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sábado, 28 de dezembro de 2013

Guerrilheiros das FARC eliminados na Colombia, em ataque apoiado pela CIA

Alguns (ou vários) companheiros vão lamentar, outros sentir muita raiva do imperialismo, alguns ainda até chorar, emotivos que são, com a morte de irmãos do mesmo combate anti-burguês e anti-imperialista. O pessoal do MST, por exemplo, deve estar de bandeira a meio pau, e provavelmente vai emitir alguma nota protestando contra esse apoio da CIA ao exército colombiano.
Bem, vejamos: sozinhas, nenhuma das FFAA da região conseguiriam empreender certas operações sem uma logística sofisticada, envolvendo rastreamento por satélite, interceptação de comunicações e depois bombas "inteligentes". Se não fosse a CIA, quem seria que prestaria ajuda a um governo legítimo, sob ataque de narcotraficantes, sequestradores e terroristas?
Se o Brasil estivesse na mesma posição, ou seja, enfrentando grupos armados criminosos, o Exército iria pedir ajuda a quem? Se dependesse dos companheiros, provavelmente à Inteligência Cubana, que tem um acordo de cooperação com os arapongas da ABIN, gentilmente patrocinado pelo chefe da quadrilha, agora preso, quando era o grão-vizir, ou mais, o Richelieu do cerrado central...
Paulo Roberto de Almeida

