostamente neobolchevique, mas na verdade apenas fraudador, mentiroso, no limite da criminalidade, na qual não hesitam em cair os chefes, chefinhos, chefetes e chefões, certos de que ficariam impunes, como aliás ficarão muitos que não entraram nesse estarrecedor processo do Mensalão.
Não há nenhuma dúvida de que o que foi revelado, até aqui, ao abrigo da Ação Penal 470, é apenas a pequena ponta de um imenso iceberg de roubalheiras, patifarias e vários outros crimes, cometidos por um bando de profissionais da fraude e da mistificação, vários deles treinados por um serviço de espionagem estrangeiro, totalitário, stalinista, para acobertar seus muitos crimes contra a democracia.
Independentemente do que ocorra com os mafiosos não perseguidos, no momento, cabe aos homens de bem denunciar a tentativa totalitária, que no entanto ainda conta com muitos outros atores atuando de forma clandestina no próprio aparelho de Estado.
A população, em geral, pode não saber disso, e se deixar enganar pela propaganda mentirosa dos gramscianos-stalinistas, mas quem conhece a súcia de bárbaros, como vários dos que me lêem, amigos ou inimigos (não importa) não pode ficar calado.
Paulo Roberto de Almeida 

Ricardo Vélez-Rodriguez
Rocinante, sábado, 27 de outubro de 2012
  
Levei uma grata surpresa com o julgamento do Mensalão pelo STF. A nossa vida democrática parece ter reencontrado a vitalidade que parecia fenecida na crise em que o Executivo, sobranceiro à lei, tentou comprar definitivamente o apoio do Legislativo, mediante a prática da corrupção sistemática, ao ensejo do episódio que o denunciante do esquema, Roberto Jefferson, denominou de “Mensalão”. O nome pegou, para desespero de Lula, Dirceu et caterva. Foram julgados e condenados, se não todos, pelo menos alguns dos responsáveis mais representativos do sinistro esquema. A História se encarregará de julgar os que escaparam, a começar pelo chefe que, pelo teor das investigações e depoimentos, “tudo sabia”.

Era de Oliveira Vianna a previsão de que a redenção das instituições republicanas viria, no Brasil, pela mão do Judiciário. Vítimas da “política alimentar” (nome dado pelo sociólogo fluminense ao esquema de clientelismo e corrupção que se apossou da vida pública desde tempos que se remontam à derrubada do Império), as instituições democráticas acordariam da catalepsia em que a privatização patrimonialista do poder pelas oligarquias as fez mergulhar. A independência do Poder Judiciário, pensava Oliveira Vianna emInstituições Políticas Brasileiras (1949), garantiria no Brasil as liberdades civis dos cidadãos; asseguradas estas, o país poderia pensar na conquista das liberdades políticas.

Ora, os pareceres dos juízes do Supremo Tribunal Federal colocaram na pauta da política nacional dois princípios fundamentais: em primeiro lugar, todos devem respeitar, sem exceções, a lei e o marco arquetípico dela, a Constituição. Em segundo lugar, os que governam não podem agir utilizando a máquina do Estado em benefício próprio. Dois princípios de ética pública que, meridianos, voltaram a presidir o espaço republicano, a partir dos pareceres dos Magistrados da nossa Suprema Corte. Que a sociedade respirou aliviada com a ação patriótica do STF, o deixam claro as opiniões dos leitores na mídia eletrônica e impressa, bem como as espontâneas manifestações de aplauso dos cidadãos quando encontram um dos nossos Magistrados, em que pese a cerrada política armada pela petralhada, de denuncismo de “golpe da magistratura e da imprensa”.

