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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A ONU me escreve, para me oferecer dinheiro (contra uma pequena taxa)

Recebo a seguinte mensagem da ONU, sim, da ONU, embora vinda da África do Sul, num português que poderia ser aquele ensinado nas escolas do Brasil, com a pequena diferença do sotaque (mas isso não dá para notar...).
Acho que vou dispensar: dois milhões de dólares, depois do que os companheiros conseguiram na Petrobras é muito pouco.
Vou ver se tem alguma correspondência da Petralhabras para mim...
Paulo Roberto de Almeida

Escritório do Diretor
Liquidação Internacional de Crédito
Organização das Nações Unidas


Beneficiário atenção,

Isso é para informá-lo oficialmente que o seu endereço de e-mail está registrado em nosso banco de dados como uma pessoa de ser compensado pela Organização das Nações Unidas.

Os funcionários da Organização das Nações Unidas aprovou a manipular e liberar um pagamento valorizado 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares) para você.

A soma acima foi recuperado de scammers em todo o mundo para compensar as vítimas para que possam satisfazer as suas necessidades. A ONU decide dar esta ordem aprovação irrevogável com este código de liberação: 06,654 em seu favor e-mail para o seu direito contratual, a sua herança, fundo Lotto que você não recebeu ainda das instituições anteriores foi aprovado por esta comissão, que o seu fundo será lançado através das Nações Unidas.

Nota: Agora, como indicado pelo nosso secretário-geral Ban Ki-Moon, estamos trabalhando em colaboração com a Câmara de Comércio África do Sul quanto à matéria decidiram renunciar fora todas as suas taxas de desembaraço / Encargos e autorizar o Governo da África do Sul para efetuar o pagamento da sua remuneração de um montante de 2,2 milhões (2,2 milhões de dólares), aprovado tanto pelo governo britânico e as Nações Unidas em sua conta bancária, sem mais delongas.

A única taxa que você vai pagar para confirmar o seu fundo em sua conta bancária é a sua taxa de Cartório aprovado pela ONU, que é 425,00 dólares apenas.

Além disso, você é o conselho para apresentar alguma de sua escolha de como você deseja receber o seu fundo, Em relação ao banco para transferência bancária, você é obrigado a fornecer as informações abaixo.

Volte para nós com os seus dados bancários:

Nome Completo: .......................
País: .........................
Telefone: ...........................
Nome do banco: .......................
Endereço do banco: ....................
Conta Bancária: ....................
Profissão: ......................

Uma cópia da carteira de motorista ou passaporte internacional (se houver)

Também para sua informação que você está conselhos para parar qualquer outra comunicação com todos os outros escritórios e instituições; isso é para evitar qualquer problemas em finalizar seu pagamento por esse serviço.

Você pode contactar-me para mais informações através do número de telefone abaixo + 27 630 291 635

Atenciosamente,
Escritório das Nações Unidas, a África do Sul,
(Em nome da comissão)


=========

Vou pedir para algum companheiro ligar para o número acima indicado, depois que ele confirmar com o Ban Ki Moon que é isso mesmo...
Sou um cara de sorte, como vocês podem perceber, mas menos do que aqueles que apostaram na Petralhabras...
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Novo sistema de autoatendimento BB - novo sistema de acesso ao Brasil dos companheiros

Recebido, ainda agora, em uma dessas mensagens que nos promete, educadamente, atualização para os mais modernos sistemas de atendimento da bandidagem eletrônica


Prezado Usuário,

A equipe tecnológica do Banco do Brasil se preocupa em garantir tranquilidade para os clientes ao utilizar nossos serviços do autoatendimento e realiza frequentemente atualizações.

O motivo deste nosso email é para avisar que no dia 19/11/2013 foi lançada uma correção de acesso ao Autoatendimento. 

Esta atualização vem para correção de componentes adicionais de acesso e se faz obrigatória para todos os clientes pessoa física. Para realiza-la siga as instruções disponíveis no link abaixo:
(...)
Qualquer duvida entre em contato conosco. 

