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terça-feira, 17 de março de 2015

Venezuela: uma ditadura de fato, e de direito - Editorial O Globo

Retoques finais na ditadura venezuelana
Editorial O Globo, 17/03/2015

Com os superpoderes concedidos pela Assembleia, Nicolás Maduro dá mais um passo rumo à consolidação de um regime totalitário

Dominada pelo regime bolivariano, a Assembleia Nacional da Venezuela concedeu ao presidente Nicolás Maduro o poder de legislar independentemente do Parlamento em questões que digam respeito ao “exercício de soberania”. Com a medida, o presidente terá poderes especiais até 31 de dezembro de 2015, abrangendo neste período as eleições previstas para o fim do ano.
Analistas políticos coincidem que há muito a Venezuela deixou de ser uma democracia. Como lembra a professora da Universidade Central da Venezuela Elsa Cardoso, um regime democrático não se resume à realização periódica de eleições; é preciso, igualmente, que os governos sejam democráticos no exercício do poder. E o que se vê hoje na Venezuela bolivariana é o crescente desprezo do Executivo por diálogo, direitos civis, e a busca de consenso, além da constante violação da Constituição.
Dois sinais típicos de um regime totalitário são o cerceamento à liberdade de informação e a ação truculenta do Estado contra críticos e opositores. E, neste ponto, a Venezuela tem sido tristemente exemplar. A repressão policial nas manifestações do ano passado resultou em mais de 40 mortes. E o governo sinaliza o acirramento dessa tendência ao aprovar no Congresso lei que autoriza o uso de arma letal contra manifestantes.
Líderes da oposição e também cidadãos desvinculados de partidos, mas críticos do regime, foram presos de forma arbitrária e sem mandado judicial. Foi o caso recente do prefeito de Caracas, Antonio Ledezman, e, há um ano, do líder do Partido Vontade Popular e exprefeito de Chacao Leopoldo López. Na semana passada, o piloto aposentado Rodolfo González, preso durante as manifestações do ano passado, suicidou-se na cela em protesto contra o governo. Relatório da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), divulgado na semana passada, denunciou casos de repressão política e tortura, assim como o cerceamento à liberdade de atuação dos meios de comunicação profissionais na Venezuela.
Apesar da conspícua truculência no país, instituições multilaterais como Unasul e Mercosul, em vez de atuarem de forma mediadora, ferem seus próprios estatutos e demonstram forte desvio ideológico, deixando de condenar com firmeza os claros sinais de totalitarismo na Venezuela. A Unasul, por exemplo, condenou as sanções dos EUA a membros do alto escalão de Maduro, como ingerência em assuntos internos. Mas, com relação aos presos políticos, a entidade não demonstrou a mesma veemência.
Com os superpoderes que a Assembleia lhe confere, Maduro exacerba a vocação autoritária herdada de seu mentor, Hugo Chávez, e dá mais um passo rumo à consolidação de uma ditadura que, no que se refere ao dia a dia da população, já existe de fato.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Venezuela governada por decretos-lei, sem Congresso: isso parece ruptura democratica

Unasul e Mercosul estão convidados a se manifestar sobre a nova situação na Venezuela: o fato de que o Congresso se tenha autocastrado, a pedido de um proto-ditador, não quer dizer a a democracia tenha sido preservada. Ao contrário: já ocorreu ruptura democrática no país.
A ver o que farão os garantidores de cláusulas democráticas, que prometem plena vigência das instituições. Seria isso a plena vigência?
Paulo Roberto de Almeida

Ditadura na Venezuela: Maduro aperta o cerco

Nicolas_Maduro_13_03_2015_DeutschNicolás Maduro governará a Venezuela com poderes especiais por 6 meses para legislar sem controle do Parlamento em matéria de paz e segurança. Ele espera a aprovação do Congresso neste domingo para pôr em prática sua nova escala de ação ditatorial.
Alvaro Vargas Llosa* resume o que este senhor tem feito por seu país nos últimos meses. Sob a conivente omissão da América Latina.
Ditadura na Venezuela: Nicolás Maduro aperta o controle
O tirano da Venezuela, Nicolás Maduro, tem o costume de se superar em suas proezas repressivas de vez em quando. A última onda de repressão dá uma ideia chocante de até que ponto ele irá para permanecer no poder diante de uma rejeição maciça.
No final de janeiro, o governo de Maduro deu permissão à força militar para atirar nos manifestantes. Alguns dias depois, mandou para a prisão os proprietários de redes de supermercados e farmácias acusando-os de criarem uma escassez artificial por motivos conspiratórios. Depois, deu ordem a seus matadores para espancarem Leopoldo López, o ícone da oposição encarcerado na prisão militar de Ramo Verde, antes de colocá-lo em confinamento solitário. Em 19 de fevereiro, enviou agentes do serviço de informações para sequestrarem o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, um dos maiores críticos ao governo, tirando-o de seu gabinete.
Alguns dias depois, foi divulgado que Ledezma estava com López em Ramo Verde sob a acusação de sedição. Poucos dias depois, a Assembleia Nacional entrou em ação para expulsar do Parlamento Julio Borges, uma figura da oposição do partido Primero Justicia, colaborador próximo de López, com a clara intenção de privá-lo de sua imunidade legal de modo que ele pudesse ser acusado de sedição também. Em 24 de fevereiro, Kluivert Roa, um jovem de catorze anos que fazia parte de uma demonstração espontânea na cidade de San Cristóbal, foi morto pelas forças de segurança que agiam com a permissão de usar força letal.
Maduro respondeu à reação de revolta do povo da Venezuela com uma leve demonstração de consciência: manterei a repressão, mesmo que me chamem de tirano, declarou.
Os aliados da Venezuela – Cuba, Equador, Bolívia, Argentina, Nicarágua – manifestaram seu apoio e denunciaram uma conspiração contra a democracia de Maduro. O resto da América Latina, com exceção de Juan Manuel Santos, da Colômbia, que fez um tímido pedido para que Caracas considerasse a libertação de Lopez e desse a Ledezma um julgamento justo, fez um apelo ao “diálogo”. Esta é a palavra código que usam habitualmente para pressionar a oposição para parar de mexer com problemas sempre que uma eleição é manipulada, que alguém da oposição é levado para a cadeia, que um manifestante é morto, um jornal ou uma estação de TV é fechada ou um empresário é acusado de tentar derrubar as autoridades. Não disseram se acham que este diálogo deverá ocorrer em Ramo Verde – que em breve será o único lugar onde se poderá pegar uma figura da oposição -, nem se o tópico da discussão deverá ser nanotecnologia ou o mistério da existência.
Maduro violou todos os tratados internacionais, até os mais remotamente relacionados com um governo democrático, direitos humanos e o Estado de direito – da Carta da Organização dos Estados Americanos (preâmbulo e artigo 1º) à Convenção Americana de Direitos Humanos (artigos 1, 3, 8, 18 e 19), da Carta Democrática Interamericana (todo o documento) à Declaração de Santiago emitida pela Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos. Todos eles contêm disposições que preveem consequências específicas quando um país membro desafia as regras e viola seus artigos. Mas as organizações regionais encarregadas de defender esses vários instrumentos de direito internacional têm dado ao bandido venezuelano um passe livre. Todo o corpo do direito internacional que compromete a América Latina a seguir certos padrões de civilização foi reduzido a cinzas pela ditadura venezuelana e pela cumplicidade covarde da região.
Não me lembro de a diplomacia da América Latina ter chegado a um grau tão baixo, desde o retorno da democracia na década de 1980.
Senior fellow do Independent Institute. Artigo publicado em 02/03/2015 no blog The Beacon, do Independent Institute.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Venezuela: Parlamento do Mercosul tambem sai em socorro dos chavistas...