Nova ação da Colômbia com apoio da CIA mata 10 guerrilheiros das Farc

27/12/2013 14:12
Por Redação, com agências internacionais - de Bogotá

Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Guerrilheiro das Farc monta guarda em área próxima ao local onde ocorreu o bombardeio
Um grupamento de 10 guerrilheiros das Farc, incluindo um importante líder rebelde, foi aniquilado em um bombardeio militar na região central da Colômbia, informou o governo na manhã desta sexta-feira, numa demonstração de que a ofensiva contra a insurgência prossegue apesar do diálogo de paz para pôr fim a um conflito interno de quase 50 anos e a uma trégua unilateral do grupo esquerdista. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que a operação militar ocorreu numa área montanhosa do município de Cubarral, no departamento de Meta, e resultou na morte de dez rebeldes, inclusive o comandante da Frente 53 das Farc, conhecido como Jhon 26.
Segundo Pinzón, o bombardeio contra o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ocorreu na madrugada de domingo, mas, por causa de dificuldades climáticas e topográficas, só na quinta-feira os militares conseguiram chegar ao local para recolher os corpos e armamentos de longo alcance. Pinzón descreveu Jhon 26 como um “indivíduo de enorme relevância” para as Farc, dedicado à captação de recursos na região central da Colômbia, o que inclui Bogotá, uma metrópole com mais de 8 milhões de habitantes.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc iniciaram há 13 meses, em Havana, uma negociação de paz que busca encerrar um conflito interno que já dura quase meio século e deixou mais de 200 mil mortos e milhões de refugiados internos. Santos se recusou a declarar uma trégua bilateral durante as negociações, como propunha a guerrilha, alegando que as Farc poderiam tirar proveito militar dessa situação para estender o processo de paz indefinidamente. Em 15 de dezembro, as Farc declararam uma trégua unilateral de um mês, como gesto de boa vontade, mas o governo manteve sua ofensiva contra os insurgentes.
Embora os assassinatos, chacinas e sequestros tenham se reduzido consideravelmente na Colômbia, ainda são frequentes os bombardeios das Forças Militares contra a guerrilha e os ataques rebeldes contra o Exército e a polícia, bem como os ataques contra a infraestrutura econômica do país.
Apoio da CIA
O governo de Juan Manuel Santos recebe o apoio dos Estados Unidos no combate às Farc. Um programa secreto da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA ajudou o governo da Colômbia a eliminar vários líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na última década, entre eles Raúl Reyes no Equador, segundo reportagem publicada diário conservador norte-americano The Washington Post, no início da semana.
De acordo com o jornal, o programa contou com ajuda fundamental da Agência Nacional de Segurança (NSA), e teve um “orçamento de muitos milhões de dólares”, de caráter sigiloso, que não faz parte do chamado Plano Colômbia – pelo qual o governo norte-americano envia US$ 700 milhões por ano aos militares colombianos. O programa da CIA foi implementado com autorização do então presidente George W. Bush (2001-2009), no início do seu governo, e mantido por Barack Obama, afirmou o jornal, que consultou mais de 30 fontes envolvidas no processo.
Desde o início, o papel dos EUA era proporcionar inteligência para localizar líderes das Farc e, a partir de 2006, fornecer um sistema de rastreamento por GPS para converter bombas de gravidade em bombas de alta precisão. A combinação dos dados da inteligência e das bombas guiadas por GPS permitiu, em 2008, que a Força Aérea colombiana localizasse e eliminasse o líder da guerrilha, Raúl Reyes, em território equatoriano, o que desencadeou a pior crise diplomática entre os dois países em mais de uma década.
O Washington Post lembrou que, em 2006, a Colômbia foi o país que recebeu a terceira maior ajuda militar americana, depois de Egito e Israel, mas este programa secreto deu um salto qualitativo quando passou a incluir os dispositivos GPS. Uma bomba com esse sistema matou, naquele ano, Abu Musab al-Zarqawi, um dos chefes da Al-Qaeda, no Iraque. O ataque fez o então presidente colombiano, Álvaro Uribe, pedir em caráter reservado a Bush para receber o equipamento.
Entretanto, os norte-americanos não entregaram aos colegas de Bogotá os códigos de criptografia que permitiam comunicar o sistema de orientação das bombas aos cérebros eletrônicos guiados por GPS. Em 2007, operações realizadas com o novo sistema de bombas inteligentes provocaram a morte de dois líderes das Farc. Primeiro, Tomás Medina, o Negro Acacio, e, seis semanas mais tarde, Gustavo Rueda, o Martin Caballero.
Em 2008, a CIA localizou Reyes num acampamento no Equador, a pouco mais de 1,5 quilômetro da fronteira com a Colômbia. “Foi uma descoberta incômoda para a Colômbia e os EUA. Realizar um ataque significava que pilotos colombianos em aviões colombianos destruiriam um acampamento usando bombas construídas nos EUA e com um cérebro eletrônico controlado pela CIA”, destacou oWashington Post.
Em 2010, os EUA repassaram à Colômbia os códigos de criptografia das bombas inteligentes.
Guerrilheiros
Um tribunal do Estado da Virgínia, nos EUA, solicitou em novembro que a Colômbia extradite dois membros das Farc que fazem parte da equipe que negocia com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, segundo reportagem da edição desta sexta-feira do jornal colombiano El Tiempo. Os guerrilheiros Omar Retrepo e Adán Jimenez seriam responsáveis pela “Frente 36″ das Farc no Departamento (Estado) de Antioquia, no norte da Colômbia, e são acusados de tráfico de armas e de drogas, segundo documentos da Procuradoria-Geral da Colômbia, citados pelo jornal.
Em 2012, o presidente Santos baixou decreto que suspendeu todas as ordens de captura de membros das Farc que façam parte da equipe de negociação. O texto não suspende, porém, ações penais em andamento.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A OTAN, nas portas do Brasil? O que vao dizer os militares brasileiros? - Carlos Alberto Montaner

