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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Petrobras: Pasadena foi um GRANDE negocio, tao exitoso que a SEC vai investigar

A equivalente da CVM brasileira -- ou vice-versa -- vai investigar as transações da Petrobras sob a jurisdição e as leis americanas. Acho que só isso não basta: precisaria examinar cada transferência bancária, cada remessa de dinheiro, e comparar com os livros contábeis da Petrobras USA.
Eu semprei achei, ou melhor, nunca acreditei, mas tinha certeza, de que Pasadena não foi um simples erro de gestão, um equívoco, um mau negócico, imprevisível e mal conduzido. Nunca comprei essa balela.
Sempre tive certeza de que se tratava de um excelente negócio, um sucesso total no objetivo que era o seu: assegurar a "independência financeira" de toda uma patota de companheiros. Conseguiram. Mas como sempre acontece nesses negócios dos companheiros, esses mafiosos da periferia sempre fazem alguma c.....; deveriam ter feito um cursinho por correspondência -- nem precisava ser presencial -- com os verdadeiros profissionais do ramo, hoje respeitáveis homens de negócios na Itália e nos EUA, inclusive em Hollywood, onde eles prestam assessoria para fazer comédias sobre eles mesmos (sabem como é: um dia a gente ainda vai rir de tudo isso).
Um dia eles vão fazer isso também: primeiro precisa legalizar o jogo do bicho e criar mais uma estatal para cuidar da bufunfa. Sabem como é: não se pode entregar essa atividade rendosa a bandidos...
Paulo Roberto de Almeida 

Acusações de corrupção levam EUA a investigar Petrobras, diz jornal

Segundo a consultoria Arko Advice, o órgão regulador do mercado de capitais americano investiga a estatal que é suspeita de ferir a lei antifraudes

Veja.com, 16/10/2014
Logo da Petrobrás
Petrobras: investigações nos EUA após Operação Lava-Jato (Ricardo Moraes/Reuters/VEJA)
Um relatório divulgado nesta semana pela consultoria Arko Advice informa que o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC (Security Exchange Commission), e o Departamento de Justiça americano começaram a investigar as denúncias de corrupção na Petrobras. Um time de 28 advogados e analistas dos órgãos americanos estariam trabalhando no caso, que pode se estender às empresas fornecedoras de serviços da estatal.
A companhia, que tem ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores de Nova York), deve seguir regras de governança estabelecidas pela SEC, que corresponde nos EUA à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Os controles se referem não somente às auditorias variadas, mas à obrigação de cumprir as normas antifraudes SOX (Lei Sarbanes-Oxley)", diz o relatório enviado para clientes, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
A Arko diz que as investigações apontam que a Petrobras "operou de forma desgovernada e submetida a interesses corruptos, conforme as delações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, e do doleiro Alberto Youssef". Procurada, a SEC se recusou a comentar o caso. As investigações costumam ser conduzidas em sigilo pelo órgão americano. A Petrobras não se posicionou até a noite desta quinta-feira.
Pelas conclusões preliminares da SEC, o caso poderia se relacionar não apenas ao mercado acionário, mas se transformar em questão criminal. As prestadoras de serviços da Petrobras podem ser convocadas a prestar esclarecimentos. Também podem ser chamados para depor os envolvidos nas denúncias. Há ainda a possibilidade de serem aplicadas multas.
De acordo com a consultoria, os órgãos americanos estão preocupados em não vazar as conclusões preliminares em ambiente eleitoral, "devido a seu potencial desestabilizador".
A reportagem tentou contato, mas não obteve retorno dos responsáveis pelo relatório, entre eles, o fundador da Arko, Murillo de Aragão. O informe da consultoria, que possui sede em Brasília, tem sete páginas e traz outras informações, como a agenda política da semana.
(Com Estadão Conteúdo)

sábado, 20 de setembro de 2014

Escandalos na Petrobras, megaescandalos companheiros, e a ponta do iceberg...