No esquema do Mensalão marcaram encontro dois vícios da política brasileira: o tradicional “complexo de clã” e a ausência de espírito público, bases do Patrimonialismo. Esses dois vícios, entrelaçados como as caras da mesma moeda, fazem com que os atores políticos ajam única e exclusivamente em benefício próprio, privatizando as instituições em seu benefício e no das suas respectivas clientelas. Nisso, o PT e coligados mostraram-se eficientes “como nunca antes na história deste país”. A esses dois vícios vieram-se juntar duas tendências da cultura política moderna: o jacobinismo (inspirado na filosofia política de Jean-Jacques Rousseau, no século XVIII), segundo o qual a organização da política, nos Estados, deve-se pautar pelo princípio da unanimidade dos cidadãos ao redor da “vontade geral” (identificada com o Legislador e imposta pelos seus seguidores, os “puros”), sendo excluída, a ferro e fogo, qualquer oposição ou dissidência. O segundo princípio negativo diz relação ao “messianismo político” (pensado no início do século XIX por Henri-Claude de Saint-Simon, e continuado pelo seu discípulo Augusto Comte). Ora, na nossa organização republicana juntaram-se, com o correr dos séculos, numa síntese perversa, esses dois princípios, bem como os vícios balizadores do Patrimonialismo. O jacobinismo e o messianismo político reforçaram-se dramaticamente, na contemporaneidade, com a tendência cientificista do marxismo (inspiradora dos ideólogos petistas), que passou a pensar a política em termos de hegemonia partidária, à maneira gramsciana.

Na história republicana terminou se consolidando, à sombra da cultura política emergente das variáveis mencionadas, um modelo identificado mais com a prática do despotismo do que com o moderno republicanismo. Castilhismo, getulismo, tecnocratismo autoritário, lulopetismo, eis os resultados desse amálgama nada republicano. Como dizia Tocqueville, se referindo à França de 1848, a face da República viu-se desfigurada pelas práticas despóticas das lideranças. No Brasil, a Res Publica, virou Coisa nossa, num esquema verdadeiramente mafioso de minorias encarrapitadas no poder, que fazem o que bem entendem, de costas para a Nação, fragilmente representada num Legislativo que se contempla a si próprio e zela quase que exclusivamente pela manutenção dos seus privilégios. Com um agravante, atualmente: se nos momentos anteriores havia autoritarismo republicano, este se equilibrava com uma proposta tecnocrática bem-sucedida (como nos momentos getuliano e do ciclo militar ou com um respeito quase sagrado ao tesouro público, no castilhismo). Restou-nos o assalto desavergonhado aos cofres da Nação, numa atabalhoada política clientelista que jogou pela borda a necessária eficiência e que entregou as agências reguladoras do Estado aos companheiros, em meio ao mais descarado compadrio sindical.

Ecoam ainda nos ouvidos da Nação as graves palavras com que um dos Ministros do STF caracterizava, dias atrás, o mal que tomou conta do Brasil: "Formou-se na cúpula do poder, à margem da lei e ao arrepio do direito, um estranho e pernicioso sodalício, constituído por dirigentes unidos por um comum desígnio, um vínculo associativo estável que buscava eficácia ao objetivo espúrio por eles estabelecido: cometer crimes, qualquer tipo de crime, agindo nos subterrâneos do poder como conspiradores, para, assim, vulnerar, transgredir e lesionar a paz pública". Gravíssima situação que a nossa Suprema Corte encarou com patriotismo e coragem. Esperamos que essa benfazeja reação dê início a um saneamento generalizado das instituições republicanas.

domingo, 10 de junho de 2012

UNE e PCdoB: entidades fechadas e dirigentes presos...

