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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Uma carreira na diplomacia para jovens estudantes - Paulo Roberto de Almeida

Uma carreira na diplomacia para jovens estudantes


Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.me; diplomatizzando.blogspot.com)
Respostas a questões colocadas por organizadores do ExplicaENEM.


Apresentação do convidado

Indicar os principais títulos e atuações profissionais a serem mencionados.
PRA: Doutor em Ciências Sociais, mestre em desenvolvimento econômico; diplomata de carreira desde 1977l; professor nos programas de mestrado e doutorado em Direito do Uniceub. Outras informações em minha página (www.pralmeida.org).

Como surgiu o interesse em ingressar na carreira diplomática e qual foi o caminho traçado para chegar ao Ministérios das Relações Exteriores?

Formação prévia, preparação para o concurso, quanto tempo de preparação. 
PRA: Minha trajetória para a diplomacia é provavelmente inédito; nunca pensei em ser diplomata até ver um anúncio no jornal abrindo inscrições para os exames de ingresso; minha intenção era apenas a de ser um acadêmico como milhares de outros, mas sem ver concursos abertos, quando retornei de um logo período no exterior, na Europa, de 1970 a 1977 – quando fiz graduação, mestrado e iniciei o doutoramento –, decidi tentar os exames do Itamaraty, mas não exatamente como estudante do Instituto Rio Branco, mas um concurso direto para ingressar imediatamente na carreira, o que foi excepcional no período de 70 anos no Instituto Rio Branco: entre 1975 e 1979 se fizeram concursos diretos, ao lado dos vestibulares do IRBr. Não houve praticamente preparação nenhuma; fiz os exames com as leituras acumuladas ao longo da vida.

Como ingressar na carreira diplomática?

Como funciona o CACD: frequência de realização do concurso; eixos de conhecimento necessários para realização da prova.
PRA: Todas as informações sobre o concurso de admissão à carreira diplomática estão disponíveis na página do IRBr: http://www.institutoriobranco.itamaraty.gov.br/ ; mais especificamente neste link: http://www.institutoriobranco.itamaraty.gov.br/concurso-de-admissao-a-carreira-de-diplomata; a prova é anual, e as vagas são determinadas pela existência de cargos não preenchidos na fase inicial da carreira, ou seja, terceiro-secretário, de um total de seis graus até ministro de primeira classe. As provas são as conhecidas: primeira fase, com teste eliminatório nas matérias de língua portuguesa; língua inglesa; história do Brasil; história mundial; política internacional; geografia; economia; e direito e direito internacional público; segunda fase com provas classificatórias e eliminatórias, escritas, de: língua portuguesa; língua inglesa; história do Brasil; geografia; política internacional; economia; direito e direito internacional público; e língua espanhola e língua francesa.

Quem pode fazer a prova?
PRA: Os requerimentos constam do edital: acima de 18 anos, estar em ordem com os requisitos formais de concursos públicos, curso superior completo, etc.

Existe algum curso superior que favoreça a realização da prova?
PRA: Certamente, aqueles que espelham, grosso modo, as matérias exigidas, ou seja, humanidades de forma geral, e ciências sociais aplicadas; o que significa, por puro bom senso, cursos de RI, mas também Direito, Economia, Ciências Sociais, etc. 

Como funciona na prática a carreira diplomática?

Quanto ganha um diplomata em início de carreira hoje?
PRA: O salário bruto é de pouco mais de R$ 19 mil, sobre o qual se aplicam os descontos de praxe (Imposto de Renda, etc.). Informações estão disponíveis neste link: http://www.institutoriobranco.itamaraty.gov.br/perguntas-frequentes.

Como é a formação de Diplomatas no Instituto Rio Branco?
PRA: Repete um pouco as matérias do concurso de ingresso, mas existe reforço nas línguas e novas matérias de caráter profissionalizante: consular, etc.
Quais os cargos e principais exigências para a promoção na carreira diplomática.
PRA: Antiguidade, ter servido no exterior, e cursos intermediários; CAD, para segundos secretários, e CAE, para conselheiros; estar no Quadro de Acesso (que representa 25% da classe; para o qual se vota horizontalmente e verticalmente).
Como funciona a política de remoção do MRE?
PRA: As vagas são publicadas, as pessoas se candidatam e se procura atender demandas pessoais em acordo com os interesses da Administração; existe rotatividade entre os postos no exterior, de A para B, C, D ou E, segundo a qualidade do posto.
Diplomatas podem trabalhar no Brasil?
PRA: Não no setor privado, a menos que seja no magistério. Existe uma legislação sobre conflito de interesses, o que dificulta exercício de outras atividades.

Quais as principais vantagens existentes em ser um Diplomata?

PRA: Para quem é nômade, ou gosta de novidades, as oportunidades são imensas: a cada 3 anos aproximadamente, se está mudando de país, alternando os mais diversos horizontes geográficos e linguísticos, culturas e horizontes políticos. Ou seja, o diplomata nunca vai se aborrecer fazendo o mesmo trabalho anos seguidos. A variedade pode até ser mais rápida na Secretaria de Estado, pois pode-se negociar um trabalho na área política, econômica, consular, jurídica, multilateral, regional, bilateral, científica, etc. O aprendizado de novas línguas é quase natural: os filhos podem ser trilíngues ou mais; se adquire um enorme conhecimento do mundo, e das relações entre povos. 

Quais desafios o Sr. enxerga atualmente para quem quer ingressar na carreira diplomática?

PRA: A concorrência é enorme, daí que apenas os melhor preparados conseguem, o que explica a elevação da idade média de ingresso na carreira, de 24 anos, duas décadas atrás, para aproximadamente 29 atualmente. Mas tudo depende da preparação do candidato, o que não é o resultado de um cursinho rapidamente feito, e sim uma trajetória de estudos dedicados ao longo de anos. 

Algumas dicas para quem quer seguir a carreira diplomática

PRA: Em primeiro lugar, é preciso ter vocação, e não apenas o desejo de fazer concurso público para ter estabilidade na carreira; existem muitos desafios na carreira, como a de servir em postos de sacrifício, não apenas pessoal, mas familiar. Em segundo lugar, estar disposto a trocar uma vida calma, na graduação, por uma preparação árdua, complexa, verdadeiramente exigente. É preciso ter em mente que se vai viver quase dois terços da vida profissional no exterior, em diversos postos, e para isso é preciso uma predisposição para aceitar todo tipo de desafios, e não só pessoais, para a família também, que será obrigada a seguir o diplomata para onde ele for. 
Pessoalmente já respondi esse tipo de questão dezenas de vezes, ao longo das últimas duas ou três décadas, ainda recentemente. Organizei meus trabalhos a esse respeito num trabalho que também remete a todos os meus outros textos sobre aspectos diversos da carreira, ingresso, desenvolvimento, exigências, peculiaridades, etc., neste link: 
3683. “Preparação para a carreira diplomática: uma conversa com candidatos”, Brasília, 29 maio 2020, 2020, 6 p. Conversa online com candidatos à carreira diplomática, sobre as seguintes questões: 1) O que fez o senhor decidir ser diplomata?; 2) Como foi sua jornada para passar o CACD?; 3) Quais são os diferenciais para passar o concurso?; 4) Como o candidato deve abordar as atualidades em seus estudos?;  5) Como deveria ser o mindset para o estudo dos idiomas?; 6) Como foi o Instituto Rio Branco?; 7) O que se aprende por lá?; 8) Como é a vida no exterior?; 9) Como muda em relação a Brasília? Elaborada lista de trabalhos que se encaixam nos critérios solicitados. Divulgado no blog Diplomatizando (29/05/2020; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/preparacao-para-carreira-diplomatica.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/43192887/Preparacao_para_a_carreira_diplomatica_uma_conversa_com_candidatos_2020_).

