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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A cultura da transgressao como norma - ministro Celso Mello


De onde veio o mensalão

03 de outubro de 2012 | 3h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, responsabilizou diretamente o governo Lula pelo mensalão, ao proferir na segunda-feira o seu voto no julgamento do escândalo. Em nenhuma das 29 sessões anteriores se encontrará manifestação de igual contundência e impacto político, no corpo de um libelo de mais de uma hora sobre os efeitos da corrupção para as instituições e a sociedade. Textualmente: "Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais". Note-se: Mello não se fixou no partido no poder, o PT, nem nos seus cúmplices na operação do esquema, mas nos condutores do governo. Só faltou chamá-los pelos nomes, sobrenomes e apelidos.
Desse modo, ele foi muito além de seus pares na rejeição da patranha de Lula e sua gente de que os montantes distribuídos a pelo menos uma dezena de deputados federais no início do seu mandato se destinavam a cobrir dívidas de partidos aliados e a financiar futuras campanhas eleitorais, pelo mecanismo do caixa 2, usado "sistematicamente" no País, segundo o ainda presidente. Dos 10 ministros atuando no julgamento, apenas um, o revisor Ricardo Lewandowski, encampou essa versão pelo valor de face. Até o seu colega Dias Toffoli, que trabalhou para José Dirceu na Casa Civil e servia a Lula como advogado-geral da União quando o escândalo rebentou, entendeu que o mensalão foi concebido para comprar apoio parlamentar ao governo. (As ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber ainda não deram a conhecer a sua opinião.) "Não se pode cogitar de caixa 2 nem mesmo coloquialmente", fulminou o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto. "Ao contrário da roupa no tanque, quanto mais se torce a verdade, mais ela encarde."
Na sessão que terminou pela condenação unânime dos políticos indiciados por corrupção passiva, notadamente o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson e o do PL (atual PR) Valdemar da Costa Neto, foi Britto quem mais esteve perto, depois de Celso de Mello, naturalmente, de conectar o mensalão ao Planalto. Ao apontar a "arrecadação criminosa de recursos públicos e privados para aliciar partidos e corromper parlamentares", afirmou que o esquema fazia parte de um "projeto de continuísmo político idealizado por um núcleo político". Mello foi mais explícito ao falar em "altos dirigentes do Poder Executivo e de agremiações partidárias" - numa evidente referência aos principais réus políticos do processo, que começam a ser julgados hoje: o ex-ministro Dirceu, o presidente à época do PT, José Genoino, e o então tesoureiro da legenda, Delúbio Soares, acusados de corrupção ativa e formação de quadrilha. Adiantando-se a eventuais alegações dos seus defensores e correligionários, Mello observou que o STF está respeitando os direitos e garantias dos réus, sem "flexibilizar" uma coisa ou outra.
Mas não deixou de assinalar, pouco depois, que a corrupção parlamentar - alimentada por "transações obscuras idealizadas e implementadas em altas esferas governamentais" - deve ser punida "com o peso e o rigor das leis", por configurar uma tentativa criminosa de manipular o processo democrático. A "aliança profana entre corruptos e corruptores", sendo os primeiros "marginais do poder", como os qualificou o ministro, constitui uma "perversão" da ordem graças a qual "o Estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se admite corromper". A exposição de Celso de Mello parece encarnar a virada de página na vida institucional do País que a Suprema Corte demonstra almejar, em última análise e em boa hora, com o julgamento do mensalão.
Não apenas pelos seus votos, mas pelos princípios que os embasam, ao lado do exame dos fatos contidos nos autos, os ministros consagram o direito dos cidadãos de exigir, como destacou o decano, "que o Estado seja dirigido por administradores íntegros, legisladores probos e juízes incorruptíveis".

