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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Politicas racialistas alimentam o racismo no Brasil - Editorial O Globo

Doutrina racialista: a grande vitoriosa nos 12 anos de lulopetismo.

via Blog do Orlando Tambosi, 30/06/2014

O escabroso racialismo - na verdade, uma versão pretensamente abrandada de racismo - passou para trás outros "movimentos sociais", consolidando-se em todas as instâncias. Estupidamente, divide o Brasil em "raças": a negra e as outras. Racismo se combate com leis, não com quotas e privilégios. Editorial do jornal o Globo:

O grupo político de pressão dos racialistas, um dos que chegaram a Brasília em 2003 na caravana vitoriosa do PT, deve ser o que mais obteve vitórias nestes 12 anos de poder, na constelação de agrupamentos aliados a esse partido. Mais, por exemplo, que os sem-terra, mesmo que o MST e satélites tenham podido aparelhar órgãos como o Incra e até o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Já os racialistas ganharam um ministério próprio, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Também com representantes no Congresso e tendo obtido a simpatia do Judiciário — o Supremo terminou por avalizar as cotas como constitucionais —, os racialistas tiveram, infelizmente, êxito na construção de um política de discriminação pela cor da pele no acesso ao ensino superior público e, agora, na obtenção de emprego na máquina burocrática. Nesta batida, um dos próximos passos será a imposição de cotas às empresas privadas.

Este modelo de política afirmativa foi importado dos Estados Unidos — sociedade que se constituiu em cima do conceito de “raças” — para um país, o Brasil, no qual o colonizador português, o negro e o índio se miscigenaram. A cor não tinha o mesmo caráter discriminador existente nos Estados Unidos, a ponto de haver registro de negros senhores de escravo. É indiscutível que, abolida a escravidão, faltaram políticas de integração do negro à cidadania, por meio da educação, a melhor rota para a ascensão social.

Hoje se vê que o neglicenciamento com o nível de qualificação da população é a causa básica da chamada dívida social —com os pobres de qualquer cor de pele. E como a obtenção de resultados neste tipo de investimento é lenta, grupos organizados buscam ganhar tempo por meio de políticas afirmativas, principalmente cotas. Por se constituir, por definição, uma ação discriminatória a favor de algum grupo, outros serão prejudicados. Caso dos brancos pobres.

É ilusório achar que não existe discriminação racial no Brasil. Há, mas não se equaciona o problema por meio de cotas. Ao contrário, pode agravá-lo. Discriminação e racismo se combatem com leis e sua aplicação. Como as já existentes no Brasil.

Em vez de se adotar a melhor das políticas afirmativas — elevar para valer a qualidade do ensino público, a fim de beneficiar alunos de qualquer cor —, o Estado, sob influência racialista, optou pelo populismo e imediatismo das cotas raciais. Teria sido melhor usar o critério social, do nível de renda.

Mesmo que o erro da importação do racialismo já tenha sido cometido, o debate precisa continuar. Até que a sociedade se convença de que há mais pretos pobres não por serem pretos, mas por terem nível de instrução mais baixa, por serem pobres. A cota apenas mascara a questão. É uma anestesia, e com vários efeitos colaterais maléficos. Mesmo nos Estados Unidos, com décadas de vigência de políticas afirmativas, a Supremas Corte acaba de permitir que estados decidam revogar programas de cotas. E alguns o fazem. Têm motivos para tal.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Lula faz acusacoes racistas: deveria ser processado pela elite branca, como racista


A elite branca do Brasil e o racismo do companheiro mais igual
a propósito de um racista ordinário

Paulo Roberto de Almeida

 Sobre esta informação: Em evento do PT em Pernambuco, Lula menosprezou e desqualificou os manifestantes que vaiaram a presidente Dilma na abertura da Copa do Mundo, alegando que o protesto partiu de uma "elite branca".