Depois desse trabalho, respondi às questões em podcast, aqui registrado: 

3684. “Um diplomata desvio padrão: podcast para candidatos à carreira”, Brasília, 29 maio 2020, Audio Mpeg da Apple 1:31:13, 37, 2MB. Podcast gravado sobre os pontos enunciados no trabalho n. 3683. Disponível no Dropbox (link: https://www.dropbox.com/s/0kd91ucpgmlkhgn/3684DiplomataDesvioPadraoPodcast.m4a?dl=0); anunciado no blog Diplomatizzando (30/05/2020; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/uma-conversa-com-candidatos-carreira.html).

Convido todos a lerem alguns dos trabalhos ali compilados.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de junho de 2020
Disponível no blog Diplomatizzando (link: ).


terça-feira, 6 de março de 2018

Carreira diplomatica: questionario e questoes de candidatos (2009 e 2012)

Um texto antigo, mas que me foi relembrado por uma "enésima" questão sobre a carreira diplomática. Desta vez transcrevo minhas respostas a um questionário, e remeto a arquivo de algumas dezenas de páginas na plataforma Academia.edu contendo minhas respostas a novos questionamentos e dúvidas, ademais de comentários diversos sobre a mesma questão.

Carreira Diplomática: respondendo a questões de candidatos (+comentários)

Paulo Roberto de Almeida
Texto principal de 2009
Questões e comentários subsequentes

QUINTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2009

1112) Carreira Diplomática: respondendo a um questionário

Carreira Diplomática: respondendo a um questionário
Paulo Roberto de Almeida (
www.pralmeida.org)
Respostas a questões colocadas por graduanda em administração na UFSC.

1. Como você se sente por ter escolhido essa profissão (área de atuação)?
PRA: Bastante bem: de certa forma, a profissão me escolheu, posto que desde muito cedo comecei a viajar, primeiro pelo Brasil, depois pela América do Sul e, finalmente, ao completar 21 anos, decidi estudar na Europa, por meus próprios meios e obtendo meus próprios recursos. Foi uma escolha que me preparou para uma vida nômade e aventureira e nunca me arrependi de ter-me lançado ao mundo em fase ainda precoce e sem sequer ter terminado o segundo ano da graduação. Como minha intenção era estudar fora do Brasil, pode-se dizer que realizei meu intento. Quando regressei ao Brasil, depois de quase sete anos na Europa, eu já estava preparado, digamos assim, para tornar-me diplomata. Mas, antes, não tinha pensado: “tropecei” com a carreira, se ouso dizer. Até então, eu só queria derrubar o governo militar.

2. Como você descreveria a sua profissão?
PRA: Uma burocracia de alto nível de qualificação técnica com ampla abertura para as humanidades e o conhecimento especializado. Trata-se, simplesmente, da mais intelectualizada carreira na burocracia federal, combinando aspectos da carreira acadêmica, da pesquisa aplicada e da elaboração de decisões em ambiente altamente competitivo, tanto interna, quanto externamente. Uma elite, como se costuma dizer.

3. Qual sua formação acadêmica? Você considera que ela foi fundamental para o sucesso profissional?
PRA: Ciências Sociais, ou humanidades, no sentido lato, e acredito que ela foi fundamental no ingresso e sucesso na carreira escolhida. Desde muito cedo inclinei-me para os estudos sociais, com forte ênfase na história, na política e na economia, complementados por uma dedicação similar a geografia, antropologia, línguas e cultura refinada, de uma maneira geral. Sou basicamente um autodidata e creio que isso facilitou-me enormemente o ingresso na carreira, pois quase não necessitei de muito estudo para os exames de ingresso. Aliás, entre a decisão de fazer o concurso (direto, no meu caso) e o ingresso efetivo, decorreram pouquíssimos meses (três). 

4. Quais as principais dificuldades enfrentadas para conseguir passar no concurso?
PRA: Direito e Inglês, posto que eu havia estudado amplamente todas as demais matérias, mas não Direito, e todos os meus estudos foram feitos em Francês, que eu dominava amplamente. Mas, meu Inglês era muito elementar, servindo tão somente para leituras. Acho que passei raspando nessas duas matérias, nas outras fui bem.

5. Quando você iniciou sua carreira você tinha definido alguns objetivos e metas de onde queria chegar?
PRA: Não especialmente: nunca fui carreirista, no sentido tradicional do termo, e não me preocupava em ser embaixador ou ocupar qualquer posto de distinção. O que me seduzia era a profissão em si, a mobilidade geográfica, o conhecimento de novos países, a possibilidade de estar sempre aprendendo, estudando, viajando. Sou basicamente um estudioso, um observador da realidade, um “compilador” de informações e análises e um escritor improvisado. Todo o resto me é secundário.

6. Como você integra as diversas esferas de sua vida (trabalho, família, lazer, esporte, cursos, etc.)? Está satisfeito?
PRA: Imenso sacrifício para consegui fazer tudo aquilo que tenho vontade, pela simples razão que eu tenho vontade de ler tudo, o tempo todo, em qualquer circunstância, assim como tenho vontade de viajar, de participar de atividades acadêmicas e intelectuais, tendo ao mesmo tempo de me desempenhar em funções atribuídas pela burocracia no meio de tudo isso. Ora, é praticamente impossível conciliar tantas vontades, e ainda ser um marido perfeito, um pai de família perfeito e outras coisas da vida social e relacional. Em síntese, esses outros aspectos foram de certa forma sacrificados no empenho pessoal em ler, estudar e escrever. Reconheço essas imperfeições, mas não se pode ter tudo na vida: escolhas são inevitáveis, e as minhas estão do lado da leitura, do saber e da escrita. São atividades nas quais eu me realizo plenamente. Em outros termos, ninguém consegue integrar todos os seus interesses perfeitamente, e algum aspecto (ou vários) acaba sempre sendo sacrificado; no meu caso, são horas de sono, de lazer, de simples far niente, e também certa negligência familiar, reconheço. Não pratico esportes, a não ser caminhadas moderadas, já em idade madura. Pratico leituras, com alguma intensidade, eu diria intensíssima, e sobretudo o gosto da escrita. No mais, sou um pouco eremita...

7. Quais os períodos de sua carreira que você mais gostou?
PRA: Todos, pois em todos e em cada um eu fiz aquilo que mais gosto: viajar, muito, intensamente, ler, também intensamente, escrever, observar, aprender, em toda e qualquer circunstância, mesmo em situações difíceis de abastecimento, conforto, restrições monetárias ou outras. Toda a minha carreira me trouxe algo de bom, mesmo em situações temporariamente de sacrifício. Nunca deixei de fazer aquilo que mais gosto, e que já foi descrito anteriormente.

8. Quais os períodos de sua carreira que você menos gostou?
PRA: Numa ou noutra situação, alguns postos apresentam dificuldades materiais, desconfortos psicológicos, desafios razoáveis: por pequenos momentos, chega-se a desejar voltar ao Brasil e retornar à rotina burocrática do cerrado central, onde os atrativos são menores, mas também as surpresas. De toda forma, sempre aproveitei os momentos de dificuldade para refletir e escrever, como sempre, aliás.