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Suprema Indecencia - Editorial Estadao

O ministro do Supremo que acha que o caso seria passivel de impeachment, caso o personagem em questao ainda fosse presidente, se esqueceu de que a Constituicao possui outros expedientes contra os que desejam burlar a lei e ofender as instituicoes: processo criminal.
Paulo Roberto de Almeida

Suprema indecência

29 de maio de 2012 | 3h 07
Editorial O Estado de S.Paulo
Ainda que se compre pelo valor de face a inverossímil alegação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, de que promoveu o encontro do ministro e ex-presidente da Corte Gilmar Mendes com o ex-presidente Lula, a pedido deste, porque "gostava muito dele e o ministro sempre o havia tratado muito bem", o acatamento da solicitação foi um grave lapso moral. O seu ex-chefe (Jobim foi ministro da Defesa entre 2007 e 2011) que encontrasse outra via para transmitir a tardia gratidão ao magistrado.
Gilmar, por sua vez, errou ao aceitar a reunião. Ministros da Suprema Corte, tendo numerosos compromissos derivados de sua condição, não raro se encontram com outras autoridades, políticos, empresários e figurões em geral. Nada haveria de repreensível se, numa dessas ocasiões, Lula o abordasse para lhe dizer o que, segundo Jobim, teria querido dizer. Mas se então ouvisse do ex-presidente as palavras que lhe foram atribuídas pela revista Veja na reunião de 26 de abril no escritório de Jobim, teria de se retirar imediatamente.
Afinal, mesmo que o seu ex-colega não lhe tivesse adiantado o assunto sobre o qual Lula queria conversar, o ministro tinha tudo para adivinhar que se trataria do julgamento do mensalão, previsto para começar em agosto. Em qualquer país, raros são os que recusam convites para um tête-à-tête com um ex-chefe de Estado. Mas, por todos os motivos concebíveis, Mendes deveria ter sido uma daquelas exceções. Depois, tendo sido como foi noticiado o diálogo entre eles, não se entende por que o ministro levou tanto tempo para fazer chegar a história à imprensa.
Se ficou perplexo "com o comportamento e as insinuações despropositadas" de Lula, como afirma, deveria dar-lhes sem demora a merecida resposta pública. Bastaria a enormidade do acontecido. Se o escândalo do mensalão não tem precedentes, tampouco se tem notícia de um ex-presidente da República procurar um membro do Supremo Tribunal para dizer-lhe que considera "inconveniente" o julgamento próximo de uma ação que o alcança politicamente. A inoportunidade - teria alegado Lula - viria da coincidência com a campanha para as eleições municipais deste ano.
Não podendo remeter às calendas o julgamento de um processo aberto há sete anos contra a cúpula do PT, além de outros companheiros e seus sócios na "organização criminosa" de que fala a denúncia do Ministério Público, Lula quer empurrar o desfecho para depois da aposentadoria de dois ministros, o atual presidente Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso, que tenderiam a votar pela condenação dos réus mais notórios. Tivesse Lula ficado nisso, já teria superado as próprias façanhas em matéria de indecências políticas.
Mas, além disso, ele não só teria ofendido o relator Joaquim Barbosa, chamando-o de "complexado"; teria avisado que incumbiria o ex-ministro Sepúlveda Pertence de "cuidar" da ministra Carmem Lúcia para que ajude no adiamento; e contado que pediu ao ministro José Dias Toffoli que não se declarasse impedido por ter sido assessor jurídico da Casa Civil, ao tempo de José Dirceu; como praticamente chantageou o interlocutor, ao oferecer-lhe proteção na CPI do Cachoeira, que teria se gabado de controlar. Proteção, no caso, contra alguma tentativa de convocá-lo a explicar as suas relações com o senador Demóstenes Torres, parceiro do contraventor.
Quando Mendes disse que elas sempre se deram nos limites institucionais, Lula teria perguntado algo como: "E a viagem a Berlim?". Os dois, de fato estiveram na capital alemã, onde mora a filha do ministro, e a viagem teria sido paga por Cachoeira - o que Mendes negou veementemente, e batendo na perna de Lula desafiou: "Vá fundo na CPI!". A revelação do ultraje levou os ministros Marco Aurélio Mello e Celso de Mello a condenar o ex-presidente da República nos termos mais duros, compatíveis com o extremo a que levou o seu despudor - algo "inimaginável", estarreceu-se Marco Aurélio. O seu colega, decano da Corte, criticou o "grave desconhecimento (de Lula) das instituições republicanas". Se ele ainda fosse presidente, resumiu com exatidão, "esse comportamento seria passível de impeachment".

terça-feira, 29 de maio de 2012

A frase da semana: falta alguem em Nuremberg...