Eu sou branco, embora não de olhos azuis, e também sou da elite, mas apenas atualmente, embora tenha vindo de um lar pobre, com pais semi- alfabetizados e avós analfabetos (como a mãe do Lula, que, segundo ele, nasceu analfabeta, coitada). 
Não subi na vida “pikettyando”, ou seja, herdando fortuna e fazendo render um capital que eu nunca tive. Aliás, não tenho fortuna, longe disso, mas modestas reservas que adquiri ao longo de toda uma vida de trabalho, desde muito jovem, ainda quando criança. Sim, trabalhei desde cedo, quando criança, pois isso era necessário para o sustento e a sobrevivência da família; mas isso não me fez nenhum mal, ao contrário: ensinou-me o valor do trabalho duro e a não esperar caridade de nenhum ente estatal (como certos aposentados fraudulentos e outros indenizados do período militar ainda mais fraudulentos, que andam por aí, arrotando políticas de igualdade social).
O fato é que meus vencimentos de funcionário público me colocam atualmente entre a elite do país, mas aviso desde já que não tenho cargo de confiança dado pelo partido totalitário, nem faço parte de algum conselho de empresa estatal, dessas que são afundadas por decisões irresponsáveis (ou deliberadas) de companheiros incompetentes.
Estou involuntariamente situado na elite branca do país pela minha renda, mas não pertenço a essa elite mafiosa que atualmente controla o Estado (e dele retira muito mais renda do que o normalmente esperado); tampouco pertenço a essa nova elite racista, que vem promovendo o racismo e o Apartheid no Brasil, ao separar os brasileiros em afrodescendentes de um lado, e todo o resto da população, do outro. Aliás, repudio e abomino esse e todos os demais tipos de racismo.
Sou da elite, mas eventualmente poderei deixar de ser, se a inflação e políticas econômicas irresponsáveis, como as atualmente implementadas por companheiros ineptos e ignorantes em economia, corroerem os meus rendimentos e liquidarem a minha poupança. Tampouco espero grande coisa da aposentadoria estatal, e pretendo continuar trabalhando depois de me aposentar do serviço público, aos 70 anos (não antes, como certos fraudadores), e até quando minhas forças o permitirem.
Pois bem, depois de ouvir dizer que o ex-presidente acusou uma suposta “elite branca” de ser responsável por ofensas à sucessora no cargo, minhas declarações são estas: considero o Sr. Lula da Silva um mentiroso contumaz, um fraudador renitente e reincidente, um demagogo incurável, um aproveitador da pior espécie, um oportunista ordinário, e um racista abominável, e é por isso que acho que ele deveria ser processado por racismo, por membros da elite branca, aliás pela mesma lei que supostamente deve enquadrar brancos que façam discriminação racial contra negros (a lei é cega e geral).
Eu não o farei porque estou fora do país, mas apoio qualquer iniciativa para acusar formalmente perante a justiça esse racista divisionista que traz vergonha ao país.
Sou branco e da elite, Sr. Lula, mas não pertenço à sua elite, e tenho vergonha de ter tido um racista como presidente.

Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 17/06/2014

Empresária protesta contra declarações discriminatórias de Lula e gera grande repercussão


G1, terça-feira, 17 de junho de 2014


Imagem: Reprodução/Facebook
A empresária Isabela Raposeiras, da Coffe Lab, protestou, por meio da rede social Facebook, contra declarações tidas como racistas por parte de Lula e alguns jornalistas, gerando grande repercussão.

Em evento do PT em Pernambuco, Lula menosprezou e desqualificou os manifestantes que vaiaram a presidente Dilma na abertura da Copa do Mundo, alegando que o protesto partiu de uma "elite branca".



Leia abaixo o texto da administradora e manifeste sua opinião a respeito:
Descobri na semana passada que faço parte de uma minoria que sofre preconceito e discriminação: a elite branco-européia nascida no Brasil.Sim, sou branca e, pelo jeito, elite.Tenho uma empresa que emprega (e paga acima do mercado) há 10 anos.Pago TODOS os impostos (motivo de incredulidade e chacota por parte de familiares).Pago no mínimo 3 vezes mais aos meus fornecedores de café, podendo chegar a 5.Poderia ter comprado os caríssimos ingressos para a abertura da copa brasileira. Apenas não o fiz por não apoiá-la desde seu anúncio, anos atrás.Conquistei, trabalhando honesta e enlouquecidamente, cada vitória e crescimento, da empresa e na minha vida pessoal.Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca. E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente - fornecedores e funcionários.Sou parte desta nação, tanto quanto aqueles que têm outro tipo de ascendência ou que sofrem exatamente pela negligência dos que me discriminam.
Discriminação é crime e minha voz é representativa, sim.
Isabela Raposeiras
PS1: post em resposta às recentes colocações inacreditáveis e racistas do Sr. Lula e de alguns jornalistas.
PS2: O Bolsa Família não é suficiente para comprar ingresso da copa.
Veja também:



Lígia Ferreira
Folha Política
Editado por Folha Política
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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Brasil aprofunda o Apartheid racial: racismo oficializado no servico publico


O grau de irracionalidade, de injustiças, de inconstitucionalidades sendo criado no Brasil dos companheiros é algo assustador. O Brasil vai demorar muito tempo para voltar a ser um país normal.
Sinto muito ter de viver num país esquizofrênico.
Paulo Roberto de Almeida 