9. Dentro da perspectiva de sua carreira tem alguma coisa que você gostaria especialmente de evitar?
PRA: Sim, talvez eu devesse ter dedicado menos atenção aos livros e mais às pessoas, mas essas são escolhas que fazemos deliberadamente, por opções próprias, pensadas ou não. Quem tem a compulsão pela leitura e pela escrita, não consegue acalmar-se a menos de satisfazer o seu “vicio”, daí o sacrifício de outros aspectos da vida social que muita gente valoriza em primeiro lugar. Por outro lado, nunca, na carreira, fui obrigado a assumir obrigações que eu mesmo não desejasse assumir, como por exemplo trabalhar em áreas para as quais eu não me sinto talhado nem tenho a mínima vontade de experimentar: administração, por exemplo, ou cerimonial, ou talvez ainda consular. São áreas nas quais eu provavelmente me sentiria infeliz, pois o meu terreno natural são os estudos, de qualquer tipo: geográfico, político, econômico, cultura, antropológico, no sentido amplo. Todas as áreas funcionais de caráter geográfico, político ou sobretudo econômico me servem perfeitamente. Aliás, nunca me pediram para trabalhar em áreas nas quais eu não gosto, e se me pedissem eu não teria nenhuma hesitação em recusar, mesmo podendo incorrer em alguma falta funcional ou ser sancionado por isto. Sou um pouco anarquista, e não gosto de fazer o que me mandam e sim o que eu decido e gosto de fazer. 
Por outro lado, jamais me pediram para escrever ou dizer algo que violentasse minha consciência, e eu não hesitaria um segundo em recusar-me terminantemente, como algumas vezes me recusei a defender determinados pontos de vista, que não eram os meus. Por outro lado, jamais enfrentei a obrigação de escrever naquele estilo clássico, ou chatérrimo, que é o diplomatês habitual, cheio de adjetivos hipócritas e de pura formalidade vazia: não tenho espírito, paciência nem disposição para esse tipo de enrolação. Costumo escrever o que penso, sem qualquer concessão a formalismos. Sobretudo, não costumo produzir bullshits, muito freqüentes nesta profissão...

10. Você tem objetivo em longo prazo na sua carreira? Você tem uma visão de futuro profissional?
PRA: Acredito que o diplomata deve servir antes à Nação do que a governos, deve defender valores, e não se subordinar a teses momentaneamente vitoriosas que por alguma eventualidade confrontem esses valores. Já escrevi algo a esse respeito, e remeto a meu trabalho: “Dez Regras Modernas de Diplomacia” (Chicago, 22 jul. 2001; São Paulo-Miami-Washington 12 ago. 2001, 6 p., n. 800; ensaio breve sobre novas regras da diplomacia; revista eletrônica Espaço Acadêmico, a. 1, n. 4, setembro de 2001; link: http://www.espacoacademico.com.br/004/04almeida.htm).

11. Você se considera realmente bom em quê? Quais são seus pontos fortes? E como você aproveita seus pontos fortes no seu trabalho?
PRA: Creio que sou capaz de fazer análises contextuais que envolvam conhecimento histórico, embasamento econômico e situação política, ou seja, tenho instrumentos analíticos e amplos conhecimentos que me permitem situar qualquer problema (ou quase) em um contexto mais amplo, e daí extrair alguns elementos de informação para a instrução de um processo decisório que tenha em conta o interesse nacional. Toda a minha vida eu estudei o Brasil e o mundo, visando tornar o primeiro melhor, num mundo que nem sempre é cooperativo. Registre-se que eu não pretendo tornar o Brasil melhor para si mesmo, ou seja, uma grande potência ou qualquer pretensão desse gênero, que encontro simplesmente ridícula. Eu pretendo tornar o Brasil melhor para os brasileiros, ponto. Contento-me apenas com isso. Minha perspectiva, a despeito de ser um funcionário de Estado, não é a do Estado. Não pretendo trabalhar no Estado, para o Estado, com o Estado: minha perspectiva é a dos indivíduos concretos, e meus objetivos são promover os indivíduos, se preciso for contra o Estado. Não tenho nenhum culto ao Estado e nem pretendo torná-lo maior ou mais poderoso, apenas mais eficiente para servir aos indivíduos, não a si mesmo. Desespera-me essas pretensões nacionalistas estatizantes, pois elas se fazem, em geral, em detrimento do bem-estar individual da maior parte dos cidadãos.
Por outro lado, não me considero patriota, no sentido corriqueiro do termo. Sou brasileiro por puro acidente geográfico, pois poderia ter nascido em qualquer outro país ou em qualquer outra época, por puro acaso. Gostaria de reiterar esse ponto, com toda a ênfase que me é permitida. Não sou dado a patriotismos, nem a chauvinismos ultrapassados e ridículos. A nacionalidade, repito, é um acidente geográfico, ou talvez seja a naturalidade, da qual decorre a primeira. Parto do pressuposto da unidade fundamental e universal da espécie humana. Sou brasileiro, como poderia ter sido esquimó, hotentote ou pigmeu, e ninguém seria responsável por esses acasos demográficos, nem mesmo meus pais, posto que ninguém “fabrica” uma pessoa com base em especificações pré-determinadas. Somos em parte o resultado da herança genética (em grande medida, talvez mais do que o indicado ou desejável, mas talvez não a parte mais decisiva de nossas personalidades); em parte o resultado do meio social e cultural no qual crescemos, e das influências que experimentamos involuntariamente em diversas etapas formativas de nosso caráter; e em parte ainda (o que espero mais substancial ou importante), somos o produto de nossa própria formação ativa, dos estudos empreendidos e dos esforços que fazemos nós mesmos para moldar nossas vidas, nosso estilo de comportamento e nossa maneira de pensar, com base em escolhas e preferências que adotamos ao longo da vida. Devemos sempre assumir responsabilidade pelo que somos, e jamais atribuir ao meio ou a qualquer herança genética determinados traços que podem eventualmente revelar-se menos funcionais para nosso desempenho profissional ou intelectual.
Meus pontos fortes, portanto, são minha capacidade analítica, meus conhecimentos acumulados e meu devotamento à causa dos indivíduos, não dos Estados, e sempre tento passar esses pontos à frente de qualquer outra consideração. Não hesito em defender meus pontos de vista, mesmo contra meus interesses imediatos, que poderiam recomendar uma acomodação com a situação presente – a lei da inércia é uma das mais disseminadas na humanidade – ou com autoridades de qualquer tipo. Não costumo fazer concessões a autoridades apenas para obter vantagens pessoais, e acho essa atitude basicamente correta (ainda que a um custo por vezes enorme no plano pessoal). Talvez seja teimosia de minha parte, mas considero isso antes uma virtude, do que um defeito. Enfim, tendo concepções fortes sobre determinados temas, me é muito mais fácil preparar e expor posições do interesse do Brasil, com base em conhecimentos previamente acumulados, o que me dispensa de longas pesquisas ou buscas em arquivos.

12. Quais são seus pontos fracos?
PRA: Devo ter (e tenho) vários, sendo os mais evidentes essa introversão habitual, essa preferência ao convívio com os livros, mais do que a convivência com pessoas, uma certa arrogância intelectual (que reconheço plenamente), derivada de leituras intensas e de uma imensa acumulação de conhecimentos e informações – que em excesso podem ser prejudiciais, dizem alguns – essa pretensão a saber mais do que os outros (o que em parte é verdade, pela simples intensidade de leituras, mas os outros não gostam que se lhes confronte os argumentos, obviamente). Por outro lado, não tenho nenhum respeito pela hierarquia ou pela autoridade, o que muitos consideram um defeito (mas não eu, dado meu anarquismo particular). Não sou de respeitar o argumento da autoridade, mas apenas a autoridade do argumento, a lógica impecável, e a decisão bem formulada, posto que empiricamente embasada, tecnicamente sólida, com menor custo-oportunidade ou a melhor relação custo-benefício. Enfim, sou um racionalista, e detesto impressionismos e subjetivismos, o que é muito fácil de encontrar em quaisquer meios. Daí choques inevitáveis com determinadas pessoas que pretendem mandar a partir de sua vontade exclusiva, não de um estudo aprofundado de situação. Enfim, ser rebelde assim deve ser um defeito...