A expressão foi revivida pelo jornalista gaucho Políbio Braga, nesta matéria: 



Chantagem de Lula sobre ministro do STF mostra que no caso do Mensalão ainda falta alguém em Nuremberg
Porto Alegre, 29 de maio de 2012


O editor passou boa parte do sábado e do domingo lendo e analisando atentamente cada linha da reportagem de seis páginas da revista Veja, que denuncia a chantagem que o ex-presidente Lula tentou fazer com o ministro Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.
. Veja nem quis dar capa ao assunto, dada a gravidade da denúncia.
“Um ex-defende seu legado”, abriu o título da reportagem, antecedida por uma foto de um Lula devastado pela idade, pela doença e pelas poltronices. A foto de Felipe Danna, da Associated Press, tomada emprestada para a matéria, vale por si mesma.
. Onde está a chantagem ? Está nesta curta conversa, registrada no sábado pelo site www.polibiobraga.com.br, que copiou Veja, que começava a circular:
Lula - É inconveniente julgar esse processo agora. Zé Dirceu está desesperado.
Gilmar Mendes - Isto é despropositado.
Lula - E a viagem a Berlim?
Gilmar Mendes - O que tem? Vou sempre a Berlim. Lá mora minha filha e lá fiz doutorado.
. A chantagem é claríssima – tão clara como uma cena de cinema, como diria a psólica Luciana Genro.
. Lula deixou claro nas entrelinhas que poderia usar o caso da viagem. A denúncia poderia sair na CPi do Cachoeira.
. A reunião ocorreu no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, que ao desmentir o conteúdo da conversa, “atrapalhou-se” de tal modo que tudo o que disse ficou não valendo nada.
. Além disto, na palavra de quem uma pessoa de bem pode tomar como a mais próxima da verdade ? Ora, todos conhecem a má formação de Lula.
. As reações dos chamados líderes dos Partidos e da chamada sociedade civil organizada, foram muito modestas diante da soberba chantagista do verdadeiro chefe do Mensalão. Sobre o julgamento, aliás, pode-se dizer o mesmo que Davi Nasser disse sobre Felinto Muller, ou seja, ainda falta alguém em Nuremberg.
CLIQUE AQUI para entender a denúncia de que falta alguém no julgamento de Nuremberg.
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egunda-feira, 28 de maio de 2012

Gilmar Mendes na Zero Hora: "Lula entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle".

O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Gilmar Mendes passou o dia tentando evitar falar da polêmica causada com a matéria da revista Veja na qual ele contou a pressão que sofreu do ex-presidente Lula para adiar o julgamento do mensalão. Fervoroso defensor do julgamento, Mendes não queria polemizar com o ex-ministro Nelson Jobim, que depois da divulgação da matéria negou que a conversa tivesse sido no sentido de interferir no julgamento a ser feito pelo STF. O encontro entre Mendes e Lula ocorreu no escritório de Jobim, em 26 de abril, em Brasília.
Ao conceder entrevista ao jornal Zero Hora no começo da tarde, Mendes demonstrou preocupação com o atraso para o início do julgamento e disse que o Supremo está sofrendo pressão em um momento delicado, em que está fragilizado pela proximidade de aposentadoria de dois dos seus 11 membros.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista concedida por Gilmar Mendes, para a jornalista Adriana Irion, de Zero Hora:

Zero Hora — Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão?
Ministro Gilmar Mendes — Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.

ZH — Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá?
Mendes — Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa.

ZH — Como foi essa conversa (com Lula)?
Mendes — Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.

ZH — Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou?
Mendes — Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano.