Senado aprova cota de 20% para negros em concursos públicos

O Senado aprovou nesta terça-feira (20) a reserva de vagas para negros ou pardos em concursos públicos federais. Em votação simbólica, os senadores aprovaram o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 29/2014, que garante aos candidatos negros 20% das vagas de concursos a serem realizados por órgãos da administração pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.
Durante a votação, o Plenário e as galerias contavam com a presença de deputados e representantes de entidades de defesa da igualdade racial. Para entrar em vigor, a reserva só precisa ser sancionada pela presidente da República, Dilma Rousseff.
Pelo texto, de iniciativa do próprio Poder Executivo, os candidatos deverão se declarar negros ou pardos no ato da inscrição do concurso, conforme o quesito de cor ou raça usado pelo IBGE. Esses candidatos concorrerão em duas listas: a de ampla concorrência e a reservada. Uma vez classificado no número de vagas oferecido no edital do concurso, o candidato negro será convocado pela lista de ampla concorrência. A vaga reservada será ocupada pelo próximo candidato negro na lista de classificação.
- Temos de esclarecer que a cota é aplicada no processo de classificação. Todas as pessoas vão disputar as vagas no concurso público em pé de igualdade. Não haverá nenhuma possibilidade de se fazer injustiça. Todas as pessoas farão o processo seletivo e, apenas na hora de preencher as vagas, é que será observada a cota de 20% - explicou a senadora Ana Rita (PT-ES), que relatou o projeto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Dez anos
O projeto determina ainda que a reserva de 20% será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso seja igual ou superior a três. Ou seja, se forem três vagas, uma já fica reservada aos candidatos negros. A cota racial terá validade de dez anos e não se aplicará a concursos cujos editais tenham sido publicados antes da vigência da lei.
A proposta prevê punições caso seja constatada falsidade na declaração do candidato. As sanções vão da eliminação do concurso à anulação do processo de admissão ao serviço ou emprego público do candidato que fraudar os dados.
Relator do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o senador Humberto Costa (PT-PE), considerou “histórica” sua aprovação pelo Senado.
- Creio que hoje é um dia histórico porque no nosso país, ao longo dos últimos anos, temos procurado enfrentar um problema secular que existe no Brasil da discriminação e do preconceito racial – comemorou o senador.
Humberto Costa citou dados do Censo 2010, segundo os quais 50,7% da população brasileira são negros e mestiços, número que, entre os funcionários públicos federais, fica em apenas 30%. Quando os cargos são mais importantes, o índice cai ainda mais: entre os diplomatas apenas 5,9% são negros; nos auditores da receita são 12,3%; e na carreira de procurador da fazenda nacional, 14,2%.

Discriminação positiva
O senador José Sarney (PMDB-AP) lembrou ter sido o responsável por iniciar a discussão sobre cotas raciais no país, ao apresentar projeto reservando cotas para negros nas vagas no ensino superior e em concursos públicos, há 15 anos. Seu projeto, entretanto foi considerado inconstitucional à época pela Câmara dos Deputados, sob o argumento de criava discriminação entre as pessoas, o que era inconstitucional.
- Invoquei o fato de que as discriminações positivas estavam presentes na Constituição, como no caso dos deficientes físicos, que tinham direito à discriminação positiva. Quero me congratular com a presidente Dilma, que, com sua sensibilidade, consagra, de uma vez por toda, este princípio que, sem dúvida alguma, é um grande avanço e uma grande conquista para a raça negra no Brasil – elogiou Sarney.
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) lembrou que, neste mês, completam-se 126 anos da Lei Áurea e 319 anos da morte de Zumbi dos Palmares.
- Se ainda temos que discutir a instituição de cotas para acesso ao serviço público da parte da população negra é porque a Lei Áurea, embora se constitua um marco no processo de emancipação do negro, não trouxe consigo os instrumentos que amparassem o negro no período pós-libertação.

Emenda rejeitada

O Plenário rejeitou a emenda apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para estabelecer a reserva de 40% das vagas de concursos públicos federais a residentes do estado onde os cargos serão preenchidos. Ela já havia sido rejeitada tanto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) quanto na CCJ. De acordo com o relator na CCJ, o conteúdo da emenda tratava de tema diverso ao contido no projeto em análise.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A indigencia mental dos teoricos petralhas - Reinaldo Azevedo


O 'bando de negros e morenos'


O pânico voltou a bater às portas do Palácio do Planalto, que dá como inevitáveis novos protestos durante a Copa. O PT já convocou o seu braço junto às massas, uma tal Central de Movimentos Populares (CMP), para monitorar o povaréu.
Os pelegos do CMP integram a Ancop, ou "Comitês Populares da Copa". Estão lá para amansar a brasileirada. As designações têm um ranço entre o jacobinismo e o sovietismo: "central", "comitês", "coletivos"... O "comissariado" fica na Secretaria-Geral da Presidência, do camarada Gilberto Carvalho. Uma nova onda de protestos poderia pôr em risco a reeleição de Dilma. Uma estrepitosa vaia durante o discurso da presidente na abertura daria o tom do resto do torneio. O Planalto, o que é uma tolice, viu nos "rolezinhos" o sinal de advertência. O PT começa a ser também vítima, não apenas beneficiário, de sua natureza. Explico.
Um pouco de memória. Em junho, os petistas apostaram que a baderna ficaria restrita a São Paulo. Em meu blog, demonstrei, inclusive com reportagens desta Folha (is.gd/X4xFOl), como operaram os feiticeiros do Planalto –com José Eduardo Cardozo chefiando o caldeirão– para jogar os distúrbios no colo da "polícia de Alckmin". Duas semanas depois, havia pessoas com tochas na mão sapateando no teto do Congresso, e o Palácio Itamaraty estava em chamas. E Cardozo mudo, perplexo, pálido de espanto.
Já sabemos o que eram os "rolezinhos" e no que tentam transformá-los as esquerdas, inclusive os petistas. De novo, confessam, a aposta era que se limitassem a São Paulo. Carvalho mandou ver no pensamento tarja-preta: "Da mesma forma que os aeroportos lotados incomodam a classe média. Da mesma forma que, para eles, é estranho certos ambientes serem frequentados agora por essa 'gentalha' (...). O que não dá para entender muito é a carga do preconceito que veio forte. (...) As pessoas veem aquele bando de meninos negros e morenos e ficam meio assustadas. É o nosso preconceito".
"Nosso preconceito" uma ova! Esse é o preconceito de Carvalho, que chama "negros" e "morenos" de "bando". Então só a classe média reage à incompetência do governo na gestão aeroportuária? Pobre gosta de humilhação? Nota: a pesquisa Datafolha sobre os "rolezinhos", especialmente a opinião de "negros e morenos", desmoraliza Carvalho, seu partido, as esquerdas, a vigarice sociológica, a tolice jornalística e o colunismo fácil.