13. O que você mais deseja na sua carreira?
PRA: Todos somos egocêntricos ou narcisistas em certa medida. Todos queremos reconhecimento e prestígio, por mais que se diga o contrário. Todos queremos ser elogiados e premiados (no meu caso não monetariamente ou em qualquer aspecto material). Assim, desejo ser reconhecido não necessariamente como um bom diplomata, mas simplesmente como um bom cidadão, alguém que cumpre seus deveres e atua conscienciosamente em benefício da maioria (que calha de ser o povo brasileiro, mas poderia ser qualquer outro, pois como disse, eu me coloco do ponto de vista dos indivíduos, não do Estado). Gostaria de ser reconhecido como estudioso, como esforçado e, sobretudo, como alguém comprometido com o bem comum. Pode ser vaidade, mas é assim que vejo minha carreira, que para mim não é uma simples carreira de Estado, mas sim uma atividade que me coloca no centro (ou pelo menos numa das agências) do Estado, ali colocado para servir a pessoas, não a instituições abstratas. 
Gostaria que se dissesse de mim, em algum momento futuro: foi um funcionário dedicado, foi um homem bom, esforçado, devotado ao bem comum, sobretudo foi correto consigo mesmo e com todas as instâncias de interação social ou profissional. Praticou a honestidade intelectual e se esforçou para fazer do Brasil e do mundo lugares melhores do que aqueles que encontrou em sua etapa inicial de vida. 

14. O que você pensa que acontecerá à sua carreira nos próximos dez anos?
PRA: Nada de muito relevante, posto que não sou carreirista e não faço da carreira o centro de minhas preocupações intelectuais ou sequer materiais. Estou na carreira diplomática, como poderia estar na academia ou em alguma outra atividade que tenha a ver com o estudo, o esforço intelectual, a análise e a elaboração de propostas. Sou basicamente um intelectual e a carreira para mim é secundária. Provavelmente vou me aposentar nos próximos dez anos, e aí dispor de todo o meu tempo livre para me dedicar àquilo de que mais gosto: leitura, redação, um pouco de aulas e palestras, viagens, alguns prazeres materiais (como a gastronomia, ou a gourmandise, por exemplo) e espero ter condições físicas de continuar escrevendo, ensinando e colaborando com a elevação intelectual da sociedade pelo maior tempo possível. Se me sobrar tempo gostaria de consertar algumas coisas que encontro muito erradas no Brasil, como por exemplo: a corrupção (generalizada em todas as esferas), a desonestidade intelectual nas academias, a miséria material de grande parte da população (que decorre, em minha opinião, de políticas erradas e do excesso de poderes conferidos ao Estado), enfim, tudo aquilo que sabemos errado em nosso País. 

15. O que você aconselharia para alguém que estivesse iniciando na mesma área?
PRA: Seja estudioso, dedicado, honesto intelectualmente, esforçado no trabalho, um pouco (mas apenas um pouco) obediente, inovador, curioso, questionador – mas ostentando um ceticismo sadio, não uma desconfiança doentia –, tente aprender com as adversidades, trate todo mundo bem (e, para mim, da mesma forma, um porteiro e um presidente), não seja preguiçoso (embora dormir seja sumamente agradável), cultive as pessoas, mais do que os livros (o que eu mesmo não faço), seja amado e ame alguém, ou mais de um... Enfim, seja um pouco rebelde, também, pois a humanidade só avança com aqueles que contestam as situações estabelecidas, desafiam o status quo, tomam novos caminhos, propõem novas soluções a velhos problemas (alguns novos também). No meio de tudo isso, não se leve muito a sério, pois a vida é uma só – sim, sou absolutamente irreligioso – e vale a pena se divertir um pouco. Tudo o que eu falei ou escrevi acima, parece sério demais. Não se leve muito a sério, tenha tempo de se divertir, de contentar a si mesmo e os que o cercam.

Brasília, 21 de maio de 2009.


quarta-feira, 28 de março de 2012

Carreira Diplomatica: respondendo a questionamentos

Texto das perguntas e respostas postado na plataforma Academia.edu (06/05/2018; link: http://www.academia.edu/36092063/Carreira_Diplomatica_respondendo_a_questoes_de_candidatos_comentarios).

sábado, 3 de fevereiro de 2018

O que faz um diplomata, exatamente? - Paulo Roberto de Almeida

Um texto de mais de dez anos atrás, que de vez em quando é acessado pelos interessados na carreira diplomática.
Eu estava sendo levemente irônico na maior parte das respostas, pelo que espero ser perdoado pela maior parte dos candidatos...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3 de fevereiro de 2018

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006


153) O que faz um diplomata, exatamente?


Muito freqüentemente sou solicitado, por interessados na carreira diplomática, geralmente jovens, a pronunciar-me sobre a natureza exata do trabalho diplomático. As dúvidas são muitas e a curiosidade infinita. Ainda assim tento responder a cada um da melhor forma possível, mas novas demandas se repetem, com perguntas usualmente similares. Como exemplo típico desse gênero de questionamento, transcrevo mensagem enviada hoje (11.01.06), que tentarei responder em seguida:
“Ainda falta um pouco para eu me decidir por este caminho (a diplomacia), por isso vim lhe pedir um breve relato de um dia comum seu, em sua profissão. O que é comum encontrar nessa carreira? O que é gratificante? E quais as dificuldades? Não quero incomodá-lo, aliás tenho muito receio disso, mas, ao mesmo tempo, quero me encontrar com a certeza de um futuro inescusável. E como decifrá-lo, se não perguntá-lo? A simples informação de quanto tempo permanece sentado assinando papéis, de quanto de autonomia se tem, dentre outros aspectos congêneres; essas simples informações formam o motivo de minha interpelação.”

Pois bem, sei que existem muitas lendas em torno das atividades de um diplomata, geralmente de natureza turística ou etílica, ou seja, de que passamos o tempo viajando de um lugar para outro, em belas cidades de países desenvolvidos, participando de reuniões sofisticadas e, sobretudo, de coquetéis e recepções, um pouco como se todo mundo ainda vivesse nos tempos das cortes européias, em bailes e outras galanterias... Exagero, claro, mas o pessoal também exagera em torno da quantidade de bebida que é humanamente possível ingerir. Com exceção do Vinicius de Moraes, que vivia de copo de uísque na mão, o diplomata geralmente não bebe, salvo, claro, quando é obrigado...

Sans blague, para descrever um dia típico de um diplomata seria preciso, primeiro, distinguir entre o diplomata na Secretaria de Estado, ou seja, na sua capital, onde ele é miseravelmente remunerado, e aquele destacado para um posto no exterior, numa embaixada permanente, numa missão junto a um organismo internacional, ou em missão temporária, integrando uma delegação em alguma reunião internacional, onde ele ganha um pouco mais, mas onde ele tampouco vive nababescamente, como alguns podem imaginar.