Assim são os nossos representantes no Mercosul: eles acham que a Venezuela está sendo atacada pelo imperialismo e precisa da defesa dos valentes anti-imperialistas.
Enfim, eles dividem o mundo. A gente observa...
Paulo Roberto de Almeida

Comunicado de Prensa de la Presidencia del PARLASUR

La Presidencia del Parlamento del MERCOSUR, ante la declaratoria de "emergencia Nacional" y el anuncio de aplicación de acciones y medidas injerencistas decretadas el pasado 09 de marzo de 2015, por el Presidente de los Estados Unidos, contra la República Bolivariana de Venezuela y sus funcionarios, por considerar que su situación política se constituye en una amenaza inusual y extraordinaria a la seguridad nacional y la política exterior de los Estados Unidos; expresa su más enérgico y categórico rechazo a dichas medidas, por representar una amenaza real de agresión a la soberanía, la paz y la estabilidad democrática de este país suramericano y por ende del MERCOSUR, y se constituyen en sí mismas en peligro de una intervención armada contra Venezuela, lo cual debe activar una alerta nacional e internacional.
En este contexto, hace un llamado respetuoso a los presidentes y jefes de Estado del MERCOSUR, a rechazar y condenar esta situación que es contraria y violatoria de los principios del derecho internacional y del derecho comunitario del bloque, en especial al Protocolo de Ushuaia I y II sobre el Compromiso Democrático en el MERCOSUR, así como a los principios, propósitos y competencias del Parlamento del MERCOSUR, establecidos en su Protocolo Constitutivo, como el de velar por la observancia de las normas del MERCOSUR y la preservación del régimen democrático en los Estados Parte.
Así mismo, la Presidencia del Parlamento del MERCOSUR, se une a los pronunciamientos de los distintos países y organismos internacionales, que han condenado esta nueva agresión y acciones intervencionistas contra el gobierno y pueblo bolivariano, entre ellos, China, Cuba, Ecuador y Bolivia, así como la Unión de Naciones Suramericanas (UNASUR) y la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA). Igualmente, expresa que este hecho desmedido e injerencista se contrapone al reconocimiento que de manera pública y reiterada, la comunidad internacional ha otorgado a Venezuela, como un país amante de la paz, respetuoso de los acuerdos internacionales, de los Derechos Humanos y de la soberanía e independencia de los Estados.
Finalmente, se hace un llamado a la comunidad internacional en general, a los pueblos del mundo y a los parlamentos nacionales e internacionales de nuestra región, a condenar y rechazar estas prácticas imperialistas del gobierno norteamericano, que atentan contra la estabilidad democrática en la República Bolivariana de Venezuela, su integridad territorial y su soberanía como Estado libre e independiente, principios consagrados en la Carta de las Naciones Unidas, en las declaraciones políticas de la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños(CELAC) y en la Unión de Naciones Suramericanas (UNASUR y en el Mercado Común del Sur (MERCOSUR), entre otros.
Montevideo, 11 de marzo de 2015.
Parlamentario Saúl Ortega Campos
Presidente Parlamento del MERCOSUR

domingo, 8 de março de 2015

Venezuela: Vargas Llosa condena o apoio abjeto de paiseslatino-americanos a Maduro

Acho que ele foi até comedido na condenação...
Cumplicidade e conivência seriam as palavras certas.
Paulo Roberto de Almeida