(logo, etc.)
==========
Agora, adaptado aos novos tempos da bandidagem político-partidária

Prezado Otário Brasileiro,

A equipe de falcatruas generalizadas do partido dos companheiros se preocupa em que você seja assaltado, em toda tranquilidade, seja pelos meios eletrônicos diretos desse órgão fascista por excelência que arranca parte do seu salário antes mesmo de você o receber, seja por meios indiretos, nas concorrências viciadas, nas compras superfaturadas, nas contribuições de dízimo, vigésimo e trigésimo de toda a companheirada aboletada nos cargos públicos (sem ter competência para tal), nas dotações generosas dadas a ONGGs do partido (disfarçadas de entidades benévolas, quando são altamente malévolas), nos subsídios e transferências realizadas para todos os sanguessugas que recebem pensões, transferências, subsídios (para órgãos tão inocentes quanto os neobolcheviques do MST), enfim, para todos os companheiros das máfias sindicais e das centrais fictícias, que recebem das gordas tetas do MTb sem precisar prestar contas a qualquer órgão de controle do regime burguês que veio antes de nós.

O motivo deste nosso email é para avisar que, no último dia 15/11/2013, alguns companheiros ficaram temporariamente indisponíveis para consultas diretas, conversas ao pé do ouvido, enfim, para serviços diversos, por causa de sua transferência para as novas e acolhedoras acomodações nos escritórios federais vulgarmente conhecidos como Papuda, o que todavia não os impede de se comunicar com a companheirada por meio de bilhetes, mensagens, matérias de imprensa, declarações de seus caríssimos advogados, e outros meios que o próprio Estado se encarrega de lhes fornecer. Os companheiros avisam que tal situação -- que já motivou procissões na frente dos novos escritórios -- é puramente temporária, e será revertida assim que componentes adicionais de acesso sejam instalados e estejam plenamente operacionais a partir desta atualização.

Se você está satisfeito com os nossos serviços da série "nunca antes", clique aqui para sua atualização cadastral: 
(...)

Entenda que nossos serviços são obrigatórios, por delegação dos milhões de otários que votaram em nós, motivados pelo nosso discurso cativante, prometendo mundos e fundos, bem como por mandato especialmente conferido pelas dezenas de milhões que integram o imenso exército de assistidos do novo Brasil (um quarto da população, não é maravilhoso?), todas elas pessoas físicas (o que não impede que algumas pessoas jurídicas também se aproveitem dessas gordas tetas do Estado brasileiro, copiosamente azeitado por novos recursos que extorquimos desses burgueses idiotas, que até nos financiam voluntariamente).
Qualquer dúvida, entre em contato conosco.
(logo, etc.)

Pela adaptação, 
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 27 de julho de 2013

Christine Lagarde, do FMI, me oferece um "Bank massage"

Não devem ser os nigerianos que me mandaram a mensagem abaixo, nem a Christine Lagarde, pois ela tem mais o que fazer em lugar de ficar oferecendo massagens bancárias.
Deve ser alguém perto da Tailândia, mas não lá, pois eles sabem falar inglês.
Aposto que deve ser um chinês: eles são expertos nesse tipo de tradução do inglês.
Aliás, tem até vários volumes publicados sobre esse tipo de "lost in translation".
Quem quiser fazer massagens financeiras, disponha...
Paulo Roberto de Almeida

Mrs. Christine Lagarde <officefile9034@cantv.net>
To: xxxxxxxxx@gmail.com
Reply-To: xxxxxxxxxxx@gmail.com
Bank massage


Your name appeared among the beneficiaries who will receive a part-payment of $1.8 Million and has been approved already as concluded by the (IMF) Chapter based on the agreement reached by the European Union and the World Bank Audit Unit and United Nations Policy Maker Unit under World Bank payment constitution and the World Economic Development Forum Annual Meeting held in London to erase debt of up to $3.5billion owed by African banks and other several international banks world wide:Contact transferring bank with your bank information,
Director Mathew Agala Call+229-9678-9990
Email (xxxxxxxxx@gmail.com)

Mrs. Christine Lagarde

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ops! Estamos lidando agora com bandidos de primeira