Na verdade, o autor deste artigo, um jornalista muito conhecido, mais preocupado com a Venezuela, sequer toca no Brasil ou no que podem pensar, ou deixar de pensar, seus militares e diplomatas.
Na verdade, já sabemos o que pensam alguns deles, os mesmos que tinha lamentado o Plano Colômbia que os EUA  montaram para ajudar os colombianos a combater os seus narcotraficantes, os terroristas das FARC, aliás aliados dos companheiros. Na época, Bill Clinton até chegou a propor a FHC que o Brasil participasse nesse esforço, o que tem todo sentido, uma vez que a droga dos narcoterroristas também entra, e em parte fica, no Brasil, junto com a do Peru, da Bolívia, etc. FHC declinou gentilmente de participar, pois sabia das debilidades e limitações das FFAA brasileiras, o que pode ter sido um erro, ou pelo menos uma perda de oportunidade.
Agora que a Colômbia deseja aprofundar os laços com a OTAN, o que vão dizer os anti-imperialistas brasileiros?
Vamos ver como reagem aos passos concretos que a Colombia empreender...
Paulo Roberto de Almeida

Colombia, Venezuela, OTAN: “Pa´que se acabe la vaina”

Infolatam
Miami, 9 junio 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER

(Infolatam).- El presidente Juan Manuel Santos se propone vincular Colombia a la OTAN, aunque sea por la puerta trasera. Me parece una iniciativa responsable.
La OTAN es la más formidable coalición militar de la historia. La creó Harry Truman en 1949 en medio de la Guerra Fría, cuando la URSS experimentaba su peor espasmo imperial. Aunque se llama Organización del Tratado del Atlántico Norte, la institución no toma demasiado en serio esa circunstancia geográfica. Italia, Grecia o Turquía radican en otro vecindario y forman parte del acuerdo.
En realidad, la OTAN no surgió para hacer la guerra, sino para evitarla. Truman, que leía a los clásicos y amaba la historia, solía repetir la frase latina: si vis pacem, para bellum. Si quieres la paz, prepárate para la guerra. Eso fue lo que hizo. Estaba bajo la influencia del pensamiento estratégico del joven diplomático George Kennan. Había que contener a la URSS, sin desatar otra guerra mundial, hasta que las contradicciones del colectivismo, la ineficiencia y la opresión la hicieran implosionar. Demoró unas cuantas décadas, pero sucedió.
Juan Manuel Santos tiene buenas razones para proteger a su país de los peligros potenciales de una guerra regional. Nicolás Maduro acaba de anunciar la creación de una milicia obrera de dos millones de soldados. Quiere fabricar uno de los mayores cuerpos armados del planeta. Es perfectamente lógico que sus vecinos se asusten. Esto se suma a las decenas de aviones de combate, tanques de guerra y sofisticados equipos antiaéreos que Venezuela lleva años acumulando. Armas, todas, que no son las adecuadas para mantener el orden interno ni enfrentarse a un enemigo local. Son equipos diseñados para librar guerras convencionales, presumiblemente contra otros países.
Hay una norma de oro que suele regular el modus operandi de las Fuerzas Armadas: “la forma define la función”. Cuando crecen, se desbordan y se hacen muy peligrosas. El momento en que el régimen cubano, con el apoyo soviético, pudo construir el ejército más poderoso de América Latina, se lanzó a las aventuras africanas y allí estuvo entre 1975 y 1990: la más larga operación militar internacional en la que ha participado un cuerpo militar de América (incluido Estados Unidos).
La manera más económica que tiene Colombia de impedir que Venezuela la arrastre a una guerra, como en el pasado amenazó Hugo Chávez, que hasta llegó a ordenar públicamente a sus generales que movieran los tanques y la artillería hasta la frontera, es colocarse bajo la protección simbólica de la OTAN.
Las otras dos opciones son peores. Una de ellas sería no hacer nada y arriesgar a la sociedad colombiana a un conflicto bélico, precisamente por la indiferencia del Estado ante un riesgo real. La otra, consistiría en iniciar una costosísima carrera armamentística que desangraría al país. Ya Colombia, como consecuencia de las acciones de las narcoguerrillas comunistas, es el país de América Latina que más recursos gasta en asuntos bélicos con relación a su PIB (un 3.8%). ¿Para qué invertir más dinero en ese campo cuando las necesidades de la sociedad son inmensas?
La OTAN tiene este disuasivo efecto benéfico. En general, evita las guerras. A lo que puede agregarse un factor pedagógico: induce un mejor comportamiento en los militares y, en cierta medida, genera una mayor subordinación a los gobiernos civiles. Por lo menos, eso fue lo que supuso el socialista español Felipe González cuando propició la asociación permanente de su país al organismo. Lo hizo en el referéndum convocado por su gobierno en 1986, pese a su rechazo original de 1981, cuando estaba en la oposición.
Evo Morales ha dicho que la iniciativa de Santos es una amenaza para su país. Pero Morales también aseguró que el Imperio Romano había atacado a Bolivia. Frente a Evo hay que recordar la cumbia de Carlos Vives: “¿Qué cultura va a tener, si nació en los cardonales?”. Moralito es así. Hay que entrar en la OTAN “pa´que se acabe la vaina”.

