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sábado, 31 de maio de 2014

Itamaraty: wikileaks do Anonymous deve criar embaracos na politica externa

Segurança

Invasão ao Itamaraty permitiu que hackers tivessem acesso a documentos da Copa

Palácio do Itamaraty, BrasíliaGrupo Anonymous divulgou mais de 300 documentos que teriam sido acessados na invasão ao sistema do Ministério de Relações Exteriores

Veja.com, 31/05/2014
Uma invasão do sistema de e-mails do Itamaraty resultou no vazamento de quase 300 documentos, entre eles relatórios e telegramas classificados pelo serviço diplomático como "secretos" e com potencial para incomodar o governo brasileiro. Mesmo sem terem acessado o sistema interno de arquivo do Ministério, os hackers conseguiram extrair de computadores do Itamaraty análises para negociações internacionais, textos de subsídios para reuniões bilaterais a serem usados pela presidente Dilma Rousseff e o próprio ministro das Relações Exteriores e até agendas com telefones de autoridades.
O Itamaraty não reconhece a veracidade dos documentos revelados pelo grupo Anonymous, que assumiu ser o autor do ataque aos servidores do Ministério. De acordo com o porta-voz, embaixador Antônio Tabajara, os documentos estão abertos e apresentados em formatos que podem ter sido editados ou alterados de alguma forma. Ainda assim, os textos têm, em sua maioria, o timbre do Itamaraty e o formato tradicional dos chamados telegramas, os textos de comunicação entre o ministério e os diversos postos diplomáticos no Brasil e no exterior.
Entre eles, está o relatório preparado para o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na visita do seu colega americano, o secretário de Estado John Kerry. Em meio à crise com os Estados Unidos pela descoberta do que a National Security Agency (NSA) havia espionado cidadãos e empresas brasileiras - inclusive a própria presidente Dilma - o documento trata apenas brevemente do assunto. Aconselha ao ministro que levante o tema, mas deixe claro que a crise não vai influenciar nas negociações entre os dois países. Recomenda que o pedido de "uma clara manifestação de apoio à candidatura do Brasil a membro permanente do Conselho de Segurança, pelo menos análoga à declaração de apoio à candidatura da Índia" - algo que o Brasil ainda não conseguiu e pede, ainda que os EUA retire Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo.
Também aparece um resumo das conversas entre autoridades brasileiras e o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante uma visita ao Brasil em maio do ano passado e uma lista de ministros do Esporte que planejam vir ao país para a Copa do Mundo. Outros documentos que citavam questões de segurança durante a Copa também foram vazados, mas muitos não seguiam os padrões do Itamaraty.
Um hacker conhecido com AnonManifest usou um ataque com phishing para invadir a base de dados do Itamaraty e acessar o seu sistema de documentação, como noticiou a coluna Radar on-line. O ministério desativou o seu sistema de correio eletrônico depois do ataque e instruiu os usuários das suas três mil contas de e-mail a mudar suas senhas. A Polícia Federal está investigando a invasão.
De acordo com o Itamaraty, já foi feito o mapeamento do que teria sido vazado e não foi identificado nada altamente prejudicial aos interesses do governo. As investigações estão sendo feitas pelo Gabinete de Segurança Institucional e a Polícia Federal, mas o sistema do ministério já voltou ao ar desde a última quarta-feira.
Os hackers usaram o esquema chamado phishing, em que e-mails aparentemente de pessoas conhecidas são enviadas para colegas com inclusão de um link para um documento supostamente importante. Ao abrir o arquivo são instalados no sistema os chamados cavalos de troia, que recolhem informações sigilosas dos usuários, como senhas, e abre acesso para que os hackers possam retirar dali documentos arquivados.
Comércio — Estão na lista, também, todos os documentos para as reuniões do Mercosul de 2011, 2012 e 2013, relatando as posições brasileiras em diversos assuntos e a análise que a diplomacia brasileira faz dos vizinhos, algumas vezes em termos que não seriam usados nas negociações.
Há reclamações, como, por exemplo, dos demais membros não aceitarem reconhecer a cachaça como produto tipicamente brasileiro, ou análise de propostas consideradas irreais, a ponto de o diplomata responsável, dizer, por exemplo, que se os vizinhos - especialmente a Argentina - insistissem em algumas mudanças seria melhor desistir da implementação do código aduaneiro comum. Há, ainda, análises para negociações econômicas em curso e sigilosas, sumários para visitas de Estado - como a do vice-presidente Michel Temer à Rússia - e análises das posições brasileiras em questões como a guerra na Síria e a questão nuclear no Irã. Documentos claramente pessoais, como fotos de uma capa de revista e contratos de empregados domésticos mostram que os textos foram tirados dos HDs de computadores dos servidores do ministério, não apenas no Brasil, mas no exterior.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