Há poucos dias eu comentava a nossa sorte -- a minha, a sua, a de todos nós que somos inocentes navegadores na internet -- ao deparar com tentativas de fraude e de roubo verdadeiramente canhestras, e agradecia isso à má qualidade da educação brasileira, ao produzir bandidos semi-analfabetos, incapazes de escrever duas linhas sem cometer três erros de concordância, de gramática, de simples correção estilística.
Bem, parece que nossa alegria acabou.
O que vemos abaixo é a obra de bandidos federais, se ouso dizer, gente preparada, não diria culta, mas na norma correta da última flor do Lácio, que podem enganar alguns incautos, se por acaso eles se encontrarem numa situação que se encaixa nessa tentativa de fraude.
A mensagem me chegou desta fonte, exatamente no meu endereço eletrônico.
Vamos precisar estar atentos, pois, e já não vale mais pedir ao MEC que preserve, como só ele sabe fazer, a má qualidade do ensino público...
Paulo Roberto de Almeida  

From: Receita Federal <financeiro@receitafederal.com.br>
Subject: Intimação Eletrônica de Débitos

Segunda-Feira, 16 de julho de 2012
Sr. Contribuinte,
Informamos que o parcelamento abaixo discriminado, vinculado ao cadastro nº 105495667 encontra-se inadimplente e será extinto após 90 dias do vencimento da primeira parcela não paga.
Parcelamento: 102.002991/2012 | Vencimento: 25/04/2012
Lembramos que a extinção do parcelamento implicará na perca, a partir da extinção, do direito aos benefícios autorizados pela lei, relativamente ao saldo devedor remanescente, além das seguintes medidas administrativas e judiciais de cobrança
- Inscrição do débito remanescente na Dívida Ativa do Estado;
- Disponibilização das informações relativas ao débito e respectivo devedor no banco de dados SERASA;
- Encaminhamento para Cobrança Judicial.
[link para a trapaça]
OBS: Caso tenha quitado a parcela, desconsidere este expediente
Secretaria de Estado da Fazenda
Gerência de Recuperação de Créditos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Companheiros capitalistas (mas mafiosos, como sempre...): o estranho caso do Panamericano

O caso só é estranho porque não conhecemos ainda todos os detalhes desse formidável imbroglio que, como sempre acontece nesses casos, vai deixar um rombo formidável paras as contas públicas (ou seja, para cada um de nós).
O fato de não conhecermos os detalhes, não impede, porém, de deduzir o que houve: capitalistas espertos, mafiosos como de vez em quando acontece, se uniram a companheiros mafiosos por natureza para arrumar "negócios" e enriquecer os novos capitalistas do capital alheio.
Como se dizia, antigamente: quem não come mel, quando come se lambuza.
O que os companheiros conseguiram, foi se lambuzar extraordinariamente do capital alheio.
O mais extraordinário ainda foi que tudo foi feito para enganar os trouxas, que eles pensam que somos todos nós. Vão embaralhar o negócio todo, pensando que somos idiotas a ponto de acreditar nas mentiras que estão contando.
Já existe um graúdo que deveria ter caído -- além de dois ou três outros na corda bamba -- e agora existe mais um que deveria ter se demitido de vergonha por sua participação nesse fabuloso negócio.
Além de toda a diretoria do banco estatal e, quem sabe até?, do Banco Central...
Paulo Roberto de Almeida 