À beira do abismo

 Mario Vargas Llosa *
O Estado de S.Paulo, 08.03.2015

Quando o governo venezuelano de Nicolás Maduro autorizou sua guarda pretoriana a usar armas de fogo contra as manifestações de estudantes sabia muito bem o que estava fazendo. Seis jovens foram assassinados nas últimas semanas pela polícia ao tentar acalmar os protestos de uma sociedade cada vez mais enfurecida contra os ultrajes desenfreados da ditadura chavista, a corrupção generalizada, o desabastecimento, o colapso da legalidade e a crescente situação de caos que se estende por toda a Venezuela.
Este contexto explica a escalada repressora do regime nos últimos dias: a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, um dos mais destacados líderes da oposição, quando completava um ano a prisão de Leopoldo López, outro dos grandes resistentes, e meses após María Corina Machado - figura relevante entre os adversários do chavismo - ter sido privada de sua condição de parlamentar e submetida a um assédio judiciário. 
O regime sente-se cercado pela crítica situação econômica à qual sua demagogia e inépcia levaram o país. Sabe que sua impopularidade cresce e, a não ser que massacre e intimide a oposição, sua derrota nas próximas eleições será cataclísmica (segundo as pesquisas, sua aprovação é de apenas 20%). 
Por isso, desencadeou o terror de maneira escancarada e cínica, alegando a costumeira desculpa: uma conspiração internacional dirigida pelos Estados Unidos da qual seriam cúmplices os opositores democráticos do chavismo. Conseguirá calar os manifestantes por meio de crimes, torturas e prisões em massa? 
Um ano atrás o conseguiu, quando milhares de venezuelanos foram às ruas pedindo liberdade (eu estava lá e vi com meus próprios olhos a formidável mobilização libertária dos jovens). Para isso foi necessário o assassinato de 43 manifestantes, muitas centenas de feridos e de torturados nos cárceres políticos e milhares de presos. Mas, um ano mais tarde, a oposição ao regime se multiplicou e a situação de libertinagem, desabastecimento, ultraje e violência só serviu para encolerizar cada vez mais as massas venezuelanas. Para prender e dominar este povo desesperado e heroico será necessária uma repressão infinitamente mais sangrenta que a do ano passado.
Maduro, o pobre homem que sucedeu a Chávez à frente do regime, demonstrou que sua mão não treme na hora de verter o sangue de seus compatriotas que lutam pela volta da democracia na Venezuela. Quantos mortos mais e quantas prisões políticas serão necessários para que a OEA e os governos democráticos da América Latina abandonem seu silêncio e comecem a agir, exigindo que o governo chavista renuncie à sua política de repressão contra a liberdade de expressão e a seus crimes políticos, e facilitem uma transição pacífica da Venezuela para um regime de legalidade democrática? 
Num excelente artigo, como costumam ser, Un estentóreo silencio, Julio Maria Sanguinetti (El País, 25/2/2015) censurou severamente estes governos latino-americanos que, com a tíbia exceção da Colômbia - cujo presidente se ofereceu para intermediar as conversações entre o governo de Maduro e a oposição - observam impassíveis os horrores que o povo venezuelano padece nas mãos de um governo que perdeu todo sentido dos limites e age como as piores ditaduras que o continente das oportunidades perdidas sofreu. 
Decência. Podemos ter a certeza de que o emocionado apelo do ex-presidente uruguaio (José Mujica) à decência aos mandatários latino-americanos não será ouvido. Que outra coisa se poderia esperar desse lamentável grupo em que abundam os demagogos, os corruptos, os ignorantes, os políticos rasteiros? Sem falar na Organização dos Estados Americanos, a instituição mais inútil produzida na América Latina em toda a sua história; a ponto de, toda vez que um político latino-americano é eleito ao cargo de seu secretário-geral, parece amolecer e sucumbir a uma espécie de catatonia moral.
Sanguinetti contrapõe, com toda a razão, a atitude destes governos "democráticos" que fingem não enxergar quando na Venezuela ocorrem violações dos direitos humanos, são fechados canais de TV, emissoras de rádio e jornais, com a celeridade com que estes mesmos governos "suspenderam" da OEA o Paraguai quando o país, segundo os mais estritos procedimentos constitucionais e legais, destituiu o presidente Fernando Lugo, medida que a imensa maioria dos paraguaios aceitou como democrática e legítima. A que se deve o uso de dois pesos e duas medidas? Ao fato de que Maduro, que assistiu à transmissão do cargo presidencial no Uruguai e foi recebido com honras por seus colegas latino-americanos, é de "esquerda" e os que destituíram Lugo eram supostamente de "direita".
Embora muitas coisas tenham mudado para melhor na América Latina nas últimas décadas - há menos ditaduras, uma política econômica mais livre e moderna, uma redução importante da extrema pobreza e um crescimento notável das classes médias - seu subdesenvolvimento cultural e cívico é ainda muito profundo e isso se torna patente no caso da Venezuela. Com o risco de serem acusados de reacionários e "fascistas" os governos latino-americanos que chegaram ao poder graças à democracia estão dispostos a cruzar os braços e fingir que não enxergam enquanto um bando de demagogos, assessorados por Cuba na arte da repressão, empurra a Venezuela para o totalitarismo.
Eles não se dão conta de que sua traição dos ideais democráticos permitirá que, no dia de amanhã, seus países sejam também vítimas desse processo de destruição das instituições e das leis que está levando a Venezuela à beira do abismo, ou seja, a tornar-se uma segunda Cuba e a padecer, como a ilha do Caribe, de uma longa noite de mais de meio século da ignomínia.
O presidente Rómulo Betancourt da Venezuela, que era de estofo diferente dos atuais, pretendeu, nos anos 60, convencer os governos democráticos da América Latina (eram poucos) da necessidade de buscar uma política comum contra os governos que - como o de Maduro - violentaram a legalidade e se transformaram em ditaduras. Ou seja, romper as relações diplomáticas e comerciais com eles e denunciá-los no plano internacional, a fim de que a comunidade democrática ajudasse desse modo os que defendiam a liberdade no próprio país. Não é preciso dizer que Betancourt não obteve o apoio de um único país latino-americano.
A luta contra o subdesenvolvimento sempre estará ameaçada de fracasso e retrocesso enquanto as lideranças políticas da América Latina não superarem este estúpido complexo de inferioridade em relação a uma esquerda à qual - apesar das catastróficas credenciais que pode exibir em questões econômicas, políticas e de direitos humanos (não bastam os exemplos dos Castros, Maduro, Morales, os Kirchners, Dilma Rousseff, o comandante Ortega e companhia?) concedem ainda uma espécie de superioridade moral em questões de justiça e solidariedade social.  
Tradução de Anna Capovilla
* É escritor peruano e prêmio Nobel

Venezuela: o ideologo do socialismo do seculo 21 diz que o sistema e'inepto; e nao faz autocritica

Um idiota completo, que ao menos reconhece que a sua construção faliu completamente. Queria o quê? Um socialismo que funcionasse? Onde é que isso ocorreu?
Paulo Roberto de Almeida

'Sem reformas, militares chavistas derrubarão Maduro'