E aí, leitor, você acha mesmo que já viu tudo em matéria de corrupção, de roubos e de bandalheiras na Petrobras companheira?
Pois tenha a absoluta certeza de que não vimos nem um terço, nem 10% de tudo o que os companheiros já roubaram e continuam roubando naquela vaca petrolífera, que eles sugam com a cupidez de ratos famintos chegados num banquete aristocrático e pantagruélico. Tenha certeza de que eles continuarão roubando, corrompendo, extorquindo, se tal for a decisão do povinho miudo que os elege -- o tal popolo minuto de que falava Maquiavel, em contraste com o popolo grosso que os explora -- e que pode ainda nos garantir pelo menos mais quatro anos de roubalheira garantida.
Sem ter nenhum conhecimento interno sobre os casos, nenhum indício direto sobre os crimes cometidos na estatal -- e em vários outros setores também, aliás todos -- posso afirmar que não sabemos quase nada de todos os horrores perpetrados, mas que eles existem, disso eu tenho certeza absoluta, e por uma razão muito simples: eu conheço o espírito dessa gente, eu sei qual é a essência essencial dos companheiros e eu sei reconhecer uma máfia quando vemos uma.
Nada disso me surpreende, e nada do que um dia virá me surpreenderá: máfias são assim, sempre previsíveis no seu comportamento mafioso.
Paulo Roberto de Almeida 
Pois é… Reportagem da Folha deste sábado informa que Paulo Roberto Costa envolveu mais duas diretorias no esquema corrupto que vigorava na empresa: a Internacional, que era comandada pelo notório Nestor Cerveró, e a de Serviços e Engenharia, cujo titular era o petista Renato Duque. O PT está preocupado com os cadáveres que podem sair do armário. Faltam duas semanas para o primeiro turno das eleições, mas o segundo ainda está longe, só no dia 26 de outubro. Entre as irregularidades que atingem as duas diretorias, estão a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Segundo o Jornal Nacional, Costa admitiu ter recebido R$ 1,5 milhão de propina só nessa operação.
Duque, note-se, já aparece citado em outro inquérito da Polícia Federal para apurar irregularidades nos negócios da Petrobras. A polícia investiga sua relação com outros funcionários da estatal suspeitos de evasão de divisas.
Em abril, outra reportagem Folha informava que Rosane França, viúva do engenheiro da Petrobras Gésio França, que morreu há dois anos, acusou a empresa de ter colocado o marido na “geladeira” porque este se opusera ao superfaturamento do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia. Para a sua informação, leitor amigo: esse gasoduto foi orçado pela Petrobras em R$ 1,2 bilhão e acabou saindo por R$ 4,48 bilhões.
A viúva de Gésio não citou nomes, mas em e-mails que vieram a público, ele reclamava justamente da diretoria de Serviços e Engenharia, que era comandada pelo petista Renato Duque, que negociava com as empreiteiras. Duque, aliás, é amigo de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, um dos nomes citados por Costa como parte do esquema corrupto, que recorria aos préstimos do doleiro Alberto Youssef.
Além de amigo de Vaccari, Duque sempre teve um padrinho forte no PT: ninguém menos do que José Dirceu. Quando Graça Foster assumiu a presidência da estatal, em 2012, ela o substituiu por Richard Olm. Mas isso não significa, é evidente, que a Petrobras está livre da politicagem. Lá está, por exemplo, José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e outro peixinho de Dirceu: é diretor Corporativo e de Serviços. Não só ele. Também é da cota do ainda presidiário Dirceu o gerente executivo da Comunicação Institucional, Wilson Santarosa.
A estatal, diga-se, tornou-se um retrato dos desmandos do PT e da forma como o partido entende o exercício do poder. Como esquecer uma frase já antológica do então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em 2005, em reunião com uma certa ministra das Minas e Energia chamada Dilma Rousseff? Ele cobrou uma promessa que lhe fizera Lula: “O que o presidente me ofereceu foi aquela diretoria que fura poço e acha petróleo”.
Era assim que Lula exercia o poder. E foi assim que a Petrobras passou a furar poço e a achar escândalos.

domingo, 14 de setembro de 2014

Petrobras: as varias mafias sanguessugas - revista Epoca

Alguém aí acredita que os companheiros só deixaram a Petrobras ser roubada, sangraga, dilapidada em favor de um deputado do PP, que nunca foi do esquema companheiro?
Alguém acha, realmente, que todos os negócios se resumem aos descritos abaixo?
Os companheiros são magnânimos a ponto de deixar que terceiros roubem para eles mesmos?
Não se contou nem uma quarta parte da história do assalto companheiro à vaca petrolífera.
Buscando, vai se achar muitas coisas mais.
Afinal de contas, os companheiros não são de brincar em serviço...
(clique no título para ter acesso aos depoimentos gravados e filmados)
Paulo Roberto de Almeida

Um depoimento exclusivo revela o elo entre os escândalos do mensalão e da Petrobras
HUDSON CORREA E RAPHAEL GOMIDE
Revista Época, 13/09/2014

Os dois períodos de Lula na Presidência foram marcados por crescimento econômico, disseminação de programas sociais – e também por dois grandes escândalos de corrupção. No primeiro mandato, reinou o mensalão. Ele acabou na prisão de seus principais operadores e articuladores, depois de julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No segundo mandato – soube-se nos últimos meses, por meio de investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) –, floresceu um esquema de pagamento de propina em troca de contratos bilionários com a Petrobras (leia detalhes na reportagem da página 36), esquema que continuou durante o governo de Dilma Rousseff. Neste momento, as autoridades investigam a conexão entre os dois escândalos. Já se sabia que parte da estrutura financeira do mensalão fora usada no esquema da Petrobras. As últimas investigações vão além da questão financeira e se debruçam sobre os personagens comuns aos dois enredos. O ex-deputado federal José Janene (que morreu em 2010), o doleiro Alberto Youssef e o executivo Paulo Roberto Costa aparecem no mensalão e no esquema da Petrobras.

ELO
O ex-deputado José Janene, que morreu em 2010.  Em depoimento,  o empresário Hermes Magnus afirma que  o esquema de propina da Petrobras foi  uma “extensão  do mensalão” (Foto: Montagem sobre foto de Lula Marques/Folhapress)ELO
O ex-deputado José Janene, que morreu em 2010. Em depoimento, o empresário Hermes Magnus afirma que o esquema de propina da Petrobras foi uma “extensão do mensalão”

Um depoimento dado no dia 22 de julho deste ano – revelado por ÉPOCA em primeira mão e disponível em vídeo em epoca.com.br –, ajuda a detalhar o papel dos atores que participaram dos dois esquemas. O autor do depoimento é o empresário Hermes Freitas Magnus, de 43 anos. Ele reafirma a participação do mensaleiro Janene – deputado do PP que, em troca de apoio político, embolsou R$ 4,1 milhões do mensalão petista – como figura central que liga os dois escândalos. Magnus foi sócio de Janene – e, segundo diz no depoimento, frequentava sua casa e ouvia confidências dele. Segundo Magnus, o esquema da Petrobras “era a extensão do mensalão, um cala-boca para que (Janene) permanecesse quieto”. Janene sempre dizia, segundo o depoimento de Magnus, que poderia “derrubar Lula”, porque sabia do esquema do PT tanto quanto o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado por corrupção (assista ao trecho no vídeo abaixo).