ZH— Ele disse que o José Dirceu está desesperado?
Mendes — Acho que fez comentário desse tipo.

CLIQUE na imagem acima para ver a entrevista completa.

Lula confirma encontro com Gilmar Mendes, mas nega interferência

O ex-presidente Lula confirmou nesta segunda-feira, por meio de nota, o encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, mas rebate a versão da revista Veja e nega tentativa de interferir nas decisões da Corte. De acordo com reportagem desta semana, o ex-presidente teria proposto uma blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.

. “A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’”, disse o ex-presidente por meio de nota. No encontro, segundo a revista, Lula teria comentado com Mendes sobre um encontro que ele teria tido com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) em Berlim, o que o ex-presidente nega. Demóstenes é alvo de um processo no Conselho de Ética no Senado que pode resultar em sua cassação.

. Lula disse ainda que sempre respeitou a autonomia e a independência do Judiciário e do Ministério Público e que mantém o mesmo comportamento fora da Presidência. O ex-presidente afirma que indicou “oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”.

CLIQUE na imagem acima para ler a íntegra da nota.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A (NAO) banalidade do mal (petista) - editorial de Veja

A revista Veja desta semana (que começa dia 12/12/2011) traz o editorial que reproduzo abaixo, em torno de matéria de capa da revista, sobre as falcatruas e crimes cometidos por grão-petistas e petistas medíocres para esconder outros crimes e falcatruas já cometidos, para esconder suas patifarias imensas e para tentar colar nos adversários crimes e falcatruas que eles mesmo cometem e não cessam de cometer, pois faz parte de sua natureza ser assim.
Antes de transcrever, meus comentários.
Não reconheço, como fazem muitos analistas, NENHUM mérito no fato de o ex-presidente ter preservado políticas que NÃO ERAM SUAS, pois ele não fez nada além de sua obrigação, que é a de perseverar no que está sendo feito de correto em termos de estabilização macroeconômica e de fundamentos mínimos da governança econômica. Não reconheço, porque ele preservou mal, manteve porcamente essa estabilidade, aproveitando tudo o que tinha sido feito de bom, antes dele, para se aproveitar, desavergonhadamente do clima propício ao crescimento que tinha sido garantido ANTES que chegasse ao governo, mentiu descaradamente cada vez que tinha de defender políticas QUE ATACAVA ANTES, se apropriou de todas as medidas que funcionavam corretamente e continuou a mentir de forma vergonhosa com seu mote do "nunca antes".
Pois é, NUNCA ANTES em nossa história, UM PRESIDENTE MENTIU TANTO, e fez tanta propaganda de si mesmo (com o NOSSO DINHEIRO, claro), até se transformar num mito da história brasileira, graças à ignorância da maioria e à baixa educação política da maior parte dos eleitores. Trata-se simplesmente de uma FRAUDE, e é preciso que se diga.
Eu, pelo menos, por mais que seja funcionário de Estado, não hesito em reconhecer uma FRAUDE quando a vejo, e não hesito em denunciar mentirosos e desonestos quando os vejo.
Pois então fica registrado que não reconheço NENHUM mérito no governo que ainda não acabou de terminar. 
O que ocorreu, nos oito anos que se passaram sob a tutela do fraudador, foi a mais gigantesca operação mentirosa da história brasileira, o mais formidável desmantelamento das instituições a que já assistimos desde a instalação da república, a mais completa putrefação das mentalidades e a consagração da imoralidade política.
Era o que tinha a dizer. Fiquem com o editorial. 
Paulo Roberto de Almeida 