História mal contada

Consuelo Dieguez

Revista Piaui, dezembro de 2011

Quanto mais se mexe no caso do Banco PanAmericano, mais sinistro ele fica

Durante quarenta anos, Luiz Sebastião Sandoval trabalhou para o Grupo Silvio Santos, 28 dos quais na presidência da holding que controlava as empresas do apresentador e dono do SBT. Entre os negócios que comandava, estava o Banco PanAmericano, responsável pelo melancólico fim de sua carreira de executivo. Com um modesto patrimônio de 1,6 bilhão de reais, o banco de Silvio Santos protagonizou, no ano passado, o maior escândalo financeiro da década.
Em setembro de 2010, o Banco Central descobriu uma fraude de 2,5 bilhões de reais engendrada por seus executivos – a conta subiu para 4,3 bilhões após novos cálculos feitos pelo Fundo Garantidor de Créditos dos bancos. Criado para socorrer instituições em dificuldades, o fundo colocou dinheiro no PanAmericano para evitar sua quebra. O caso foi parar na Polícia Federal, que indiciou Sandoval e todos os executivos do banco. O inquérito beira as 2 mil páginas e será encaminhado à Justiça, que decidirá se condena ou não os envolvidos.
Sandoval é um homem franzino de calva acentuada e 67 anos. Numa tarde nublada, sentou-se num sofá na sala de sua cobertura, em São Paulo, com vista para o vale do Anhangabaú. Munido de caneta e papel, desenhou o organograma do grupo para tentar demonstrar que sua responsabilidade na fraude, ao contrário da avaliação feita pelo Banco Central e pela Polícia Federal, é nenhuma.
“Eu ficava no controle da holding. Recebia os relatórios das auditorias feitas no PanAmericano que indicavam que o banco estava em perfeita saúde financeira. Como eu poderia imaginar que os executivos tinham montado uma fraude sem tamanho?”, defendeu-se. Deu um gole no café, outro na água e continuou. “É inadmissível que a Deloitte, que era paga para averiguar as contas da instituição, não tenha visto esse rombo gigantesco.”
Para complicar ainda mais a história, o governo está metido até a alma na confusão. Em janeiro de 2009, os executivos do PanAmericano, além de Luiz Sandoval e do próprio Silvio Santos, convenceram o governo de que seria um ótimo negócio para a Caixa Econômica Federal ficar dona de 49% do capital montante pela bagatela de 739,2 milhões de reais. Na negociação, ficou estabelecido que, mesmo despejando essa dinheirama na instituição, a Caixa não participaria da sua operação, o que é totalmente fora dos padrões. Teria direito apenas a participar do conselho de administração, cuja função é dizer sim ou não para as decisões dos executivos. Ainda assim, a operação contou com o aval entusiasmado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que considerou a compra uma ótima oportunidade para o governo ampliar sua participação no mercado financeiro. Foi o ministro, garantiu Sandoval, quem bateu o martelo para que a Caixa fechasse o negócio.

oncretizada a venda, Sandoval levou Silvio Santos no dia 13 de setembro de 2010 até o prédio da diretoria da Caixa, em São Paulo, para que ele conhecesse a presidente e o vice da instituição, seus futuros parceiros. Junto com eles deveria estar Rafael Palladino, presidente do PanAmericano. Como o executivo não apareceu, Sandoval lhe telefonou. Ouviu uma voz tensa do outro lado da linha. “Não posso ir. Estamos com um problema. Venha para cá assim que puder.” Silvio Santos amenizou a ausência de Palladino, fazendo-lhe elogios rasgados. “Eu não conseguia entender essa admiração do Silvio por ele. O Palladino sempre foi um patife”, disse Sandoval. Quer dizer: Silvio Santos botou um patife à frente do seu banco.
Sandoval rumou ao PanAmericano após a reunião e encontrou Palladino com os cabelos despenteados. “Ele tem mania de desarrumar os cabelos quando fica nervoso”, contou. Ao vê-lo, Palladino disse que estavam com um problema com o Banco Central. “Descobriram um erro contábil de 2,5 bilhões de reais”, revelou. Sandoval arregalou os olhos ao relembrar a história. “Erro? Isso não é erro. Isso quer dizer que temos um rombo maior que o patrimônio do banco.” Mandou então que viessem os outros executivos.
O primeiro a chegar foi o diretor-financeiro, Wilson de Aro. Sandoval pediu explicações e ouviu do executivo que a responsabilidade era dele, De Aro. Ele montara a fraude ao não registrar no balanço do banco as vendas das carteiras de crédito para outras instituições financeiras. Assim, o PanAmericano demonstrava ter muito mais créditos a receber do que na realidade teria. Com isso, registrava lucros fictícios, mas que resultavam em pagamento de bônus generosos para seus executivos, dos quais também se beneficiavam Sandoval e Silvio Santos.
Sandoval disse que reagiu afirmando não acreditar na versão de Wilson de Aro. “Nada no banco era feito sem o conhecimento do Rafael”, assegurou. Ainda que De Aro tenha assumido a culpa, é contra Palladino que Sandoval despejou sua ira. “Ele é tão cafajeste que colocou para trabalhar com ele a maluca da filha do Silvio Santos – aquela que foi sequestrada e saiu elogiando o sequestrador.” E retificou: “Trabalhar, não, porque ela só ia às reuniões. Ele a colocou lá para fazer média com o Silvio.”
Depois, o apresentador decidiu empregar em suas empresas as quatro filhas que teve no segundo casamento. “O Silvio me pediu para colocar as filhas no grupo e prepará-las para substituí-lo. Mas como? Ele mesmo admite que elas são muito despreparadas e inexperientes.” Segundo Sandoval, a falta de tino das herdeiras para os negócios, aliada ao escândalo do PanAmericano, levou Silvio Santos a tomar a decisão de se desfazer de várias de suas empresas – inclusive o Baú da Felicidade, a mais identificada com ele.