Segundo Magnus, na hierarquia dos dois esquemas, Janene estava acima do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. De acordo com o depoimento de Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado de Youssef – revelado com exclusividade na última terça-feira por epoca.com.br –, foi Janene quem apresentou Youssef a Paulo Roberto. O trio operou junto em dois momentos. Youssef ajudou Janene a lavar o dinheiro do mensalão. Ainda no primeiro mandato de Lula, Janene indicou Paulo Roberto à Diretoria de Abastecimento da Petrobras. No segundo mandato de Lula, os três operaram juntos no esquema da Petrobras. Investigações da Operação Lava Jato revelam que Youssef intermediava pagamento de propina na estatal. Por meio de empresas de fachada, Youssef recebia dinheiro de empreiteiras interessadas em assinar contratos com a Petrobras. Usando um emaranhado de depósitos bancários feitos por laranjas, fazia o suborno chegar a Paulo Roberto, o homem que tinha a caneta para fazer as contratações – e, agora preso, começa a entregar os participantes do esquema. Enquanto isso, Janene, por ser guardião dos segredos do PT, ganhava espaço na Petrobras. Ele continuou como deputado apenas no início do segundo governo Lula. Por causa de uma doença no coração, Janene arrancou em 2007 uma aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados, embora já respondesse à acusação de receber dinheiro do mensalão. Continuou ativo na política, agindo nos bastidores. 

O relato que Magnus fez à Justiça Federal revela o grau de influência dele na Petrobras. “Lá, mando eu”, costumava dizer Janene, conforme o relato de Magnus – embora houvesse outros partidos e esquemas na Petrobras. “Alguns deputados federais queriam falar com diretores da Petrobras sem a intervenção de José Janene, e não conseguiam. Então, entravam em contato com Janene pelo telefone”, afirmou Magnus. Ele disse ainda que presenciou uma performance debochada de Janene ao telefone. Ele ironizava um parlamentar que tentara contato sem sua ajuda. “E aí, a espera tá grande?” Segundo Magnus, Janene tinha “acesso livre” e intermediava negócios entre a Petrobras e empresas de grande porte, como as construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Ele não deu  detalhes que possam identificar que tipos de contrato seriam ou se houve algum tipo de ilegalidade. Procurada, a construtora Queiroz Galvão afirmou que não há “irregularidades nem ilegalidades” em seus contratos, que são negociados “dentro das regras estabelecidas pela legislação e sem a intermediação de terceiros”. A Camargo Corrêa disse que só presta serviços à Petrobras por meio de licitações públicas. 

>> Leia também: O depoimento de Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado de Alberto Youssef

SEGUNDO ESCALÃO
O doleiro Alberto Youssef. De acordo com Hermes Magnus, ele estava um degrau abaixo  de Janene na hierarquia  do esquema

O doleiro Alberto Youssef. De acordo com Hermes Magnus, ele estava um degrau abaixo de Janene na hierarquia do esquema (Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo)
Magnus começou a contar o que sabia à Polícia Federal ainda em 2009, quando o escândalo de corrupção na Petrobras ainda era desconhecido. Concluiu a história com riqueza de detalhes no depoimento de julho passado. Ele parece ter credenciais para falar. A Operação Lava Jato teve início justamente a partir da investigação sobre um negócio de Magnus com Janene. De acordo com o MPF, Janene lavou dinheiro do mensalão ao investir parte da quantia recebida na Dunel Indústria e Comércio, fabricante de componentes eletrônicos que pertencia a Magnus. Janene usou a empresa de fachada CSA Project Finance, uma sociedade mantida pelo doleiro Youssef, para aplicar R$ 1,16 milhão dos R$ 4,1 milhões que ganhara no mensalão na Dunel. Isso ocorreu em julho de 2008.

Era mais um golpe aparentemente perfeito idealizado por Janene. Magnus tinha as características de vítima ideal para operadores experientes do mercado negro. Sua firma de eletrônicos automotores precisava de dinheiro para crescer, e ele buscava um investidor. Janene e Youssef estavam atrás de uma oportunidade para esquentar dinheiro frio de corrupção. O primeiro encontro com Magnus foi em junho de 2008, na sede da CSA, em bairro nobre de São Paulo. Acompanhado de Youssef, o afável Janene – já ex-deputado – chegou abraçando afetuosamente o futuro sócio, ou melhor, a futura vítima. O doleiro e o mensaleiro traziam soluções rápidas e práticas, quase um sonho para quem precisava de uma injeção de capital.  “Olha, podemos viabilizar seu negócio: se quiser dinheiro do Estado do Espírito Santo para cima, tenho a opção do Banco do Nordeste. Se não quiser se meter com banco, temos uma solução mais tranquila, um recurso nosso. Se quiserem, coloco 1 milhão de início”, disse Janene.

As imagens do depoimento obtidas por ÉPOCA mostram que, no momento em que Magnus conta essa história, Youssef senta-se ao lado do advogado dele e, apontando para Magnus, reclama: “Ele está mentindo, ele é mentiroso”. O juiz Sérgio Moro, que ouvia Magnus, interrompe Youssef. Ele só se cala quando é ameaçado por Moro de ser retirado da sala. Em pouco tempo, Magnus foi alijado da Dunel e virou, como ele mesmo se definiu, uma espécie de zumbi na firma. Os equipamentos encomendados não chegavam, e a produção emperrava. Ao consultar um advogado, Magnus descobriu que estava  no meio de uma trama de lavagem de dinheiro. Resolveu procurar a PF para contar o que sabia. Afirma que Janene o ameaçou de morte e que, na época, um incêndio misterioso destruiu uma casa dele.