Para sociólogo alemão ex-mentor de Hugo Chávez e idealizador do socialismo do século 21, crise econômica e violência urbana derrubaram popularidade do governo
 - O Estado de S. PauloNicolás Maduro: perda do ‘projeto chavista’ custa caro a presidente
Eleito em 2013 após a morte de seu padrinho político, Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta uma crise econômica agravada pela queda do preço do petróleo, uma popularidade em torno dos 20% e críticas dentro e fora da Venezuela pela prisão de políticos da oposição, a quem acusa de tentar derrubá-lo. Para o sociólogo alemão Heinz Dieterich, ideólogo do socialismo do século 21 defendido por Hugo Chávez, que nos últimos anos tornou-se crítico do chavismo, o maior risco de golpe vem de dentro do próprio chavismo e não da oposição. "Se não tomar medidas drásticas e corretas para resolver os problemas econômicos e de segurança, perderá o apoio dos militares chavistas, que vão tirá-lo do poder", disse ele ao Estado. A seguir, a íntegra da entrevista, concedida por e-mail.
Qual a avaliação do senhor sobre as recentes medidas econômicas do presidente Maduro, especificamente a criação de uma banda de câmbio flutuante (Simadi)?
Desde o ponto da economia política, é uma medida completamente disfuncional e até idiota, porque joga gasolina no fogo. O volume do Simadi é tão pequeno que não cobre a demanda. Em consequência, exerce uma pressão que eleva o preço do dólar. Isso é evidente no mercado paralelo, onde o preço do dólar subiu 60% em um dia. A diferença do mercado negro para o Simadi já supera os 100 bolívares por dólar (280 a 177). No aspecto político, é uma medida classista em favor dos estratos privilegiados que podem ter fundos e contas em dólares e a favor das empresas transnacionais que podem trocar os seus dólares para pagar trabalhadores com um salário real a nível africano. Novamente, os pobres pagam as contas dos tímidos ajustes neoliberais de um governo absolutamente inepto. 
Por que a popularidade do governo caiu tanto?
Há duas razões. O governo Maduro não resolveu dois grandes problemas que afligem os cidadãos: a economia e a segurança. A inflação do ano passado superou 60%. A de janeiro chegou a 12% ao mês e é possível que em 2015 ocorra uma hiperinflação, o que quer dizer na prática o colapso do sistema financeiro e monetário. Um calote em parte da dívida externa até o fim do ano é possível. Uma taxa de crescimento negativo do PIB, como ocorreu nos últimos anos é provável. A produtividade, a produção e a eficiência na distribuição de mercadorias não se recuperará diante do sistema administrativo atual, que é controlado pelo estado. As receitas públicas do petróleo não se recuperarão nos próximos anos e uma reforma fiscal ou o aumento da gasolina se darão em um ano de debilidade eleitoral do governo. E esse desastroso panorama se repete no setor de segurança. A segunda razão é que a mais de dois terços da população já não acreditam na desculpa do governo, de que isso é resultado da "guerra econômica" dos capitalistas e de Washington. Na prática, quase 80% já não acredita no discurso oficial de Maduro, como dizem as pesquisas sérias. 
Na sua opinião, como os coletivos chavistas e as pessoas mais pobres estão enfrentando a crise. Eles ainda têm confiança no chavismo?
O que foi quase o monolítico Bloco de Apoio Chavista (BAC) nos tempos do presidente Chávez hoje está rachado. Os 20% de apoio que resta a Maduro nas últimas pesquisas é essencialmente dos mais pobres, que, com razão, temem perder as conquistas sociais que tiveram com Chávez. E eles ainda acreditam nas mentiras do governo porque é a única esperança e consolo que lhes restaram diante do futuro neoliberal. Algo como os jesuítas diziam: credo quia absurdum est: acredito apesar do absurdo que é. A classe média está muito decepcionada com o governo e com a oposição e busca o que chamam de "terceira via". Os mais politizados do movimento chavista querem, de um lado, soluções impossíveis como a "ditadura revolucionária" e de outro a reestruturação da troica governante. Até agora tiveram pouco êxito. Um último setor, por fim, se despolitiza e se conforma que não se pode fazer nada. 
Agora o preço do petróleo está em baixa. Por que o chavismo não conseguiu estar preparado para esse cenário?
Foi uma conjunção de fatores que derrubou o preço do petróleo: o gás de xisto, a ruptura da Opep pela Arábia Saudita, a crise mundial e outros. Obviamente, os estrategistas da PDVSA e do governo não previram a gravidade dessa crise porque os fundos de reserva que tinham separado são totalmente inadequados para suportar uma crise dessa natureza. A segunda razão é que todo o programa de substituição de importação via industrialização endógena e a soberania alimentar falhou. Na prática, um gigantesco volume de divisas seguem no exterior sem efeito produtivo na Venezuela. Por último, o desperdícios de recursos, como por exemplo o preço da gasolina, a corrupção e a destruição das cadeias produtivas por uma intervenção estatal absurda e ineficiente e o despreparo do sistema para absorver um choque externo como o atual
Não seria melhor que o chavismo tivesse investido em infraestrutura produtiva, como fizeram Evo Morales e Rafael Correa? Ou as características políticas da burguesia venezuelana não tornariam isso possível?
Sim, era o indicado. E, de fato, Chávez queria potencializar a Venezuela dessa maneira. Mas o único setor onde conseguiu melhorar a infraestrutura foram as Forças Armadas. E, de maneira assistencial, no combate à pobreza e na saúde. A burguesia venezuelana é, de fato, uma das mais parasitárias e improdutivas da América Latina. Sempre viveu da renda do petróleo, como as dinastias feudais-mercantis do Oriente Médio e de sua relação plutocrática com o Estado. A ideia de Chávez era substituir essa classe social falida com cooperativas e setores nacionalistas, o que sempre foi um romantismo. Isso requeria um projeto racional e uma burocracia eficiente de imposição, como o Ministério do Planejamento japonês. Chávez nunca conseguiu criar essa estrutura de direção e controle. 
O que Maduro ganha politicamente com a prisão de Ledezma?
Intimidar a direita golpista, que não acreditava que ele ia se atrever a prendê-lo. Mas isso tem um efeito de curta duração. Ganhou dois ou três meses nos quais Washington e seus aliados golpistas venezuelanos terão de se readequar à nova situação e reconfigurar sua estratégia de desestabilização. Em suas fileiras, Maduro se lança como um marechal de campo que derrota o inimigo. Mas, novamente, é uma vitória de Pirro, porque o efeito é conjuntural. 
Em artigo em janeiro no site aporrea, o senhor apostou que Maduro fica no poder no máximo até 2016, seja por referendo revocatório, renúncia ou intervenção militar. Qual desses cenários é mais provável?
Se não tomar medidas drásticas e corretas para resolver os problemas econômicos e de seguança, perderá o apoio dos militares chavistas, que vão tirá-lo do poder. Há diferentes maneiras de fazê-lo e isso pode ocorrer antes de dezembro desse ano. Se isso não ocorrer, sai em 2016 no referendo revocatório ou eleições antecipados. 
Que motivos teriam as Forças Armadas para intervir?
A perda do projeto chavista original, com seus fortes componentes nacionalista, antiimperialista, bolivariano e social. Chávez deu aos militares uma razão de ser e uma missão secular. Se a perderem, vem o caos e a anarquia. E nada é mais terrível para um militar que a ideia de anarquia. Evidentemente, os oficiais de alta patente perdem também seus enormes privilégios econômicos e políticos atuais, uma vez que fazem parte da classe dominante. 
O que está por trás politicamente da decisão de tirar o ex-presidente da PDVSA Rafael Ramírez do Ministério Do Petróleo, fazê-lo chanceler e depois enviá-lo para ser chanceler na ONU?
Ramírez e Diosdado Cabello sempre foram inimigos porque Cabello é um anticomunista até a morte, enquanto Ramírez é um sobrevivente do socialismo do século 20. Como o ex-ministro do Planejamento Jorge Giordani, representa a esquerda do passado que não entende o socialismo do século 21, mas que, de qualquer forma, são inaceitáveis para um burocrata fazedor de intrigas e autoritário como Cabello. Dado que é Cabello quem manda na Venezuela, uma vez que Maduro nada mais é que a face pública da facção chavista dominante, era só uma questão de tempo até eliminar qualquer vestígio de esquerda no gabinete. A Venezuela está na fase do Termidor. Acabou a fase revolucionária dos jacobinos latino-americanos.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Venezuela: documentando as ultimas horas de um regime ditatorial - Simon Romero (NYT)