Na Secretaria de Estado, somos perfeitos burocratas, processando informações, geralmente em formato eletrônico – como tudo o mais na vida, nestes tempos de informatização generalizada – mas também em suporte papel, muito papel. Ainda existe um bocado de formulários e memorandos nas burocracias governamentais, mais do que o necessário.
Um diplomata padrão cuida de alguns assuntos, sobre os quais possui, ou pelo menos deveria ter, domínio completo e competência reconhecida. Ele recebe um insumo qualquer – digamos um telegrama, hoje um simples e-mail, de uma embaixada, ou uma demanda de algum outro serviço – e imediatamente transforma esse tema em algum tipo de “instrução”, para a própria Secretaria de Estado, para outros órgãos do Estado ou para a missão no exterior que primeiro suscitou o problema. Essa resposta pode sair imediatamente ou requerer consultas a outras instâncias da Casa – divisões políticas, isto é, geográficas, ou econômicas, jurídicas, administrativas, etc. – ou de fora, algum órgão técnico do governo, por exemplo, ou até mesmo a entidades da chamada “sociedade civil”. Se o assunto é sério o suficiente para requerer uma decisão superior, ele é levado sucessivamente a escalões mais elevados, eventualmente até ao próprio presidente da República, que assume responsabilidade por todas as decisões maiores da política externa oficial, da qual o chanceler (ou ministro de Estado das relações exteriores) é o executor.

O gratificante, para um diplomata, é ver que uma proposta sua, emanada de seu “processamento” diligente, e inteligente, defendendo o que ele considera como sendo o interesse nacional, foi convertida em política de Estado e passa a ser defendida pelos representantes do país nos foros internacionais. As dificuldades, pelo menos no plano “psicológico”, geralmente estão ligadas à incapacidade de a instituição responsável pela política externa chegar a uma posição clara, contemplando esses interesses – mas nem sempre é fácil determinar onde está o interesse nacional –, ou então elas são derivadas do fato de que a melhor posição possível, em determinadas circunstâncias, tem de ser “contornada”, digamos assim, em função de alianças táticas ou de “competição” com outros objetivos, nem sempre muito claros.
Já nem considero aqui as dificuldades de tipo administrativo ou logístico – como a ausência de recursos materiais e humanos suficientes para executar o que se poderia considerar como a melhor diplomacia possível em todas as frentes abertas ao engenho e arte de nosso serviço exterior – ou os obstáculos propriamente “estruturais”, que são a obstrução dos fins pretendidos pelas “nossas” instruções por alguma coalizão mais forte no plano externo ou a insuficiente mobilização de aliados para a nossa causa. Isso faz parte da vida...

O diplomata na capital, ainda que fazendo parte de uma grande burocracia, dispõe de mais margem de ação e de mais autonomia do que o diplomata no posto, que tem necessariamente de seguir as instruções da capital. Mas este último também participa do processo decisório e da elaboração de posições, ao informar corretamente sobre as relações de força, sobre as posições dos demais países, sobre as alianças táticas que estão sendo desenhadas em torno de algum assunto e assim por diante.
Numa embaixada bilateral, que são os postos mais numerosos, as negociações são talvez menos freqüentes, mas aumenta o volume de informações produzidas sobre o país em questão e cresce o esforço de defesa dos interesses brasileiros em temas concretos, como comércio, investimentos, acordos de cooperação, geralmente científica e tecnológica, visitas bilaterais, bem como atividades de promoção cultural.

Coquetéis e recepções constituem parte integral do “balé” diplomático, mas esse tipo de atividade “festiva” geralmente está ligada às comemorações das datas nacionais – e isso dá para preencher quase todos os dias do ano, dependendo da capital e da respectiva rede de embaixadas, mas a freqüentação desse tipo de evento varia muito em função de “quem trabalha com aquele país” – ou então contempla a parte inicial de alguma reunião importante, com a presença de várias delegações. Almoços de trabalho – muito raramente pagos pelo serviço exterior – são mais usuais, ao passo que são mais raras aquelas recepções que nós mesmos organizamos para os colegas que conosco trabalham ou com quem convivemos por dever de ofício. Chefes de missão têm, sim, uma jornada extra, recepcionando ou participando intensamente desses eventos, para os quais se requer boa disposição de espírito, bom humor e o físico em forma...

Resumindo em poucas palavras, o diplomata, em suas diferentes funções ligadas à representação, negociação e informação, passa a maior parte do tempo pesquisando, escrevendo, processando informações, se relacionando com outros diplomatas, colegas e de outros países, bem como com funcionários de diferentes serviços, com o objetivo básico de conceber instruções e depois defender posições que reflitam o interesse nacional de seu país. É uma função, sem dúvida alguma, “nobre” e gratificante, mas também muito exigente e comportando alguma dose de desprendimento, pois por vezes as condições de trabalho, ou as da vida em família, não são as melhores possíveis (em alguns postos “de sacrifício”, por exemplo, ou até mesmo na Secretaria de Estado, onde os salários são baixos e o trabalho excessivo).

No cômputo global, creio que se trata de uma profissão invejável, pela diversidade de situações que ela permite e pelas oportunidades que cria de engrandecimento pessoal, intelectual e profissional. Os interessados em uma opinião pessoal sobre o que eu creio serem, na atualidade, as regras pelas quais deve pautar-se um diplomata, podem consultar meu ensaio preliminar “Dez regras modernas de diplomacia”, nos seguintes links: https://espacoacademico.wordpress.com/2017/10/21/dez-regras-modernas-de-diplomacia/ e http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/35896/20907; um resumo do mesmo texto, limitado às regras, foi colocado em meu Blog, post nr. 62, neste link: http://paulomre.blogspot.com/2005/12/62-dez-regras-modernas-de-diplomacia.html.
Boa sorte aos que tentam o ingresso na carreira, mas um aviso preliminar: será preciso estudar muito, antes e durante toda a carreira...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de janeiro de 2006

44 comentários:

Santa disse...
Muito bom o post! Excelente! Esclarecedor já que pouco se vê e se sabe das tarefas profissionais. Algumas delas envolta em mitos ou caricaturas. Parabéns meu amigo.