Youssef, mais uma vez, se deu bem. Lavou o dinheiro para Janene e, ainda naquele ano de 2008, estreitou relações com Paulo Roberto, o executivo dos grandes contratos da Petrobras. Mal se livrara de uma condenação a sete anos de reclusão graças a uma delação premiada, Youssef reincidia em sua especialidade, a lavagem de dinheiro. Tinha o amigo e sócio Janene como cliente. Juntos, tinham um hotel, uma agência de viagens em Londrina e uma locadora de automóveis. A proximidade da dupla ia além dos negócios. Os dois se visitavam e se tratavam pelos títulos de compadre e padrinho. “Youssef chegava à casa de Janene e era padrinho pra cá, padrinho pra lá... Compadre pra cá, compadre pra lá. E era muito íntimo na lida das coisas”, afirmou Magnus à Justiça Federal. Numa dessas reuniões, Janene prometeu pagar o que chamou de “lua de mel” na Europa para Youssef e a mulher. Em seguida, explicou a ele o motivo da generosidade: “Ela só não pode pensar que você vai fazer aqueles câmbios para mim na França. Não deixe ela sonhar que você está fazendo isso”.

DEBOCHE
O empresário Hermes Magnus. Segundo ele, Janene zombava de deputados que procuravam diretores da Petrobras sem sua intermediação

O empresário Hermes Magnus. Segundo ele, Janene zombava de deputados que procuravam diretores da Petrobras sem sua intermediação (Foto: Reprodução)
Os desvios de dinheiro por meio de contratos superfaturados na Petrobras identificados até agora ocorreram de 2009 a 2014. A morte de Janene por infarto, na fila do transplante de coração, em 2010, não interrompeu a afinada e conveniente parceria entre Youssef e Paulo Roberto. Ao contrário, os laços ficaram ainda mais estreitos. Durante a Operação Lava Jato, a PF interceptou e-mails recebidos por Youssef. Uma das mensagens veio de um ressentido João Claudio Genu, ex-chefe de gabinete de Janene e um dos condenados do mensalão. Genu expressava seu “inconformismo” com a aproximação de Youssef e Paulo Roberto. Aparentemente, àquela altura, o doleiro e o diretor da Petrobras tinham estabelecido uma linha direta, sem intermediários, e Genu perdera seu quinhão no esquema. Paulo Roberto se tornara milionário. A Justiça descobriu que ele mantinha R$ 51,3 milhões em 12 contas secretas na Suíça.

O depoimento de Magnus reitera uma conclusão: o mensalão e o escândalo da Petrobras são dois esquemas distintos, mas com métodos, causas e consequências semelhantes. A causa é o fisiologismo: garantir apoio no Congresso usando cargos que deveriam ser preenchidos por critérios estritamente técnicos. O método: desvio de dinheiro público para financiar campanhas ou enriquecer os políticos envolvidos. A consequência: corrupção. Com a descoberta do mensalão, em 2005, quando o primeiro mandato de Lula se aproximava do fim, foi preciso assegurar a fidelidade dos mesmos partidos – e dos mesmos políticos – ao governo do PT. Com a reeleição de Lula, o governo continuaria a precisar de apoio no Congresso. E o Congresso não mudara. As regras de Brasília também não. Lula e o PT acomodaram-se às práticas políticas de sempre. E distribuíram aos partidos da base os cargos que os políticos tanto queriam. São aqueles que servem tão somente para gerar favores e dinheiro, seja para campanhas, seja para o bolso de quem está no esquema. Nenhum cargo era tão desejado pelos políticos quanto uma diretoria na Petrobras, a mais rica e poderosa empresa do país. No segundo mandato de Lula, a Petrobras, mais que qualquer outra estatal, ocupou o vácuo deixado pelo mensalão.

Janene está morto, não pode mais ameaçar nem delatar ninguém. Parentes seus são réus com Youssef na ação penal sobre a lavagem de dinheiro do mensalão. Um deles é Meheidin Jenani, primo de Janene. Magnus, o ex-sócio de Janene, afirma que Meheidin é especialista em assar carneiros e ia constantemente do Paraná a Brasília para preparar carneiros para a então ministra da Casa Civil, e hoje presidente Dilma Rousseff. Procurado por ÉPOCA, Meheidin desconversou. Procurada por ÉPOCA, a assessoria do Planalto disse que Dilma Rousseff não conhece Meheidin, muito menos era fã de carneiros preparados por ele.

>> Leia mais sobre o escândalo da Petrobras em ÉPOCA desta semana. Já nas bancas!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Escandalos da Petrobras: um engenheiro aposentado comenta o que sabe

A propósito desta minha postagem:

sábado, 19 de abril de 2014

Petrobras: o fosso da corrupcao cada vez mais fundo...

... já deve ter ultrapassado a profundidade do pré-sal...
Paulo Roberto de Almeida 
 Novas provas de corrupção na Petrobras
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Paulo Roberto de Almeida 
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... já deve ter ultrapassado a profundidade do pré-sal...
Paulo Roberto de Almeida 

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Petrobras: o fosso da corrupcao cada vez mais fundo...