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A sample bank note with the face of President Nicolás Maduro of Venezuela and the word “devaluated.” Above, t Credit Jorge Silva/Reuters
CARACAS, Venezuela — For a glimpse into Venezuela’s economic disarray, slip into a travel agency here and book a round-trip flight to Maracaibo, on the other side of the country, for just $16. Need a book to read on the plane? For those with hard currency, a new copy of “50 Shades of Grey” goes for $2.50. Forget your toothpaste? A tube of Colgate costs 7 cents.
Quite the bargain, right?
But for the majority of Venezuelans who lack easy access to dollars, such surreal prices reflect a tremendous currency devaluation and a crumbling economy expected to contract 7 percent this year as oil income plunges and price controls produce acute shortages of items including milk, detergent and condoms.
“I’ve seen people die on the operating table because we didn’t have the basic tools for surgeries,” said Valentina Herrera, 35, a pediatrician at a public hospital in Maracay, a city near Caracas. She said she planned to look for other work because making ends meet on her salary of 5,622 bolívars a month — $33 at a new exchange rate unveiled recently — was impossible.
Faced with tumbling approval ratings as Venezuelans reel from the economic shock, President Nicolás Maduro is intensifying a crackdown on his opponents, reflected in last week’s arrest of Antonio Ledezma, the mayor of Caracas, and his indictment on charges of conspiracy and plotting an American-backed coup.
Mr. Maduro, a protégé of President Hugo Chávez, who died in 2013, has adopted an increasingly shrill tone against critics of Venezuela’s so-called Bolivarian Revolution. As evidence against Mr. Ledezma, Mr. Maduro pointed to an open letter this month calling for “a national agreement for a transition” that was signed by Mr. Ledezma; Leopoldo López, another opposition figure who has been imprisoned for the past year; and María Corina Machado, an opposition politician charged in December with plotting to assassinate Mr. Maduro.
“In Venezuela we are thwarting a coup supported and promoted from the north,” Mr. Maduro said over the weekend on Twitter. “The aggression of power from the United States is total and on a daily basis.”
Mr. Maduro is taking a page from Mr. Chávez, who was briefly ousted in a 2002 coup with the Bush administration’s tacit approval, then made attacking Washington and locking up people suspected of being putschists a fixture of his government. But the State Department has disputed Mr. Maduro’s claims, saying the United States is not promoting unrest in Venezuela.
At the same time, the move by Mr. Maduro points to a hardening in how opposition figures here are treated. Thirty-three of the 50 opposition mayors in the country are now facing legal action in connection with antigovernment protests last year that left 43 people dead, according to Gerardo Blyde, the mayor of Baruta, a Caracas municipality.
One prominent opposition mayor, Daniel Ceballos of the city of San Cristóbal, has been in jail for the past year, while another, Enzo Scarano of the industrial town of San Diego in Carabobo State, was transferred from jail to house arrest last month because of deteriorating health.
The arrest of Mr. Ledezma, 59, who was democratically elected but had much of his authority stripped away in 2009, has even some pro-Chávez analysts questioning the wisdom of Mr. Maduro’s move. While Mr. Ledezma joined a hardline faction of the opposition last year called “the Exit,” he was not viewed as especially prominent or influential.
“Fueling suspicion is a distraction tactic from the huge currency devaluation we’ve had to withstand,” said Nicmer Evans, a pro-Chávez political consultant who is among those on the left here now openly criticizing Mr. Maduro. “What’s not clear is the proof of wrongdoing in this case.”
With inflation soaring to a rate of 68 percent, the Venezuelan authorities are seeking to manage the economic crisis with a complex web of three official exchange rates. For instance, some basic goods are imported at rates of 6.3 and 12 bolívars to the dollar, but a new floating rate of about 171 was introduced last week, effectively reflecting a devaluation of nearly 70 percent.
On the black market, which some Venezuelans already use to carry out basic transactions, the rate is even higher.
Even for some Chávez loyalists, Mr. Maduro seems to be in over his head in dealing with the scramble for hard currency. Jorge Giordani, one of the late president’s top economic advisers, said this month that Venezuela was emerging as Latin America’s “laughingstock,” citing corruption and labyrinthine bureaucracy as factors accentuating the economic quagmire.
“We need to acknowledge the crisis, comrades,” said Mr. Giordani, whom the president ousted last year as finance and planning minister.
Indeed, some economists say that the government’s hesitance to overhaul its perplexing currency controls could intensify Venezuela’s economic problems.
“The system is going haywire,” said Francisco Rodríguez, chief Andean economist at Bank of America Merrill Lynch, emphasizing that galloping price increases could soon enter the realm of hyperinflation, accelerating to triple digits this year and to more than 1,000 percent in 2016 if policies are maintained.
Mr. Maduro seems to recognize that some profound economic changes are needed in Venezuela, which commands the world’s largest oil reserves, creating the illusion of inexhaustible wealth. He supports raising the price of gasoline, which costs less than 10 cents a gallon at the strongest official exchange rate; there is considerable resistance to such a shift even though the fuel subsidy costs the government more than $12 billion a year.
But ahead of congressional elections this year in which Mr. Maduro’s supporters seem vulnerable, the president is also seeking to shore up his base.
Mr. Ledezma’s wife, Mitzy, told Reuters on Sunday that the president was showing his dictatorial tendencies. “He knows that every day there are more opponents,” she said.
Despite the widespread complaints about hardship and high levels of violent crime, some here remain loyal to Mr. Maduro out of gratitude for a vast array of social welfare programs.
“I’ll vote for Maduro until I die,” said Marco Miraval, 77, who sells coconuts in 23 de Enero, a sprawling housing complex that is a bastion for pro-Chávez groups, pointing to Mr. Maduro’s support of subsidized university education and health care. He said Venezuela’s economic problems were a result of Washington’s pressure on the government. “It’s because they’re being sabotaged by this economic war,” he said.
Still, while Venezuela’s opposition remains divided and hampered by the arrests of some leading figures, Mr. Maduro lacks the oratorical skill of Mr. Chávez, who skewered his opponents in what often seemed like a stream-of-consciousness approach to governing that kept many Venezuelans on the edge of their seats.
“Maduro is trying to consolidate his leadership without having the charisma to do so,” said Margarita López Maya, a historian who studies protest movements, describing his latest moves as amounting to “an excess of authoritarianism.”
In the meantime, bizarre prices persist for many basic services, punishing those who earn and save in bolívars while benefiting an elite with access to hard currency in bank accounts abroad. For instance, monthly broadband service from the state telecommunications company costs less than the equivalent of $1. The monthly electricity bill for a huge luxury apartment, with air-conditioning on at all hours, comes to less than $2.
Even that absurdly cheap flight to Maracaibo is more complicated than it appears since some airlines have trouble obtaining the dollars they need to maintain their planes.
“You’ll see things you’ll never believe: half a dozen aircraft from just one airline just waiting on the ground because they don’t have parts,” said Nicolás Veloz, a pilot based in Caracas.
For some Venezuelans who are struggling to get by, the economic disorder they see explains the president’s targeting of his opponents. “Maduro is terrified, and so he’s using more totalitarian methods, putting politicians in prison with so many police,” said Eduardo de Sousa, 28, a pharmaceutical lab assistant. “They know that the revolution is over, and they’re scared.”