O mundo real pôs o PT sob controle, mas não mudou a sua natureza. No campo, na cidade, na universidade ou no shopping, o partido não resiste à tentação de insuflar os "oprimidos". Os "opressores" identificados pela legenda não são os premiados com Bolsa BNDES ou Bolsa Juros, mas a classe média, que a Marilena Chaui odeia e que Carvalho julga ser racista.
Enquanto a fala indecorosa do ministro circulava, uma turba fechou algumas ruas na Penha, em São Paulo, para um baile funk. A polícia, chamada pela vizinhança, acabou com a festa. Um grupo de funkeiros decidiu, então, assaltar um posto de gasolina, espancar os funcionários, depredar um hipermercado contíguo e roubar mercadorias. Na saída, um deles derramou combustível no chão e tentou riscar um fósforo. Tivesse conseguido... O "Jornal Nacional" relacionou o episódio à falta de lazer na periferia. Pobre, quando não se diverte, explode posto de gasolina, mas é essencialmente bom; a falta de um clube para o funk é que o torna um facínora. Sei. É a luta entre o Rousseau do Batidão e o Hobbes da Tropa de Choque.
Os maiores adversários do PT em 2014 não são as oposições, mas a natureza do partido e os valores que tornou influentes com seu marxismo de meia-pataca e seu coitadismo criminoso. A receita pode, sim, desandar.
twitter.com/reinaldoazevedo 


reinaldo azevedo
Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista 'Veja'. Escreveu, entre outros livros, 'Contra o Consenso' (ed. Barracuda), 'O País dos Petralhas' (ed. Record) e 'Máximas de um País Mínimo' (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Brasil a caminho do Apartheid: mais um exemplo de racismo oficial, em SP

O Brasil continua a afundar no mais deslavado, injusto e anticonstitucional racismo oficial, patrocinado por líderes demagógicos que falham em seu dever e obrigação de tratar a todos igualmente e que estão criando um novo Apartheid no Brasil: de um lado a elite privilegiada dos afrodescendentes, de outro todos os demais, que aliás são agora, estatisticamente, minoria em relação aos primeiros, assim colocados em situação de privilégio por autodeclaração.
A indignidade moral desse tipo de comportamento vai ter consequências mais adiante, quando o racismo oficial de dirigentes medíocres e demagogos ajudar a consolidar e congelar uma cultura separada do mainstream brasileiro, que é mulato, misturado, em todo caso único e indistinto em suas muitas cores e manifestações culturais, e que vai passar a ser dominada, essa cultura separada, por oportunistas e aproveitadores do militantismo falsamente negro e falsamente oprimido.
Lamento que estejamos afundando no racismo, na mediocridade, no retrocesso mental.
Paulo Roberto de Almeida 

São Paulo

Prefeitura de SP estabelece cota de 20% para negros no serviço público

A lei foi sancionada pelo prefeito e publicada nesta terça-feira no Diário Oficial. Cota entra em vigor em março

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sancionou uma lei que estabelece que 20% das vagas em cargos efetivos e comissionados do serviço público municipal sejam destinados a pessoas negras. A lei foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial
A lei prevê que "todos os órgãos da administração pública direta e indireta do município ficam obrigados a disponibilizar em seus quadros de cargos em comissão e efetivos o limite mínimo de 20% das vagas e/ou cargos públicos para negros, negras ou afrodescendentes".
De acordo com texto, que foi aprovado em novembro na Câmara Municipal, "consideram-se negros, negras ou afrodescendentes as pessoas que se enquadram como pretos, pardos ou denominação equivalente, conforme estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, será considerada a autodeclaração".
As novas regras também se aplicam a vagas de estágio. Caso não haja o preenchimento do porcentual mínimo para negros, "as vagas remanescentes serão distribuídas aos demais candidatos".
O poder executivo tem 90 dias para regulamentar a lei, que partiu de um projeto apresentado pela bancada do PT na Câmara Municipal. 
Outras esferas - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já havia anunciado, no início do mês, a reserva de 35% das vagas na administração direta e indireta (empresas públicas) para negros e indígenas. Em novembro, a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional um projeto para destinar um quinto das vagas em concursos públicos federais para a população negra.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Percival Puggina (4): o Apartheid oficial dos racistas no poder


Corredores do Passado
Percival Puggina
Zero Hora, 1º de dezembro de 2013

Esses brasileiros são como filhos de novela, do tipo que rejeita a mãe. Embora o tempo presente os condene, veem-se como corregedores do passado. Incapazes perante o futuro, dedicam-se a amaldiçoar os que vieram antes. Obviamente, serão sucedidos por aqueles que os amaldiçoarão. O século 20, leitor amigo, jogou o Brasil num torvelinho de lamúrias e malquerenças, num imprescritível ajuste de infinitas contas.