domingo, 7 de outubro de 2012

Farc: Colombia, Brasil e os amigos

Não tenho certeza de que seja exatamente o Brasil, ou o Itamaraty, que as Farc estão requisitando para o processo de paz. Talvez os narcoguerrilheiros estejam pensando nos companheiros do Foro de S.Paulo.

O Globo - Farc querem ter Brasil de mediador 

Um representante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no processo de paz, que começa dia 15 em Oslo, disse ao GLOBO que a guerrilha deseja contar com o Brasil nas negociações com o governo colombiano. O Itamaraty se disse pronto a ajudar.

Farc querem Brasil à mesa

Negociador da guerrilha defende participação do país no processo de paz com o governo

Por Vitor Sorano, repórter

O Globo, 3/10/2012
Apoio. Militares e helicóptero brasileiros usados no resgate de reféns libertados pelas Farc: apesar de fornecer armamentos à Colômbia, Brasil é visto com bons olhos pela guerrilha

Diálogo na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) defendem a participação do Brasil no processo de paz colombiano. "É um país que tem tido uma boa posição. Sobretudo, não declarou as Farc terroristas", justifica Marco León Calarcá, um dos quatro negociadores nomeados pela guerrilha para se sentarem à mesa de negociação. O primeiro encontro está previsto para ocorrer no dia 15 em Oslo. Depois, as reuniões continuam em Cuba, de onde Calarcá falou, por telefone, ao GLOBO.

No início do mês passado, o governo colombiano e a guerrilha anunciaram aquela que será a quarta tentativa de pôr um ponto final ao conflito, iniciado há 48 anos. A decisão tomada pelo governo do presidente Juan Manuel Santos significou uma guinada em relação à postura de confronto intransigente adotada pelo então presidente Álvaro Uribe (2002-2010), padrinho político de Santos e hoje uma das principais vozes críticas ao processo de paz.

- As Farc sempre quiseram tratar o problema nacional pelo diálogo e não pela guerra. Se as circunstâncias permitirem, esse será o caminho a seguir e esse será o caminho à paz - diz Calarcá, que nega o risco de que, uma vez firmado o acordo pela cúpula da guerrilha, grupos dissidentes possam manter vivo o conflito. - As determinações que se tomem  numa mesa são compromisso para toda a organização. Não há espaço para que isso aconteça.

O processo conta com o apoio direto de Venezuela, Cuba, Chile e Noruega. O Brasil ficou de fora. O presidente Santos ligou para a presidente Dilma Rousseff pouco antes de anunciar o acordo. Segundo uma fonte da diplomacia brasileira, a ausência brasileira não causa nenhum prejuízo e está de acordo com a política "de resultados, não de prestígio" adotada pelo país.

itamaraty "pronto a apoiar"

As Farc são consideradas uma organização terrorista pelos EUA (desde 1997) e pela União Europeia (desde 2002). Tanto Uribe como Santos tentaram convencer o Brasil a fazer uma declaração semelhante, mas sem sucesso. Isso fez com que o país ganhasse pontos com a guerrilha, como indica a declaração de Calarcá. Isso apesar de o Exército colombiano contar com aviões da Embraer para combatê-la, e de declarações como a feita pelo então ministro da Defesa Nelson Jobim, em 2010, de que receberia os guerrilheiros "à bala" se entrassem no Brasil.