Itamaraty wikileaks: bullshits e hipocrisias revelados pelos hackers

30/5/2014 às 22h24 (Atualizado em 30/5/2014 às 22h26)

Hackers vazam documentos secretos do Itamaraty sobre diplomacia e cachaça

Ataque ocorreu entre os dias 19 e 27 de maio. Hackers usaram o esquema phishing
Agência Estado
Sistema do Itamaraty foi invadido por hackersBBC/Reuters
invasão do sistema de e-mails do Itamaraty resultou no vazamento de quase 500 documentos, entre eles relatórios e telegramas classificados pelos serviço diplomático como "secretos" e com potencial para incomodar o governo brasileiro.
Mesmo sem terem acessado o sistema interno de arquivo do ministério, os hackers conseguiram extrair de computadores do Itamaraty análises para negociações internacionais, textos de subsídios para reuniões bilaterais a serem usados pela presidente Dilma Rousseff e o próprio ministro das Relações Exteriores e até agendas com telefones de autoridades.
O Itamaraty não reconhece a veracidade dos documentos revelados pelo grupo Anonymous, que assumiu ser o autor do ataque aos servidores do ministério.
De acordo com o porta-voz, embaixador Antônio Tabajara, os documentos estão abertos e apresentados em formatos que podem ter sido editados ou alterados de alguma forma.
Ainda assim, os textos têm, em sua maioria, o timbre do Itamaraty e o formato tradicional dos chamados telegramas, os textos de comunicação entre o ministério e os diversos postos diplomáticos no Brasil e no exterior.
Patriota e Kerry
Entre eles, está o relatório preparado para o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na visita do seu colega americano, o secretário de Estado John Kerry.
Em meio à crise com os Estados Unidos pela descoberta do que a NSA (National Security Agency) havia espionado cidadãos e empresas brasileiras - inclusive a própria presidente Dilma — o documento trata apenas brevemente do assunto. Aconselha ao ministro que levante o tema, mas deixe claro que a crise não irá influenciar nas negociações entre os dois países.
Recomenda que o pedido de "uma clara manifestação de apoio à candidatura do Brasil a membro permanente do Conselho de Segurança, pelo menos análoga à declaração de apoio à candidatura da Índia" — algo que o Brasil ainda não conseguiu e pede, ainda que os EUA retire Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo.
Cachaça
Estão na lista, também, todos os documentos para as reuniões do Mercosul de 2011, 2012 e 2013, relatando as posições brasileiras em diversos assuntos e a análise que a diplomacia brasileira faz dos vizinhos, algumas vezes em termos que não seriam usados nas negociações.
Há reclamações, como, por exemplo, dos demais membros não aceitarem reconhecer a cachaça como produto tipicamente brasileiro, ou análise de propostas consideradas irreais, a ponto de o diplomata responsável, dizer, por exemplo, que se os vizinhos — especialmente a Argentina — insistissem em algumas mudanças seria melhor desistir da implementação do código aduaneiro comum.
Rússia, Síria e Irã
Há, ainda, análises para negociações econômicas em curso e sigilosas, sumários para visitas de Estado — como a do vice-presidente Michel Temer à Rússia — e análises das posições brasileiras em questões como a guerra na Síria e a questão nuclear no Irã.
Documentos claramente pessoais, como fotos de uma capa de revista e contratos de empregados domésticos mostram que os textos foram tirados dos HDs de computadores dos servidores do ministério, não apenas no Brasil, mas no exterior.
Segurança Institucional
De acordo com o Itamaraty, já foi feito o mapeamento do que teria sido vazado e não foi identificado nada altamente prejudicial aos interesses do governo. As investigações estão sendo feitas pelo Gabinete de Segurança Institucional e a Polícia Federal, mas o sistema do ministério já voltou ao ar desde a última quarta-feira.
O ataque foi feito aos servidores do Itamaraty entre os dias 19 e 27 de maio. Os hackers usaram o esquema chamado phishing, em que e-mails aparentemente de pessoas conhecidas são enviadas para colegas com inclusão de um link para um documento supostamente importante.
Ao abrir o arquivo são instalados no sistema os chamados cavalos de troia, que recolhem informações sigilosas dos usuários, como senhas, e abre acesso para que os hackers possam retirar dali documentos arquivados.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Tenebrosas transacoes surripiando a patria de informacoes: Angola e Cuba

Autoridades públicas devem sempre informações públicas, o que não é respeitado em inúmeros casos. Este é um exemplo, certamente infeliz, de como autoridades tentam escapar ao escrutínio da cidadania invocando não se sabe quais segredos e princípios estrategicos.

09/04/2013 - 03h45
Brasil coloca sob sigilo apoio financeiro a Cuba e a Angola

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RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Com a decisão, o conteúdo dos papéis só poderá ser conhecido a partir de 2027.