            Há alguns anos, conversando aqui em Porto Alegre com destacado empresário mexicano, num evento da ADCE, perguntei a ele sobre a situação dos astecas na contemporânea sociedade de seu país. Meu interlocutor era um homem alto, desempenado. Com sua tez avermelhada faria bom papel representando um índio do oeste norte-americano em filmes da década de 50. Olhou-me surpreso e respondeu com outra pergunta: "E eu tenho cara de espanhol?". Não, ele não tinha cara de espanhol, nem eu tinha mais perguntas a fazer. Fui. Serviu-me a lição e a tenho sempre em mente quando se fala sobre a questão do índio e do negro no Brasil.

            Estimam os estudiosos, sabe-se lá como, que havia cerca de 3 milhões de índios por estas bandas, no ano do Descobrimento. Hoje restam 896 mil "puros", contados e recontados. Isso é bom ou ruim? O Brasil é um país por todos os motivos destinado à miscigenação. E o pequeno número de índios puros é, ainda assim, certamente maior do que o número de portugueses da gema. Percorre-se o Brasil e é visível, onde se vá, a existência de dezenas e dezenas de milhões de caboclos, cafuzos, mulatos. São empresários, acadêmicos, jornalistas, artistas, operários, agricultores, integrados à nação e expressando sua realidade social. Numa sessão do Congresso Nacional, em dia de votação importante, a câmera da tevê passeia sobre um plenário onde os pardos talvez formem a bancada majoritária, notadamente quando das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste.

            O governo da União, dominado por corregedores do passado, acaba de enviar ao Congresso uma lei determinando que todos os concursos públicos para provimento de cargos federais reservem 20% das vagas para negros e pardos. Com isso - suponho que pensem assim - está feita justiça. Um tipo de  "justiça" sempre proposta para viger contra o direito alheio. Nunca com renúncia a qualquer direito de quem decide. Já tramita na Câmara, por exemplo, projeto que pretende criar cotas raciais nas eleições parlamentares. Não o aprovarão porque isso afeta as próprias reeleições. Será que o STF ou o CNJ aprovariam cotas nos concursos para a magistratura? E o governo? O governo, que propõe a lei, tem uma única e solitária ministra negra entre 40 pastas e secretarias com status de ministério.

            O grande Chesterton dedica um capítulo de Os Hereges à questão das raças. Lá pelas tantas, escreve: "Todos os mais autênticos ingleses se aborreceriam ou escarneceriam abertamente se começássemos a falar sobre anglo-saxões. (...) A verdade disso tudo é muito simples. A nacionalidade existe, e nada neste mundo a relaciona a raça". E cita Timothy Healey: "Nacionalidade é algo pelo que as pessoas morrem".  O Brasil, porém, vai deixando de ser a nação pela qual morreram tantos antepassados nossos para se tornar um amontoado de corpos sociais em conflito, sob a fraudulenta reengenharia social dos corregedores do passado. Está se oficializando como um país racista, onde a identidade fundamental passa a ser a cor da pele.

Zero Hora, 1º de dezembro de 2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Brasil continua a retroceder... mentalmente (em outras coisastambem...)

Ainda não vimos tudo, ainda não vimos a metade, sequer vimos um terço, ou um quinto.
Posso apostar, toda a minha biblioteca, se quiserem: o Brasil ainda vai recuar muito mais, vai continuar retrocedendo, seguramente, fatalmente, algumas vezes lentamente, mas a tendência é que o movimento se acelere.
Quando a burrice atinge os estratos ditos dirigentes, sai debaixo, não tem mais remédio.
Vamos fazer um asilo a la Simão Bacamarte oara abrifar os poucos não alienados...
Paulo Roberto de Almeida 
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), tido, até outro dia, como a besta-fera de plantão dos politicamente corretos, agora já pode ser aplaudido. Leio naFolha Online que o presidente da Comissão de Direitos Humanos decidiu relatar no colegiado a proposta que reserva 20% das vagas do serviço público para negros. Trata-se de um projeto de lei apresentado pela presidente Dilma. Feliciano já avisou: “Se houver mudança, é para ampliar o percentual”.
Ah, assim, sim! Agora é o caso de a turma sair por aí cantando: “Feliciano é um bom companheiro; Feliciano é um companheiro…” E cota para gays no serviço público? Quando chegam? E para os anões, os míopes, os torcedores da Portuguesa, em São Paulo, e do América, no Rio?
Ironizo? Já escrevi a respeito. É claro que me oponho a qualquer cota, mas a que existe para estudantes, vá lá, ainda tem um argumento de uma solidez ao menos gelatinosa: seria preciso, pela educação, igualar os desiguais e coisa e tal. No serviço público, no entanto, há de se selecionarem os melhores, independentemente de sua cor, porque eles estarão oferendo sua sabedoria — não se trata de uma fase de formação — ao conjunto dos brasileiros. Qualquer outro critério que não seja a escolha do mais competente é um absurdo em si.
Feliciano, claro!, poderia ter ficado fora dessa, limitando-se a votar a favor. Mas ele, que é, segundo os critérios racialistas, um “negro” — foi bastante ironizado por fazer chapinha —, não perderia a chance de ser também aplaudido, certo?
De resto, Feliciano poderia perfeitamente defender que 7,61% das vagas fossem reservadas aos realmente negros, 43,13% aos pardos, 1,09% aos amarelos e 0,43% aos vermelhos (refiro-me aos índios; a de esquerdistas deve passar de 80%…). É a distribuição dos brasileiros segundo a cor da pele, informa o IBGE. Quem haveria de contestá-lo. Seria surrealistas, claro!, mas um surrealismo com critério.
composição racial Brasil 2010 ibge
Por que, afinal, o número mágico de 20% e não 23,7% ou 25,9%? Qualquer escolha diferente dos dados do IBGE não passa de arbítrio.
“Não dê a ideia, Reinaldo Azevedo! Vai que…” Sabe o que é, gente? Tenho a obsessão da objetividade.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Governo aprofunda o racismo oficial: Apartheid estatal aumentando e dividindo os brasileiros