... já deve ter ultrapassado a profundidade do pré-sal...
Paulo Roberto de Almeida 
 Novas provas de corrupção na Petrobras
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sábado, 19 de abril de 2014

Petrobras: o fosso da corrupcao cada vez mais fundo...

... já deve ter ultrapassado a profundidade do pré-sal...
Paulo Roberto de Almeida 
 Novas provas de corrupção na Petrobras
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recebi, do engenheiro aposentado da Petrobras Assis Pereira, um longo comentário que, a despeito de não consubstanciar suas acusações com provas documentais ou evidências suficientes, me parece bastante consistente, coerente, e, sobretudo, animado do propósito de esclarecer alguns pontos ainda não adequadamente cobertos pelas matérias de imprensa.
Em princípio, não tem valor testemunhal, mas é um cidadão a mais escandalizado com o oceano (sete mares?) de lama e de podridão que se instalou no governo mafioso dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida


ASSIS PEREIRA JBAP

30 minutos atrás  -  Compartilhada publicamente
 
REFINARIA DE PASADENA – MALFEITOS DE DILMA e GRAÇA FOSTER
Relembro daquele negócio que a Petrobras América – PAI efetuou em 2006 na aquisição da Refinaria de Pasadena quando a Diretoria da Área internacional era exercida por Nestor Ceveró, sucedida pelo Dr. Zelada, o mesmo que após defenestrado por Graça Foster, encontra-se atualmente à frente da EMPRESA DE CONSULTORIA Z3.
Zelada deixou a estatal após 32 anos de carreira e em pouco menos de um ano, após deixar a Diretoria Internacional da Petrobras, ficamos sabendo de seus planos para a área de energia no Brasil, e como NOVO empreendedor, planeja instalar uma fábrica de painéis solares no Rio de Janeiro, com investimentos de R$ 50 milhões.
Quando da aquisição da Refinaria de Pasadena, referendada pelo Conselho de Administração da Petrobras, sob a Presidência da Dra. Dilma Rousseff, atual Presidenta da República Federativa do Brasil, pelo que recordo, não ficou bem claro pela Estatal, que a cifra US$ 360 milhões utilizados para obtenção de 50% daquele parque de Refino obsoleto, teria sido ou não um bom negócio para a Petrobras.
Considerado o que foi reportado pela Mídia, dando conta que a Petrobras teria pagado à Astra 17 vezes o valor dispendido por esta na aquisição da Refinaria de Pasadena, um amontoado de ferro e potencial sucata, demonstra claramente que não.
Mais aterrorizante, foi saber através da mídia que, já na Gestão de Maria da Graças Foster, esposa de Colin Foster, a PETROBRAS pagou, sob o comando de Zelada (Diretor da área Internacional da Petrobras), pasmem, mais que dez vezes o valor pago em 2006 pelos 50% restantes da Refinaria, mediante acordo com a Trading Belga Astra, decorrente de Arbitramento Internacional, ficando com 100% do Mico.
Colin Foster, vem a ser o dirigente máximo da Maçonaria inglesa no Brasil, cujo irmão – Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra, “Grand Master” é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth e quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS). O prestigiado maçom Colin, husband of “Graça Foster”, também é dono de uma empresa de componentes eletrônicos, a AC Foster Serviços e Equipamentos, fornecedor exclusivo das Plataformas e sondas da Petrobras, no pre e pos sal, caracterizando uma relação improba de conflito de interesse de Graça Foster, outrora como empregada da Petrobras na condição de Diretora de Gás e energia e atualmente na Presidência da Estatal.
Recentemente, a mídia havia noticiado que a Petrobras adquiriu a Refinaria de Pasadena por 1,2 bi de dólares e pretende vende-la por menos de um décimo desse valor, assumindo um prejuízo que ultrapassa a estratosférica soma de um bilhão de dólares, mas o povo vai pagar esta conta com sequenciais aumentos do Diesel S-50 e gasolina batizada com álcool anidro.
A aquisição da Refinaria de Pasadena no EUA e a condição conflitante de interesses da Graça Foster com a Petrobras, esta em linha com um entendimento jurídico dos advogados da FIFA ocorridos no Tribunal da cidade suíça de Zug. Naquele Tribunal, dos advogados da FIFA, tornaram público que o processo contra os cartolas brasileiros, seria difíceis de serem implementados. Os advogados da FIFA tentavam convencer os juízes, em uma audiência, de que não viam problemas com a atitude de Teixeira e Havelange e alegavam que a proposta da Justiça de que os cartolas devolvessem US$ 2,5 milhões para os cofres da organização seria impossível de ser implementada. Entre os vários motivos para não pedir o dinheiro de volta, os advogados da FIFA apresentaram um argumento surpreendente: o de que a “maioria da população” de países da América do Sul e África tem nos subornos e propinas parte de sua renda “normal”. Ou seja, Teixeira não devolveria o dinheiro porque, em nossa suposta “cultura”, todos temos parte da renda completada por subornos. Este raciocínio é de lascar, como engenheiro aposentado pela Petrobras, há mais de dez anos, trabalho como consultor para sobreviver e nunca tive o complemento de renda supramencionado.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Escandalos da Petrobras: deu no New York Times... - Simon Romero



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 Brazil’s Star, Petrobras, Is Hobbled by Scandal and Stagnation



RIO DE JANEIRO — No company has embodied Brazil’s rise like the oil giant Petrobras.
Bolstered by some of this century’s largest oil discoveries, Petrobras soared into the top ranks of global energy producers. Executives at the state-controlled company boasted that it could even outstrip Apple as the world’s most valuable publicly traded company. Political leaders here said Brazil was on the cusp of energy independence.
Now Petrobras is coming to symbolize something else entirely: the disarray afflicting Brazil’s sluggish economy and the reassessment of growth prospects in emerging markets around the world.
Instead of surging, Petrobras’s oil production has stagnated, heightening Brazil’s reliance on imported oil. Petrobras finds itself mired in corruption investigations and claims of managerial incompetence. And its debt load is exploding: Petrobras now ranks as the world’s most indebted company, dependent, more or less, on United States mutual funds to finance its ambitious investment plans.