Calma, calma, nada disso aconteceu. E claro que não acontecerá. Pelo menos não neste país do "nunca antes", que admite todo tipo de falcatrua, todo tipo de crime, todo tipo de mentira, fraude, enganação, corrupção, desvio de recursos públicos, com a benção do companheiro maior que adora dar dinheiro público -- ou seja, nosso -- para seus amigos bandidos.
O título do post é apenas porque eu sonhei que estava na Alemanha, ou nos Estados Unidos, onde bandidos desse tipo são procurados pela polícia -- no caso de crimes federais, como esses, pelo FBI -- saem algemados, com direito a rádio, TV ao vivo, jornais, etc, e depois ganham um belo pijama amarelo, vistoso, e amargam uma bela cadeia, até serem julgados, em três meses, em média, e do tribunal vão direto para a penitenciária.
Em seis meses, por exemplo, o ladrão de gravata Maddof, que roubou menos do que certos políticos no Brasil, era sentenciado a 150 anos de prisão. Eu disse 150 anos...
Imaginem como eu sou bobo: por um momento pensei que estivesse em países em que criminosos vão para a cadeia, não continuam roubando dinheiro público como se nada tivesse acontecido...
Paulo Roberto de Almeida 

As contas da UNE

Editorial O Estado de S.Paulo, 10 de junho de 2012
Convertidas em entidades chapa-branca desde a ascensão do PT ao poder e apoiando todas as iniciativas administrativas e políticas do Palácio do Planalto nos últimos dez anos, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) de São Paulo estão sendo investigadas pelo Ministério Público (MP) Federal por malversação no uso de verbas públicas.
A investigação, informa o jornal O Globo de sexta-feira, foi aberta pelo procurador Marinus Marsico, que atua no Tribunal de Contas da União (TCU). Ao examinar as prestações de contas das duas entidades, entre outras irregularidades, ele identificou o uso de notas fiscais frias e descobriu que parte dos recursos liberados pelo governo para promoção de atividades culturais e "caravanas da cidadania" foi gasta com a compra de cerveja, vinho, cachaça, uísque e vodca e com a aquisição de búzios, velas e celulares.
Entre 2006 e 2010, a UNE e a Umes receberam cerca de R$ 12 milhões dos cofres públicos para implementar projetos de capacitação de estudantes e promover eventos esportivos, além de iniciativas culturais. Segundo o procurador Marinus Marsico, as duas entidades gastaram perdulariamente esses recursos em atividades que nada tinham a ver com os objetivos dos convênios firmados com os Ministérios da Educação, Saúde, Cultura, Turismo e Esporte.
No caso dos convênios firmados pela Umes com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 234,8 mil, por exemplo, a entidade não teria realizado licitação pública para a escolha das escolas beneficiadas nem apresentou qualquer justificativa para a dispensa de concorrência, como exige a legislação.
Segundo o MP Federal, quatro notas da empresa WK Produções Cinematográficas apresentadas para justificar gastos com a Caravana Estudantil da Saúde, realizada em 2009 para promover a "conscientização da importância de doar sangue", são "inidôneas". Gastos de R$ 20 mil previstos para assessoria jurídica foram elevados para R$ 200 mil, sem qualquer justificativa.
As investigações também constataram duplicidade de pagamentos, imprecisão do objeto do convênio e até a transferência de recursos da conta oficial da entidade para contas bancárias pessoais dos responsáveis pela Caravana Estudantil da Saúde. Na representação que encaminhou ao TCU, o procurador Marinus Marsico afirma que as irregularidades são graves, sugerindo "possíveis atentados aos princípios da moralidade, da legalidade, da legitimidade e da economicidade, além de evidenciarem possíveis danos ao erário público".
No caso dos convênios firmados há quatro anos pela UNE com os Ministérios da Cultura e do Esporte, para "implantação de atividades esportivas e debates" durante a 6.ª Bienal de Artes, Ciência e Cultura, as prestações de contas não foram enviadas até hoje pela entidade. "É lamentável, especialmente pela história de lutas dessas entidades. Elas teriam que ser as primeiras a dar à sociedade o exemplo de zelo no uso do dinheiro público", diz o procurador.
Por não prestar contas de como gasta dinheiro vindo de convênios firmados com a União, a UNE foi, no ano passado, inscrita pela Procuradoria-Geral do Ministério da Fazenda como inadimplente no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). E, se for condenada pelo TCU, com base nas provas que estão sendo coletadas pelo MP Federal, poderá ser obrigada a devolver as vultosas quantias que já recebeu.
No passado, a UNE lutou efetivamente, tanto contra a ditadura de Getúlio Vargas quanto contra a ditadura dos militares. Hoje, a UNE é um reduto do PC do B - partido que se destacou no escândalo dos repasses irregulares de recursos públicos a organizações não governamentais fantasmas, denunciado no ano passado. Além de viver de regalias do governo e do monopólio na expedição de carteiras estudantis, a UNE é manipulada por estudantes profissionais que fazem do lazer e da bajulação sua principais "especializações".
É por isso que as "tomadas de posição" da UNE já não valem o papel em que são escritas.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Republica Mafiosa do Brasil: aprendendo metodos made in Brazil...