Além disso, o acordo de cinco pontos discutirá temas como a questão agrária colombiana e o narcotráfico - a guerrilha, acusada por EUA e ONU de ser ativa no tráfico, é favorável à legalização das drogas, alegando ser uma forma de combater o fenômeno - além de prever a possibilidade de participação dos desmobilizados na política. Ou seja, caso o processo de paz dê certo, as Farc poderão emergir como um ator político convencional. Nessas condições, o peso brasileiro é outro atrativo.

- O Brasil é um dos países que têm importância latino-americana, que pode influir sobre a economia regional em eixos de grande alcance - diz Calarcá. - Nós sempre consideramos que são necessárias mudanças na vida colombiana e em todo o continente por igual. Se nos dão a possibilidade de fazer parte das decisões do país (Colômbia), bem-vinda seja.

Em nota, o Itamaraty afirmou que "o governo apoia o processo de negociação" e que, "na medida em que puder ajudar, o Brasil está pronto a continuar a apoiar o diálogo e as negociações."

Professora da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina) e bolsista do ipea, Monica Hirst avalia que uma eventual participação brasileira seria positiva para o país, inclusive no que toca ao pleito de uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Alguns analistas políticos afirmam que a recente chegada ao poder de governos de esquerda - como os liderados pelos ex-guerrilheiros Dilma Rousseff e José Mujica (no Uruguai) - é um dos estímulos à desmobilização das Farc. Calarcá vê o caso colombiano nesse contexto.

- O conflito colombiano com certeza parece muito com (os de) Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile.

O negociador das Farc também indica que não irá exigir que o cessar-fogo, um dos pontos do plano de paz, seja uma condição para os diálogos. Santos diz que não haverá tréguas.

- Tem que se chegar a isso no momento claro. Quando já houver todos os elementos em concordância e definidos na mesa, então se acordará como fazer o cessar-fogo - diz Calarcá.

Mas, enquanto Santos tem dito que o processo de paz será uma questão de "meses, não de anos", o negociador da guerrilha prefere rejeitar quaisquer limites de tempo.

- O importante é que o acordo saia, e não o tempo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Um momento de dor, para os companheiros...

Será que vão decretar luto partidário, enviar pêsames oficiais para a família (no caso, os demais companheiros de empreitada narcotraficante), solicitar negociações, homenagea-lo na próxima reunião do FSP?
Paulo Roberto de Almeida 

Colombia: Leader of FARC’s 5th Front dies in military operation

 09/08/2012
BOGOTÁ, Colombia – Maximiliano Bonilla Orozco, alias “Valenciano,” the head of the Revolutionary Armed Forces of Colombia’s (FARC) 5th Front, died in a military operation at the western Department of Chocó, authorities said.
The alleged terrorist spent 23 years in the guerrillas, authorities said, and was in charge of managing the finances and the production and recollection of cocaine paste produced in the areas of Cañón de Mulatos and Corregimiento de Saiza, in Chocó.
Authorities also announced on Aug. 8 that eight alleged FARC guerrillas turned themselves in to the navy in the town of Bocas de Satinga in the department of Nariño, which borders Ecuador.
The alleged terrorists are suspected of belonging to the “Daniel Aldana” column of the FARC.
The terrorist organization also is suspected of perpetrating an early morning attack on Aug. 8 against a rail line connecting the Cerrejón rail line in the northern department of La Guajira, which borders Venezuela.
[DPA, 08/08/2012; Eltiempo.com (Colombia), 08/08/2012; Caracol.com.co (Colombia), 08/08/2012]