Editorial de VEJA (9/12/2011)
Os legados positivos da era Lula estão sobejamente demonstrados por aliados e até por adversários. Lula manteve os fundamentos democráticos e de política econômica que funcionavam bem desde Fernando Henrique Cardoso, aprofundando a ajuda direta aos miseráveis brasileiros, que tiveram acesso a dinheiro e crédito. Pouco se fala, porém, do imenso passivo deixado pelas escusas manobras petistas feitas com o objetivo de livrar a cara do governo depois do escândalo do mensalão - o pagamento regular a parlamentares da base aliada com dinheiro público e sobras de recursos ilegais de campanhas políticas.
A mistificação, a mentira, a falsificação e o relativismo moral foram exercitados ao limite pelo PT e pelo próprio Lula para esconder suas responsabilidades no episódio tenebroso. A manipulação dos fatos salvou o governo Lula de um colapso logo nos seus primeiros anos, mas lançou a propaganda do governo e do PT em um perigoso jogo em que a versão oficial deveria sempre se sobrepor às evidências, por mais fortes que fossem. Assim, foi se tentando apagar a fronteira entre o certo e o errado. Quase conseguiram. Foi total o desprezo pelos efeitos pérfidos que essa cultura oficial da falta de ética e da mentira teria sobre o Brasil e os brasileiros. Uma reportagem desta edição de VEJA conta, com exclusividade, a história secreta da mais ousada incursão do petismo na falsificação deslavada. Com base em gravações feitas com autorização judicial pela Polícia Federal, a reportagem mostra petistas de todos os coturnos negociando com um conhecido estelionatário a montagem de uma lista falsa de tucanos que receberiam dinheiro da estatal Furnas. A lista seria a prova de que o mensalão não fora invenção petista, já sendo prática comum usar dinheiro público para comprar consciências e financiar campanhas de candidatos. A lista resulta falsa como uma cédula de 3 reais.
É assombroso o que se ouve nas gravações sobre o uso do estado para fins criminosos. A certa altura, o estelionatário, hoje preso, cobra promessas feitas pelos petistas. Quer proteção. Quer a aprovação de seus negócios junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal. Ameaça “acabar com eles tudinho” se não for atendido. Em abril do próximo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, na imortal designação do procurador-geral da República, o “chefe da quadrilha”, José Dirceu, e os demais 35 réus do mensalão. A lista falsa serviria de sustentação à tese dos defensores dos petistas de que o mensalão foi apenas um pequeno desvio de conduta como tantos que ocorreram antes na política brasileira. Nesse contexto, é bom saber que a Polícia Federal e a Justiça têm informações que demonstram como a lista é produto de uma elaborada contrafação. A tese da banalidade do mensalão é insustentável. O mensalão não foi banal. Espera-se que a punição aos culpados reflita a gravidade dos crimes cometidos.
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Nota PRA: 
Promovendo um comentário de leitor ao corpo deste post: 



Gilrikardo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A (NAO) banalidade do mal (petista) - editorial de...": 

-Caro Sr. Paulo Roberto,
em certos momentos é difícil calar-me, como ler o seu post de hoje e lembrar que estou até a oralidade para contrapor o que aí está, é utopia de um idealista, sei disso, mas à noite durmo com os anjos.
Obrigado.
Gilrikardo / Joinville SC
abaixo meu comentário em meu blog:
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ojeriza* 