Venezuela: democracias de araque, autoritarios de fato, paises da regiao sao coniventes com a ditadura chavista

Em horas como estas, e não apenas em relação à ditadura na Venezuela, podemos repetir palavras de mais de dois séculos atrás:

"São tempos como esses que testam as almas dos homens. (...) A tirania, como o inferno, não é facilmente derrubada; ainda assim, temos o consolo de que quanto mais duro for o conflito, mais glorioso será o triunfo.”
Thomas Paine, A Crise Americana (1776)
http://ordemlivre.org/posts/biografia-thomas-paine--2

Grato ao amigo Orlando Tambosi por selecionar o artigo abaixo de Ian Vasquez sobre a vergonhosa cumplicidade de países latino-americanos ante a tragédia que se abateu há muitos anos sobre a Venezuela. São cúmplices, sim, de todos os crimes que estão sendo ali cometidos...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela: por cumplicidade ou covardia, o vergonhoso silêncio da América Latina.

O que mais é preciso para que os governos latino-americanos condenem a escalada de violências e o ataque aos direitos humanos na Venezuela? Em artigo no Cato Institute, Ian Vásquez condena o silêncio diante das barbaridades praticadas pelo ditador Nicolás Maduro - Dilma em especial: ela se nega a falar sobre a prisão ilegal do prefeito de Caracas Antonio Ledezma (neste caso, por infame cumplicidade com a ditadura):


¿Hasta qué punto tiene que llegar la dictadura venezolana para que los gobiernos democráticos de América Latina se pronuncien sobre sus cada vez más agresivas violaciones? El jueves, a un año y un día del encarcelamiento del opositorLeopoldo López, el régimen venezolano arrestó violentamente y sin orden judicial al alcalde de Caracas, Antonio Ledezma. Sin ofrecer pruebas, el presidente Maduro lo acusó en cadena nacional de conspirar en un golpe de Estado.

Hasta ahora, con la excepción de Colombia, los gobiernos democráticos de la región han guardado silencio al respecto. Vergonzoso. La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, se negó a hablar sobre el caso que, según ella, es cosa de “asuntos internos” de Venezuela. Patético. Al no condenar los atropellos del régimen bolivariano, las democracias latinoamericanas se están deslegitimando, pues no defienden los principios que supuestamente representan, y se vuelven así en cómplices del autoritarismo.

Ante la creciente crisis económica, política y social que ha creado, el gobierno chavista se está radicalizando al punto de que Amnistía Internacional denuncia la detención de Ledezma y la “cacería de brujas” del régimen, y Human Rights Watch declara: “Nunca hemos estado tan preocupados por Venezuela”.

Junto con López y la defenestrada diputada María Corina Machado, Ledezma ha sido uno de los opositores más hábiles y con los mejores criterios y principios pacíficos y democráticos. La única ‘prueba’ que presentó Maduro en su contra era su “Llamado a los venezolanos a un acuerdo nacional para la transición” publicado este mes y firmado junto con López y Machado. En él, los autores se refieren a la crisis que vive Venezuela y al “modelo fracasado” del gobierno. Dicen: “Es claro que el régimen no resolverá la crisis y que el gobierno de Maduro ya entró en fase terminal”. Proponen una agenda para restaurar la paz social, la economía y el Estado de derecho.

Según Maduro, eso era señal para que se activara una intentona golpista. Además ofreció una explicación orwelliana de la captura del alcalde: “Para que responda por todos los delitos cometidos contra la paz del país, la seguridad, la Constitución”. Pero ha sido el régimen que ha convertido a Venezuela en uno de los países más inseguros y violentos del mundo. Ha sido el régimen el que ha vulnerado las garantías constitucionales tan básicas como los derechos políticos, el debido proceso, o la libertad de expresión, por ejemplo. El abogado Gonzalo Himiob documenta que el país cuenta con 98 presos por razones políticas. Las organizaciones internacionales de derechos humanos han documentado numerosos casos de tortura y otras violaciones. Un análisis publicado recientemente encontró que de las más de 45.000 sentencias dictadas por el Tribunal Supremo de Justicia desde el 2005, ni una sola ha sido contra el gobierno. De hecho, el régimen controla todas las ramas del Estado e instancias de poder.

Las políticas económicas han socavado el comercio y la producción, y han generado lainflación más alta del mundo, la recesión, y la escasez de comida, medicamentos y un sinnúmero de bienes. Según la Cepal, la pobreza aumentó en más de 6 puntos porcentuales en el 2013. Por supuesto, el régimen ha acusado a los empresarios de desatar una “guerra económica” y ha arrestado a varios por tal delito.

Las dictaduras se basan en las mentiras —en lo que prometen y en lo que relatan—. Eso es tan obvio en el caso venezolano que hay pocos que no lo ven claro, incluso dentro de ese país, razón por la cual el régimen recurre a la fuerza. Da lástima que los líderes democráticos latinoamericanos parecen no reconocer eso.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Venezuela: Memorias do Carcere, versao bolivariana...