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A view of Petrobras’s Abreu e Lima oil refinery, currently under construction in the Brazilian state of Pernambuco. The refinery’s estimated cost has risen to $18.5 billion from an initial $2.5 billion. Investigators are looking into whether bribery was involved.CreditYasuyoshi Chiba/Agence France-Presse — Getty Images

“The decline of Petrobras has been stunning, swift and painful,” said Fábio Fuzetti, a partner at Antares Capital Management, a São Paulo investment firm. “This is the energy company that served as the model for others in developing countries,” he said. “Now it’s the example of precisely what not to do.”
Despite these problems, executives at Petrobras point out that the company still has clear strengths. The company, which remains profitable over all despite mounting losses from importing fuel, is a pioneer in deep-sea exploration. And Petrobras commands coveted assets around the world, including oil and gas reserves of about 13 billion barrels.
In a statement, a spokeswoman for Petrobas said that debt levels had climbed as the company invests in offshore oil and expanding refining capacity. “We’ll have an inflection point in our debt starting in 2015, when revenue generation will surpass investment, initiating a trajectory of debt reduction,” said Paula Almada, the spokeswoman.
Pointing to the tension building over Petrobras’s woes, senators grilled the company’s chief executive, Maria das Graças Foster, on Tuesday. She contended that losses related to a controversial Houston refinery deal were being overestimated. Defending the company’s strategies, she said, “No operation is 100 percent safe.”
So far foreign bondholders, who now fund a record 43 percent of the company’s giant investment program, have been remarkably patient. But analysts warn that much of this largess has been driven by the global liquidity glut. If Petrobras’s troubles continue to mount, it could run into resistance on international markets.
The ills that plague Petrobras — too much debt and spending for too little return — reflect a larger concern that the golden age for Brazil, China, Russia and Turkey, once the vanguard of the emerging-market boom, is coming to an end.
“The problem with Brazil is that the days of 4 percent growth are gone,” said Tony Volpon, a Latin America expert at Nomura Securities, who expects the country’s economy to expand at well below 2 percent this year.
The problems at Petrobras, which is 60.5 percent owned by Brazil’s government, have come into sharp relief in recent weeks as the company grapples with a simmering scandal over its acquisition of a Houston refinery, beginning in 2006 and completed years later, at an estimated cost of $1.19 billion from Astra, a Belgian oil trading company that bought the refinery for just $42.5 million in 2005.
Police here also recently arrested one of Petrobras’s most powerful former executives, Paulo Roberto Costa, who led refining operations until 2012. Investigators say he was involved in a sprawling money-laundering scheme and may have received bribes related to the construction of a refinery that has ballooned in cost to $18.5 billion from $2.5 billion.
The list goes on. Petrobras faces scrutiny over claims that its employees received $139 million in bribes from SBM Offshore, a Dutch supplier of oil rigs. Petrobras said this month that an internal audit had not found evidence of the bribes, but federal investigators are still examining the matter. Another investigation is looking into claims of gross overbilling in an $825 million contract with Odebrecht, the Brazilian construction and oil services giant.
Despite the scandals, Petrobras remains Brazil’s most powerful company. Even as the company aims to invest about $220 billion over the next five years, Mr. Volpon points out that most other companies in Brazil are not following suit. On the global stage, he says, Brazilian companies, hobbled by high interest rates, inflation and an expensive currency, are becoming less competitive.
Meanwhile, Petrobras, in the last five years, has sold $51 billion worth of bonds to yield-starved global investors, nearly a quarter of all corporate bonds emanating from Brazil and the most of any emerging-market company, according to data compiled by Thomson Reuters.
But the munificence of foreign investors is not bottomless. As interest rates in the United States creep up and as Brazil’s finances come under greater stress, Petrobras’s top creditors — which include mutual fund giants like Pimco, Fidelity and BlackRock — may well view their exposure as too risky and begin to unload their bonds.
“It’s just such a big issuer,” said Gary N. Kleiman, an emerging-market investment consultant who says that a Petrobras sell-off could ignite a broader emerging-market pullback. “We are just waiting for this thing to blow up.”
Citing the increasing debt load, Moody’s downgraded the company’s debt last October to Baa1, the third-lowest investment grade rating offered by the credit agency.
The effect on Petrobras’s financing ambitions has been minimal.
Nearly a year after setting an emerging-market record with an $11 billion bond sale, the company tapped the bond market last month for yet another monster offering. Petrobras raised $8.5 billion, the biggest corporate debt offering of the year, period.
Meanwhile, as corruption scandals ensnare Petrobras, the company is struggling to lift oil and gas production, which fell 2.2 percent in 2013 to an average of 2.55 million barrels a day. There are signs this year that Petrobras may finally be succeeding in reversing such declines; the company’s oil production in Brazil climbed 0.3 percent in February from the previous month.
Perhaps Petrobras’s biggest challenge is that it is not just an energy company. It is also at the heart of a fierce debate here over the extent of the Brazilian government’s use of its wealth to achieve political and economic goals.
In an effort to keep inflation from accelerating during an election year, President Dilma Rousseff’s government has prevented Petrobras from raising fuel prices to meet the cost of importing refined gasoline and diesel. At the same time, domestic fuel consumption has surged since the Brazilian authorities offered incentives to car manufacturers to raise production.
The result is that Petrobras’s losses in its refining, transportation and marketing operations reached $8 billion in 2013.
Throughout the economy, examples abound of Petrobras being stretched thin by policies aimed at asserting greater state control over the oil industry, like measures requiring Petrobras to buy equipment domestically, effectively propping up inefficient industries in Brazil like shipbuilding.
Speaking at a Brazilian shipyard on Monday, Ms. Rousseff lashed out a critics of Petrobas and her government’s energy policies, describing the oil giant as Brazil’s “mother company.” Contending that any corruption at Petrobas would be rooted out by investigators, she accused political opponents of a “smear campaign” against the company.
Still, as these so-called local content rules make Petrobras’s costs skyrocket — and increase the company’s debt — energy analysts here are also growing dismayed over the crisis in Brazil’s once-envied ethanol industry, which has been shuttering dozens of plants as producers fail to compete in price with Petrobras’s subsidized gasoline.
Facing budgetary pressures, the authorities have also quietly stopped strengthening Brazil’s sovereign wealth fund. Created in 2008 soon after Petrobras announced its major oil discoveries, the fund was viewed as a pillar of efforts to establish greater financial stability in Brazil, as commodities exporters like Norway, Chile and Canada have done.
But in an attempt to meet a budget target for the 2012 fiscal year, officials withdrew about 80 percent of the money in the fund, leaving it with just $1.3 billion. Instead of replenishing the fund with proceeds from oil exports, Petrobras has grown more dependent on importing fuel and building costly projects, forcing its debt up.
Petrobras remains far from approaching the levels of political tension and opaque dealings that now characterize Petróleos de Venezuela, the acutely politicized oil producer owned by Venezuela’s government that was once considered an industry leader and a bastion of technical expertise.
But some contend that Petrobas is also being stretched by Brasília’s political ambitions. “Petrobras’s woes are the result of well-defined government policies,” said John Forman, a former head of the regulatory agency overseeing Brazil’s oil industry. “That’s where things get complicated, because changing the policies is challenging indeed.”