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Do "ouro" de Moscou ao trafico de cocaina: o financiamento das guerrilhas na AL - Cesar Maia

"Ouro" era uma expressão: eram dólares, mesmo, entregues aos líderes dos partidos comunistas e às guerrilhas, desde que elas defendessem as posições da URSS. Depois da queda da União Soviética, a situação ficou difícil e alguns se reciclaram na criminalidade pura e simples, como os guerrilheiros colombianos, "prósperos" traficantes e sequestradores...
Foi o que restou. E tem gente que ainda os apoia, aqui mesmo no Brasil, não se sabe em nome do que. Um desses, por exemplo, tentou ser porta-voz, ou intermediário, das FARC. Em qalquer país decente, já teria sido chamado por uma comissão parlamentar. Menos neste país em que a ilegalidade se esconde (ou se exerce) nos lugares mais inesperados...

DE ONDE VINHA, E DE ONDE VEM AGORA O DINHEIRO DAS GUERRILHAS NA AMÉRICA LATINA!
Cesar Maia
Folha de S.Paulo, 31/07/2010

1. A questão central das guerrilhas sempre foi a de financiamento e logística. Afinal, armas e munição não caem do céu. A apropriação em combate no máximo conta-se em unidades. Por ideologia, a atração de recursos humanos e a motivação dos guerrilheiros podem ser resolvidas. Medicamentos, comida e uniformes, até se conseguem em ação. Nos anos 80 as guerrilhas de esquerda latino-americanas atingiam seu auge, inspiradas em Cuba, no Vietnã e na tomada de poder pelos sandinistas na Nicarágua em 1979.

2. Tive uma longa conversa, em Manágua, em 2006, com Éden Pastora -o mítico Comandante Zero-, que tomou o Palácio Nacional em 1978. Todo o encanto ideológico se desfez para ele no momento da ocupação do poder, quando as lideranças deram lugar aos parentes e amigos de Ortega, que governou até 1990 e voltou ao poder agora, num escabroso acordo.

3. O processo de paz com as guerrilhas de Guatemala, El Salvador e Honduras se deu na primeira metade dos anos 90, com celebração pela ONU. A entrega de armas e a paz seriam inevitáveis depois da queda do Muro de Berlim em 1989, da implosão do Pacto de Varsóvia e da desintegração da União Soviética em 1991. Com o término do subsídio soviético ao açúcar cubano e sem as fontes de financiamento da Europa Oriental, as guerrilhas centro-americanas foram perdendo fôlego. O processo de paz, liderado pela ONU, foi nesse sentido quase humanitário. A democratização veio com a superação das ditaduras de direita. As guerrilhas transformadas em partidos políticos.

4. Mas há exceções, ambas na América do Sul. As Farc e o ERP na Colômbia e o Sendero Luminoso no Peru. Nos três casos as fontes público-ideológicas de financiamento das guerrilhas foram substituídas por fontes "privadas". Primeiro as extorsões mediante sequestro, que passaram a somar milhares por ano, alcançando centenas de milhões de dólares. E em seguida o tráfico de cocaína. Inicialmente com as guerrilhas cobrando pedágio para a passagem da cocaína. E em seguida com elas mesmas dando proteção à produção de coca e cobertura aos traficantes.

5. A liquidação dos grandes cartéis de cocaína deu curso a sua pulverização, facilitando o "trabalho" das guerrilhas. Substituídas as fontes de financiamento públicas por "privadas", o "ouro de Moscou" pela cocaína, as guerrilhas se consolidaram nos anos 90, especialmente as da Colômbia. Que ainda estão aí oxigenadas pela cocaína.

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En Colombie, le nouveau président Santos défié par une attaque des FARC
Marie Delcas - Bogota, correspondante
Le Monde, 02.08.2010

Cinq policiers et un soldat colombien ont été tués vendredi dans le sud du pays, au cours d'une embuscade attribuée par les autorités aux Forces armées révolutionnaires de Colombie (FARC). Quelques heures plus tôt, dans une vidéo diffusée sur Internet, le chef de cette guérilla, Alfonso Cano, proposait d'engager des négociations de paix avec le futur gouvernement.