Ontem ao avistar um político do PT dirigindo o que parecia ser um automóvel último lançamento (ainda sem placas e com os plásticos nos assentos) desceu-me à memória dos discursos de tão ilustre figura. Atualmente sem mandato, sobrevive como a maioria dos não eleitos, pendurado em alguma teta qualquer, contanto que lhe forneça o “dimdim” necessário não só à sobrevivência, mas também aos sonhos de consumismo que nos dias atuais é sinônimo de felicidade. 
Quem te viu e quem te vê! 
Dá vontade de chorar quando essa turma abre a boca e se diz do povo, para o povo e com o povo... aí então percebe-se que esse tal povo não existe, nunca existiu e nunca existirá. Faça um teste e saia as ruas e pergunte onde andam aqueles que são o povo ou povão, com certeza não encontrarás nenhum. Então é por isso que em nome de entidades do além é que essa gente - se diz socialista ou comunista - apela. É para produzir o discurso, nada mais que palavras vazias para garantir a fonte de renda que nos últimos tempos se apresenta gorda e promissora: a estrutura estatal. 
Voltando à cena. Ao mirar a "notoriedade" (sic), com pose de galã acima do bem e do mal, meu estômago revirou e a ojeriza tomou conta de mim, não suportei a afronta daquela imagem. Meus neurônios explodiram e soltei o verbo: 
--Vejam, aquele ali é companheiro dos “trabaiadores”, lá na praça ele chega às lágrimas se dizendo do povo e para o povo. Alguém ainda acredita numa farsa dessas? 
Só escutei os resmungos de surpresa de alguns transeuntes próximos. Alguém perguntando quem era o louco. Outros aplaudindo e dizendo é isso aí mesmo. Outros soltanto um enigmático sorriso amarelo, significando talvez nem sim nem não. Quanto ao digníssimo, ele é ladino, é esperto, por isso se fez de morto, de surdo e de que o assunto nem era com ele. 
Ojeriza, asco, e tudo o mais que nos causam náusea. Esse é o sentimento que me invade cada vez que cruzo com um canalha desses. E cá entre nós... faz de conta que eles estão preocupados! Eis a questão, enquanto meia dúzia que não se dobram facilmente forem as poucas vozes, continuaremos pagando à companheirada locupletando-se. Esse é o Brasil. Esse sou eu. 
*Esse evento deu-se com um político do PT, adianto-lhes que poderia ser de qualquer partido, infelizmente ou felizmente, naquele dia e naquela hora, foi obra do destino nos cruzarmos. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Anatomia da CORRUPCAO no Brasil: inacreditavel

Este editorial do Estadão revela como o dinheiro -- parte pequena dele -- escorre por um dos inúmeros ralos do mau governo do Brasil, apenas uma das incontáveis formas pelas quais políticos corruptos, sindicalistas mafiosos e outros malandros situados no mais alto nível desta República se apropriam de milhões, zilhões de recursos que pertencem ao povo brasileiro, a todos nós, vão parar nos bolsos de alguns desses espertos e no caixa 2 de alguns desses partidos dos que se pretendem mais espertos.
Se o Brasil fosse um país normal, esse pequeno escândalo, apenas um numa cadeia infinita de roubalheiras, falcatruas, patifarias permitiria iniciar uma operação séria de correção dessa corrupção endêmica que corre pelas ONGGs do Brasil, todas em contubérnio com o governo, este e o anterior, com a benção do capo dei cappi.
Paulo Roberto de Almeida 