O militantismo racialista, aliás racista, dos negros empoleirados em cargos públicos continua crescendo, num ambiente de demagogia geral em que mais da metade, repito MAIS DA METADE, dos brasileiros se autoclassifica agora como "afrodescendente".
O governo criou o racismo e o vem estendendo a setores cada vez mais amplos da vida pública.
Os espertos, os "ispertos", e os "expertos" do governo sempre se beneficiarão dessas políticas discriminatórias, que tendem a privilegiar os militantes da causa e os negros, mulatos e os menos negros da classe média, deixando ao relento, como sempre acontece, os pobres, brancos, pretos, mulatos, de qualquer cor.
O Brasil está construindo um Apartheid oficial, vergonhoso, racista, divisivo, em todos os aspectos negativo para nossos propósitos de nação inclusiva e indistinta quanto a "raças" e cores.
O Brasil está sendo dividido pelos racistas no poder.
Paulo Roberto de Almeida


Dilma propõe cota aos negros de 20% das vagas de concursos públicos
Mônica Izaguirre
Valor Econômico, 6/11/2013

BRASÍLIA - O governo encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos da administração federal, informa o “Diário Oficial da União” (DOU) desta quarta-feira. 
Se a proposta for aprovada, a reserva de vagas valerá tanto para a administração direta (governo com seus ministérios e outros órgãos) quanto para a administração indireta, composta por autarquias, fundações públicas e empresas estatais controladas pela União, inclusive de economia mista, como Petrobras e Banco do Brasil. 
Atualmente, os editais de concurso para preenchimento de cargos e empregos públicos na União reservam vaga apenas para pessoas portadoras de deficiência (entre 5% e 20%). 
O DOU desta quarta-feira publica também um decreto da presidente Dilma Rousseff aprovando o regulamento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). 
Instituído pela Lei nº 12.288, de julho de 2010, o Sinapir é um “sistema integrado que visa a descentralizar e tornar efetivas as políticas públicas para o enfrentamento ao racismo e para a promoção da igualdade racial no país”. 
É no âmbito deste sistema que o governo federal pretende articular com Estados, Distrito Federal e Municípios planos e programas para promover igualdade racial. 

Segundo o regulamento, “o Sinapir deve garantir que a igualdade racial seja contemplada na formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas, em todas as esferas de governo”. 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Apartheid companheiro: o racismo oficial avanca no Brasil - Reinaldo Azevedo