Empresa negociou contrato durante ida de Lula da Cuba
Lula diz que viagens pagas por empresas servem para 'vender' país
Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior
Lula levou diretor da Odebrecht em viagem oficial à África
Governo teve gastos com viagens privadas de Lula
Marcelo Odebrecht: Viaje mais, presidente

O BNDES desembolsou, somente no ano passado, US$ 875 milhões em operações de financiamento à exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para Cuba e Angola. O país africano desbancou a Argentina e passou a ser o maior destino de recursos do gênero.

Indagado pela Folha, o ministério disse ter baixado o sigilo sobre os papéis porque eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial".

Editoria de Arte/Folhapress

Os atos foram assinados por Pimentel em junho de 2012, um mês após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação. É o que revelam os termos obtidos pela Folha por meio dessa lei.

Só no ano passado, o BNDES financiou operações para 15 países, no valor total de US$ 2,17 bilhões, mas apenas os casos de Cuba e Angola receberam os carimbos de "secreto" no ministério.

Segundo o órgão, isso ocorreu por que havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.

O ministério disse que o acesso a esses outros casos também é vetado, pois conteriam dados bancários e comerciais já considerados sigilosos sem a necessidade dos carimbos de secreto.

INEDITISMO

Antes da nova Lei de Acesso já existia legislação que previa a classificação em diversos graus de sigilo, mas é a primeira vez que se aplica o carimbo de "secreto" em casos semelhantes, segundo reconheceu o ministério. O órgão disse que tomou a decisão para se adaptar à nova lei.

O carimbo abrange praticamente tudo o que cercou as negociações entre Brasil, Cuba e Angola, como memorandos, pareceres, correspondências e notas técnicas.

As pistas sobre o destino do dinheiro, contudo, estão em informações públicas e em falas da presidente Dilma.

Em Havana, onde esteve em janeiro para encontro com o ditador Raúl Castro, ela afirmou que o Brasil bancava boa parte da construção do Porto de Mariel, a 40 km da capital, obra executada pela empreiteira Odebrecht.

Ela contou ainda que o Brasil trabalhava para amenizar os efeitos do embargo econômico a Cuba. "Impossível se considerar que é correto o bloqueio de alimentos para um povo. Então, nós participamos aqui, financiando, através de um crédito rotativo, US$ 400 milhões de compra de alimentos no Brasil."

Na visita a Luanda, em Angola, Dilma falou em 2011 que "os mais de US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Brasil fazem de Angola o maior beneficiário de créditos no âmbito do Fundo de Garantias de Exportações" do BNDES.

A Folha revelou que o ex-presidente Lula esteve em Angola, em 2011, onde participou de um evento patrocinado pela Odebrecht.

O Desenvolvimento diz que os financiamentos têm o objetivo de dar competitividade às empresas brasileiras nas vendas ao exterior. A Folha não conseguiu falar com as assessorias das embaixadas de Cuba e de Angola.

domingo, 19 de junho de 2011

Segredo eterno? So na confissao (e para quem acredita...)

Eu já disse o que penso a respeito dessa tal sensibilidade de "documentos históricos", que justificaria segredo eterno para certos documentos: uma escapatória a guardar documentos que tem pouco a ver com a história, e sim com a reputação de certas pessoas, talvez até coisa menos elevada e nobre...
Nenhum país de respeito pode pretender esconder sua história: os que assim o fazem se tornam suspeitos de conivência com coisas pouco dignas do registro histórico, e talvez merecedoras de outro tipo de registro...
Paulo Roberto de Almeida

Fiquei desapontado com apoio de Dilma ao sigilo eterno de documentos, afirma historiador
FERNANDA ODILLA, BRASÍLIA
Folha de S.Paulo, 19/06/2011

Membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), o cientista político e historiador José Murilo de Carvalho afirma ter ficado "desapontado" com o recuo e apoio da presidente Dilma Rousseff ao sigilo eterno de determinados documentos oficiais.

"A política do sigilo, do segredo, da ocultação, inviabiliza uma escrita confiável da história. Perde o historiador, perde o cidadão, perde o país", afirma o pesquisador.

Ele garante não nenhum episódio da história brasileira que não possa ser divulgado, em especial sobre temas como a delimitação de fronteiras brasileiras e a Guerra do Paraguai (1864-1870) --citados pelos que são contrários ao projeto que tramita no Senado e prevê a divulgação de todos os papéis oficiais.

Para o pesquisador, o grande problema é a falta de pessoal especializado para catalogar e disponibilizar documentos. Leia, abaixo, a entrevista com José Murilo de Carvalho, que respondeu por escrito as perguntas da Folha.