Calma, calma: não estou denunciando ninguém aqui, não estou antecipando queda de novos (ou velhos) ministros, nem acusando políticos de serem corruptos (por uma vez, pelo menos). Só estou transcrevendo uma pequena nota sobre nossos progressos em matéria de criminalidade comum, constatando que já somos capazes de nos libertar da terrível dependência estrangeira em matéria de crimes ordinários (ah, esses cocaleros bolivianos, ou seria bolivarianos; esses traficantes colombianos; esses falsificadores paraguaios) e passamos a deter nosso próprio know-how em matéria de contraversões, malversações, violações e outras ações criminosas.

Importar? Para quê?
Coluna Carlos Brickmann, 30/08/2011

A notícia está no portal do Superior Tribunal de Justiça: um cavalheiro acusado de participar da Yakuza, a temida máfia japonesa, foi condenado a dois anos e oito meses, em regime semi-aberto. É uma decisão judicial; que se cumpra.

A dúvida, exposta por uma grande advogada, Tania Liz Tizzoni Nogueira, fiel leitora desta coluna, é outra: que é que faz a Yakuza no Brasil? Já não bastavam o PCC e similares? Simples: a Yakuza deve ter vindo ao Brasil para aprender.


Eu fico imaginando se os nossos políticos não poderiam ao menos ser condenados a um regime semi-fechado. Que tal experimentar?
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 3 de abril de 2011

Crimes menos que perfeitos: o Mensalao do PT e o mentiroso contumaz

Uma vasta rede de corrupção, roubo de dinheiro público, crimes financeiros, só falta um crime de homicídio, ou algum suicídio político (mas isso pode aparecer também).
Isso destrói a história de um grande mentiroso, que costuma dizer que o mensalão não existiu e que tudo foi invenção da imprensa e da oposição.
Mentirosos contumazes não costumam se redimir.
Mas se a polícia e a justiça fossem um pouco mais rápidos no Brasil, a carreira desse tipo de mentiroso já estaria encerrada, por descrédito público.
Muita gente pode desmentir mentirosos, mas nesse tipo de máfia poucos o fazem. Quando o fazem, podem se arriscar a encerrar a carreira, de uma forma dramática, digamos assim.
Já aconteceu antes, pode acontecer novamente.
Esperemos...
Paulo Roberto de Almeida

Relatório da PF confirma mensalão no governo Lula
Agência Estado, 2/04/2011

Relatório final da Polícia Federal confirma a existência do mensalão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de seis anos de investigação, a PF concluiu que o Fundo Visanet, com participação do Banco do Brasil, foi uma das principais fontes de financiamento do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério. Com 332 páginas, o documento da PF, divulgado pela revista “Época”, joga por terra a pretensão do ex-presidente Lula de provar que o mensalão nunca existiu e que seria uma farsa montada pela oposição.