 história do PanAmericano ficou ainda mais esquisita depois que a Polícia Federal, ao analisar os computadores dos executivos do banco, descobriu que eles tinham uma relação íntima com integrantes do PT. Trocaram e-mails com Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação Social no governo Lula, nos quais discutiram estratégias para a instituição. Gushiken exigiu, por exemplo, que não se fechasse qualquer negócio para a compra de horários no SBTsem sua participação. Descobriram também que o banco foi grande doador de dinheiro para campanhas políticas do PT. Só para a campanha de Lula em 2006, foram 500 mil reais. E, durante a campanha eleitoral, o SBT de Silvio Santos fez uma cobertura pró-Dilma no seu noticiário.
A entrada do banco BTGPactual no negócio tornou o caso mais nebuloso. Após assumir a dívida de 2,5 bilhões de reais, Silvio Santos foi surpreendido com a nova conta apresentada pelo Fundo Garantidor, afirmando que o rombo real era quase duas vezes maior. O apresentador disse que não tinha condições de arcar com aquele rombo. O governo mandou-o entregar o banco em troca das dívidas – e içou o BTGPactual como sócio. O que surpreende foram as facilidades concedidas ao comprador. O BTGPactual, de André Esteves – também com histórico de doações para campanhas do PT –, ficou com 51% das ações do banco por módicos 450 milhões de reais, a serem pagos até 2028.
Os ex-executivos do PanAmericano tampouco se saíram mal. Com a distribuição dos lucros e dividendos fictícios, Wilson de Aro, Palladino e o diretor jurídico compraram imóveis luxuosos. O de Palladino é uma cobertura de 6 milhões de reais. Para não ficar tão ostensivo, vendeu a Ferrari vermelha na qual circulava até bem pouco tempo atrás. Quando soube do rombo, Silvio Santos fez uma única pergunta a Sandoval: “Eu fui roubado?” A resposta foi sim. Depois, na Polícia Federal, Silvio culpou seu ex-pupilo, Palladino, de tudo: “Ele era o cabeça do negócio.”
Sandoval também garante ter sido enganado pelos ex-executivos do banco. E diz que a Caixa não ficou atrás. Advogado por formação, ele só não entendeu por que, ao tomar conhecimento do rombo, a Caixa não desfez o negócio. “A instituição podia alegar que fora enganada. Qualquer juiz lhe daria ganho de causa.” O que ninguém acredita é que Silvio Santos não sabia de nada.

domingo, 30 de outubro de 2011

E o Premio Nobel de Literatura vai para...???

Para os redatores dessas dramáticas histórias de viuvas abandonadas (mas zilionárias), de funcionários diligentes (mas que por acaso estão em posse de milhões de dólares), enfim de todos esses generosos doadores da riqueza alheia, e que a querem dividir especialmente com você, que está aí parado esperando um dinheiro fácil.
Vejam a mensagem que acabo de receber de Alima Mustapha, filha do ex-ministro de ouro e diamante da Líbia, querendo dividir nada menos do que US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes.
Está bem assim, ou vai um pouco mais?
Enfim, eu proponho que o Comitê Nobel de Literatura procure alguns dos redatores dessas simpáticas mensagens e lhes atribua um prêmio coletivo apenas pela imaginação, pelo esmero na construção das histórias, na genialidade inventiva (pois tem todo tipo de situação), pois eles, afinal de contas, estão fazendo a mais pura literatura, e também precisam de algum dinheiro...
Meu apoio ao Prêmio Nobel para os redatores dessas brilhantes histórias.
Paulo Roberto de Almeida 


É o meu prazer humilde para escrever esta carta importante.
Independentemente do fato de que nós não se encontram pela primeira vez ou se conheciam antes. Eu tenho o seu as informações do diretório de negócios de Ouro Preto. No entanto, estou procurando uma pessoa confiável e digna de confiança, firme, ou grupo de pessoas que podem me ajudar a investir sabiamente em seu país.

