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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Ainda sobre os mandarins da República, em todos os níveis - Gilberto Simoes Pires, Ricardo Bergamini

O jornalista Gilberto Simões Pires aborda a suprema contradição criada por aquela classe de "donos do poder" que Raymundo Faoro chamava de "estamento burocrático ".

"Extinção imediata das duas classes: ainda que a presidente Dilma deva ser punida por ter cometido CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL, como reza a nossa Constituição, de nada adianta a troca de comando do país se não houver uma IMEDIATA EXTINÇÃO DAS  DUAS CLASSES DE TRABALHADORES BRASILEIROS, onde a PRIMEIRA CLASSE abriga os privilegiados SERVIDORES PÚBLICOS e a SEGUNDA CLASSE é composta de TRABALHADORES PRIVADOS que são extorquidos para atender os privilégios dos apaniguados."

O mesmo jornalista reproduz uma análise anterior de Ricardo Bergamini sobre a expropriação do conjunto dos brasileiros pelos funcionários públicos, sobretudo em nível municipal, situação na qual temos absurdos estarrecedores em face de manifesta incapacidade tributária e de dependência da União:

"Aproveito a análise correta do professor Ricardo Bergamini e repasso, para fazer os esclarecimentos necessários:

1 - Em 2002 a União comprometia 69,52% da Receita Tributária com Pessoal. Em 2013 reduziu para 58,98%. Redução de 16,86%.

2 – Em 2002 os Estados comprometiam 83,07% da Receita Tributária com Pessoal. Em 2013 aumentou para 85,94%. Acréscimo de 3,45%.

3 – No caso dos Municípios cabe informar que como 70% dos municípios não têm receitas próprias, vivendo apenas com os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), com isso a relação fica esquizofrênica. Senão vejamos: Em 2002 os municípios comprometiam 189,06% da Receita Tributária com Pessoal. Em 2013 aumentou para 225,44%. Acréscimo de 19,24%.

4 – RESUMO: Em 2002 o Brasil comprometia 85,47% da Receita Tributária com Pessoal. Em 2013 aumentou para 88,93%. Crescimento de 4,05%."

Em outros termos, os municípios dependentes extraem do conjunto de brasileiros uma parte substantiva de receita para pagar serviços públicos sem qualquer correspondência com sua capacidade econômica. Existem vereadores de pequenas cidades -- que nem deveriam ser autônomas -- ganhando muito às custas de todos os brasileiros. Isso precisa acabar.

Concluo por nova transcrição de comentários de Ricardo Bergamini a propósito do mesmo assunto:

"O caminho será de muita dor e sofrimento, principalmente para os brasileiros mais frágeis. Veja que o secretário da fazenda do RJ já prega abertamente o fim da estabilidade do servidor público. Em SC o governador Raimundo Colombo já se manifestou publicamente que não tem mais como bancar um déficit de R$ 3,0 bilhões por ano com servidores inativos. Mandou um projeto para a câmara propondo um aumento de contribuição dos servidores, porém como somos reféns dos servidores, a câmara foi invadida e não se consegue nem discutir o assunto, quanto mais votar."

Paulo Roberto de Almeida 

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