O relatório da PF demonstra que, dos cerca de R$ 350 milhões recebidos do governo Lula pelas empresas de Valério, os recursos que mais se destinaram aos pagamentos políticos tinham como origem o fundo Visanet. As investigações da PF confirmaram que o segurança Freud Godoy, que trabalhou com Lula nas campanhas presidenciais de 1998 e 2002, recebeu R$ 98,5 mil do esquema do valerioduto, conforme revelou o Estado, em setembro de 2006. A novidade é que Freud contou à PF que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência - estabelecendo uma ligação próxima de Lula com o mensalão. No depoimento, Freud narrou que o dinheiro serviu para cobrir parte dos R$ 115 mil que lhe eram devidos pelo PT.

O relatório da PF apontou o envolvimento no esquema do mensalão, direta ou indiretamente, de políticos como o hoje ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, do PT. Rastreando as contas do valerioduto, os investigadores comprovaram que Rodrigo Barroso Fernandes, tesoureiro da campanha de Pimentel à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004, recebeu um cheque de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B no Banco Rural. As investigações confirmaram também a participação de mais sete deputados federais, entre eles Jaqueline Roriz (PMN-DF), Lincoln Portela (PR- MG) e Benedita da Silva (PT-RJ), dois ex-senadores e o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga.

Segundo a revista “Época”, a PF também confirmou que o banqueiro Daniel Dantas tentou mesmo garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Marcos Valério. Dantas teria recebido um pedido de ajuda financeira no valor de US$ 50 milhões depois de se reunir com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Pouco antes de o mensalão vir a público, uma das empresas controladas por Dantas fechou contratos com Valério, apenas para que houvesse um modo legal de depositar o dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve tempo suficiente para que R$ 3,6 milhões fossem repassados ao publicitário.

As investigações comprovaram ainda que foram fajutos os empréstimos que, segundo a defesa de Marcos Valério, explicariam a origem do dinheiro do mensalão. Esses papéis serviram somente para dar cobertura jurídica a uma intrincada operação de lavagem de dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve duas fontes de recursos para bancar o mensalão e as demais atividades criminosas de Marcos Valério. A principal, qualificada de “fonte primária”, consistia em dinheiro público, proveniente dos contratos do publicitário com ministérios e estatais. O principal canal de desvio estava no Banco do Brasil, num fundo de publicidade chamado Visanet, destinado a ações de marketing do cartão da bandeira Visa. As agências de Marcos Valério produziam algumas ações publicitárias, mas a vasta maioria dos valores repassados pelo governo servira tão somente para abastecer o mensalão.

A segunda fonte de financiamento, chamada de “secundária”, estipulava que Marcos Valério seria ressarcido pelos pagamentos aos políticos por meio de contratos de lobby com empresas dispostas a se aproximar da Presidência da República. Foi o caso do Banco Rural, que tentava obter favores do Banco Central e do banqueiro Daniel Dantas, que precisava do apoio dos fundos de pensão das estatais.
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Complemento:

Relatório da PF não traz novidade, mas é relevante; informação mais importante tinha sido antecipada por Diogo Mainardi em maio de 2006
Reinaldo Azevedo, 02/04/11

O que há de propriamente novo no relatório da PF sobre o mensalão? De essencial, nada! Então é irrelevante? Ao contrário! É relevantíssimo! Ele comprova fatos a que a imprensa já havia chegado, muito especialmente a VEJA. Vamos ver:
1 - Já se sabia que Daniel Dantas havia abastecido o esquema do mensalão. Quem revelou foi Diogo Mainardi;
2 - Já se sabia que dinheiro da Visanet — parte dele, público — havia abastecido o mensalão;
3 - Já se sabia que Freud Godoy havia sido pago com dinheiro do esquema Marcos Valério;
4 - Já se sabia que os “empréstimos” alegados por Marcos Valério eram fajutos.

O que o relatório traz de novidade é o envolvimento de alguns outros políticos com o esquema. O mais graúdo é o atual ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel (PT-MG).

Reitero: isso não quer dizer que o relatório seja irrelevante. Ele confirma, em suma, tudo o que já se sabia, trazendo consigo o peso de uma investigação oficial. É um elemento a mais a desmoralizar a afirmação de Lula e de sua turma, segundo a qual o mensalão nunca existiu.