Bjs
Pedro Campos disse...
Tantas foram as pesquisas, mas eis que achei uma reposta: se não completa, pelo menos repleta. Muitas vezes recebemos repostas de forma estranha (ou mesmo indícios, já que são mais mutáveis), algumas até escondidas, imersas no universo infinito das percepções (um tanto subjetivas) daquele que recebe. Deu-me confiança o simples fato dessa interação, alentando o sonho de realização e crescimento. Honrou-me o simples gesto de ter tido reproduzido meus questionamentos, aquilo que me movimenta. E por isso, tive confirmada a tese de que achamos a resposta pro que queremos, se queremos, nas perguntas certas que fazemos às pessoas certas. Obrigado!
Tay disse...
Excelente forma de esclarecer o que os amantes desta profissão gostaríam de saber. Sem dúvidas, esta profissão é ardua e trabalhosa, mas com muita dedicação e esforço chegamos onde desejamos! Ser um diplomata não é somente ser uma pessoa relevante, mas também é ser um Eistein moderno, lutando pelos "problemas" que o mundo nos oferece. A carreira diplomatica com certeza é minha vocação. Obrigada pela ajuda que me deste neste momento...
Anônimo disse...
Boa noite Doutor Paulo Roberto!
Gostaria muito que o senhor me enviasse um e-mail, me esclarecendo sobre a carreira diplomatica. Tenho interesses, mas gostaria de saber de uma pessoa totalmente qualificada na área e com boa experiência. Gostaria De saber remuneração e campos? E oque Agrada no senhor a carreira diplomatica?. xxxx@msn.com
junior disse...
estou muito grato ao senhor por esclarecer de forma tão ampla e de forma memorável a trajetória de uma das mais celebres e entusiasmantes profissões ,sou um aluno de ensino médio que sonha com uma carreira diplomática, ainda mais agora depois desse maravilhoso esclarecimento ,muito obrigado!
Joseane Rocha disse...
Fico feliz em ler algo realmente positivo sobre a carreira diplomática, tenho 24 anos e iniciei agora a minha faculdade de direito e quero me especializar em relações internacionais, ouço tantas conversas que de uma certa forma me desanima, ouço que para começar uma carreira diplomática teria que começar aos 10 anos de idade, falo inglês e dizem que não é suficiente. É verdade? Mesmo assim continuo investindo e correndo a frente de meu sonho.
Muito obrigada
Joseane Rocha
Hanna disse...
Senhor Paulo,
Tenho uma dúvida e gostaria de saber sua opinião a respeito de escolas que tem o ensino médio voltado a diplomacia.
Vou iniciar a oitava serie em 2009,e pretendo seguir a carreira.Moro no interior de Minas Gerais e tenho duvidas quanto a escolha de fazer um ensino médio em algum colégio que de ênfase a essa carreira.
Busco uma ajuda a escolha de uma capital que tenha esse suporte.
Agradeço desde já.
Hanna
Jéssica Dourado disse...
É muito bom ver a sua dedicação em esclarecer pontos importantes sobre a carreira diplomática.Depois do que disse,me alegro mais e mais em ingressar nessa carreira fascinante .
Anônimo disse...
è muito bom ver a sua dedicação em esclarecer pontos importantes sobre a carreira diplomática.Depois do que disse,me alegro mais e mais em ingressar nessa carreira fascinante .
Elisa Duarte disse...
Olá Sr. Paulo!
Fiz como os Diplomatas e pesquisei sobre essa carreira realmente exigente, como acabo de ler no seu post.
Ainda tenho 16 anos, mas já me interesso pela maioria das coisas que os Diplomatas se interessam, ou são obrigados á conviver. Então acho que estou no caminho certo.
Amo línguas, falo Inglês, brevemente Espanhol e Francês.
Pretendo cursar Relações Internacionais e Ciências Políticas.
Gostaria de saber se estou no caminho certo, e se o Sr. mantém contato com questões internacionais,e qual foi a pessoa mais ilustre que o Sr. já conheceu.
Parecem dúvidas pouco inteligentes, mas sem dúvida me dariam um grande estímulo.
Obrigada por esclarecer tudo, ou quase tudo dessa carreira tão bonita que é a Diplomacia.
Grande Abraço.


Elisa Duarte de Mattos.
Paulo R. de Almeida disse...
Elisa,
Se voce tem 16 anos e já faz e já sabe tantas coisas, então está no caminho certo para tornar-se diplomata. Mas, tenha plena consciência de que precisará ler muita coisa, que está no Guia de Estudos do Instituto Rio Branco (veja em mre.gov.br)
No meu site (www.pralmeida.org), secao Carreira Diplomatica tem muitos textos e alugns conselhos que respondem a algumas de suas questoes.
Bons estudos e boa sorte
PRA
Anônimo disse...
Boa noite Sr. Paulo,

Quando fala a respeito dos baixos salários baixos para os diplomatas na Secretaria do Estado, em que termos de valores médios você se refere?
bruno benedini disse...
Muito obrigado Paulo, fazia tempo que procurava algo assim.
Natália disse...
Bem esclarecedor.. eu gostaria de saber quais os critérios que determinarão a posição em que o diplomata vai atuar: se aqui no Brasil mesmo, ou em alguma missão no exterior. Seria essa um opção do próprio diplomata?
agradeço a resposta.
Paulo R. de Almeida disse...
Natalia,
A carreira é composta de estagios no exterior e na Secretaria de Estado em Brasilia, geralmente a razao de 2-3 e 1-3 do tempo, aproximadamente, mas isso é flexivel.
A decisao é tomada em interacao entre o diplomata e o setor de Administracao. Geralmente voce tem de cumprir prazos no exterior para poder ser promovido, entao as pessoas tem interesse em sair para ficar em cinducoes de ser promovido.
Para onde se vai é uma negociacao complexa, mas sempre tem alguma compensacao posterior: se voce pega um posto C ou D (de maior sacrificio), voce tem direito, depois, de ir a posto A ou B (que são as grandes capitais do mundo desenvolvido).
Paulo R. de Almeida disse...
Natalia,
A carreira é composta de estagios no exterior e na Secretaria de Estado em Brasilia, geralmente a razao de 2-3 e 1-3 do tempo, aproximadamente, mas isso é flexivel.
A decisao é tomada em interacao entre o diplomata e o setor de Administracao. Geralmente voce tem de cumprir prazos no exterior para poder ser promovido, entao as pessoas tem interesse em sair para ficar em cinducoes de ser promovido.
Para onde se vai é uma negociacao complexa, mas sempre tem alguma compensacao posterior: se voce pega um posto C ou D (de maior sacrificio), voce tem direito, depois, de ir a posto A ou B (que são as grandes capitais do mundo desenvolvido).
George Sanguinetti Segundo disse...
Sr. Paulo,

Tenho apenas 11 anos de idade. Curso inglês e espanhol, gosto, tenho prazer em estudar,tiro notas boas e acho a carreira de diplomacia fascinante. Será que eu poderia seguir essa carreira? Minha mãe diz que sou jovem para ficar pensando nessas coisas, mas eu já gostaria de investir no meu futuro.
E a propósito adorei o texto!
Paulo R. de Almeida disse...
Meu caro George Sanguinetti Segundo,
Acho que com 11 anos voce tem a idade perfeita para comecar a se preparar. Diga para a sua mae que quanto mais cedo melhor. Eu comecei antes, bem antes, lendo livros de historia mundial, de historia do Brasil, de geografia e sobre temas internacionais de maneira geral.
Os examos de ingresso na carreira diplomatica sao extremamente dificeis e exigentes, assim que so conseguem entrar os mais bem preparados, aqueles otimamente preparados, o que so se consegue com estudos de longo prazo, nao com preparacao rapida em poucos meses.
Assim que eu recomendaria a voce continuar a estudar linguas, sobretudo ingles (que precisa ser perfeito), ler muita literatura e classicos da cultura brasileira (seu Portugues precisar ser perfeito tambem) e ler todos os materiais relevantes para a carreira que voce encontrar.
Entre no site do Instituto Rio Branco (no mre.gov.br) e veja o Guia de Estudos, que traz a lista dos livros de referencia. Comece a ler desde agora e faca notas em algum caderno ou no computador.
Bons estudos para voce, desde ja.
Cordialmente,
Paulo Roberto de Almeida
Laíse Moura disse...
Senhor Paulo,

Primeiramente, muito obrigada pelos excelentes textos que tenho encontrado de sua autoria. Tenho 17 anos, moro no interior de Rondônia.
Sou formada em língua inglesa, e obtive boas notas em algumas provas de caráter internacional. Dou aulas de inglês também.
Estou fascinada com o curso e a carreira diplomática, porém tenho ainda algumas dúvidas.
Estou prestando vários vestibulares, em sua maioria em Brasília.
Sempre me recomendam fazer o curso de Direito antes do curso de Relações Internacionais, gostaria de saber se isso é mesmo necessário, ou não.
Obrigada pela atenção. Abraços.
Paulo R. de Almeida disse...
Laise,
Voce vai precisar de muito mais do que apenas conhecimento de ingles para passar em todas as demais materiais.
Se eu fosse voce, eu faria direito, antes de RI, esta como especializacao, nao como bacharelado ou licenciatura.
Paulo R Almeida
Aline disse...
Dr. Paulo, muito elucidativo esta sua descrição, pois raras são as vezes em que encontramos informações tão diretas sobre a carreira diplomática. Pois então, eu estou com 19 anos, curso direito, e estou decidida a ser uma diplomata, entretanto, surgiu uma possibilidade de terminar meus estudos de direito na célebre Universidade de Coimbra, o que, provavelmente, me afastaria um pouco dos estudos destinados à diplomacia, mas seria uma grande experiência para a carreira diplomática em si, penso eu. Tal é minha dúvida, que eu, humildemente, lhe peço a sua opinião como um diplomata. Por favor, envie sua resposta ao meu email o mais rápido que puder.