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Republica Mafiosa do Brasil: depois da quadrilha do Mensalao, a quadrilha da Corrupcao Sem Limites

Inacreditável a sucessão de fraudes contínuas, constantes, crescentes, contra a infeliz empresa, que deveria ser subtraída imediatamente do controle estatal e virar uma companhia de mercado.
O que todos eles, companheiros, coniventes, corruptos, empreiteiras, oportunistas, aproveitadores, fizeram, como desvio de dinheiro é impressionante.
Como já dito, o caso da Abreu é Lima representa dez refinarias de Pasadena, e nunca ninguém diz nada sobre esses constantes aditivos que fizeram o custo passar de 2 a 20 bilhões de dólares?
Será que o Brasil virou uma imensa máquina de corrupção a serviço dos encastelados no poder?
Certas coisas são de nos fazer perder a fé na capacidade de transformar o país, não num exemplo de transparência e correção, mas pelo menos num país normal, no qual esses casos sejam minimizados e punidos.
O que estão fazendo os companheiros, o governo, e seus simpatizantes, atualmente?
Estão tentando, por todos os meios, impedir que se apurem as barbaridades cometidas.
Eles são coniventes com os crimes?
Então são criminosos também.
Tenho vergonha de viver num país como esse.
Paulo Roberto de Almeida