Folha - O Sr. acredita haver alguma circunstância em que é preciso manter o sigilo eterno de documentos oficiais? Por que?
José Murilo de Carvalho - Não. Segredo perpétuo só o da confissão. A história é dinâmica, tudo muda, mudam os valores, a política interna, a política externa, os próprios estados nacionais surgem e desaparecem.

Na avaliação do sr. há um tempo ideal máximo para se manter um documento com acesso restrito?
Não há tempo máximo ideal. Depende do momento, da prática dos outros países, da conjuntura interna e internacional. O que era um prazo bom em certo momento já pode parecer inaceitável em uma sociedade mais democratizada. Os prazos estabelecidos no projeto aprovado pela Câmara são razoáveis e estão de acordo com as tendências atuais.

Quem deveria participar da classificação de documentos oficiais?
Primeiro, claro, deve haver uma lei classificando os documentos de acordo com seu grau de importância e das possíveis consequências. Feito isso, a liberação deve ser automática assim que decorra o prazo estabelecido. Caso possa haver prorrogação do sigilo, como no projeto aprovado pela Câmara, uma comissão avaliará se deve ser ele prolongado ou não. Essa comissão deve ser mista. Pode, por exemplo, incluir representante do Itamaraty (caso o documento tenha a ver com política externa), do Ministério da Justiça (no caso de política interna), do Congresso, do Judiciário, da OAB, das Universidades (historiadores).

Pela experiência do senhor, quais episódios relevantes da história brasileira podem ainda ser objeto de informações e documentos com conteúdo protegido por sigilo?
Episódio, nenhum. Há, naturalmente, negociações internacionais que podem exigir um prazo para liberação. O do projeto da Câmara (25 anos, renováveis uma vez) é mais do que suficiente. Há também documentos que podem atingir a honra de vítimas de tortura que devem ser tratados com cuidado.

Há risco de desconstruir mitos, personalidades e patronos com a divulgação de documentos hoje mantidos sob sigilo? Ou esses mitos já foram todos desconstruídos?
Se há riscos, é mais uma razão para abrir os arquivos. Mitos têm que ser destruídos em nome da maturidade democrática. Renan dizia que nações se criam à base de esquecimento, ocultação e mesmo mentira histórica. Mas hoje não se trata mais de construir a nação. Ela já existe. E para mantê-la, hoje, é necessário construir a sociedade democrática. Isso inclui o direito de informação sobre a própria história. A política do sigilo, do segredo, da ocultação, inviabiliza uma escrita confiável dessa história. Perde o historiador, perde o cidadão, perde o país.

Em relação à Guerra do Paraguai e à disputa pelo território hoje ocupado pelo Acre, o sr. tem conhecimento de papéis com conteúdo capaz de provocar ameaça ao Estado? Em relação a esses dois episódios, há alguma informação ainda não revelada ou hoje alvo de especulação?
Participei, no governo FHC, quando Celso Lafer era Ministro das RE [Relações Exteriores], de uma comissão do Itamaraty para examinar a liberação dos documentos. Sobre a Guerra, não encontramos nada que justificasse o segredo, muito menos o eterno. Mais ainda, a comissão convidou um diplomata aposentado, especialista em tratados internacionais de fronteiras e ele garantiu que a abertura não traria qualquer risco, pois são atos jurídicos perfeitos. Escondem o seu passado países inseguros, autoritários. Países maduros com sociedades democráticas não têm medo de enfrentar seu passado, seja ele qual for

O Itamaraty garante no arquivo do MRE não há mais nada protegido por sigilo em relação à Guerra do Paraguai. Acredita que absolutamente tudo sobre o episódio está aberto a consulta?
No Arquivo do Itamaraty, o grande problema é a falta de pessoal técnico para classificar, catalogar e disponibilizar os documentos. Como parece estar proibida a contratação desse pessoal, o país e os historiadores ficam privados de uma extraordinária fonte de pesquisa. Fora isso, é até tedioso ficar discutindo a abertura dos documentos da Guerra.

Na avaliação do sr., os defensores do sigilo eterno têm receio de que?
Há que perguntar a eles. E a posição da presidente Dilma? Fiquei desapontado com seu apoio ao segredo e ocultamento perpétuos. Esperava dela a mesma posição que adotou em relação à comissão da verdade. Os documentos da ditadura são muito mais delicados do que os de cem anos atrás. Nesse ponto, a posição do ex-presidente Lula, apoiando o projeto da Câmara, está mais de acordo com os novos tempos democráticos.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O cartoon da semana: Wikileaks...


Todo o processo, de acumulação e de divulgação de dados aparentemente "secretos" (de algum modo o são, mesmo quando confirmam informações ridiculas), testemunha do vigor das instituições democráticas.
Não se pode dizer que o mesmo ocorre nas ditaduras...
Paulo Roberto de Almeida