E o Mercosul, e a Unasul, não tem nada a ver com o que está acontecendo naquele país?
Não preciso de respostas, eu já sei...
Paulo Roberto de Almeida

Rei Momo chavista

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, exibiu mais uma vez seu pendor para a democracia, tão apreciado por Lula e Dilma Rousseff.
Leopoldo López, o principal prisioneiro político do chavismo, sofreu uma violenta busca em sua cela na prisão militar Ramo Verde. Um grupo de homens armados e mascarados, liderada pelo diretor da prisão, coronel Homero Miranda, destruiu os pertences pessoais e os documentos do líder do movimento oposicionista.
A Venezuela está se esfacelando. Nicolás Maduro será derrubado pelos militares. Mas vai fazer muitos estragos daqui até lá, com a cumplicidade do governo brasileiro.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Venezuela: Estados Unidos aplicam sancoes a funcionarios do governo por violacao de direitos humanos e corrupcao

Parece que os EUA dispõem de sua própria cláusula democrática e de monitoramento dos direitos humanos, algum que o Mercosul não tem ou não pretende aplicar ao caso da Venezuela, que mantem um opositor político detido há quase um ano, sem processo e sem julgamento, e acusa outros de crimes imaginários.
A medida que autoriza as FFAA a usarem armas letais contra manifestantes também pode ser vista como uma espécie de ruptura democrática, já que viola a própria Constituição do país.
Se o Mercosul e a Unasul aplicassem suas respectivas cláusulas democráticas, já teriam chamado a atenção da Venezula para essas infrações graves.
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela-EE.UU

EE.UU. responde a Maduro con nuevas sanciones a funcionarios venezolanos

Infolatam/Efe
Washington, 2 de febrero de 2015
Las claves
  • Las restricciones de visado afectarán a funcionarios y exfuncionarios del Gobierno venezolano "que se cree que son responsables o cómplices de abusos contra los derechos humanos", así como a otras personas "consideradas responsables de actos de corrupción pública", según el Departamento de Estado.
Las relaciones entre EE.UU. y Venezuela volvieron a tensarse con el anuncio de Washington de nuevas sanciones contra funcionarios venezolanos, poco después de que el mandatario Nicolás Maduro acusara al vicepresidente estadounidense, Joe Biden, de respaldar un plan para forzar su derrocamiento.
La portavoz del Departamento de Estado de EEUU, Jen Psaki, detalló en un comunicado las nuevas medidas, que se traducirán en restricciones de visas para los afectados, sin detallar las identidades ni la cifra de sancionados.
El anuncio llegó poco después de que Washington tachara también de “infundadas y falsas” las acusaciones del presidente venezolano, Nicolás Maduro, al vicepresidente de EEUU, Joe Biden, de estar detrás de un plan para provocar la caída de su Gobierno.
Las restricciones de visado afectarán a funcionarios y exfuncionarios del Gobierno venezolano “que se cree que son responsables o cómplices de abusos contra los derechos humanos”, así como a otras personas “consideradas responsables de actos de corrupción pública”, según el Departamento de Estado.
También afectarán a miembros de la familia inmediata de los sancionados, cuyas identidades no serán reveladas públicamente en cumplimiento de las leyes de confidencialidad sobre visas que rigen en EEUU.
“Ignorando las reiteradas peticiones de cambio hechas por gobiernos, respetados líderes y grupos de expertos, el Gobierno venezolano ha seguido demostrando una falta de respeto hacia los derechos humanos y las libertades fundamentales”, sostuvo el Departamento de Estado.
En julio pasado, EEUU ya impuso restricciones de visado a 24 funcionarios venezolanos presuntamente involucrados en violaciones de derechos humanos y en la represión de protestas de grupos opositores a Maduro.
Además, en diciembre pasado, el presidente estadounidense, Barack Obama, firmó una ley aprobada por el Congreso con sanciones contra funcionarios venezolanos considerados responsables de violaciones de derechos humanos en ese país.
Esas sanciones incluyen la congelación de activos y la prohibición para emitir visados a funcionarios del Gobierno venezolano vinculados con la violencia y la represión en las manifestaciones estudiantiles de febrero de 2014, que terminaron con un saldo oficial de 43 muertos y cientos de heridos.
Las relaciones entre Estados Unidos y Venezuela han sido conflictivas desde la llegada al poder en 1999 del ya fallecido presidente Hugo Chávez, mentor y antecesor de Maduro.
Desde hace cuatro años, en las legaciones diplomáticas de EEUU en Caracas y de Venezuela en Washington no hay embajadores, y son dirigidas por encargados de negocios.
La última fuente de tensiones se ha generado este fin de semana, cuando Maduro acusó a Biden de estar detrás de un plan para derrocarlo y que, supuestamente, el vicepresidente estadounidense anunció a presidentes y primeros ministros de países caribeños durante una cumbre energética celebrada en Washington la semana pasada.
“Hemos visto las informaciones de prensa sobre las acusaciones contra Estados Unidos por parte de funcionarios del Gobierno venezolano. Tal acusación es infundada y falsa”, respondió hoy a Efe una portavoz del Departamento de Estado.
De acuerdo con esa portavoz, “el Gobierno venezolano debe centrarse en las quejas legítimas de su pueblo, que incluyen violaciones reiteradas de la libertad de expresión y de reunión, así como del debido proceso ante la ley”.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Venezuela: seria normal ir a Cuba duas vezes no mesmo mes?

Alguém já se deu conta do que está acontecendo com a Venezuela?
Não me refiro ao caos econômico e à desestruturação produtiva quase completa que vem sendo operada naquele país depois que um fascista travestido de esquerdista tomou posse daquela vaca petrolífera e começou a extrair seus recursos em favor da ditadura cubana, pois isso é normal e esperado num regime que se pretende socialista. Os companheiros vem fazendo a mesma coisa mas bem mais moderadamente.
Trata-se do fato que um presidente de um país visita a ilha-prisão dos Castros duas vezes no mesmo mês e isso depois de ter anunciado publicamente que iria fazer um "sacudón" econômico, que finalmente resumiu-se a não tomar nenhuma decisão relevante, e apenas rebaixar politicamente o ministro das finanças e responsável pela PDVSA, decretando que ele seria o novo chanceler. O coitado vai demorar para se ajustar. Sim, um primo de Chávez, provavelmente tão incompetente quanto ele em matéria de economia, vai cuidar das únicas riquezas estratégicas do país.
Inacreditável a completa renúncia de soberania, que também alguns companheiros, amigos dos cubanos, praticam mais moderadamente.
Pode um país sobreviver assim?
Só de olhar as manchetes abaixo, sinto calafrios econômicos e tristeza profunda pelo povo venezuelano. Não parece haver remédio ou anteparo para o caos e violência que veem pela frente, e não estou sendo pessimista, ou catastrófico: apenas antevejo o pior.
Nunca antes na história da América Latina um país tinha sido destruído tão completamente por seus dirigentes e por suas próprias "elites", salvo talvez no caso (diferente) do Haiti.
Paulo Roberto de Almeida

Nicolas Maduro presenta su ajuste de Gobierno (Venezuela)
Maduro dice que Venezuela cumplirá con el pago de compromisos internacionales

El presidente venezolano, Nicolás Maduro, afirmó que Venezuela tiene la capacidad y cumplirá con los "compromisos internacionales" que se vencen en las próximas semanas tal y como lo ha hecho en los 15 años de la llamada revolución bolivariana y anunció la creación de un fondo "estratégico" de reservas que se colocará en una cuenta única del Banco Central (BCV) y que se abrirá "inmediatamente" con 750 millones de dólares para "fortalecer las cuentas internacionales" del país.