Grata pela atenção,
Aline. (email: aline.guiotti@hotmail.com)
Henrique disse...
Olá sr. Paulo

Tenho 15 anos, me interesso muito por temas relacionados a carreira diplomática, faço minhas provas de história e geografia sem estudar e tiro notas boas, por exemplo, achei seu texto interessantissimo.
Gostaria de saber se você acha melhor fazer um cursinho preparatório como o curso Clio ou é melhor tentar na "raça" estudando sozinho?
Paulo R. de Almeida disse...
Henrique,
Estude na raça, como voce diz, mas se puder fazer um cursinho, desses bem bitoladores, talvez seja melhor. Nunca se deve confiar apenas na sorte e no estudo descompromissado. Pode vezes, um estudo dirigido, desses que pegam as questões mais idiotas que os professores conseguem formular, e dão as respostas adequadas, é bom. Nem sempre a lógica e o conhecimento triunfam. Por vezes, a versão vale mais do que a realidade.
O abraco do
Paulo Roberto de Almeida
Ramon Aleixo disse...
Senhor Paulo,
Primeiramente,agradeço pelo seu texto acerca da diplomacia e dos estudos internacionais. Sempre me interessei por esta carreira. No entanto, meu desejo é fazer um curso de Direito para adiante me especializar em relações internacionais, não procurando ser especificamente um bacharel na última. É prudente esta minha posição? Estarei em desvantagem com relação aos que já buscam,a priori, o grau de bacharel na área? O que devo fazer para,digamos,me acostumar com a área ao longo do curso de Direito?
Ramon Aleixo disse...
Senhor Paulo,
Primeiramente,agradeço pelo seu texto acerca da diplomacia e dos estudos internacionais. Sempre me interessei por esta carreira. No entanto, meu desejo é fazer um curso de Direito para adiante me especializar em relações internacionais, não procurando ser especificamente um bacharel na última. É prudente esta minha posição? Estarei em desvantagem com relação aos que já buscam,a priori, o grau de bacharel na área? O que devo fazer para,digamos,me acostumar com a área ao longo do curso de Direito?
Paulo R. de Almeida disse...
Ramon Aleixo,
Acho que você está certo em fazer Direito e estudar as matérias do concurso paralelamente. Relações Internacionais se aprende basicamente nos livros, e isso você pode fazer sozinho.
Paulo R. Almeida
Amanda # disse...
Eu realmente fiquei muito feliz em encontrar um texto claro e objetivo sobre diplomacia, o que é bem raro visto a complexidade do tema.
Tenho 17 moro em Brasília e estou me preparando para ingressar em Relações Internacionais na UNB com foco para diplomacia, desde muito cedo me interessei em seguir carreira diplomática, amo história, geografia, ler, me expresso bem, falo inglês fluentemente e tenho facilidade com línguas estrangeiras;O fato de não fazer Direito antes de RI realmente me deixaria em desvantagem mesmo se antes de eu prestar o concurso para a Fundação Rio Branco eu me preparasse em cursinhos como o Clio?
Paulo R. de Almeida disse...
Amanda,
Você não precisa fazer Direito, para ser diplomata. Alias, não precisa fazer nada especificamente, só precisa de um canudo universitário, qualquer um, pode ser economia doméstica, educação física, física nuclear, engenharia, whatever. Por mim, eu não exigiria nem diploma de curso primário, mas o Rio Branco pede um título universitário, qualquer título reconhecido pelo MEC. Portanto, o RI da UnB serve, o que não quer dizer que o curso seja suficiente. Você vai ter de estudar por conta própria ou fazer um cursinho.
Esqueça Direito: ainda que possa trazer alguns rudimentos de conhecimento especializado, não existe nada, literalmente NADA no curso que você não possa aprender sozinha, lendo livros ou se se informando na internet.
Esqueça a chateação de fazer Direito na UnB: o curso é fraco, está abaixo do Uniceub.
Melhor fazer Direito na Wikipedia...
Estude sozinha, você sempre estará melhor do que mal acompanhada...
Paulo Roberto de Almeida
Anônimo disse...
Olá Sr. Paulo
Tenho 14 anos e a pouco tempo li seu blog, estou interessada em ser diplomata mas tenho algumas duvidas, gostaria de saber se a Matemática é uma matéria de muito peso para quem quer ser diplomata, pois tenho dificuldade nesta matéria,mas em contrapartida gosto muito de inglês inclusive faço curso além de gostar de viajar e não ter problema em ficar longe da família por um longo tempo.

grata
Geovanna
Anônimo disse...
olá!
Estou com diversas dúvidas sobre a carreira diplomática, o seu texto ajudou-me a esclarecer algumas delas.
Moro o interior do RS, na cidade de Sinimbu,tenho 16 anos, estou no terceiro ano de ensino médio. Sempre estudei em escola púbica,e vou prestar vestibular para a UFRGS, UFSM e UNISC. Prtendo cursar a faculdade de Direito, gostaria de saber a sua opinião qual a graduação mais indicada para adquirir habilidades e competências para a carreira diplomática.Estudo a língua alemã, este ano faço a prova A2, poderia me informas quais são as línguas mais requisitadas no currículo de um diplomata? Desde já muito grata, Lucia Carolina Raenke Ertel.
Meu e-mail é: xxxxxxxxxx@hotmail.com
Priscila disse...
Sr. Paulo,

Sou recém formada em Relações Internacionais e trabalho numa empresa multinacional.

Compartilho, no entanto e assim como muitos jovens internacionalistas, o desejo de ingressar na carreira diplomática.


Não me importo em passar anos investindo pois sou uma pessoa muito determinada e acredito que tudo é possível com fé e esforço pessoal.

No entanto, um dos meus maiores temores é acabar me frustando por causa da burocracia. Ou ainda, me sentir impotente diante de tantos fatos envolvendo interesses diversos.

Gostaria de saber na opinião do senhor se vale a pena investir na diplomacia visto que, a meu ver tais possibilidades são reais.

Obrigada pelo excelente texto.
Cecilia disse...
Contando com a sua experiência junto com os seus colegas de profissão, gostaria de saber se ser diplomata requer realmente um despreendimento familiar. Sou mãe e não moro com o pai da minha filha, e estas informações são importantes para mim.
Se for como muitas profissões, onde o trabalho faz parte da rotina dos pais, por mim tudo bem. O que não gostaria é ser uma mãe ausente em busca de um sonho.
Paulo R. de Almeida disse...
Cara Cecilia,
A carreira é realmente exigente, pois voce tem viagens em fins de semana e ausências seguidas e isso pode causar algum stress familiar. Mas, se voce conta com alguma ajuda domestica, tudo pode ser arranjado.
Ser mae ausente é outro problema e pode ocorrer em qualquer profissao. Pode-se ser diplomata e presente, como sempre fomos, eu e minha mulher, em qualquer circunstancia. Eventualmente o conjuge nao diplomata vai arcar com um pouco mais de responsabilidade e encargos, mas isso faz parte da profissão.
Paulo Roberto de Almeida
Lucas Peixoto disse...
Senhor Paulo,

Tenho 17 anos e pretendo cursar relações internacionais, queria que o senhor me ajudasse, terminando o curso se eu escolher trabalhar em uma empresa, você poderia me esclarecer um pouco como seria esse trabalho ?