 Estou Alima Mustapha da Líbia, filha do ex-ministro de ouro e diamante. Nos últimos meses o meu país tem se envolvido em uma guerra muito horrível e sangrenta em que tantas vidas e propriedades foram destruídas e muitas atrocidades foram cometidas contra a humanidade. Meu pai foi morto durante a guerra, por causa de seu apoio ao movimento rebeldes na Líbia. Ele foi acusado de desvio de fundos da cooperação e financiamento forças Mining étnicos, no entanto, a verdade e a evidência para a matéria untold que viu sua morte foi como um sacrifício para a restauração da paz em nosso país.

Antes de sua morte ele me revelar a existência de US $ 10,6 milhões, e 100 quilos de pó de ouro de aluvião e 150 quilates de diamantes nucal em caixas seladas, que ele mantinha no cofre subterrâneo de nossas terras. Eu tenho a sorte de sobreviver com o meu irmão Júnior, como meus pais e meus irmãos mais velhos e uma irmã sênior foram mortos na guerra. Mudei a caixa que contém o dinheiro e o ouro de meu país e depositá-lo com uma empresa de segurança na Tunísia. Eu não divulgar o conteúdo real no caixa para a empresa de segurança por razões de segurança. Estamos atualmente no exílio na Tunísia com o meu irmão mais novo, embora a guerra tenha terminado, mas eu considerava seguro para voltar ao nosso país desde que perdemos nossos pais irmãos e irmãs e propriedades, não estou exposta ao mundo exterior e não têm nenhum conhecimento no negócio.

Estou solicitando a sua ajuda para ajudar a organizar a nossa residência em seu país e para nos ajudar a investir esse dinheiro sabiamente. Tenho a acreditar em você e estou pronto para entrar em negociação com você. A casa de segurança concordaram em mudar o local da remessa para nós a qualquer de suas filiais no Brasil. Com garantia garanto-vos livre de risco nesta transação.

 Sua cooperação neste sentido será muito apreciada e espero sua resposta urgente e depois vou-lhe dar-lhe mais informações sobre como devemos ir sobre ele.

Com os melhores cumprimentos,
Alima Mustapha. 


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Addendum em 31/10/2011: 


Na verdade, como me alertou um leitor, esses empresários nigerianos (e outros) já foram contemplados, não exatamente com o Prêmio Nobel de Literatura, mas com o Premio IgNobil, de 2005, como expresso abaixo: 



Literature – Presented to the Internet entrepreneurs of Nigeria, for creating and then using e-mail to distribute a bold series of short stories, thus introducing millions of readers to a cast of rich characters—General Sani Abacha, Mrs. Mariam Sanni Abacha, Barrister Jon A Mbeki Esq., and others—each of whom requires just a small amount of expense money so as to obtain access to the great wealth to which they are entitled and which they would like to share with the kind person who assists them. (See advance fee fraud.)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bancos: socializando as perdas, privatizando dinheiro coletivo

Muito estranha a história do Banco Panamericano, do camelô Silvio Santos, salvo da falência por uma providencial visita ao ex-presidente "nunca antes" (talvez "nunca mais"), por um fabuloso aporte da Caixa Econômica Federal, e agora pelo Fundo Garantidor de Crédito, que é indiretamente pago por todos nós...
Paulo Roberto de Almeida

Finanças
Bancos: Questiona-se se a função de preservar depositante foi desvirtuada
Aline Lima
Valor Econômico, 03/02/2011

Caso PanAmericano levanta dúvidas sobre papel do FGC
Bueno, do FGC, diz que dinheiro do socorro é dos bancos, não do correntista

São Paulo - A engenharia financeira costurada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para salvar da liquidação o PanAmericano, operação até então inédita no mercado, vem levantando uma série de questionamentos sobre o real papel da entidade. O FGC, afinal, foi criado para ressarcir depositantes ou salvar bancos? O dinheiro é realmente dos banqueiros ou de correntistas e poupadores? O socorro pode criar precedente para outros bancos fazerem o mesmo?