Cette attaque intervient alors que le président Juan Manuel Santos, élu le 20 juin, doit prendre ses fonctions le 7 août. "Les portes du dialogue ne sont pas fermées", a déclaré le futur vice-président Angelino Garzon. Il a toutefois posé comme condition à l'ouverture d'éventuels pourparlers avec la guérilla la libération de tous les otages et la cessation des violences.

"Alfonso Cano est un tueur qui joue les idéologues dans les médias", a déclaré dimanche le président sur le départ. Partisan de la manière forte, Alvaro Uribe continue de fustiger les guérilleros qu'il s'était juré d'anéantir. Mardi 27 juillet, il appelait ses concitoyens à déjouer "le piège de la paix, tendu par terroristes".

DES TENSIONS AVEC LE VENEZUELA
La proposition des FARC intervient en pleine crise diplomatique avec Caracas. En réponse aux accusations de Bogota concernant la présence de chefs et de camps guérilleros en territoire vénézuélien, le président Hugo Chavez a rompu les relations diplomatiques le 22 juillet.

M. Chavez qui affirme avoir militarisé la frontière accuse M. Uribe – "laquais des Américains" – de vouloir préparer une guerre contre le Venezuela. "Mon objectif suprême est de l'éviter", a martelé Hugo Chavez, dimanche 1er août. La Colombie dément toute intention offensive.

Réunie jeudi 29 juillet à Quito en session extraordinaire, l'Union des nations sud-américaines (Unasur) a échoué a régler le différend. Hugo Chavez a affirmé détenir un "plan de paix pour la Colombie", sans en révéler le contenu. Dimanche 25 juillet, il avait publiquement appelé les FARC – qui sont dans le maquis depuis plus de quarante ans – à déposer les armes.

Datée de "juillet 2010", la vidéo des FARC montre un Alfonso Cano vieilli mais tranquille. "Nous avons toujours été attachés à la recherche de solutions politiques", affirme Alfonso Cano qui, depuis 2008, dirige l'organisation. Selon lui, les précédentes tentatives de dialogue ont échoué faute de "volonté pour trouver des solutions". Et de rappeler que "les innombrables gouvernements qui ont promis d'en finir avec le conflit armé par la voie militaire ont également échoué".

L'ESSOUFFLEMENT DE LA GUÉRILLA
L'organisation armée veut discuter réforme agraire, réforme politique et modèle économique. "Rien de très nouveau si ce n'est que, cette fois, les FARC ne mettent pas de conditions à l'ouverture du dialogue, remarque l'analyste Leon Valencia. La guérilla a perdu l'illusion de prendre le pouvoir par les armes."

Huit ans d'une lutte sans merci menée par Alvaro Uribe ont affaibli les FARC, sans en venir à bout. De source officielle, les guérilleros sont aujourd'hui moins de 8 000 hommes en armes contre 20 000 en 2002. Dans le sud-ouest du pays, l'armée talonne Alfonso Cano depuis des semaines. Plusieurs campements de l'"anneau de sécurité" du grand chef des FARC ont été démantelés.

Sur ce dossier comme sur d'autres, M. Uribe a du mal à cacher son agacement face à "l'indépendance" – c'est le terme des médias – de son ex-ministre de la défense, héritier désigné et successeur. Juan Manuel Santos avait fait campagne en promettant de continuer l'œuvre de son mentor. "Si les FARC veulent la paix, ils doivent être capable de dire ‘c'en est fini de cette violence qui n'a plus de sens', déclare son vice-président Garzón. S'ils le font, soyez sûrs que le gouvernement de Juan Manuel Santos fera preuve d'une immense générosité pour construire la paix, le pardon et la réconciliation, tout en respectant les droits des victimes."