Abaixo, reproduzo uma coluna de Diogo Mainardi de 17 de maio de 2006. Ele entrevista Daniel Dantas, que fala sobre o “pedido” de dinheiro. Dantas nega que tenha pago. Diogo encerra a coluna informando: pagou! Agora, o relatório da Polícia Federal confirma tudo. E pensar que a canalha petralha, numa tentativa fabulosa de inverter os fatos, acusava Diogo, vejam que espetáculo!, de ligação com Dantas! Como se vê, ainda que tarde, a investigação da própria PF comprova o que ele informou.

Segue a coluna:

Daniel Dantas não fala. Para quem não fala, até que ele falou muito. O suficiente para mandar um monte de gente para a forca. Em primeiro lugar, Lula e seus ministros.

Passei quatro horas no escritório de Daniel Dantas, no Rio. No fim, arranquei dele meia hora de entrevista. Vale sobretudo como registro histórico. Lendo com cuidado, dá para ver o instante exato em que o Brasil acabou.

O PT PEDIU PROPINA AO OPPORTUNITY?
O que houve foi uma sugestão de que, se déssemos uma quantia expressiva ao partido, eles poderiam nos ajudar a resolver as dificuldades que estávamos tendo com o governo.

ENTÃO FOI PIOR DO QUE PROPINA: FOI EXTORSÃO. QUEM PEDIU O DINHEIRO?
Delúbio Soares.

QUAL A QUANTIA?
Entre 40 e 50 milhões de dólares. Era a necessidade de recursos que eles tinham. E Delúbio queria saber se poderíamos ajudá-los.

A QUEM FOI FEITO O PEDIDO?
A Carlos Rodenburg, que na época (julho de 2003) trabalhava conosco.

MARCOS VALÉRIO PARTICIPOU DO ENCONTRO?
Foi ele que marcou. Mas não estava presente quando foi feito o pedido.

VOCÊ PAGOU OS 50 MILHÕES DE DÓLARES?
Perguntei ao meu advogado, Nélio Machado, se o pagamento seria ilegal ou não. Ele respondeu que isso é tipificado no artigo 316 do Código Penal, e que não estaríamos incorrendo em crime algum.

PORQUE ERA UMA EXTORSÃO?
Não é exatamente esse o termo.

O QUE ACONTECEU DEPOIS?
Eu marquei uma reunião com o Citibank em Nova York e expliquei à diretora Mary Lynn que, se contribuíssemos com uma quantia muito grande para o PT, talvez nossas dificuldades cessassem, mas acrescentei que não era essa a minha expectativa. Ela me autorizou a dizer, em nome do Citi, que não seria possível pagar, porque isso contrariaria a lei americana.

ESSE FOI O PRIMEIRO PEDIDO DE DINHEIRO DO PT AO OPPORTUNITY?
Durante a campanha presidencial de 2002, Ivan Guimarães foi ao nosso escritório e entregou um kit do partido ao Carlos Rodenburg, com o objetivo de conseguir algum apoio financeiro. Rodenburg mandou devolver o kit, porque não sabia quem era Ivan Guimarães. Isso foi interpretado pelo PT como um ato hostil, mas nós éramos politicamente neutros e não tínhamos nada contra o partido.

POR QUE O GOVERNO QUERIA TIRAR O OPPORTUNITY DO COMANDO DA BRASIL TELECOM?
Porque havia um acordo entre o PT e a Telemar para tomar os ativos da telecomunicação, em troca de dinheiro de campanha.

A TELEMAR ACABOU COMPRANDO A EMPRESA DO LULINHA. POR QUE VOCÊS TAMBÉM NEGOCIARAM COM ELE? ERA UM AGRADO AO PRESIDENTE LULA?
Nós procuramos de todas as maneiras diminuir a hostilidade do governo.