O ministro tem de sair
Editorial O Estado de S.Paulo, 18/10/2011



Por sua extrema gravidade, não basta que se investigue a fundo a denúncia de que o ministro do Esporte, Orlando Silva, do PC do B, se beneficiou pessoalmente do desvio de recursos do programa Segundo Tempo, criado para promover atividades esportivas com crianças e adolescentes pobres. O programa foi terceirizado para organizações não governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta - e, claro, dirigidas por gente do partido do ministro. A acusação, divulgada no fim da semana pela revista Veja, deixou Orlando Silva sem condições de continuar no cargo. Ele pediu à Polícia Federal que investigue o caso, que certamente acabará nos tribunais. Mas, no âmbito da política, o princípio da presunção de inocência não se aplica nem se pode esperar que sentenças transitem em julgado. O ministro precisa sair não apenas para não ter a sua autoridade cada vez mais desgastada, que é o que costuma acontecer nessas circunstâncias, mas sobretudo para poupar a presidente Dilma Rousseff de novas atribulações no campo minado da corrupção - bem agora que o Esporte ganhou uma projeção sem precedentes, com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 no País e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, dois anos depois.
Em fevereiro último uma série de reportagens deste jornal revelou que o Segundo Tempo era uma mina de ouro para o PC do B, graças justamente aos convênios da pasta com entidades ligadas à sigla, realizados sem licitação. Somente em 2010 o aparelhado Ministério desembolsou R$ 30 milhões em transferências - em mais de um sentido - do gênero. Ao que tudo indica, o contubérnio começou com o antecessor de Orlando Silva, Agnelo Queiroz, que se elegeu governador do Distrito Federal (DF) depois de trocar o PC do B pelo PT. Comissões de 20% que teriam sido pagas ao partido da foice podem ter somado ao longo da era Lula cerca de R$ 40 milhões. Mas os "comunistas" não guardavam tudo para si. Teriam ajudado a cobrir gastos da campanha do presidente, em 2006, diz o policial militar (PM) e ex-militante do PC do B João Dias Ferreira. Em abril do ano passado, ele foi preso na Operação Shaolin, da Polícia Civil do DF, por suspeita de participação no desvio de R$ 1,99 milhão repassado pelo Ministério dos Esportes, mediante dois convênios, à Associação João Dias de Kung Fu.
Ferreira é o principal acusador de Orlando Silva. O ministro alega que o PM se voltou contra ele porque o Ministério pediu ao Tribunal de Contas da União que investigasse os convênios com as suas ONGs e as obrigasse a devolver ao erário R$ 3,16 milhões. Pode ser. Mas pode ser também porque o ministro e o partido, diferentemente do que lhe teriam prometido, o deixaram entregue à própria sorte nas investigações da Shaolin. Não foi a primeira vez, nem será a última, que a vingança acaba expondo os podres do governo e da política. À Veja, Ferreira confirmou que o Segundo Tempo servia para favorecer correligionários e irrigar as finanças do PC do B - mas a denúncia bombástica foi outra. Um comparsa do policial, o motorista Célio Soares Pereira, contou ter recolhido dinheiro de quatro entidades ditas sem fins lucrativos que recebiam verba do programa e que o entregou ao ministro Orlando Silva dentro da garagem do Ministério, numa caixa de papelão. "Eram maços de notas de 50 e 100 reais."
Para embolso pessoal ou caixa 2 de partidos, desvios de recursos de convênios entre a administração pública e ONGs de fachada - não raro constituídas para esse fim, instaladas em endereços fictícios, em nome de laranjas - são talvez o maior dos ralos por onde escorre dinheiro do contribuinte. Como notou ontem no Estado o colunista José Roberto de Toledo, em 2010 o governo destinou R$ 5,4 bilhões a 100 mil ONGs, ante R$ 1,9 bilhão em 2004. Esses gastos têm crescido mais do que as transferências para Estados e municípios. Ironicamente, de início se esperava que a participação dessas entidades, além de engajar a sociedade na implementação de políticas públicas, ajudaria a combater o burocratismo, o desperdício - e a corrupção.
A leniência do governo Lula com a bandalheira transformou uma colaboração em princípio saudável numa gazua. Mesmo assim, até agora ninguém tinha acusado um ministro de receber dinheiro vivo de um convênio de promoção social.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sciences Po vs Jose Neumanne: interessante confrontacao...

A École des Sciences Politiques de Paris, a famosa Sciences Pô, atribui um doutorado honoris causa a um personagem que este jornalista considera um gênio, e o maior político brasileiro de todos os tempos.
Mas isso não é nenhum elogio, pelo que vem revelado nesta entrevista, que traz informações biográficas do Lula pouco lembradas, embora públicas.
O livro, como explicita José Nêumanne, não se chama TUDO O que eu sei de Lula, mas apenas O que eu sei de Lula, e ele sabe muito mais coisas, que infelizmente não contou.
Vejam, se vocês ainda não viram, esta entrevista:

Entrevista em Migalhas : José Nêumanne Pinto
Em entrevista exclusiva aos colunistas migalheiros José Marcio Mendonça e Francisco Petros, o jornalista e poeta José Nêumanne Pinto comenta o lançamento de sua obra "O que sei de Lula".