Maduro limita su “sacudón” a un cambio de gabinete y elude el ajuste económico

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El análisis
Maria Teresa Romero
Maria Teresa Romero

Venezuela y los efectos del “sacudón revolucionario”

(Especial Infolatam).- "Lo que hizo el gobierno de Maduro  fue un “enroque” político entre su misma gente de confianza y seguir sin tomar decisiones en materia de política económica, lo que pone en evidencia que sigue al pie de la letra el guion diseñado por el régimen castrista.  No por casualidad, el presidente Maduro viajó a Cuba en dos oportunidades en el último mes para entrevistarse con la plana mayor de ese gobierno  dictatorial".
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La Venezuela chavista y postchavista, historia de la parálisis de un régimen

(Infolatam por Rogelio Núñez)-. Venezuela se encuentra paralizada desde 2011, cuando se le detectó un cáncer a Hugo Chávez que finalmente acabaría con la vida del comandante.
[ver artículo completo...]
El análisis
Luis V. León
Luis V. León

El sacudón que nunca fue: consecuencias de los no-anuncios de Maduro

(Prodavinci. Venezuela)-. "... lamento tener que decir que tengo una lectura negativa de los anuncios del presidente Nicolás Maduro. O quizás deba decir que de lo que tengo una lectura negativa es de sus no-anuncios.
[ver artículo completo...]

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Maduro se aferra al inmovilismo para conservar el poder en Venezuela

El presidente convirtió el llamado “sacudón” en un conjunto de suaves medidas

El País, 3/09/2014


La intriga sobre el anunciado “sacudón” que Nicolás Maduro había prometido como una “revolución dentro de la revolución” se despejó el martes por la noche de una manera anticlimática. Se hicieron largas las tres horas que se tomó el presidente venezolano para dar a conocer la reestructuración de su Gobierno. Al final de la transmisión en cadena nacional, quedó claro que esta consistía en poco más que la creación de seis vicepresidencias sectoriales, la fusión de algunas carteras, el enroque de posiciones entre varias figuras ya añejas del elenco ministerial, y la ratificación de más de la mitad del dimitido Gabinete Ejecutivo, incluyendo al Vicepresidente Ejecutivo y yerno del comandante Hugo Chávez, Jorge Arreaza.
La remodelación del Gobierno no solo se quedó corta con respecto a las expectativas que se habían creado, sino que también apenas tuvo conexión con los apremios económicos por los que atraviesa Venezuela. Maduro dijo confiar en el modelo “social económico de la revolución bolivariana” al que calificó de “exitoso”. En cambio, reveló que el llamado sacudón apuntaba a demoler los últimos resabios “del Estado burgués”, con lo que se busca garantizar la “irreversibilidad” de la revolución.
En lo que Maduro sí puso empeño fue en asegurarse de que los movimientos internos en su Gobierno preservaran el frágil equilibrio ya existente entre las facciones del chavismo que se disputan el poder. En ese sentido, la novedad más difícil de interpretar es la mudanza del hasta ayer poderoso vicepresidente del Área Económica, ministro de Petróleo y Minería y presidente de la petrolera estatal Pdvsa, Rafael Ramírez.
Ramírez era visto como el propulsor de medidas pragmáticas, como el aumento del precio de los combustibles y la simplificación del esquema de cambio de divisas, para rescatar la economía venezolana de su estado comatoso. También era la figura más confiable y conocida en el Gobierno para los inversionistas internacionales.
El funcionario —pariente de Carlos Ilich Ramírez, El Chacal, un célebre terrorista de los años 70 que está convicto en Francia— pasó a encargarse del Ministerio de Relaciones Exteriores y de la nueva Vicepresidencia de Soberanía Política, responsable de coordinar los despachos de carácter político y de impulsar la reforma del Estado.
Los mercados financieros recibieron de mala gana el desplazamiento de Ramírez, que interpretaron como una posposición de los ajustes macroeconómicos en Venezuela. Los bonos venezolanos que vencen en 2027 experimentaron este miércoles en Nueva York su mayor caída en 10 meses, al perder 4,5 centavos de dólar en dos días.
A Ramírez le suceden en la Vicepresidencia de Economía el exgeneral Marcos Torres, un participante de las intentonas golpistas que Hugo Chávez lideró en 1992, que ha estado al frente de las instituciones bancarias del Estado; en el Ministerio de Petróleo y Minería, Asdrúbal Chávez, un primo del fallecido comandante; y en la presidencia de Pdvsa, Eulogio del Pino, un técnico considerado como ficha del propio Ramírez.
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual del país se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”
Orlando Ochoa, un reconocido economista venezolano
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual de Venezuela se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”, criticó el economista Orlando Ochoa, un reputado experto, desde su cuenta en Twitter. “Ellos no tienen capacidad para atender la crisis”.
Por el contrario, apenas finalizada la alocución presidencial, en el principal canal de televisión del Estado celebraban los anuncios. “Maduro sacudió a la derecha”, proclamaba Pedro Carvajalino, conductor del programa Zurda Konducta que se transmite al filo de la medianoche por Venezolana de Televisión (VTV). “La derecha ya creía que se iba a aumentar el precio de la gasolina y a negociar con el Fondo Monetario”.
En la pagina web Aporrea, —una revista allegada a la revolución, pero independiente del Gobierno— Stalin Pérez Borges, vocero de Marea Roja, corriente crítica del oficialismo, se permitía ironizar sobre las medidas gatopardianas del presidente: “Los anuncios que nos anunciaron, ¿ya nos los habían anunciado?”, tituló su columna en clave de sorna. De acuerdo a Pérez, en los anuncios solo se ve “como algo nuevo a los nuevos ministros que se incorporan ahora”.
Por su parte, el excandidato presidencial de oposición y gobernador del estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, reaccionó con escepticismo: “Ayer vimos las mismas caras cambiando de sillas. Pero esto no se resuelve poniendo un ministro de aquí para allá, el sacudón debe traducirse en un cambio de modelo”.
Todavía con un débil soporte político, el Gobierno de Nicolás Maduro carece de los arrestos necesarios para cambiar el status quo después de 16 meses de atribulada gestión. Se contenta con mantener el poder y con ello alentar a los distintos grupos intestinos cuyas ambiciones antes aplacaba el liderazgo de Chávez. Presa de intereses con frecuencia contrapuestos, la Administración se limita a enfrentar la grave crisis socioeconómica con globos de ensayos improvisados que apenas asoma para, también con frecuencia, ponerlos en retirada.