Vários executivos de bancos que não tinham exposição ao PanAmericano ficaram "mordidos" com o desfecho do episódio. "Como sócio, vou querer saber direitinho quem está arcando com esse prejuízo", reclamou um deles no dia seguinte ao fechamento da venda do PanAmericano para o BTG Pactual. Os grandes bancos de varejo, compradores das carteiras de crédito do PanAmericano, são também os principais cotistas do FGC e cabe a eles a decisão final sobre os assuntos do fundo. Não se sabe se, no caso do PanAmericano, a decisão foi unânime - mas o fato é que foi aprovada.

O debate ganha mais força depois do segundo socorro, com a "saída por cima" do empresário Silvio Santos, responsável em última análise pelo rombo como antigo controlador. Silvio saiu sem dívidas, com todas as empresas colocadas como garantia liberadas e R$ 740 milhões pagos pela Caixa em 2009 no bolso. Ele perdeu o banco, mas isso seria o mínimo esperado.

Apesar disso, bancos médios e pequenos reconhecem a importância de se ter evitado a liquidação. Uma eventual quebra enxugaria a liquidez do sistema e poderia provocar um efeito dominó. Esse, aliás, é o principal argumento do fundo para justificar o resgate.

O FGC foi criado em 1995 para garantir que poupadores e correntistas não saíssem de mãos abanando caso alguma instituição financeira viesse a quebrar. Desde 2001, porém, o Banco Central está proibido de conceder empréstimos a bancos quebrados por conta da lei de Responsabilidade Fiscal, que revogou o Proer, o programa de socorro aos bancos.

O FGC acabou assumindo, na prática, também esse papel de "saneador", estimulado pelo próprio BC. Tem sido, desde então, o principal articulador nas liquidações de bancos, tendo passado pelo fundo mais de 25 casos. Durante a crise financeira internacional de 2008, o fundo teve papel importante no restabelecimento da liquidez do mercado, por meio da compra de carteiras de crédito. "Nosso objetivo também é garantir a estabilidade do sistema", explica Gabriel Jorge Ferreira, presidente do FGC.

A postura de defesa do sistema bancário assumida pelo FGC suscita dúvidas, porém, sobre seu papel principal, que é o de prestar garantias de créditos a depositantes. No fim das contas, o socorro serviu mais aos depositantes ou aos acionistas dos bancos? O PanAmericano captava principalmente junto a investidores institucionais e bancos, não era um banco de conta corrente.

Segundo Antonio Carlos Bueno, diretor executivo do FGC, o risco de que o patrimônio do fundo tenha ficado comprometido com a operação de salvamento do PanAmericano não existe. O patrimônio do FCG é hoje de R$ 26 bilhões, já descontados os R$ 3,8 bilhões gastos para evitar a quebra do banco de Silvio Santos. "Arrecadamos R$ 150 milhões por mês, mais R$ 200 milhões de receita financeira com título público federal", afirma.

O patrimônio do FGC é formado por contribuições compulsórias dos bancos. Todo mês, as instituições financeiras calculam o saldo médio de todo tipo de depósito - à vista, a prazo, poupança, letras de câmbio, imobiliárias e hipotecárias - e depositam o equivalente a 0,0125% desse volume na conta do FGC. A contribuição feita pelos bancos é registrada no balanço como despesa, como qualquer outro gasto administrativo. A despesa reduz o lucro e o Imposto de Renda a ser pago também diminui.

Muitos correntistas devem também estar se perguntando se o dinheiro do fundo, no fim das contas, não sai do bolso deles. Não é difícil imaginar que esse custo está embutido no spread bancário ou nas tarifas ou numa remuneração menor da aplicação. "Se for assim, tudo no mundo quem paga é o consumidor. A Coca-Cola comprada no Pão de Açúcar, por exemplo, serviria para cobrir o gasto da rede com propaganda", rebate Bueno.

Ficou sem resposta, porém, se a solução inédita concebida pelo FGC para salvar o PanAmericano vai criar precedentes no mercado. O tempo, nesse caso, dirá.