Livro

O jornalista, comentarista de rádio e TV, escritor e poeta José Nêumanne Pinto conheceu Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 1975. Desde então, tem mantido contato profissional e pessoal – de início, mais estreito, depois limitado ao noticiário – com o personagem que ele considera o maior líder político do Brasil em todos os tempos.
Nos últimos meses do segundo mandato do ex-dirigente sindical na presidência da República, Nêumanne resolveu escrever seu testemunho, com o qual pretende esclarecer o que fez dele o primeiro representante autêntico do homem do povo no poder mais alto. O que sei de Lula relata episódios inéditos e acompanha a trajetória do menino retirante do sertão de Pernambuco à Praça dos Três Poderes à luz de fatos reais, e não da poeira mitológica com que se tentou cobrir, ao longo dos últimos 36 anos, a verdade histórica, posta a serviço da doutrinação ideológica.

domingo, 11 de setembro de 2011

Quando a verdade vai prevalecer? dificil na atual conjuntura

Leio na imprensa que os acusados do Mensalão dizem que nunca souberam de nada, que tudo não passou de caixa dois eleitoral, e que tudo foi feito apenas com base em "erros contábeis".
O principal personagem diz que "nunca soube de nada".
Quando é que os brasileiros vão parar de serem chamados de idiotas?
Quando é que os cidadãos vão se revoltar contra a mentira deslavada?

Leio isto na imprensa:

"[Marcos] Valério já confidenciou a pessoas próximas que guarda documentos que mostrariam [o condicional é habitual na imprensa, como o tal de "suposto"; deve-se ler no sentido positivo, afirmativo] o envolvimento direto dele com o ex-presidente" [Lula].

Termina assim a matéria: "Resta saber se Lula e o PT pagarão para ver."

Pois é: quando é que vai terminar a ingenuidade da Justiça (que vai liberar quase todo mundo graúdo, podem registrar) e quando é que vai terminar a tolerância da sociedade.
O Brasil, por vezes, chega a me dar nojo...
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Wikileaks Brasil-EUA:mas que injustica com a "Justica" brasileira...

Esta vai ser difícil de engolir, para gregos e goianos, ou seja, para os dois lados e vários outros lados também, inclusive os AAs (não, não são os alcóolicos anônimos, e sim os anônimos adesistas): esperamos agora sorrisos amarelos de parte e outra, desculpas de um lado, frieza de outra, e vamos em frente, que a vida é assim mesmo...
Paulo Roberto de Almeida


Carta de embaixador dos EUA mostra preocupação com corrupção no governo Lula

Documento de diplomata americano foi revelado pelo site WikiLeaks esta semana

Jamil Chade / CORRESPONDENTE / GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 09 de setembro de 2011 | 0h 05
A diplomacia americana considera que a corrupção durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva era "generalizada e persistente" e atingia todos os Três Poderes. A avaliação foi revelada em uma carta enviada há um ano e meio pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ao procurador-geral americano, Eric Holder.
Na carta, que servia como uma preparação para a visita de Holder ao Brasil, Shannon fez ainda um raio X da Justiça brasileira, acusando-a de "despreparada" e "disfuncional". O documento foi revelado esta semana pelo WikiLeaks.
Essa não é a primeira revelação sobre os comentários da diplomacia americana sobre a corrupção no Brasil. Documentos de 2004 e 2005 revelaram a mesma preocupação e mesmo o risco de os escândalos do mensalão acabarem imobilizando o governo.
Mas o que fica claro é que, mesmo no último ano do governo Lula, a percepção americana não havia mudado sobre a presença da corrupção na administração. E o fenômeno não se limitaria aos Três Poderes. Segundo Shannon, as forças de ordem também seriam prejudicadas por "falta de treinamento, rivalidades burocráticas, corrupção em algumas agências e uma força policial muito pequena para cobrir um país com 200 milhões de habitantes".
Outra constatação da diplomacia americana foi sobre os problemas enfrentados pela Justiça no Brasil. "Apesar de muitos juristas serem de alto nível, o sistema judiciário brasileiro é frequentemente descrito como sendo disfuncional, permeado por jurisdições que se acumulam, falta de treinamento, burocracia e atrasos", escreveu o embaixador.
Para Shannon, "polícia, procuradores e juízes precisam de treinamento adicional" no Brasil. "Procuradores e juízes, em especial, precisam de treinamento básico para ajudá-los a caminhar em direção a um sistema acusatório mais eficiente", escreveu.