Reinaldo Azevedo, 30/10/2013

O racialismo chega à fase do delírio. O arquivo está aí para evidenciar as vezes em que aqui se chamou a atenção para o fato de que a política de cotas, sob o pretexto de tratar desigualmente os desiguais, trata é desigualmente os iguais — vale dizer: fere o fundamento da igualdade perante a lei, sem a qual não pode haver democracia digna do nome. Se a herança histórica faz com que determinados grupos sejam mais vulneráveis e tenham especiais dificuldades de acesso a determinados benefícios, há ao menos duas formas de intervenção que não violam a democracia a) políticas públicas e universais que capacitem os mais pobres — o que será bom para todos, brancos, negros e mestiços (exemplo: escola pública decente); b) políticas SUPLEMENTARES de promoção dos vulneráveis. Nesse caso, o governo federal poderia, por exemplo, financiar uma espécie de curso pré-vestibular para estudantes comprovadamente carentes. O que é inaceitável, embora esteja em curso, é que o ingresso ao ensino superior puna ou promova alguém por causa da cor de sua pele. A injustiça social corrigida pela injustiça material é só perversão moral. Mas as cotas foram consideradas constitucionais.
Bem, se constitucionais são, aí é questão de tempo para que se tente aplicá-las em todos os ambientes — e, em breve, outros grupos ditos “vulneráveis” pedirão o mesmo. Já chego lá. Leio o que segue na VEJA.com. Volto depois.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a reserva de vagas para parlamentares de origem negra na Câmara, nas Assembleias Legislativas nos estados e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Pela proposta, a fração de políticos negros “corresponderá a dois terços do percentual de pessoas que tenham se declarado pretas ou pardas no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, desde que o número de vagas não seja inferior a um quinto ou superior à metade do total de vagas. Em números, na Câmara dos Deputados essa cota significaria uma reserva de pelo menos 102 cadeiras para parlamentares negros. A cota, conforme o texto sugere, teria prazo de vinte anos, prorrogáveis pelo mesmo período. A matéria será analisada agora por uma comissão especial e, se aprovada pelo colegiado, seguirá para aval do plenário.
Voltei
É um despropósito absoluto. A PEC é de autoria dos deputados petistas Luiz Alberto (BA) e João Paulo Cunha (SP), o mensaleiro. Trata-se de uma tentativa de subordinar metade da Câmara a movimentos militantes controlados pelo PT. Segundo a proposta, o eleitor daria o seu voto habitual e depois um outro, para preencher as cotas. Ora, isso fere o fundamento primeiro da democracia, que é a liberdade de voto. Por que, seja eu branco, mestiço ou negro, devo ser obrigado a escolher, no universo dos candidatos autodeclarados negros, um representante?
Será que a natureza de um Parlamento democrático é expressar a exata composição da sociedade no que concerne à cor da pele? Isso induz à leitura estúpida de que candidatos mestiços ou negros (para o racialismo, os dois grupos são considerados “negros”), a despeito de divergências de qualquer outra natureza, devam ter uma pauta comum. Ainda que ser “negro” fosse uma categoria, pergunta-se: eles não são livres para divergir entre si, como divergem os brancos?
Não que a ideia conte com a minha simpatia, mas vá lá: por que, então, não se impõe aos partidos uma cota de candidatos negros? Isso atenderia às demandas do cotismo, sem, no entanto, agredir a liberdade de escolha do eleitor. Em tese ao menos, um maior número de negros candidatos poderia resultar num maior número de negros eleitos.
Será que os negros já não estão lá?
O caso esbarra ainda em outra questão: o que é ser negro? Segundo o IBGE (2010), cujo registro decorre da autodeclaração, os negros propriamente formam 7,6% da população. Caso a Câmara fosse dividida segundo a cor da pele, este seria o resultado:

Muito bem! Segundo o texto, a fração de políticos negros corresponderá a pelo menos dois terços dos que assim se declararam, não podendo ser inferior a um quinto nem superior à metade… Santo Deus!!!
Comecemos do óbvio. Para o racialismo, “mestiço” é considerado, sociologicamente falando, um “negro”. Ora, tal lei reservaria, então, pelo menos 102 cadeiras para esse grupo. Se há coleguinhas com tempo, esse levantamento pode ser feito: tenho a certeza de que o número de negros e mestiços na Câmara já superou essa marca. Mas atenção! E se, por qualquer razão, o Brasil quiser mais do que 50% de negros e mestiços na Câmara? Será a lei a impedi-lo?
Já existem hoje cotas raciais em universidades federais para mestrado e doutorado. O governo já firmou um acordo com ONGs racialistas para encaminhar a implementação da medida no serviço público. Em breve, começará a pressão para que também o Poder Judiciário obedeça a essa divisão. Pois é… Vejam o caso do Supremo: o presidente da Casa, Joaquim Barbosa, é um “negro negro”, não um “negro mestiço”. Pertence, caso se levasse tal divisão em conta, a 7,6% da população, o que não garantiria nem mesmo um “representante” desse suposto grupo na Corte… Mais: a ser a composição da sociedade o critério para escolher os representantes do Supremo, é preciso nomear mulheres, até que elas sejam ao menos seis. A competência e o notório saber serão apenas o segundo critério. Em todas essas áreas do estado, suponho que outros “grupos vulneráveis” também queiram reparação, certo? Há que estimar o percentual de homossexuais, por exemplo, para fazer a devida compensação. Voltando ao Supremo: assim que Celso de Mello deixar a Corte (em 2015 ou antes, como ele chegou a dar a entender), seria preciso indicar para a vaga uma lésbica. “O que você teria contra? É preconceito?”, perguntam ensandecidos de plantão. Resposta: NADA CONTRA! Desde que essa suposta lésbica fosse a mais competente, não entre as mulheres lésbicas, mas entre as de notório saber jurídico.
Encabrestar o Congresso
Cotas violam a Constituição, como já escrevi aqui. “Ah, o Supremo não acha.” Ok, eu me dou o direito de acatar a decisão, mas de não mudar de pensamento. Sigamos. Ainda que violem a Carta, como digo, essas cotas, no entanto, encontram uma justificativa ao menos plausível: tratar-se-ia de garantir a todos acesso a bens públicos, como educação, por exemplo.
Ora, no que concerne ao voto, esse direito já é amplamente assegurado a todos, inclusive aos analfabetos, que só não podem ser votados. Não há grupo social no Brasil que esteja impedido de votar ou que tenha seu voto condicionado a essa ou àquela circunstância. A composição da Câmara, dentro do modelo proporcional — que não acho o melhor (como sabem) —, reflete a vontade dos brasileiros. Há distorções, sim! Ao se estabelecer uma bancada mínima (8 deputados) e uma bancada máxima (70), a população do Amapá acaba super-representada, e a de São Paulo, sub-representada.
Essa distorção — ou aquela outra, que acaba elegendo o deputado sem voto por causa da proporcionalidade — nada, rigorosamente nada!, tem a ver com a questão racial. Brancos, pardos, negros, indígenas, amarelos votam em quem bem entenderem, sem qualquer patrulha ou restrição. Esse é o fundamento do voto universal e da democracia.