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dois amigos em conflito na Colombia: espaço para mediacao criativa...

Leio, em em fontes de informação colombianas, o que segue (resumindo uma história bem mais movimentada):

FARC y ELN se enfrentan a balazos por control de región cocalera: 20 muertos
Cronica Viva
Jueves, 03 Junio 2010 (BBC Mundo)

BOGOTA - Guerrilleros de de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) y del Ejército de Liberación Nacional (ELN) se enfrentaron en la zona cocalera del Arauco que, de acuerdo a un diputado , dejó por lo menos 20 muertos y decenas de heridos, en una convulsionada zona del oriente y fronteriza con Venezuela donde se ubican numerosos campamentos de los narcotraficantes.
Los choques, que comenzaron el pasado fin de semana, se deben a la disputa entre esas dos guerrillas por el control de una región con ricos yacimientos petroleros, hatos ganaderos y actividades de narcotráfico, informó la cadena británica.

Colombia: nueve muertos en combates entre las FARC y ELN
América Economia

Los enfrentamientos se registraron en zona rural del municipio de Arauquita, en una zona fronteriza con Venezuela, por el control de una zona estratégica para el narcotráfico.

Bogotá. Nueve presuntos guerrilleros izquierdistas murieron el martes en el noreste de Colombia en combates entre las FARC y el ELN, parte de una confrontación entre los dos grupos rebeldes por el control de una zona estratégica para el narcotráfico, informó un oficial.
El comandante de la 18º brigada del Ejército, general Rafael Neira, dijo que los enfrentamientos se registraron en zona rural del municipio de Arauquita, en el departamento de Arauca, fronterizo con Venezuela.
"Los enfrentamientos entre las dos facciones terroristas dejan nueve muertos que son miembros de uno u otro de los bandos enfrentados", explicó Neira en una comunicación telefónica con Reuters.
El oficial sostuvo que los combates se produjeron entre rebeldes de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) y del Ejército de Liberación Nacional (ELN), que desde hace años mantienen una confrontación en varias regiones del país que ha dejado cientos de muertos.
La guerra se reactivó después de meses de una tregua declarada por los máximos comandantes de las FARC y del ELN que anunciaron que después de una negociación habían llegado a un acuerdo para poner fin a la disputa y unir sus frentes para combatir contra las Fuerzas Armadas del gobierno.
El departamento de Arauca, en donde se registraron los combates, es una próspera región petrolera y ganadera, que por años fue controlada política y militarmente por los dos grupos guerrilleros.
Pero las columnas rebeldes fueron obligadas a replegarse a apartadas zonas montañosas y selváticas por una ofensiva militar que ordenó el presidente Alvaro Uribe desde que asumió el poder en 2002 y que ha contado con el apoyo de Estados Unidos.
La ofensiva permitió reducir los asesinatos, las masacres, los secuestros, los asaltos a pueblos y los ataques contra la infraestructura económica del país.
En Arauca eran frecuentes los ataques con explosivos por parte de la guerrilla contra un importante oleoducto e instalaciones petroleras, pero la estrategia de seguridad respaldada por Estados Unidos permitió reducir las hostilidades.

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Uma observação e uma sugestão:
1) Por que será que esses enfrentamentos entre grupos armados rivais (que já foram aliados em certo Foro de discussões inocentes) se dão no "departamento de Arauca, fronterizo con Venezuela"? Antigamente a guerrilha operava em outras regiões...
2) Como é lamentável ver esse tipo de enfrentamento, qualquer enfrentamente, perda de vidas humanas, ameaças à paz, se poderia pensar em alguma grande mediação para trazer novamente a paz a essa região conflagrada. Pode-se inclusive fazer apelo a gente preparada e disposta a enfrentar os dossiês mais espinhosos, gente que se desloca de um continente a outro apenas para mostrar o poder do diálogo e do entendimento...
(PRA)