O EX-PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL CÁSSIO CASSEB DISSE AO CITIBANK QUE LULA ODEIA VOCÊ.
Casseb disse também que ou a gente entregava o controle da companhia ou o governo iria passar por cima.

LULA SE REUNIU COM A DIRETORIA DO CITIBANK. ELE PRESSIONOU OS AMERICANOS A TRAIR O OPPORTUNITY E FECHAR UM ACORDO COM OS FUNDOS DE PENSÃO?
Não posso comentar nenhuma notícia que eu tenha obtido através dos documentos que constam do processo em Nova York.

VOCÊ CONFIRMA QUE A BRASIL TELECOM SÓ CONSEGUIU TER ACESSO AO DINHEIRO DO BNDES DEPOIS DE CONTRATAR O ADVOGADO KAKAY, AMIGO DE JOSÉ DIRCEU?
Houve uma sincronia entre os fatos.

Agora releia a entrevista. Mas sabendo o seguinte: Daniel Dantas cedeu aos achacadores petistas. Ele e muitos outros.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pequena reflexao sem dor..., a maneira de Millor

Todo mundo sabe, até os roteiristas de Hollywood estão cansados de repetir a mesma frase nos seus filmes: "vamos fugir para o Brasil..." (Let's fly to Rio...)

Pois a minha reflexão, muito simples, é a seguinte: um programa de TV, talvez um filme inteiro, juntando todos os pedaços com cenas desse tipo em todos os filmes estrangeiros, desde que os roteiristas de cinema (e até de seriados de TV) começaram a colocar essa fatídica frase em seus filmes e produções, o que deve ter começado aí pelos anos 30 do século 20 (mais um pouco a gente comemora cem anos de impunidade...).

Acho até que daria para fazer dois filmes.

Aliás, um cineasta verdadeiramente inovador (ou gozador), poderia fazer uma nova produção, juntando todo esse povo "fugitivo" no Brasil, comemorando o sucesso da empreitada entre taças e serpentinas com algum cenário do Corcovado ao fundo. Passistas à la carte, por favor...

Indo para o lado sério da questão, todos esses fugitivos da justiça de seus países poderiam até criar uma associação de classe, cujo dirigente poderia ser alguém como, deixe-me ver...,
Cesare Battisti.

O presidente de honra vocês já sabem quem seria: elle mesmo!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Integracao: a visao paraguaia (nao podia ser mais sincera)

Nem sempre os funcionários diplomáticos mencionam as integrações "não-oficiais", digamos assim, para não dizer claramente ilegais, clandestinas, criminosas.
Mas, isso também é integração, como reconhece esse jornal paraguaio.
Paulo Roberto de Almeida

ANÁLISIS DE LA REGIÓN
Brasil y Paraguay: Integración amplia y mejorable
Ultima Hora, Sábado, 04 de Septiembre de 2010

Nuestra integración al Brasil, primera potencia económica de América Latina y octava del orbe, es abarcante. Tiene lugar no sólo con transacciones legales, sino también con clandestinas, ilegales y en casos extremos incluso criminales.

Como se constataba ya aquí mismo en columnas anteriores, el gigante sudamericano es, por razones de tamaño, nuestro principal mercado comprador y vendedor, uno de los principales orígenes de inversión extranjera directa así como de cooperación empresarial y de transferencia de tecnología. Mega-bisagra de este estrecho acercamiento es la Itaipú Binacional. Esta corriente integradora de bienes y servicios se realiza en términos legales, es buena y puede ser mejorada aún más.