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
Um conjunto de fornecedores, agora sob suspeita, recebeu pelo menos 31,1 bilhões de reais da Petrobras desde 2003 – ano em que o PT assumiu a Presidência da República e passou a interferir diretamente na gestão da estatal. Essas empresas, que incluem as maiores empreiteiras do país, são consideradas suspeitas de abastecer financeiramente um esquema montado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Eles são os ‘cabeças’ do esquema desvendado pela operação Lava-Jato, que encontrou sinais de corrupção nos contratos da estatal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O site de VEJA levantou os contratos fechados pela estatal com 14 fornecedores que, a julgar pelos documentos apreendidos, estão sob suspeita ou comprovadamente destinaram recursos a empresas controladas por Youssef. Entre os objetivos cogitados estavam o enriquecimento ilícito da quadrilha e o financiamento de partidos e políticos, segundo a PF. Os policiais e procuradores da República encarregados da investigação possuem especial interesse por aditivos em contratações – mecanismo que permite aumentar os valores recebidos sem nova licitação. Na sexta-feira, a investigação chegou ao gabinete da presidência da Petrobras, com policiais sendo recebidos pessoalmente pela presidente Graça Foster, num encontro que resultou no recolhimento de mais de 400 páginas, dois CDs e um pendrive com arquivos referentes a contratos com fornecedores.
De acordo com as investigações, fornecedores da estatal irrigaram as contas da MO Consultoria, uma firma em nome de laranjas de Youssef. Mencionadas em uma planilha apreendida pela polícia, empresas como a Jaraguá e a Sanko Sider já admitiram que pagaram a essa empresa de fachada as “comissões” relatadas no documento. Como revela a edição de VEJA desta semana, a Polícia Federal descobriu que Paulo Roberto, Youssef, políticos e prestadores de serviços estão interligados em um consórcio criminoso montado para fraudar contratos na Petrobras, enriquecer seus membros e financiar políticos e partidos.
Nessa planilha, fica delineado o caminho dos desvios. O documento menciona o pagamento de 24,1 milhões de reais pela Sanko Sider, fornecedora de tubos da Petrobras, em comissões para a MO Consultoria, a empresa de fachada utilizada por Youssef para movimentar propinas, de acordo com a suspeita dos investigadores. O melhor contrato fechado diretamente com a estatal rendeu 2 milhões de reais, após dois aditivos, pela venda de tubos de aço. A Sanko Sider diz que o incremento foi de 25% do valor inicial, como permite a lei. De outubro de 2011 a agosto de 2013, a empresa conseguiu vender diretamente 2,9 milhões de reais, mas, além disso, também faturava com vendas para fornecedores da estatal. O diretor-jurídico da Sanko Sider, Henrique Ferreira, admitiu a VEJA na última edição que houve o pagamento de tais comissões.
Outra empresa que também reconheceu ter pago para a MO Consultoria, pela intermediação de contratos com a Petrobras, foi a Jaraguá. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente-executivo da Jaraguá Equipamentos, Paulo Roberto Dalmazzo, confirmou que pagou 1,9 milhão de reais por certa “consultoria de intermediação de negócio”. O grupo faturou 2,9 bilhões de reais diretamente da estatal entre julho de 2007 e fevereiro de 2014. Nesse filão, estão serviços prestados para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. Assinado em abril de 2008, um contrato para elaboração de projeto executivo para fornecimento de bens, construção civil e montagem elétrica chegou a ter 15 aditivos, com um custo final de 41,8 milhões de reais. A construção da refinaria era um projeto sob a responsabilidade de Paulo Roberto Costa, que foi diretor da estatal de 2003 a 2012. O Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou sinais de superfaturamento nesse empreendimento. A Camargo Corrêa, que atuou no projeto, também é suspeita de ter contribuído com 7,9 milhões para o esquema de Costa e Youssef, como retribuição por seus contratos referentes à refinaria. O consórcio CNCC, do qual a Camargo Corrêa faz parte, fechou pelo menos dois contratos que somam 4,7 bilhões de reais com a estatal para a construção dessa unidade de refino.
Na mesma planilha em que são mencionadas contribuições de Jaraguá e Sanko Sider, há também referência a um pagamento de 3,2 milhões de reais à empresa de Youssef pelo Consórcio Rnest Edificações, formado por Engevix Engenharia e Empresa Industrial Técnica (EIT). Esse consórcio também tem participação na construção da refinaria Abreu e Lima, em contratos que já chegam a 1 bilhão de reais. Num deles, houve pelo menos 17 aditivos.
Outra empreiteira mencionada na planilha obtida pela PF é a Galvão Engenharia, com a suposta remessa de 1,5 milhão de reais ao esquema. Esse grupo fechou 4,4 bilhões de reais em contratos com a Petrobras, de setembro de 2008 a novembro de 2013. Em um deles, há 25 aditivos. Já a empreiteira OAS é responsabilizada pelo desembolso de 1,2 milhão de reais à empresa de fachada do doleiro. Diretamente, a construtora fechou um contrato de 184 milhões de reais em novembro de 2013 com a Petrobras, para construção e montagem de dutos para o Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro (Comperj), outro empreendimento com indícios de sobrepreço em contratações.
Fornecedoras de menor porte como a Ecoglobal Ambiental também entraram no foco do inquérito. A Polícia Federal investiga a relação de Costa e Youssef com a empresa, pela suspeita de que o ex-diretor tenha articulado a obtenção de contratos milionários com a estatal. Em uma disputa por carta-convite com gigantes internacionais, a Ecoglobal faturou um contrato de 443 milhões de reais para realizar testes de poço de petróleo, uma área na qual não era considerada experiente. Antes disso, estava habituada a serviços menos custosos e tinha obtido 28,6 milhões de reais da estatal. Em entrevista ao site de VEJA, Vladimir Silveira, que aparece como sócio-diretor da Ecoglobal, disse que foi assediado por emissários de Costa e Youssef que tentaram pagar 18 milhões de reais por 75% da empresa. Mas, pela versão de Silveira, a transação não foi concretizada e ele nega que Costa tenha facilitado a obtenção de contratos. Mas chamaram atenção dos policiais e-mails em que emissários de Youssef tratavam de um aditivo de 15% a essa venda, antes até de o serviço começar a ser prestado.
No material apreendido com o ex-diretor, também há anotações que contabilizam doações a políticos feitas por fornecedores da Petrobras. Numa lista, há menções a contribuições de Mendes Júnior, UTC Engenharia, Engevix, Toyo Setal, Hope e Iesa. Esse grupo recebeu pelo menos 17,3 bilhões de reais em contratos diretos com a Petrobras na administração petista. Só a Mendes Júnior teve 48 aditivos no projeto de detalhamento, construção e montagem do terminal aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo, e o desembolso chegou a 895 milhões de reais.
Com a revelação da atuação de Costa na Petrobras, também surgiram denúncias sobre a contratação do genro do ex-diretor pela estatal. Humberto Sampaio de Mesquita é sócio de uma empresa que, supostamente, prestou serviços de consultoria para a petrolífera. A Pragmática Consultoria em Gestão fechou contrato que, com dois aditivos, chegou a 2,5 milhões de reais. A seleção da empresa se deu em dezembro de 2010, através do sistema de carta-convite. O objetivo era prestar serviços técnicos especializados para dar suporte a “atividades de qualificação”.