O que o deputado Luiz Alberto (PT-BA) pretende, isto sim, é subordinar metade do Congresso brasileiro aos movimentos que têm a pretensão de dividir o Brasil em raças. Somos da raça humana. Se a cor da pele nos distingue e se isso ainda traz prejuízos para muitos brasileiros, precisamos investir mais na integração e menos no confronto.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Racialismo oficial avanca na pos-graduacao: miseria educacional se torna mais miseravel

Apenas registrando...

Política de cotas avança na pós-graduação

Menos de um ano depois da vigência da Lei de Cotas, que garantiu pelo menos 12,5% de reserva de vagas em todos os cursos de graduação das universidades e institutos federais, algumas instituições foram além e já aplicam políticas afirmativas na pós-graduação. É o caso do programa de Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que vai reservar pelo menos duas vagas para indígenas e adicional de 20% para candidatos negros.
Jornal Ciência Hoje, SBPC, 16/09/2013, Página 8.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Branco de olhos verdes passa por afrodescendente no Itamaraty; estava demorando...

Nada mais do que uma consequência, entre muitas outras, das políticas racialistas, de criação do Apartheid, na esfera pública. Num momento isso extravasa para a sociedade, como já extravasou, e os "expertos" se metem pelas brechas. As instituições públicas já se encontram irremediavelmente contaminadas por políticas racistas, claramente divisionistas, que agravam problemas históricos da sociedade brasileira.

Branco de olhos verdes é aprovado por cotas raciais no Itamaraty
Foto de Mathias de Souza Lima Abramovic publicada no Facebook
Foto: ReproduçãoMathias de Souza se declarou afrodescendente


Creio que uma nova controvérsia jurídica vai se instalar, e juízes poiticamente corretos vão se posicionar a favor do racismo oficial.
Paulo Roberto de Almeida

Candidato de pele branca é aprovado por cotas raciais na 1ª fase do Itamaraty

  • Mathias de Souza Lima Abramovic declarou-se 'afrodescendente' no processo seletivo para o Instituto Rio Branco
  • O Globo, 11/09/2013

RIO - A questão racial está gerando novos atritos dentro do Ministério das Relações Exteriores. E desta vez a polêmica é no processo seletivo para o Instituto Rio Branco, que seleciona os candidatos que servirão nos quadros da diplomacia brasileira. Dentre os 10 nomes de candidatos aprovados na primeira fase do concurso dentro das cotas para afrodescendentes, divulgados nesta terça-feira, está o de Mathias de Souza Lima Abramovic. Pessoas próximas a Mathias e que também prestaram o concurso deste ano questionam se ele de fato pode ser enquadrado dentro dos critérios de afrodescendência.
Para concorrer dentro das cotas, basta que o candidato se declare “afrodescendente”. Não há verificação da banca. Tampouco o edital do processo seletivo define os critérios para concorrer como afrodescendente. O benefício é válido apenas para a primeira fase, de onde somente as 100 maiores notas são classificadas para a segunda etapa. As cotas reservam um adicional de 10 vagas para afrodescendentes e outras 10 para deficientes, totalizando 120 candidatos que continuarão na disputa. Nesta edição do concurso, 6.490 brigam por uma das 30 vagas disponíveis. 
Morador do Rio, Mathias ficou com nota final 47.50, quase dois pontos a menos que o último candidato aprovado na livre concorrência. Em seu perfil no Facebook, há uma foto onde ele aparece com uma camisa com os dizeres “100% negro”. Na legenda da imagem, o candidato complementa: “com muito orgulho – feliz happy”. Ele já desativou sua conta na rede social.

De acordo com um dos candidatos que estudou com Mathias e preferiu não se identificar para não sofrer eventuais retaliações no concurso, o caso só enfraquece políticas afirmativas que o Itaramaty tenta empregar na última década. Ele lembrou ainda que, como a afrodescendência é autodeclaratória no processo seletivo, o benefício pode ser utilizado por candidatos de má-fé:
- Esse tipo de postura não apenas causa prejuízos à admissão de candidatos efetivamente afrodescendentes, como, também, pode deslegitimar uma política pública séria e efetiva - afirmou o candidato.
O GLOBO entrou em contato com Mathias, mas ele preferiu não dar entrevistas. A reportagem também acionou o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB), responsável por organizar o processo seletivo para o Instituto Rio Branco, mas ainda não obteve resposta.