INTEGRACIÓN LEGAL E ILEGAL. Pero la integración en términos ilegales es igualmente importante: se articula por un lado en el contrabando de mercaderías de comercialización expresamente prohibida, como drogas, armamentos, rollos de madera y pieles silvestres. Las estimaciones son diversas, pero de difícil confiabilidad en precisión cuantitativa. Es obvio. En los casos de drogas y armamentos la clandestinidad e ilegalidad es total. En los de rollos de madera y pieles silvestres, si bien su comercialización es ilegal, su transporte se realiza frecuentemente a plena luz del día. Esto habla poco a favor de las instituciones y de los controles en la frontera de Paraguay.
Por otro lado, en el contrabando de aquellas mercaderías de comercialización permitida, la cuantificación fidedigna también se hace difícil por tratarse de exportaciones o importaciones ilícitas. Ejemplos son diversos bienes de capital, intermedios y de consumo, entre los cuales descuellan el de tabaco y sus derivados por su magnitud extraordinariamente grande. Algunas aproximaciones: el 90% de la producción local de cigarrillos se exporta de contrabando, la mayor parte del cual va al Brasil. Hoy en día ya el 10% del comercio ilícito mundial de cigarrillos tiene lugar en Paraguay.

TRANSACCIONES CRIMINALES. Existe también simultáneamente otro tipo de integración, directamente criminal: tiene que ver con las mafias, los sicarios y el terrorismo. Estas actividades criminales en auge en la mencionada frontera paraguayo-brasileña están directamente relacionadas con el contrabando múltiple de mercaderías de comercialización prohibida, llegando a los extremos del asesinato por encargo. Son las de las transnacionales del delito cruento.
Todas estas actividades ilegales mueven una inmensa cantidad de dinero tanto en la compraventa cash de mercaderías y servicios como en las transferencias monetarias de diverso tipo, ya sea emitiendo órdenes de pago como recibiéndolas. Esta actividad financiera se realiza, como es obvio, también de forma ilegal, a través de diversos entes financieros al margen de la ley a lo largo de la mencionada zona limítrofe, pero que pululan en la así llamada "Zona de las Tres Fronteras" (Ciudad del Este, Paraguay; Foz do Iguaçu, Brasil, y Puerto Iguazú, Argentina). Como del lado paraguayo las instituciones son débiles y los controles laxos, es de suponer que la mayor parte de dicha actividad financiera clandestina se realiza en el territorio de nuestro país.
Tales actividades de la ilegalidad criminal y de las transnacionales del delito tienen, en parte significativa, como origen o destino el Brasil, frecuentemente con complicidad de ciudadanos argentinos, brasileños y paraguayos (aquí en orden meramente alfabético) así como de otras múltiples nacionalidades con radicación en uno de estos países o de paso en ellos. No es de extrañar que una parte considerable de dichas transferencias se realice a otras partes del mundo, con objetivos non-santos. El lavado de dinero en estas actividades, con estos ciudadanos y con tales destinos, se supone masivo. Con seguridad, una parte importante del mismo se invierte en Paraguay.

UN NUEVO GRITO DE IPIRANGA... CONTRA LAS TRANSACCIONES ILEGALES Y CRUENTAS. El Día de la Independencia de Brasil se conmemora cada 7 de septiembre. En esa fecha del año 1822, a orillas del río Ipiranga que baña São Paulo, el príncipe regente Pedro renunció al dominio portugués. Este hecho es conocido como El grito de Ipiranga. Al conmemorar ese día de emancipación del vecino país del yugo colonial, podríamos exhortar a lanzar dicho grito de liberación de nuevo, esta vez en forma conjunta, contra las mafias, los terroristas, los evasores, los contrabandistas y los demás ilegales u organizaciones criminales.
El desorden que reina en esa zona trinacional hace necesaria ya la acción mancomunada de los tres países para mejorar los controles, fortaleciendo la formalización y, con ello, la legalidad y la transparencia. La acción coordinada de los poderes del Estado de los tres países involucrados directamente puede ser acompañada por acuerdos de cooperación binacionales. En el caso de Paraguay, urge la articulación de tales acuerdos especialmente con Brasil. Y aunque el camino sea largo y difícil, hay que empezarlo cuanto antes para por lo menos disminuir el riesgo de la columbianización o mexicanización de la inseguridad en tales fronteras. Por la vigencia real de la democracia, del estado de derecho y del desarrollo sostenible