agradeço a ajuda.
Paulo R. de Almeida disse...
Lucas Peixoto,
Se voce fizer RI e escolher (ou tiver de) trabalhar em uma empresa, certamente você seria chamado para a area de negocios internacionais dessa empresa, se ela estiver envolvida nesse tipo de assunto obviamente: importação, exportação, regras de comércio internacional, processos de integração dos quais o Brasil participa (como o Mercosul, por exemplo), etc.
Por isso recomendo que você reforce o estudo de economia, leia bastante sobre relações econômicas internacionais, mais, bem mais do que você tiver como matéria no curso de RI (que costumam ser fraquinhos e ter poucas matérias práticas, de corte empresarial, sendo bem mais teórico-acadêmicos). Estude por sua conta, lendo jornais e revistas de economia internacional e pesquisando sozinho na internet.
Nada é melhor do que você garantir a sua própria formação em economia: ela lhe será útil numa empresa.
Paulo Roberto de Almeida
rafaelgb disse...
Sr Paulo,
Tenho 15 anos e sempre tive uma fascinação com os assuntos relacionados à geografia, principalmente na área econômica e também à história.
Estava decidido à fazer o curso de história até que encontrei o curso de RI e comecei a pesquisar sobre ele.
Em vários fóruns pela internet há um grande debate sobre viagens internacionais.
Meu sonho sempre foi trabalhar em outro país ou apenas fazer viagens de negócios.
Eu queria saber se quando se trabalha com RI há a possibilidade de se atuar em outros países e se há algum outro curso que se necessite atuar em outros países?
Paulo R. de Almeida disse...
Rafael G B,
Uma graduação universitária, qualquer uma, apenas qualifica alguém em alguma área do conhecimento, eventualmente ajudando a conseguir uma profissão cujos requerimentos são afinados com aquela área.
Mas ela não garante qualquer chance de trabalho, ou emprego, se a própria pessoa não for realmente capacitada -- aos olhos de um empresário empregador, por exemplo -- ou capaz de passar em algum concurso em uma profissão que permita atuar em outros países.
Existem muitas profissões que permitem esse tipo de abertura, na vida privada -- em empresas multinacionais, digamos assim -- ou na vida pública, passando no concurso para a diplomacia, por exemplo.
Neste caso, você teria de estudar muito, pois o concurso é extremamente exigente.
Sorte sua, pois com 15 anos, você tem tempo de se preparar adequadamente. Comece agora, a ler tudo o que voce precisa ler (no meu site tem indicações sobre isso: www.pralmeida.org) e estude sempre, independentemente do curso que voce for fazer.
Tem de estudar por contra própria, sem depender de ninguém.
Bons estudos.
Paulo Roberto de Almeida
Natália disse...
Olá, encontrei seu blog pesquisando sobre a carreira diplomática.
Tenho 15 anos e sou apaixonada pelas ciências humanas, por idiomas e pelo mundo, pelos países. Recentemente descobri que existe a possibilidade desse emprego que eu julgo maravilhoso, mas tenho medo de estar idealizando. Como é a vida pessoal de um diplomata? Eles têm uma vida normal no que se diz à isso? E sobre o trabalho em outros países, gostaria muito de saber sobre isso.
Muito Obrigada.
Paulo R. de Almeida disse...
Natalia,
Por incrivel que pareça, o diplomata pode ser uma pessoa normal. Enfim, tem de tudo na diplomacia, mas a maioria é bem normalzinha: trabalha, bebe, trabalha, bebe, dorme, bebe...
Estou brincando, claro, mas você vai descobrir muita coisa sobre os diplomatas pesquisando na internet, e corre até o risco de achar muita coisa minha, que sou um diplomata normal (mas tem gente que não acredita...).
Paulo Roberto de Almeida
Guilherme Junkes disse...
Olá, encontrei a postagem pesquisando sobre a profissão... Tenho 15 anos, estou cursando inglês e espanhol, e pretendo em breve me tornar fluente nos dois idiomas e até pouco tempo atrás estava convicto em fazer jornalismo como curso superior. No entanto, uma amiga comentou sobre a profissão de diplomata, dizendo que "se encaixaria com meu perfil". Quando ela disse isso, acredito que tenha se referido a meu sonho de viajar para todo e qualquer lugar do mundo. E isso, de fato, me despertou o interesse. Mas receio que, lendo essa postagem - e como quase todas as profissões que um dia pretendi seguir -, eu esteja tendo uma visão romântica da carreira. Compreendo que ser um diplomata não é viajar pelo mundo a turismo com o dinheiro dos contribuintes, acredito ainda que é mais provável fazer turismo como jornalista. Então, gostaria de saber: como aspirante a diplomata, continuo focado no curso de jornalismo e posteriormente realizo o teste de admissão, ou busco fazer um curso de relações internacionais ou direito? (Tem alguma falha no meu raciocínio? Admito que ainda estou meio perdido nesse meio, apesar de me identificar com a profissão)
Paulo Roberto Almeida disse...
Guilherme Junkes,
Você pode ser diplomata com qualquer diploma superior, até de economia doméstica, se existir. Portanto, se você se sente atraído pela profissão de jornalista, faça o curso, sabendo, porém, que os cursos de jornalismo são geralmente medíocres, com professores idem, com as exceções de praxe em algumas faculdades, e que a vida de jornalista é relativamente miserável, sem muitos atrativos turísticos e muita espera e suor em torno de uma boa matéria.
Mas se isso lhe encanta, faça.
Mas saiba que você vai precisar se preparar muito para ser diplomata, o que nenhuma faculdade lhe dará, nem mesmo cursos de RI que em geral também são medíocres. Portanto, se você quiser um conselho, estude por sua própria conta todas as matérias do concurso de ingresso na diplomacia, ao mesmo tempo que voce faz uma faculdade qualquer, a menos ruim possível (mas não confie muito).
Paulo Roberto de Almeida
Felipe Vasconcelos disse...
Sr Paulo,
Atualmente faço o curso de Ciências Sociais (segundo semestre) e tenho predileção por Antropologia, pretendo seguir a área acadêmica (mestrado,doutorado e depois dar aula em universidades), mas também tenho interesse na carreira diplomática.As vezes fico pensando se realmente quero ser diplomata ou só é uma idealização da minha parte, acho incrível poder trabalhar cada período em um país diferente, com culturas distintas, quanto maior o choque cultural, melhor.Enfim, eu estou em desvantagem por não cursar Direito? O conhecimento em francês e espanhol tem que ser perfeito igual ao inglês e português? Vi que o Sr. possui doutorado em Ciências Sociais, então eu pergunto se os meus interesses intelectuais e a carreira diplomática não estariam em desacordo, se a diplomacia não seria mais para quem gosta de Ciência Política.
Desde já, agradeço.
Paulo Roberto Almeida disse...
Felipe Vasconcelos,
Eu também fiz Ciências Sociais, e acho os diplomatas uma tribo especialmente bizarra, pronta para ser examinada por algum antropólogo especializado em grupos perdidos na selva.
Mas eu nunca dependi de qualquer curso para me tornar diplomata: estudei por minha própria conta e me tornei diplomata, esse ser nomade que fica vagando entre países e o Brasil a intervalos regulares. Acho bom.
Estude, entre, depois você decide se quer ser diplomata, ou se quer ser apenas um etnólogo de diplomatas.
Paulo Roberto de Almeida
Lucas disse...
Paulo,

Quero lhe parabenizar e agradecer, não somente por informar sobre a rotina do diplomata brasileiro, mas também pela humildade e atenção em responder os comentários.

Era o tipo de opinião que faltava pra eu me decidir pela carreira.